quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Índia quer criar bomba de hidrogênio - Notícias - Internacional - Voz da Rússia

Índia, bomba de hidrogênio, Narendra Modi

A Índia necessita da bomba de hidrogênio para reforçar sua imagem de potência mundial e de um dos centros de força de um mundo multipolar, foi como os peritos russos comentaram a opinião do centro de estudos militares IHS Jane’s que a Índia poderá iniciar, em meados de 2015, a produção de armas termonucleares.

Entre outros objetivos, os peritos russos referiram o reforço do potencial dissuasor indiano e a limitação da influência do Paquistão e da China.
A fábrica de metais raros perto da cidade de Mysore, no sul da Índia, produz mais urânio que o necessário para sua frota de submarinos nucleares, são os dados apresentados pelo centro de estudos militares IHS Jane’s. Em perspectiva isso pode resultar na criação pela Índia da bomba de hidrogênio. Neste momento quem a tem são a Rússia, os EUA, a China, o Reino Unido e a França.
O aparecimento no mundo de um sexto país a possuir a bomba de hidrogênio não tem nada de estranho ou de extraordinário, considera o perito militar e major-general na reserva Vladimir Dvorkin:
“Isso é perfeitamente realista. A Índia tem um nível bastante elevado na área nuclear. Tanto mais que na energia nuclear pacífica ela coopera com os EUA, o que lhe permite desenvolver novas tecnologias. Isso não irá provocar qualquer ameaça adicional à segurança. A Índia já é uma potência nuclear há muito tempo. Ela mantém seu potencial nuclear para dissuadir o Paquistão, por um lado, e para de alguma forma contrabalançar a China, por outro. Não vejo nisso nada de especial, nem vejo nisso nada de provocador e novo para o Paquistão e para a China.”
A Índia se proclamou oficialmente como potência nuclear depois de mais uma série de testes em 1998. A operação Shakti foi realizada durante o governo de Atal Bihari Vajpayee, quando no poder estava, tal como agora, o Partido do Povo Indiano. Na opinião da perita do Instituto de Ciências Orientais Tatiana Shaumyan, o premiê Narendra Modi irá tentar manter a continuidade da política do partido nessa questão:
“A Índia precisa disso para ganhar prestígio. Eu não tenho ideia que neste momento se tenham bruscamente agravado as ameaças tradicionais à segurança da Índia. Ainda mais, quando no poder há um novo governo que tenta sobretudo reforçar as relações com seus vizinhos e com a China, pelo que se supõe. O premiê paquistanês Nawaz Sharif esteve na tomada de posse de Narendra Modi. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que os dois países existem. Assim, a Índia possuir a bomba de hidrogênio é uma questão de identidade nacional e de imagem. Eu não penso que ela seja vital como resposta a quaisquer ameaças à segurança da Índia.”
Essa tese de Tatiana Shaumyan é contestada pelo primeiro vice-presidente da Academia de Problemas Geopolíticos Konstantin Sivkov. O perito militar referiu que, no futuro mais próximo, a Índia poderá desenvolver capacidades para as três formas de transporte de ogivas nucleares. Elas são a aviação, os mísseis balísticos e os submarinos nucleares. Isso é vital para a Índia:
“O mundo avança para um aumento da tensão e da confrontação militar. Ao reforçar seu potencial de mísseis nucleares, a Índia quer garantir sua própria segurança. Isso é uma aspiração perfeitamente legítima de qualquer país e é uma necessidade objetiva para a Índia. A China tem a bomba termonuclear. O aparecimento da bomba de hidrogênio indiana pode provocar uma explosão de indignação por parte da China e uma corrida aos armamentos nucleares por parte desta. Mas a China já está quase em conflito aberto com os EUA. Ela irá aumentar o seu potencial, inclusive nuclear, mas não será para competir com a Índia, mas com os EUA.”
A China ainda não reagiu às conclusões do relatório do centro de estudos militares IHS Jane’s. O Paquistão se pronunciou de uma forma bastante cuidadosa. O porta-voz da Liga Muçulmana do Paquistão, atualmente no poder, declarou: “Nós não queremos uma corrida aos armamentos. Isso não promete nada de positivo a ambos os países.” Na própria Índia as conclusões do relatório ainda não foram comentadas.
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