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A revista esqueceu de informar aos seus leitores que tudo que acabou de publicar é fruto de operação militar do governo ucraniano com uso de blindados, artilharia pesada e bombardeios aéreos contra seu próprio povo.
Alguns resultados dessa operação – menciona o site russo Política – são seis mil mortos entre os moradores da região de Donbass, quatro mil mortos entre os militares ucranianos, destruição de infraestrutura da região no valor de 8 bilhões de dólares e dezenas de moradores de Odessa queimados vivos.
Talvez com o objetivo de fortalecer os seus argumentos, a revista põe a público a notícia de que as forças militares da Rússia invadiram a Ucrânia. Fica difícil saber, no momento, as fontes dessa informação fantasiosa, porque o próprio governo de Kiev, recentemente, mudou sua posição anterior – quando alegava que blindados russos, a artilharia e 1.200 militares atravessaram a fronteira da Ucrânia.
Apesar dos Ministérios de Relações Exteriores e da Defesa da Rússia veementemente negarem o fato, as fontes ucranianas, baseadas em informação passada pelo coronel-general Igor Voronenko, chefe da operação antiterrorismo do exército ucraniano, insistiram inicialmente em notícias sobre a invasão russa.
Já que posteriormente o próprio governo ucraniano, pelo secretário de imprensa do Conselho de Segurança da Ucrânia, Andrei Lysenko, considerou essas informações estranhas, e ao mesmo tempo as fontes da OTAN não conseguiram confirmar a presença de militares russos no país, a notícia caiu no esquecimento.
Isso aconteceu da mesma forma como está caindo no esquecimento a trágica queda do Boeing da Malaysia Airlines. A imprensa do mundo ocidental e várias autoridades internacionais desde o primeiro momento da tragédia atribuíram a culpa à Rússia e a seus dirigentes. Nenhum argumento, inclusive provas cabais apresentadas pelo Estado-Maior russo, foi levado em consideração. O veredicto foi definido – a Rússia é culpada – e o grande público não ficou sabendo dos argumentos contrários aos ocidentais, em grande parte baseados, diga-se de passagem, nas redes sociais.
Entretanto, passa o tempo, mais de cem peritos internacionais visitaram o local da queda, as caixas pretas foram devidamente entregues às autoridades da Malásia, e o único país que não quer esquecer o acontecimento, e, inclusive, inutilmente tenta recordar até na ONU a tragédia – é a Rússia.
A mídia ocidental continua muda, como está muda a revista brasileira que, entre os primeiros, atribuiu indiscutivelmente o fato à Rússia.
Estamos observando uma tendência que se torna quase uma regra. Inicialmente surge uma notícia bombástica; imediatamente se atribui a responsabilidade à Rússia. A mídia ocidental – praticamente toda – fica unânime, tanto na divulgação do acontecimento como na atribuição da culpa, sem a mínima preocupação com provas. Com o passar do tempo, às vezes uma semana, às vezes mais um pouco, a notícia some. O resultado obtido, o culpado, como sempre, é o mesmo.
É assim que as coisas acontecem atualmente, é assim que a notícia vai ao público. É a mídia democrática... Será que é democrática mesmo?
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