domingo, 17 de agosto de 2014

Será que os países têm a democracia que merecem? (4)

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 Uma democracia não nasce por acaso, é um postulado de leis elaborado de forma colegial pelos actores políticos. Leis sujeitas a uma revisão constitucional de acordo com os desafios dos tempos. E quando estas entram em vigor tudo muda, incluindo o conceito da sociedade, como um espelho que nos observa. A democracia implica uma conquista da liberdade de escolha, dentro de um quadro político partidário, com origem no programa político, no qual o cidadão melhor se identifica. A comunicação e o diálogo, inclusão social política e religiosa são inseparáveis da liberdade. Mitos e rituais, que nos mantinham desavindos, são abandonados, e os que reforçam a unidade da família moçambicana, reforçadas. Passamos a atrair coisas boas. Passamos a ter de lidar com os outros, mulher, filhos, amigos, comunidade, e o mundo da forma como desejamos de ver gerida a política. Liberdade dentro de autoridade e dentro da diferença e respeito, pelo resultado do escrutínio eleitoral. Não se pode ser democrata continuando a desrespeitar a opinião dos outros, ser avesso áo diálogo, ditar ordens, e exigências à família, e no trabalho. O cidadão deseja o melhor para os filhos, e para a família, ao mesmo tempo que incute a responsabilidade e desejo que sejam livres de pensar por eles próprios.
Cristo e Maomé legaram-nos a possibilidade de uma vida eterna, e Moisés os mandamentos da Lei de Deus, assim como Platão e Aristóteles a democracia para nos governarmos. E se alguns de nós tem imensas dificuldades em lidar com as leis de Deus, existem os fiéis, e a democracia tem os seus fiéis seguidores como eu. Tivemos uma era da utopia democrática, onde a desigulalidade desalmada escudava-se na ideologia, hoje não existe ideologia política capaz de encobrir a desigualidade socioeconómica, assim como a morte do estado social. Ricos e pobres existem em democracias mais avançadas do que a nossa. A sociedade moçambicana ainda olha com desconfianca, e algum preconceito à existência de riqueza; ninguém deve ter vergonha ou receio de ser rico. Discrepâncias sociais, elites económicas, ou políticas sempre existiram. O que  contribui para o desenvolvimento e progresso numa sociedade é não baixar os braços, ....é por a iniciativa e criatividade ao serviço da família, que permite ao cidadão de um dia também ser rico. Devemos valorizar os mitos ancestrais de África, mas recusar os que contribuem para minar a unidade nacional. Saber adicionar no mosaico cultural experiências de vivência, assim como tradições, trazidas para enriquecimento do património cultural nacional.
 Paz e Democracia
 PS: Como autor do texto resevo-me no direito de não permitir que mesmo seja transcrito parcial ou totalmente por outro jornal ou blog que não seja Jornal Domingo.
Inácio Natividade

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