FRELIMO
De Movimento de Libertação a Movimento Terrorista
A FRELIMO foi, formalmente,
constituída em 25 de Junho de 1962, após a integração de Movimentos já
existentes, como a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), A
MANU (Mozambique African National Union) eaUNAMI (União Nacional
Africana para Moçambique Independente), que estavam sedeados em países
diferentes e eram apoiados em etnias moçambicanas, também, diferentes.
Eduardo Mondlane, com o apoio do presidente Julius Nyere, da Tanzânia,
conseguiu conciliar estes três estruturas que se opunham à ditadura
fascista e colonialista de Salazar.
Eduardo
Mondlane foi nomeado presidente desta nova organização e o Rev. Urias
Simango, vice-presidente. O movimento que, ainda, não tinha uma
ideologia política marcante, rapidamente chegou à conclusão que o
recurso à luta armada era inevitável e passou a enviar os seus quadros
para instrução militar na Argélia. Após o regresso de uma grande parte
de operacionais, com instrução militar, em 1973, a Frelimo decidiu-se,
então, pela luta armada, que começou em 25 de Setembro de 1964 com ao
ataque ao posto de Chai, em Cabo Delgado e ao de Cóbue, no noroeste do
Niassa, junto ao Lago.
Nesta altura, o presidente dos E.U.A.
era Lyndon Johnson, que deixou de apoiar os Movimentos
Anti-Colonialistas, ao contrário da que tinha feito o seu antecessor na
Casa Branca, John Kennedy, mas, com as independências das antigas
colónias da Bélgica, da Holanda, da Espanha e da França e com o apoio
dos países asiáticos e dos países comunistas, a Assembleia Geral da ONU,
mudou de maioria o que levou a que a política colonialista do regime de
Salazar passa a ser, sistematicamente, condenada. A partir dessa
altura, o MPLA, em Angola, passou a ser, declaradamente, apoiado pela
antiga União Soviética, tendo o mesmo sido feito pela China,
relativamente à FRELIMO, país para onde foram receber formação política
alguns quadros deste movimento, nomeadamente, Samora Machel.
Com o seu regresso, começaram as
conflitualidades no seio da Frelimo, com o ressurgimento dos grupos que,
em 1962, se juntaram na criação da frente única e com a agravante do
surgimento das clivagens étnicas. No período de 1967 a 1970, a luta
armada estagnou e até terá sofrido uma certa regressão e é, nesta altura
que deserta da Frelimo o Chefe Maconde, Lázaro Kavandame.
Com este aparente impasse, a linha
Maoista, alicerçada na ala militar chefiada por Samora Machel, começa a
construir a “sua Frelimo”, com a contestação da sua direcção política,
da responsabilidade de Eduardo Mondlane e que veio a culminar com seu o
assassinato, em Dar-es-Salaam, em 3 de Fevereiro de 1969.
Com
o desaparecimento de Mondlane, foi formado, em Abril de 1969, um
Conselho de Presidência, constituído por Urias Simango, Samora Machel e
Marcelino dos Santos. A facção Maoista ganhou, assim, o controlo do
movimento, colocando dois elementos no Conselho de Presidência. Pouco
tempo depois, em Outubro de 1969, rompeu-se o compromisso, com a
dissidência de vários elementos, nomeadamente, Urias Simango, Paulo
Gumane, Joana Simeão, padre católico Mateus Gwengere (que condenou o
recrutamento de jovens para a luta armada, em vez de os incentivar a
continuarem os seus estudos) e outros, que acabaram por ser eliminados
no
Urias Simango e Celina Simango (assassinados pela Frelimo
em Netelela), com os seus três filhos (1973)
“campo de extermínio” de Ntelela. O
domínio total da linha Maoista foi consolidado, com eleição para a
presidência da Frelimo de Samora Machel, tendo ficado a vice-presidência
a cargo de Marcelino dos Santos. Com o desaparecimento da ala moderada,
começou o movimento terrorista. O centro de instrução da Frelimo, em
Nachingwea, na Tanzânia começou a ficar repleto de instrutores militares
e políticos chineses. Passado algum tempo, a Frelimo passou a contar
com guerrilheiros chineses, alguns deles, atiradores especiais,
sobretudo, na zona a sul de Tete. As mortes de activistas pertencentes
aos movimentos dissidentes
foi uma constante, o fornecimento de minas anti-carro e anti-pessoais
aumentou, bem como o de novo armamento, mas, em termos políticos no
interior do território, a aceitação da Frelimo não aumentou
substancialmente, uma vez que os moçambicanos começaram a ver as suas
machambas destruídas, conjuntamente com o roubo dos seus bens
essenciais, em particular, o gado, o milho e a mandioca.
Posso testemunhar estes últimos
acontecimentos, porque o meu GE 914, estava estacionado cerca de 30 Kms.
a norte de Vila Gouveia e fiz algumas intervenções na Serra Choa, onde
verifiquei estes factos e, quanto à presença de chineses nos grupos de
guerrilha, tive oportunidade de o mencionar nos relatórios das
operações.
Com a Revolução de 25 de Abril de
1974, que pôs fim à ditadura e, apesar de o programa do MFA apontar para
a Autodeterminação das Colónias, com vista à sua Independência, os
ataques às nossas tropas continuaram muitos meses após essa data.
O lema da Frelimo era “A
Independência, já”, uma vez que a OUA reconheceu a FRELIMO como o único
representante do povo moçambicano, o que seria de calcular, porque o
Continente Africano era e continua a ser dominado por regimes
autocráticos e, para esses ditadores, não seria prudente, nem seguro que
se pusesse em prática um processo de Autodeterminação, que culminasse
num processo de independência livre, justo e aceite por todos os
moçambicanos, sob a supervisão da ONU.
É óbvio que a orientação Maoista da
FRELIMO impedia qualquer processo democrático e, mesmo antes do acordo
de Lusaka, começou com prisões eliminações físicas de opositores, com a
complacência de alguns comandos militares portugueses que ordenaram às
tropas portuguesas para não se imiscuírem nesses assuntos.
Após a independência, a FRELIMO mostrou, ainda mais, o seu lado terrorista, com a deslocação
de centenas de milhares de moçambicanas e moçambicanos, nomeadamente,
velhos, inválidos, testemunhas de Jeová, prostitutas, homossexuais,
militares portugueses, etc., num misto de métodos nazis e maoistas, para
“campos de reeducação”, especialmente no Niassa, onde a grande maioria
morreu devido aos trabalhos forçados, fome, sede, várias doenças ou
abatidos, pura e simplesmente, porque o
comandante do campo não gostava deles, um verdadeiro “Holocausto” à
dimensão de Moçambique. Os prisioneiros políticos de maior nomeada foram
todos assassinados, tendo alguns morridos de uma forma atroz (queimados
vivos numa vala), entre os quais, o Rev. Urias Simango, Adelino Guambe, Lázaro Kavandame, Paulo Guambe, Arcanjo Kambeu, Pedro Mondlane, Júlio Nihia, Silverino Nungo, Joana Simeão,
que tinham sido condenados à morte por um partido, a Frelimo e não pelo
estado moçambicano que ainda não era, na altura, independente.
Estes
julgamentos sumários foram efectuados na base da Frelimo, em
Nachingwea, na Tanzânia, presididos por três figuras sinistras, Samora
Machel, Sérgio Vieira e Marcelino dos Santos, rodeados por multidões,
completamente alucinadas pelos maoistas, que gritavam “Morte, Morte,
Morte” e essa foi a sentença para todos eles. Na doutrina Maoista, estes
processos eram “Justiça Popular”.
Opositores Políticos da Frelimo, condenados à morte, no
"Campo de Extermínio de Ntelela
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Publicado por gruposespeciais às 23:32
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