by Lazaro Mauricio Bamo on Wednesday, 1 August 2012 at 20:01 ·
O mundo nunca esteve envolvido numa máfia de relacionamento e contrabando de consciência como nos dias que correm, movido pelos sistemas de sobrevivência que criam e legitimam países ricos e pobres conforme a conveniência.
No meio deste jogo desonesto, claro, bem orquestrado, há lucros para uns e prejuízos, como é óbvio, para muitos. É que quem não dança a música dos países fortes, corre o risco de ser descomungado e demitido dos grandes banquetes internacionais de acesso aos fundos filantrópicos e as garantias de estabilidade e paz.
A África, que hoje vivemos é resultado de uma geração de liberdatores comprometida com a causa e o bem estar colectivo e, como tal, esta geração teve de abandonar seus sonhos e as suas famílias para se dedicar a uma utopia que não tardou em se tornar realidade, mesmo perante ceptecismo dos seus mentores.
Após a década das nacionalizações, 1960, a África e o mundo ganharam outra dinâmica nas relações sociais, e os países deste continente foram politicamente abandonados e estrategicamente sabotados para que seu desenvolvimento resultasse impossível, como forma de ligitimar o discurso da opinião pública mundial, sobretudo o que defendia a dependência eterna dos africanos, que o colonilismo nunca devia ter deixado de existir. Esta postura, levou muitos países africanos a uma crise sem precedentes, a nível social, económico e político.
Porém, os apoiantes da desestabilização de África não se lembraram que os mentores da independência estavam dispostos a reinventar o continente e as suas filosofias. Foi daí que muitos parceiros entraram na cena política africana e novos modelos de sociabilidade foram implementados com vista a garantir que o continente seguisse o seu caminho.
Hoje vivemos uma agiotagem de ideias que nos levará ao covil de víboras onde levamos quinhentos anos para sair. Este nosso envolvimento neste negócio ilícito circunscreve-se em acreditar que o feiticeiro que expulsamos da nossa casa, afinal é um “deus” que não podemos viver sem ele. Mas ele é um “deus” de mãos vazias, cujos milagres consistem em delapidar recursos.
Neste contrabando da consciência, não só procuramos acreditar e erguer uma filosofia do vazio, como também mergulhamos num esforço titânico para convencer ao outro de que está mergulhado numa cegueira ao acreditar na capacidade dos africanos, ou seja, na sua capacidade, que o continente podia ter sido mais rico se tivessem sido importados modelos deste ou daquele país do ocidente para garantir uma África melhor.
Esta filosofia do vazio, sustentada por pressupostos não apenas desprovidos de lógica, procura sabotar a consciência colectiva, criada não com ficção mas com factos e vivências, e implanta um vazio, pois apesar de negar as correntes libertadoras de África, remete-nos em última instância ao milagre divino para justificar que, de uma ou de outra forma, a África teria sido independente. Como isto teria sido possível? O vazio não argumenta nem se pronuncia.
O contrabando da consciência é feito através de navios filantrópicos hoje alicerçados com óculos de vista sociais para despertar a consciência do africano a rebelar-se apenas sem, no entanto, desenhar um passo sólido para dar continuidade a filosofia política africana, sustentada em grande parte pelo ideal de libertação do homem. Estes navios na verdade legitimam a filosofia do vazio, tanto propalada pelos activista desta nova ordem política mundial.
Cada tempo, acredito eu, molda os seus homens e os seus emissários, porém, acredito que aos africanos cabe a busca da solução dos seus problemas, com recurso a estratégias e mecanismos africanos, que se hoje estão fragilizados e fechados deve-se, em grande parte, ao que este contrabando mundial da consciência, o qual obriga os dirigentes a jogarem na defensiva para não terminarem como pereceu o líder líbio, habituou as lideranças mundiais ao viciar a democracia e a governação que ela mesma financia, para continuarem os doadores nossa luz no fundo do túnel.
Nos dois últimos anos, assistimos a um novo refúgio argumentativo para suportar este contrabando, as redes sociais, usadas pela imprensa ocidental para justificar guerras e invasões à países sem respeito a soberania. Reconheço a importância destas redes, por isso sou utilizador assíduo, e percebo que elas foram criadas não para fins políticos, mas para melhorar a comunicação entre as pessoas e garantir negócios aos seus inventores, porém, a mesma imprensa que agitou a invasão ao Iraque com argumentos de armas de distruição de massa, hoje alega que a revolução no Magreb foi feita através do facebook. A minha pergunta é, foi o facebook que matou o líder líbio? É o facebook que está a tirar dividendos do negócio dos recursos da Líbia? O facebook e todas ferramentas web 2.0 são mecanismos que contribuem para o debate e confrontação de ideias, mas não podem ser usados como meio para justificar decisões do G8 para atacar países soberanos.
À minha geração cabe não só dar continuidade ao ideal libertário, como reflectir em torno dele de modo a adequá-lo ao novo contexto mundial, mas é preciso ter sempre em conta os interesses dos africanos como um povo cuja liberdade surgiu do sangue e sacríficio de muitos que não experimentaram sequer o sabor da liberdade dos seus países.
Os actvistas deste contrabando servirão de condutas para o retorno ao colonilismo, ainda que de forma implícita, na medida em que negam a Filosofia Política de África sem avançar opções. Eles na verdade só não podem discutir os 500 anos de escravatura, pois sendo um período histórico e emocionalmente distante de si, dificilmente poderão perceber a carga racional e emotiva que cada um dos libertadores tem com o período de roptura com o colonialismo.
Isto é resultado da sua missão, que é garantir que aos africanos seja vendida a ideia utópica de que os países ricos querem que a África e os africanos sejam ricos?! Não se questiona a quem irão os países ricos emprestar dinheiro e sacar recursos se esta África for rica. Mais do que de qualquer cidadão dos outros continentes, é interesse do africano ver seu continente evoluído e desenvolvido. É interesse do africano, não viver com dívidas e viver na paz. Mas há quem teima em dividir para reinar e nos fazer acreditar que quer o melhor para nós.
Ninguém pode estar interessado na paz do continente africano mais do que os próprios africanos e por mais fundos que drenem os organismos internacionais, o objectivo é ter uma carta branca para o acesso aos recursos de África e continuar a prosperar as custas da nossa pobreza. Reconheço os esforços de alguns para que a África saisse de letargia, com concessão de bolsas de estudos e outras oportunidades, mas muita das vezes recebemos, nós jovens principalmente, presentes envenenados.
Se alguns líderes ficaram viciados com o poder e de lá não querem sair, é porque foram assim educados pelo ocidente, que sempre negociou tudo com eles e os demonstrou que as decisões cabiam exclusivamente a eles. E depois de usá-los querem descartá-los? Quem contribuiu para que Sadam Hussein tivesse a postura que teve como líder? Alguém se lembra da aliança deste com os americanos na década de 80? Não deixaram estes senhor matar pessoas? Não o consideravam um democrata? E com o líder líbio, o que aconteceu? Ele não financiou campanha de um ilustre reformado presidente? Apenas para elucidar sobre as forma de actuação deste contrabando da consciência africana.
Esta agiotagem de ideias tem lucros não para nós que pedimos empréstimos para ganhar protagonismo e nos afirmarmos como heróis, mas para o agiota que nos empresta estas ideias, este “deus” de mãos vazias, que faz feitiço em plena luz do dia.
Os actvistas deste contrabando lançam, por via disso, uma batata quente para as gerações vindouras, que tal, como os libertadores de África do jugo colonial, terão de lutar para libertar novamente o continente, depois desta obra dos novos Lubengula, Gatsi Lucere e companhia, que renasceram e vivem comigo nesta geração.
A África precisa de si mesma para ser o que ela quer. E os parceiros de cooperação são bem vindos, porque sabemos que uma mão lava a outra mas é preciso respeitar a soberania dos estados.
No meio deste jogo desonesto, claro, bem orquestrado, há lucros para uns e prejuízos, como é óbvio, para muitos. É que quem não dança a música dos países fortes, corre o risco de ser descomungado e demitido dos grandes banquetes internacionais de acesso aos fundos filantrópicos e as garantias de estabilidade e paz.
A África, que hoje vivemos é resultado de uma geração de liberdatores comprometida com a causa e o bem estar colectivo e, como tal, esta geração teve de abandonar seus sonhos e as suas famílias para se dedicar a uma utopia que não tardou em se tornar realidade, mesmo perante ceptecismo dos seus mentores.
Após a década das nacionalizações, 1960, a África e o mundo ganharam outra dinâmica nas relações sociais, e os países deste continente foram politicamente abandonados e estrategicamente sabotados para que seu desenvolvimento resultasse impossível, como forma de ligitimar o discurso da opinião pública mundial, sobretudo o que defendia a dependência eterna dos africanos, que o colonilismo nunca devia ter deixado de existir. Esta postura, levou muitos países africanos a uma crise sem precedentes, a nível social, económico e político.
Porém, os apoiantes da desestabilização de África não se lembraram que os mentores da independência estavam dispostos a reinventar o continente e as suas filosofias. Foi daí que muitos parceiros entraram na cena política africana e novos modelos de sociabilidade foram implementados com vista a garantir que o continente seguisse o seu caminho.
Hoje vivemos uma agiotagem de ideias que nos levará ao covil de víboras onde levamos quinhentos anos para sair. Este nosso envolvimento neste negócio ilícito circunscreve-se em acreditar que o feiticeiro que expulsamos da nossa casa, afinal é um “deus” que não podemos viver sem ele. Mas ele é um “deus” de mãos vazias, cujos milagres consistem em delapidar recursos.
Neste contrabando da consciência, não só procuramos acreditar e erguer uma filosofia do vazio, como também mergulhamos num esforço titânico para convencer ao outro de que está mergulhado numa cegueira ao acreditar na capacidade dos africanos, ou seja, na sua capacidade, que o continente podia ter sido mais rico se tivessem sido importados modelos deste ou daquele país do ocidente para garantir uma África melhor.
Esta filosofia do vazio, sustentada por pressupostos não apenas desprovidos de lógica, procura sabotar a consciência colectiva, criada não com ficção mas com factos e vivências, e implanta um vazio, pois apesar de negar as correntes libertadoras de África, remete-nos em última instância ao milagre divino para justificar que, de uma ou de outra forma, a África teria sido independente. Como isto teria sido possível? O vazio não argumenta nem se pronuncia.
O contrabando da consciência é feito através de navios filantrópicos hoje alicerçados com óculos de vista sociais para despertar a consciência do africano a rebelar-se apenas sem, no entanto, desenhar um passo sólido para dar continuidade a filosofia política africana, sustentada em grande parte pelo ideal de libertação do homem. Estes navios na verdade legitimam a filosofia do vazio, tanto propalada pelos activista desta nova ordem política mundial.
Cada tempo, acredito eu, molda os seus homens e os seus emissários, porém, acredito que aos africanos cabe a busca da solução dos seus problemas, com recurso a estratégias e mecanismos africanos, que se hoje estão fragilizados e fechados deve-se, em grande parte, ao que este contrabando mundial da consciência, o qual obriga os dirigentes a jogarem na defensiva para não terminarem como pereceu o líder líbio, habituou as lideranças mundiais ao viciar a democracia e a governação que ela mesma financia, para continuarem os doadores nossa luz no fundo do túnel.
Nos dois últimos anos, assistimos a um novo refúgio argumentativo para suportar este contrabando, as redes sociais, usadas pela imprensa ocidental para justificar guerras e invasões à países sem respeito a soberania. Reconheço a importância destas redes, por isso sou utilizador assíduo, e percebo que elas foram criadas não para fins políticos, mas para melhorar a comunicação entre as pessoas e garantir negócios aos seus inventores, porém, a mesma imprensa que agitou a invasão ao Iraque com argumentos de armas de distruição de massa, hoje alega que a revolução no Magreb foi feita através do facebook. A minha pergunta é, foi o facebook que matou o líder líbio? É o facebook que está a tirar dividendos do negócio dos recursos da Líbia? O facebook e todas ferramentas web 2.0 são mecanismos que contribuem para o debate e confrontação de ideias, mas não podem ser usados como meio para justificar decisões do G8 para atacar países soberanos.
À minha geração cabe não só dar continuidade ao ideal libertário, como reflectir em torno dele de modo a adequá-lo ao novo contexto mundial, mas é preciso ter sempre em conta os interesses dos africanos como um povo cuja liberdade surgiu do sangue e sacríficio de muitos que não experimentaram sequer o sabor da liberdade dos seus países.
Os actvistas deste contrabando servirão de condutas para o retorno ao colonilismo, ainda que de forma implícita, na medida em que negam a Filosofia Política de África sem avançar opções. Eles na verdade só não podem discutir os 500 anos de escravatura, pois sendo um período histórico e emocionalmente distante de si, dificilmente poderão perceber a carga racional e emotiva que cada um dos libertadores tem com o período de roptura com o colonialismo.
Isto é resultado da sua missão, que é garantir que aos africanos seja vendida a ideia utópica de que os países ricos querem que a África e os africanos sejam ricos?! Não se questiona a quem irão os países ricos emprestar dinheiro e sacar recursos se esta África for rica. Mais do que de qualquer cidadão dos outros continentes, é interesse do africano ver seu continente evoluído e desenvolvido. É interesse do africano, não viver com dívidas e viver na paz. Mas há quem teima em dividir para reinar e nos fazer acreditar que quer o melhor para nós.
Ninguém pode estar interessado na paz do continente africano mais do que os próprios africanos e por mais fundos que drenem os organismos internacionais, o objectivo é ter uma carta branca para o acesso aos recursos de África e continuar a prosperar as custas da nossa pobreza. Reconheço os esforços de alguns para que a África saisse de letargia, com concessão de bolsas de estudos e outras oportunidades, mas muita das vezes recebemos, nós jovens principalmente, presentes envenenados.
Se alguns líderes ficaram viciados com o poder e de lá não querem sair, é porque foram assim educados pelo ocidente, que sempre negociou tudo com eles e os demonstrou que as decisões cabiam exclusivamente a eles. E depois de usá-los querem descartá-los? Quem contribuiu para que Sadam Hussein tivesse a postura que teve como líder? Alguém se lembra da aliança deste com os americanos na década de 80? Não deixaram estes senhor matar pessoas? Não o consideravam um democrata? E com o líder líbio, o que aconteceu? Ele não financiou campanha de um ilustre reformado presidente? Apenas para elucidar sobre as forma de actuação deste contrabando da consciência africana.
Esta agiotagem de ideias tem lucros não para nós que pedimos empréstimos para ganhar protagonismo e nos afirmarmos como heróis, mas para o agiota que nos empresta estas ideias, este “deus” de mãos vazias, que faz feitiço em plena luz do dia.
Os actvistas deste contrabando lançam, por via disso, uma batata quente para as gerações vindouras, que tal, como os libertadores de África do jugo colonial, terão de lutar para libertar novamente o continente, depois desta obra dos novos Lubengula, Gatsi Lucere e companhia, que renasceram e vivem comigo nesta geração.
A África precisa de si mesma para ser o que ela quer. E os parceiros de cooperação são bem vindos, porque sabemos que uma mão lava a outra mas é preciso respeitar a soberania dos estados.
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