Com 29% de intenções de voto contra 34% de Dilma e 19% de Aécio Neves, de longe o que mais perdeu nesse novo cenário, o resultado coloca fogo e embola, de uma vez por todos, o processo de sucessão que desponta como o mais emocionante e incerto dos últimos anos.
Incerto porque se há uma verdade no Brasil, hoje em dia, é que o eleitor está muito volátil. Todo político que se preze sabe de cor e salteado que o descontentamento, materializado nas manifestações do ano passado, permanece alto no país. Um levantamento recente apontou que 71% dos brasileiros estão dispostos a mudar tudo ou quase tudo no governo. O feito de Marina foi conseguir se apresentar, há poucos dias do embate nas urnas, como um nome que atraia esse contingente desesperançoso.
É a primeira vez desde 1994 que um agente político consegue se intrometer e quebrar com a polarização entre PT e PSDB na esfera federal. Mais do que isso: é possível dizer que, neste momento, Marina é favorita ao Planalto. No caso de um segundo turno, que é quase certo, ela conta hoje com 45% das intenções de voto, contra 36% de Dilma. Em um confronto entre Dilma e Aécio, a presidente venceria com 41%, contra 35% do candidato mineiro.
Se o drive da eleição permanecer o mesmo, é bem provável que as próximas pesquisas tragam Marina ainda mais próxima de Dilma - e Aécio mais distante. Vai depender do desempenho da candidata do PSB na atração dos eleitores mudancistas, esses 71% que já falamos. Para isso, no entanto, Marina terá de superar um desafio imenso que se coloca no horizonte: a capilaridade do Partido dos Trabalhadores, o PT de Dilma, que é extremamente superior ao PSB do tragicamente falecido Eduardo Campos ou do Reste Sustentabilidade de Marina, que na prática ainda nem existe.
Vamos esperar um pouco. A campanha política por aqui no Brasil está ainda na metade e, como se vê, promete ser das mais animadas.
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