quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Há médicos «proibidos de prescrever» alguns medicamentos

Publicado hoje às 05:55
O bastonário da Ordem dos Médicos deu como exemplo a hepatite C, denunciando que os novos medicamentos antivirais estão a ser usados de forma diferente consoante os hospitais.
 
Contactado pela TSF esta manhã, o Ministério da Saúde diz que está a preparar um comunicado para responder à acusação feita na última noite por José Manuel Silva.
Num debate promovido pela Ordem dos Médicos sobre racionamento e racionalização de medicamentos, na quarta-feira à noite, José Manuel Silva denunciou que «há médicos que estão, neste momento, a ser proibidos de prescrever aquilo que acham que devem para os doentes. Isso é, obviamente, inaceitável. Devemos combater as situações de discriminação».
O bastonário deu o exemplo da hepatite C, relatando que os novos medicamentos antivirais estão a ser usados de forma diferente consoante os hospitais, havendo algumas unidades que não estão a permitir a sua utilização.
Tratam-se, segundo o bastonário, de fármacos que aumentam a taxa de cura da hepatite C em 30 % a 40 % e que foram aprovados com rapidez pela Agência Europeia do Medicamento devido ao seu «espetacular benefício na terapêutica» da doença.
Também o presidente da Associação Portuguesa de Bioética lamentou que haja em Portugal «hospitais com políticas diferentes» no que se refere ao acesso aos medicamentos.
«Não podemos permitir que dois hospitais separados por uma rua tenham políticas diferentes. Um dá um medicamento num determinado cancro e o outro não dá. Mas afinal quem é que manda neste país?», insurgiu-se Rui Nunes, que tem contestado o parecer do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida sobre racionamento de medicamentos.
Em declarações à TSF, a presidente da Associação S.O.S Hepatites disse estar a par da situação denunciada por José Manuel Silva. Emília Rodrigues diz tratar-se de «uma questão economicista porque a medicação é mais cara. Só que temos de ver que o tratamento (com esse medicamentos) é mais curto».
Notícia atualizada às 10h31

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