2011: Ano Samora Machel
Tanto o homenageado como os promotores da homenagem são pessoas que viveram e vivem de falsidades. Nesta reflexão não nos propomos a inventar absolutamente nada. Propomo-nos, sim, é dizer o que outros temem em não dizer em público, porque entendemos que não basta afirmar que Samora Machel foi um ser humano como qualquer outro, e teve suas falhas, para de seguida se apontar apenas virtudes aparentemente positivas e não falha nenhuma. Os crimes de sangue que durante o seu reinado se cometeram em Moçambique não se trataram de simples falhas ou erros humanos quaisquer, como também se tenta reduzi-los. Foram crimes sérios, perpetrados, se não sob seu directo comando, no mínimo, sob sua cumplicidade.
Barnabé Lucas Ncomo
Em jeito de introdução começo por referir que durante os longos dias do ano passado os moçambicanos foram chamados a ouvir e a recordar a voz do homem a quem se atribui as mais nobres virtudes de combatente em prol do “bem-estar social” dos moçambicanos!
A Rádio oficial e a Televisão pública fizeram-se incansáveis trampolins da evocação da “heroicidade” desse homem em comemoração da passagem dos 25 anos do seu desaparecimento físico.
Ouviram-se vozes das gentes habituais da área da cultura; politica; académica, etc. Ouviram-se vozes de escritores, amigos, aconchegados e correligionários de Samora; todos, a enaltecerem a grandeza da sua figura, com uns a afirmarem que “Samora foi um grande homem” e outros, de forma sorrateira, admitindo que embora tal seja verdade (grande homem), “durante o seu reinado cometeu algumas falhas como qualquer humano os cometeria”.
Seguiram-se depois vários colóquios culturais; edificações e inaugurações por algumas cidades capitais do país das réplicas, em miniatura, da estátua gigante erguida na praça da independência em Maputo; etc., etc.
Ora, sem dúvidas, nenhuma mácula se veria nisso se tal homenagem não encerrasse alguma falsidade dos que a promoveram, e o próprio homenageado tivesse sido, em vida, uma pessoa coerente consigo mesmo, isto é, um político cujos actos fossem consentâneos com o seu próprio discurso público.
Tanto o homenageado como os promotores da homenagem são pessoas que viveram e vivem de falsidades.
Nesta reflexão não nos propomos a inventar absolutamente nada. Propomo-nos, sim, é dizer o que outros temem em não dizer em público, porque entendemos que não basta afirmar que Samora Machel foi um ser humano como qualquer outro, e teve suas falhas, para de seguida se apontar apenas virtudes aparentemente positivas e não falha nenhuma.
Samora: um homem diabólico e monstruoso
Não duvidamos que se Liengme fosse hoje chamado para caracterizar a figura de Samora Machel fá-lo-ia com o mesmo tom mordaz com que o fez em relação a Ngungunhane.
Diria Liengme que Samora foi um homem “diabólico e monstruoso”.
Pois, igualmente como Ngungunhane, o comportamento político de Samora era, todo ele, “falso, absurdo e cheio de duplicidade, o que tornava difícil conhecer os seus verdadeiros sentimentos”.
Se por um lado Samora era dotado duma enorme capacidade de retórica, por outro, é preciso afirmar que ele jamais usou tal capacidade em prol duma sociedade justa em Moçambique, onde todos pudessem se sentir livres e independentes.
Usou-a para estabelecer no país uma sociedade submissa à sua própria vontade, e, quanto muito, à vontade de homens como o Marcelino dos Santos e uns pouco mais.
Samora foi um homem que deturpou o conceito do próprio socialismo que dizia defender e a essência da independência nacional. Confundiu o seu egocentrismo com amor ao povo. Traiu a confiança de quem lhe pôs na direcção máxima da condução dos destinos dos moçambicanos.
E quem o pôs em tão alto posto pode ser “o povo” – indo pela linha populista da própria Frelimo – ou os seus camaradas do Comité Central da FRELIMO em Maio de 1970. Desde então, por vontade própria, Samora deixou-se transformar numa espéciev moçambicana de Adolfo Hitler, Josef Estaline, Muammar Kadhafi e outros ditadores que o mundo conheceu.
Samora foi uma espécie de “cão de guarda” que, uma vez ciente da nova condição social em que se encontrava, se pôs a aterrorizar o dono e a morder os filhos deste a ponto de todos acabarem por perder o seu controlo. Morreu ciente de que havia ido longe de mais. Muitos já não o queriam, pois ele é que era o obstáculo.
Aliás, di-lo ele próprio semanas antes da sua morte. Na verdade, pouco tempo depois da proclamação da independência nacional, a euforia que arrastava de forma voluntária multidões para ouvirem Samora e outros dirigentes da FRELIMO em comícios deixou, praticamente, de existir. A brutalidade então oculta nos “lindos discursos” do presidente cedo se revelaria a ponto de os métodos civilizados de mobilização de massas deixarem de ser eficazes.
O receio de não cair nas graças de quem mandava no país se instalou em cada esquina e na maioria das pessoas no país. Cedo, as pessoas se aperceberam de que, longe daquilo que o presidente falava em público, os seus actos e os actos dos seus representantes ao nível dos bairros, serviços e na rua, eram caracterizados por uma violência sem precedentes.
Em resposta a este mal-estar instalado pela força de armas por Samora, o povo respondeu, de inicio, com a única arma que possuía: a apatia.
Muitos cidadãos já não iam de forma voluntária para ouvir ou receber o Chefe do Estado nos aeroportos e estádios. A violência física; a desconfiança e a tortura psicológica por parte daqueles a quem se atribuíra a missão de chefia e administração da vida social nos bairros passaram a ser uma constante. Os Secretários dos Grupos Dinamizadores; a polícia secreta à paisana (SNASP), e até um simples indivíduo ostentando uma farda militar eram a lei e o terror de todos em nome da linha política representada superiormente por Samora Machel.
Nas cidades, o simples uso de uma saia curta ou o andar aos beijos com a namorada num banco de um jardim público já constituía um crime de “lesa pátria”. As pessoas eram arrastadas para quartéis ou esquadras da polícia para aí serem punidos, cavando buracos para absolutamente nada, e voltar a tapá-los, capinando ou lavando retretes sujas.
Tudo sob pretexto de terem sido apanhadas a “fazerem corrupção”.
Como se de crianças nas aldeias rurais em constante guerra aos passarinhos se tratasse, para além da indumentária que o identificava, em visita a familiares ou a namorada qualquer militar ou polícia saía fardado do quartel ou posto policial rigorosamente carregado de material de guerra, como se fosse a um assalto a uma base inimiga. Carregava consigo a sua inseparável AK47; um monte de cartucheiras de reserva abarrotadas de munições à volta da cintura, baionetas e granadas ofensivas.
Os que nunca na vida estiveram em teatros de operações militares, a maioria dos quais crianças em idade escolar nas cidades vilas e aldeias, passaram também a saber que existe uma arma de fogo chamada bazuca, pois há quem não se separava dela mesmo em visita a tia lá no subúrbio.
A inseparável bazuca tinha que estar pendurada a tiracolo, para simbolizar o poder! Na verdade, a situação no país de Samora transformou-se num constante policiamento a tudo e a todos, ao que a maioria foi respondendo com silêncios sepulcrais.
Como resposta a este clima de apatia que foi-se instalando pela força da violência física e psicológica, Samora e o seu governo responderam com um método mais draconiano de “mobilização de massas” para lhes ouvirem nos comícios: a obrigação.
Arregimentadas sob várias ameaças pelos Secretários dos Grupos Dinamizadores nas empresas, bairros e nas escolas, as multidões em audiência com Machel passaram a ser controladas como se de gado se tratasse. Descarregadas em autocarros e caminhões, as multidões dirigiam-se aos locais dos comícios sob olhares assustadores de elementos das Forças de Defesa e Segurança. À força, de baionetas e de fuzis, todos eram mantidos no interior do perímetro onde decorriam tais comícios sem que se lhes fosse permitido abandonar o recinto antes que o presidente ou o dirigente acabasse o seu discurso. Mesmo que um desarranjo intestinal o exigisse, o mais importante para Samora e seus correligionários era que se preservasse a ideia de que as pessoas estão a escutar o seu presidente ou dirigente, e estão muito contentes.
Nas sessões de fuzilamentos em público então protagonizados por pelotões das Forças de Defesa e Segurança, sempre sob o comando dum quadro destacado a partir dos escalões mais altos da direcção máxima do Partido/Estado, as pessoas não podiam manifestar nenhuma repulsa; virar as costas ou ir-se embora. Estavam sempre as “gloriosas” FPLM com as suas AK47 empurrando a assistência para presenciar o acto.
Aos olhos de um “garoto” nascido na década de 70 ou 80 o que acima se narra pode constituir um absurdo do tamanho do mundo. Jamais lhe pode passar pela cabeça que o enfeitar a Praça da Independência em Maputo com barracas como hoje se faz; o ir àquele local pular, conversar ou distrair-se com uma garrafinha de aguardente, água mineral, cerveja, chipses, ou galinha assada enquanto o Chefe do Estado ou o dirigente da Frelimo está na tribuna a discursar, constituía, noutros tempos, uma heresia susceptível de encaminhar todo mundo, inclusivamente o Presidente do Conselho Municipal de Maputo, a reeducações de que só se saia por força de graças divinas.
Samora: um ser humano especial
Se por um lado se pode olhar com alguma simpatia para a actual postura da Frelimo, de conduzir os destinos do país dentro de um “quadro de concórdia” ditado pelos novos tempos, por outro, a falta de coragem desse partido condenar o seu passado tenebroso vem reflectir o dilema com que se depara para a sua própria sobrevivência como força política a respeitar.
A Frelimo corre o risco de ter o mesmo fim que a da maioria dos partidos radicais da esquerda, ou direita, que existiram no mundo.
Dificilmente a Frelimo resistirá a uma democracia multipartidária em que não esteja ela própria no poder, tal como aconteceu com o NP de Pieter Botha que não sobreviveu aos novos ventos na África do Sul.
Confundir Samora com qualquer ser humano comum é uma forma bruta de desconversar. Samora não pode ser tido como tendo sido um ser humano qualquer, como se imagina.
Foi um ser humano especial, que tinha em suas mãos o destino de milhares, milhões de outros seres humanos. Só o facto de supor-se que era o garante da justiça numa época em que sob seu comando as autoridades governamentais neste país cometiam crimes de sangue faz dele também um réu especial, que deve ser tratado como tal, uma vez que cabiaba ele a nobre missão de fazer justiça a todos de igual modo. Não o fez.
Os crimes de sangue que durante o seu reinado se cometeram em Moçambique não se trataram de simplesbfalhas ou erros humanos quaisquer, como também se tenta reduzi-los.
Foram crimes sérios; perpetrados, se não sob seu directo comando, no mínimo, sob sua cumplicidade.
Quando se afirma aqui que não se trataram de simples falhas ou erros humanos quaisquer, queremos que o leitor entenda o absurdo de se confundir uma falha qualquer, como, por exemplo, o da concepção política ou económica de um Estado, com crimes de sangue nesse Estado.
Podem ser falhas humanas as concepções políticas ou económicas que não se concretizam por insustentabilidade da sua própria base conceptual ou por outras razões.
Tais espécies de falhas são susceptíveis de serem corrigidas por outras políticas económicas mais consentâneas com a realidade humana nesse Estado. O decidir, em consciência, matar outrem por não concordar com a nossa concepção política ou económica não pode ser tido como falha simplesmente porque a morte não se corrige. Alias, a serem entendidos os crimes de sangue como simples falhas ou erros humanos nenhum tribunal no mundo os condenaria, porque bastaria para isso que as defesas e os acusados nos tribunais alegassem que “foi uma falha” para que juízes, réus e familiares dos assassinados andassem aos beijos e abraços. Tudo na santa paz!
Samora e a legalidade (1)
A legalidade em Samora era um conceito tão ambíguo que tornava-se difícil alcançar o seu raciocínio. Samora tinha uma capacidade invulgar de fazer-se passar por inocente, tanto no que se refere aos crimes de sangue ou atrocidades que as Forças de Defesa e Segurança sob seu comando protagonizavam, como aos erros de concepção de políticas económicas que ele defendia. Sabia atribuir as culpas dos fracassos das suas políticas aos seus subordinados, aterrorizando-os em público e ameaçando-os.
Quem ousasse contrapô-lo no momento em que o diabo lhe comandava o cérebro corria sérios riscos. Era um ditador nato que só fazia com homens como Marcelino dos Santos (seu conselheiro-mor) e uns poucos mais dentro da Frelimo. A maioria dos seus subordinados directos estava farta dele e finge hoje que morre de saudades dele.
A chamada “Ofensiva Política Organizacional (OPO) ” por exemplo, que pôs meio mundo em pânico e levantou o cabelo a muitos ministros e directores em diversas instituições estatais na década de 80, é, disso, ilustrativo.
Dificilmente se pode perceber o que ia na cabeça de Samora quando entendeu durante algumas semanas ir assustando os seus subordinados nas instituições estatais. Não sabemos o que pensava Samora que um director da APIE devia fazer com o mobiliário que se removia das casas abandonadas, numa situação em que as ordens para qualquer acção vinham sempre de cima, isto é, do governo central por si dirigido.
Não estamos aqui a falar de mobiliário duma única casa apenas.
Estamos a falar de toneladas de mobiliário vindas de milhares de casas abandonadas, cujos proprietários, em fuga precipitada pela nova conjuntura política de 1974-75, ou pela justiça por injustiça de que resultou a acção decisória da então directiva 24-20 (abandonar o país em 24 horas com apenas 20kg de carga), viam-se forçados a deixar para trás. Não é preciso muito exercício mental para perceber o dilema que os diversos directores da APIE, o Ministro de pelouro e as Direcções das Obras públicas por todo o país tinham entre as mãos. Havia apenas uma única ordem superior sobre o destino a dar a tal mobiliário: alugá-la a quem alugasse uma casa a APIE e necessitasse dela. Essa medida estava clara.
O aluguer da mobília nacionalizada era, portanto, facultativo.
Uma vez que à maioria das pessoas que conquistaram o privilégio de viver na cidade cimento lhes bastava apenas o prazer e o conforto das paredes de alvenaria, ou de viver uns metros acima do solo, dispensaram então o aluguer do mobiliário, levando para os prédios as suas esteiras, pilões e o pouco que tinham lá no subúrbio. Disso resultou então a tal acumulação de mobiliário nos armazéns das APIEs por todo o país, que durante os anos que se seguiram a fuga de seus proprietários foi servindo de pasto para traças e baratas. É essa mobília que Samora foi então encontrar nos armazéns da APIE na sua famosa OPO, que viria a atiçar a sua ira contra os “infiltrados” e “inimigos do povo” à sua volta.
O ministro, director, ou seja lá quem fosse naquela instituição deparava-se com uma série de chatices: Uma vez que a melhor mobília havia sido encaminhada para rechear e enfeitar as casas dos responsáveis do Estado, nenhum outro responsável estava preocupado com o destino da tralha que restava nos armazéns. Se levasse alguma dessa mobília para sua casa corria o risco de ser acusado de ladrão e ser reeducado; Se a distribuísse atabalhoadamente por quem dela precisasse, tinha que encontrar um critério que ainda não havia sido estabelecido pelo centro do poder; Mesmo que por iniciativa própria procurasse distribuí-la pelos necessitados, corria o risco de ser acusado de nepotismo ou beneficiar pessoas que conhece, uma vez que todos os moçambicanos tinham direito ao conforto; A despeito de existirem algumas casas de leilões no país (a exemplo da Leilões Eusébio em Maputo), e alguns terem sugerido a venda a essas casas do mobiliário remanescente, não havia ordens para encaminhar nada a essas casas, pois havia o risco dos proprietários desses estabelecimentos comerciais se transformarem em capitalistas. E capitalistas eram o que os novos “donos” da terra não queriam; As soluções simples como vendê-las em hasta pública careciam também de ordens superiores que ainda “estavam por vir”, pois a matéria merecia um estudo profundo ao nível do partido para evitar que açambarcadores não se aproveitassem da “deixa” para enriquecerem. etc., etc.
Se da direcção da APIE não se via nenhuma autonomia de decisão para alguns casos como o do destino a dar ao mobiliário que sacudiu a ira de Machel durante a OPO, o mesmo se pode dizer do apodrecimento de alguns produtos agrícolas nas Machambas Estatais ou Machambas do Povo nos anos 80. Numa época em que a maioria das pessoas passava fome em Maputo e arredores, amanhecendo nas bichas à procura do mínimo para a sobrevivência, nas machambas estatais, em Matutuine e Goba, toneladas de batata-reno apodreciam por falta de políticas consentâneas com a realidade. Os que saiam de Maputo de comboio a procura desse produto em quantidades mínimas para o consumo doméstico não conseguiam absolutamente nada porque a sua distribuição carecia da chancela do poder central. A batata tinha que ser somente encaminhada para as Lojas do Povo. As Lojas do Povo não tinham o produto porque não tinham como comprá-lo; transportá-lo e mantê-lo em ambientes climáticos adequados.
O responsável da machamba, por sua vez, zeloso com a linha de distribuição e venda traçados superiormente pelo Centro do Poder em Maputo, para além de não ter como ensacar a batata e transporte suficiente para distribui-lo pelas diversas Lojas do Povo, só podia, quanto muito, tirar uns quilitos para consumo próprio (lá no local; não em sua casa – entenda-se).
Se pretendesse levar um saquito de 20 quilos para os seus filhos na cidade tinha que rezar todas ave-marias do mundo para não cruzar pelo caminho com a “vigilância popular”, que de AK47 em riste o encaminharia as autoridades sob acusação de desvio e açambarcamento de produto.
Não podia vender o produto aos singulares que a ele se dirigiam porque a ordem não era essa. E mesmo que a compaixão para com os famintos que lhe batiam à porta do gabinete o induzisse a vender alguns quilitos a partir do local de produção, corria o risco de se denunciar, uma vez que deparava-se com a dificuldade de controlo, facturação e contabilização dos pequenos valores monetários que amealharia, pois aos bancos só iam as receitas de vendas de carradas de sacos e sacos, e não de dois quilos ou cinco!
A soma disto tudo tinha como resultado o óbvio: toneladas de produtos agrícolas a apodrecerem nas próprias machambas. Era então isto que Samora depois pegava para berrar nos comícios, debitando as culpas aos ministros, directores e outros responsáveis, condenando-os tanto por ter cão, como por não tê-lo. Ninguém podia contrariá-lo nos seus momentos de êxtase. Para ele, a politica estabelecida era boa.
Outros é que não prestavam.
Seria redundante faláramos aqui de pessoas que viram as suas vidas destruídas por serem apanhados com alguns quilitos de qualquer coisa. Como camarão por exemplo.
Samora e a legalidade (2)
Samora Machel instituiu no país o que chamou de reeducação e permitiu que dezenas de centenas de concidadãos seus fossem reduzidos a farrapos humanos, e muitos deles mortos. Em discursos públicos atacava o que chamava de infiltrados no Ministério do Interior, que maltratavam o povo e não respeitavam as liberdades das pessoas. No travesti julgamento de Nachingwea o mesmo Samora havia afirmado que “respeitava os direitos humanos”. Em resposta a um jornalista que quis saber sobre o destino que reservava às centenas de presos políticos que apresentava no então Centro de Preparação Politico e Militar do então movimento, Samora respondeu que “não tinha coragem de matar nem a Simango, nem a ninguém.
A FRELIMO não é assassina”– afirmou. “Vamos reeducá-los para servirem de lição às gerações vindouras”. Dois anos mais tarde Simango e seus acompanhantes eram barbaramente assassinados sob euforia e danças macabras de seus assassinos. Cumpria-se assim o respeito pelos direitos humanos!
A dimensão das atrocidades cometidas nos Centros de Reeducação instituídos a mando do governo de Samora dificilmente pode penetrar no cérebro dum homem que cresceu num ambiente de democracia multipartidária, como os jovens de hoje. Seria o mesmo que exigir a quem nunca comeu uma maçã que nos descreva o sabor dessa fruta (falsa fruta – entenda-se). Mesmo que a pessoa imagine que seja saborosa, o seu cérebro e paladar jamais alcançam a essência do sabor que imagina, simplesmente porque nunca a comeu.
Para se ter uma ideia da violência instalada no que Samora apelidou de Campos de Reeducação importa fazer apelo à memória de alguns acontecimentos.
Desconhecem-se em detalhe os factos que encerram o processo da liquidação física de Simango e outros presos políticos no Centro de Reeducação de M´telela em Junho de 1977. Todavia, o ano de 1977 é tido como o do início oficial da limpeza dos “vestígios coloniais-fascistas”, como o próprio Samora não se cansava de afirmar.
Na sequência da chamada tentativa de golpe de estado de Nito Alves em Maio de 1977 em Angola, que culminou com o massacre de mais de 60.000 pessoas a maioria dos quais da “família” do próprio partido no poder, o MPLA, Samora havia enviado um seu falcão a Luanda para perceber a razão de todo aquele imbróglio sangrento.
A lição que do Atlântico se trouxe foi de que aos adversários políticos e suas famílias não se poupa a vida. Em Junho daquele ano agudizaram-se os assassinatos nos Centros de Reeducação em Moçambique.
A par da liquidação física de Simango e outros em M´telela, em diversos locais do país foram-se executando extrajudicialmente muitos prisioneiros. Uns, detidos durante o processo da descolonização; outros, que foram caindo nas mãos das novas autoridades policiais e militares do regime à medida que Samora ia consolidando o seu papel de líder máximo do Partido/Estado. Em Nambude, na província de Cabo-Delgado, caíam naquele ano vítimas de espancamento e maus tratos o então comandante do batalhão de Mocímboa
da Praia Joaquim Mandeio Muthamangue (Francisco Ndeio) e seu adjunto Pedro Canísio.
No mesmo ano, já no Centro de Reeducação de Ruarua ainda em Cabo-Delgado, era enterrado vivo Jorge Jovêncio, natural de Maputo; enforcado o Artur Catine, natural de Inhambane; espancados até a morte os irmãos Simwange, nomeadamente Kubangamwali e Chuka, naturais de Cabo-Delgado.
Igualmente, morriam naquele centro vítimas de espancamentos Saidi Mitava e Domingos Raposo, naturais de Cabo-Delgado e Beira respectivamente. Pouco tempo depois, era fuzilado naquele centro Luís João, natural de Maputo.
O maltrato e as matanças nos Centros de Reeducação continuaram por todo o país. Só viriam a amainar com o fim da vida do próprio Samora e o soprar dos novos ventos que conduziriam o país à democracia multipartidária que hoje vivemos, a despeito das condições de detenção em muitos desses Centros ter permanecido ainda desumana durante nos primeiros anos da administração de Joaquim Chissano.
Seria em Rauarua onde anos mais tarde, e já em jeito de sacudir o capote, Samora afirmaria ter “sentido palha no estômago” quando os prisioneiros (reeducados) lhe contaram as histórias de massacres e torturas naquele centro prisional. Na tentativa de encontrar culpados, Samora embirra-se contra os “infiltrados” e “agentes do inimigo” no seio das Forças de Defesa e Segurança.
Mas jamais levou nenhum “infiltrado à forca”. O dirigente “amado”, de todo o povo, vendia assim a ideia de um homem muito preocupado com o seu povo.
As vítimas, esses, continuaram a aturar os sorrisos matreiros dos esbirros que sempre os maltrataram.
O governador da província onde a maioria dos presos políticos foram massacrados foi promovido para outro cargo; os chefes da Contra Inteligência Militar e da Policia a quem cabia a responsabilidade de tratar os prisioneiros de forma humana nada lhes aconteceu. Com a excepção de um, que “se fuzilou” sozinho por remorsos depois de ter liderado o assassinato de Muthamangue e Canisio, a maioria dos chefes e guardas daqueles centros permaneceu nos seus postos, alguns dos quais promovidos a outras categorias. Afonso Henriques Monbola, então comandante do Centro de Reeducação de M´telela morreu de morte natural junto a sua família depois de ter sido promovido a um cargo de chefia na Brigada Operacional (BO) em Maputo! Esta, é apenas uma pequena ilustração do que Samora foi capaz de fazer, ou permitiu que se fizesse num país sob seu comando.
Não vamos aqui falar das circunstâncias do desaparecimento de pessoas como o Fernando Baptista, Jossias Dhlakama e muitos outros que ocorreram durante a vigência do reinado dele. Meia palavra basta.
(Barnabé Lucas Ncomo/ Canal de Moçambique
– Continua na próxima edição) – 21.02.2012
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Agradeço o favor se alguém me pode ajudar.
É que fui convidado para lutar contra os opressores de Moçambique, lá/aí mesmo, no terreno (outra vez).
Agora, lhe perguntei – mas quem são os opressores?
Está difícil, até agora!!!
Desconsegui.
Por isso é que estou de pedir ajuda.
Penso de que com mais de 5.000 leitores/visitantes diários, todos os dias, vou ter sorte.
Alguém me ajuda, por favor???
A LUTA É CONTÍNUA
Antecedentes:
- "Venha enfrentar conosco as balas dos opressores."
- E quem são os opressores?
- UMA QUESTÃO TÃO SIMPLES, e tão DIFICIL de responder!!!
Vou tentar de novo, novamente:
- QUEM SÃO OS OPRESSORES, os tais de opressores que mencionou?
A LUTA É CONTÍNUA
Acho que devo um esclarecimento: Simango e Rosaline são pessoas diferentes, embora residam na mesma cidade.
Grato pelo que tenho (temos) aprendido.
Um abraço
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Nao lhe parece boneficiente cuidar dos papeis do seu passado na SISE vs SNASP ou noutra estrutura que se pareca, sem expor as ameacas a quem quer que seja, neste blog?! Tempo mudou, a sociedade tambem, caro senhor.
Se quiser use os recursos a sua disposicao para locrar seus intentos. Porque parece indispensavel, lembre-se que o tempo e o melhor "professor", a historia, seu "quadro-preto": Os julgadores de ontem, poderao ser reus no amanha; abundantes licoes correm pelo mundo alem. O senhor sabe melhor o suficiente do que ninguem mais, disso apesar de tudo!
Desista da sua ideia de perseguir os outros, como ja transparece possuir talentos aprendidos naquele pais comunista onde disse ter vivido 5 anos, provavelmente em tempo mais triste da nossa existencia, este que o "heroissimo" era presidente, omni presente.
O que digo nao entenda como sinal de assustado pelas ameacas.
Por outro lado, o Caroline/simango sentir-se-ia bem, se alguem falasse de seus entes queridos como fala da orfandade dos Simangos, sera que sabe mais alem do que aquilo nos foi dado e obrigado a saber? Que se passa, entao Simango/Caroline?
E, mais...as barbaridades que vivi me causaram resistencia ao medo de ameacas do jeito do senhor simango.
Na esperanca que o Simango reaja sem violencia, sobre a virulenta letra do GWAZA MUTHINI, saudo-o fraternalmente.
"O vadio perde-se, o escravo liberta-se"
- o que se passava nesses campos,nao se pode descrever.....Tive um amigo,que infelizmente teve a má sorte de ter sido la enviado.....Nao vou entrar em detalhes,porque as recordaçoes desse periodo deixam-me com lagrimas nos olhos....felizmente o tal amigo meu é um bom advogado e vive na Europa......Nao quer saber nada sobre Moçambique...............................Quantas mulheres foram violadas nesses campos de reeducaçao?....Quanta tortura era aplicada nesses centros??.....Alguem da Frelimo foi julgado, alguem??....Ninguem fala hoje desses abusos de poder...Ninguem....
Vou tentar de novo, novamente:
- QUEM SÃO OS OPRESSORES, os tais de opressores que mencionou, Sr. Thembo?
A LUTA É CONTÍNUA
Fungulou masso.
Não vamos esquecer o tempo que passou.
Não vamos esquecer que a frelimo é que fez, a frelimo é que faz.
A LUTA É CONTÍNUA
Convido-os a asserenarmos os animos e nao perdermos a essencia do debate que é "Compulsando o que não se disse do comportamento político de Samora".
Vamos criticar/apoiar seja la o que for tendo em vista o artigo, independente de Bernabe ser ou nao aficionado por Urias.
Quem o disse foi o senhor Barnabé. Até coloquei as aspas.
"A dimensão das atrocidades cometidas nos Centros de Reeducação instituídos a mando do governo de Samora dificilmente pode penetrar no cérebro dum homem que cresceu num ambiente de democracia multi partidária, como os jovens de hoje. Seria o mesmo que exigir a quem nunca comeu uma maçã que nos descreva o sabor dessa fruta (falsa fruta – entenda-se). Mesmo que a pessoa imagine que seja saborosa, o seu cérebro e paladar jamais alcançam a essência do sabor que imagina, simplesmente porque nunca a comeu."
Matolinha.
Talvez esteja até a ficar, impossível de resolver.
Depois de ter lido todos os comentários, notei que algo de anormal se está passar com as memórias de algumas pessoas.
Vejo (leio), gente que com tremenda facilidade se lembra de coisas que se passaram há quarenta, cinquenta anos atrás (coisas do tempo do colonialismo). Fico até com a impressão que saberão dizer se em um determinado dia de 1960 choveu ou fez sol.
No entanto, se lhes for pedido para falar, sobre o que se passou após o dia 25 de Junho de 1975, aí amnésia já não os deixa recordar quase nada. Apenas o que "interessa". Dizem que é uma doença. Não sei.
Mas sei, que pessoas assim, se zangam muito com quem se lembra da "história toda".
Matolinha.
... “Estamos em presença de umas três ou quatro pessoas frustradas que mudam constantemente de nomes (defeito que imputam noutros) para parecerem muitos”...
Uma afirmação que se faz inconsequente e ridícula!
Não lhe passa pela mente que esses nomes que aqui opinam, já são por demais conhecidos dos leitores do Blog .
Afirmação que foge à verdade!
As pessoas que aqui opinam o fazem há vários anos, assíduamente, sempre mantendo cada qual o seu “nickname” e assumindo clara e corajosamente suas posições em favor do povo moçambicano e contra aqueles que o Sr. Simango defende e endeusa como heróis, quiçá gratuitamente!.
Afrirmo que qualquer um que queira, poderá retroagir por anos nas páginas do Moçambique Para Todos, que elas estarão lá, como uma trincheira dos que aqui comentam, sempre com a mesma posição autônoma, abalizada, altaneira, de quem não come amarrado nem vive às expensas do caciquismo político, em sacrifício da própria moral e honra para defender corruptos, prevaricadores, ladrões, traficantes e contrabandistas associados numa comandita travestida de “partido político” constituido para a posse e domínio de um poder apropriado por meio de assassinatos torpes, vingança e persegiuições que infelicitaram a vida de um povo que por ser bom não merecia tal desdita!
Não sei a quem o incauto Senhor se refere na sua frase, porém ensaia atingi a todos neste blog, porque não dá nomes, o que é próprio de inconsequentes, a par do artifício de que usa, trocando incessantemente de pseudônimos e a querer imputar isso aos outros.
Fica difícil aceitar isso numa pessoa que tem demonstrado saber escrever e argumentar suas idéias, mesmo porque poderia usas seus conhecimentos para aqui estar e debater com respeito às opiniões diversas que surgem postadas.
Razão lhe sobraria se em comentários alguém se referisse ao seu “nickname”, quando teria legitimidade para REAGIR mesmo que com dureza proporcional. Mas com se nota, ENTROU numa guerra que não é sua, para defender, logo quem...SAMORA MACHEL!!!! Todavia, não o fez em comentário ou análise relacionada ao tema e endereçada ao seu autor, mas sim aos comentadores, como se esses tivessem a autoria e responsabilidade do artgo-tema!
Simpatizar com o tema proposto, acrescentar-lhe fatos, é tão importante como discordar e negar-lhe veracidade dos fatos informados! Desde que o repto, concordância, discordância, sejam endereçados ao autor e não aos comentaristas, sejam esses pró ou contras a tese ou fato colocado para o debate.
O Senhor Simango, ou Rosaline, ou... ... ... acusa alguns comentadoresa de “frustrados”, mas não declina dos nomes ou “nicks” a que se refere!
Com absoluta certeza que não sou um deles!
De antemão, a pecha de “frustrado” não me atingiria, pois que sou muitíssimo bem resolvido empresariamente e financeiramente e o fui familiarmente com a minha falecida esposa, amiga e companheira (moçambicana), uma vítima daquele que lhe parece um deus, um “heroi” o Samora Machel, apenas e tão sómente pelo “crime” de não ter voltado quando convocada para servir ao marxismo-comunismo responsável por tantos crimes que aqui são alencados por tesmunhas vivas da história.
Também sou resolvido espiritualmente, de mente aberta e com senso de bom humor, como o tenho provado por aqui neste blog em algumas ocasiões.
E por aí já se vê que o meu combate não é movido por frustação, mas sim por uma promessa, uma obrigação de combater o nefasto regime ou o que restou daquele nos dias atuais!
Vê-se que o Sr, Rosaline, ou /simango, ou... ... ... não aceita saber destas coisas, destas razões que nos sobram, por que lhe é mais fácil ficar calado e concordar com o “big brother” com manssidão, docilidade, obediência!
Em relação ao “nickname” JJLABORET, é fácil ao Senhor/Senhora referido verificar a constância com que o uso, desde que é por demais conhecido na NET, onde tenho muitos artigos e opiniões colocados e sempre com a mesma postura, bastando apenas que V. Sª. o digite na caixa de pesquisa do Google, muito fácil se estiver usando o navegador Firefox.
Já quanto ao seu “nickname”, excluindo os verdadeiros - autênticos da tradicional família Simango - bem que tentei pesquisar e nada aparece! Que há?
Também, mudando a cada instante e inclusive de sexo... fica difícil mesmo né?
Passar bem, “Monsieur” Rosaline Simango
JJLABORET, Santos, São Paulo, Brasil !
Que alguém desminta, foi Uria quem levou a China o Machel e Chissano.Não foi o Mondlane!Quem teve a idéia do Samora "transferir-se" para Dar, foi Uria!
O "golpe" contra Mondlane começou aqui, mas saiu pela "culatra"!
Os ngunis uniram-se e sacudiram o Uria!Os mesmos "ngunis sacudiram" o Samora!
O Sérgio "sabe" destas coisas, "ouviu", só que não estava em Dar -67/68, daí não "testemunhou"!
Quando teremos uma história "confirmada", para não estarmos a "repetir remendos" ?
Talvez a PIDE,SCCIM, BOSS-NIS, GRU/KGB e afins saibam a parte triste da história moçambicana!
E os moçambicanos?
Por não "conhecermos a verdade", "digladiamos e desconversamos" no blog, como se Moçambique fosse a "menina dos olhos verdes"!Saibamos com humildade ouvir o "outro"!
Acalmem-se!
"o vadio perde-se, o escravo liberta-se"
Diga-nos lá, quem são os opressores.
A LUTA É CONTÍNUA
Será que o Zimbabwe de 1980 falhou pelo facto de Mugabe ter sido pragmático? Se bem recordo, ele manteve as chefias das forças de defesa e segurança herdadas do anterior regime.
O mesmo se passou no caso da África do Sul. Como foi recente, não preciso de te recordar o pragmatismo e sangue frio do Mandela; e espírito de reconciliação também: passou mais de duas décadas nas masmorras do regime boer, e depois deu uma lição aos brancos, que, queiramos ou não, simbolizavam o apartheid, eram a essência do racismo e da discriminação estatuídos.
Faltou, portanto, à Frelimo, para além do pragmatismo, o espírito de reconciliação e o sangue frio dos oprimidos de ontem na África do Sul – e vistas largas também.
Apesar do pragmatismo a que me referi, zimbabuenses e sul-africanos não continuaram na aldeia. Nem condenados a fazer agricultura de subsistência. Na África do Sul, tal como no Zimbabwe a seguir à independência, o povo passou gradualmente a reconquistar as terras a ponto de hoje, na África do Sul, haver terras votadas ao abandono, propriedades agrícolas que antes eram um sucesso em estado de degradação acelerada, com as inevitáveis quebras na produção. Um pouco como no Zimbabwe bem antes da recente política de confisco de terras. Ouviste, Simango, o que disse Trevor Manuel há bem pouco tempo sobre a necessidade de se repensar a política de terras do ANC?
Sei que a cúpula da Frelimo em 1975 era formada por jovens. Mas essa realidade não justifica nem anula a outra realidade – a tal falta de pragmatismo. Jovens que nos 10 anos que viveram na Tanzânia não tiraram lições dos erros da TANU. Inspiraram-se neles para repetir os mesmos erros: vieram para Moçambique repetir o sistema pidesco dos quarteirões e bairros divididos em células de 10 famílias. Depois, copiaram (ou, se quiseres, “emularam”) a “Operação Tanzânia”, mas que aqui teve a designação de “Operação Produção”.
Foi vontade de errar, Simango. A “Operação Produção” surgiu na esteira da tristemente célebre campanha de desenvolver o Niassa com mão-de-obra barata (ia a dizer trabalho escravo, mas não desejo ferir a tua sensibilidade de militante do partidão) que se saldou, em poucas palavras, numa tragédia humana. A “Operação Produção” foi bem pior, como bem sabes, do que a fase da "reeducação".
Não me quero alongar mais, Caro Simango. Apenas para acrescentar que as guias de marcha não surgiram por causa de Uria. A Frelimo já o tinha neutralizado bem antes da independência. Ele e outros que discordavam da Frelimo.
Havia guerra em Cabo Delgado em 1975?
Recordo-me, como se fosse ainda hoje, o embaraço a que Samora se expôs ao visitar Cabo Delgado em 1976, e as populações de uma aldeia a lamentar a necessidade de andar com “guias de marcha” no bolso. Samora respondeu que também trazia uma “guia de marcha” para viajar de Maputo a essa província. Com franqueza!
Vamos a ser coerentes: Cabo Delgado não era uma zona libertada? Que guerra temia a Frelimo nessa província em 1975 quando alargou o uso das “guias de marcha” das zonas de guerra para as áreas que passou a administrar a seguir à independência?
Acho que as “guias de marcha” eram uma parte integrante do programa da Frelimo, traçado bem antes da independência, destinado a criar um Estado de regime monopartidário – um só líder, um só partido, uma só Nação.
A Frelimo sabia detectar e condenar o erro e o mal da “caderneta” do colonialismo, mas não via inconveniente em introduzir uma outra versão da caderneta (as guias). Sabia identificar o fascismo como sistema de ditadura, mas não via mal em instalar sistema idêntico. Como é, afinal?
A ida da Geração do 8 de Março para Cuba, Simango, foi corolário da política do “escangalhamento”. Primeiro, sacudiram com os professores maioritariamente colonos ou brancos nascidos na colónia, proibindo a existência das escolas privadas (embora o actual Presidente da República tivesse os filhos a estudar numa escola privada em Lourenço Marques). Depois, com a política de “controlos”, “guias de marcha”, prisões, reeducações e outras aberrações, contribuíram para o êxodo dos poucos quadros existentes. Um pouco à Ano Zero daquele famoso senhor que entrou em Phnom Penh em 1975.
Sou a favor da educação. Tenho amigos que se formaram em Cuba, um deles o Salomão Moyana. Mas isso não me impede de dizer que nesse capítulo também houve violência: a Frelimo literalmente sacou os filhos do convívio familiar. Não deu satisfações aos pais e encarregados de educação. Em alguns casos mentiu quanto ao destino a dar aos jovens convocados pelas estruturas da Frelimo quando esta – finalmente – descoberira o erro que havia cometido com o tal “escangalhamento”.
Escangalhar sem ter peças sobressalentes, nem algo de novo para substituir o escangalhado revela não somente falta de pragmatismo, mas também vistas curtas.
Também estou disposto, como dizia Vilhena, para a “porrada de caneta”. Da minha parte, está descansado, não tratarei de te mandar prender por “delito de opinião”. Não preciso de insultar, e sou indiferente a insultos, seja qual for a proveniência, ignorando quem os arremessa. Tenho amigos de todos os quadrantes políticos. Sento-me à mesa com ex-membros do Snasp, antigos guerrilheiros de ambos os lados da barricada. São pessoas como eu.
Nós nao somos fanaticos e anti-frelimos por demagogia ou anti-renamos...Evidentemene,se um destes partidos algo de positivo fizer ha que encorarajar....Politicamente eu nao sou da esquerda e nem da Direita...pertenço ao centro....Ás vezes voto o partido de centro-direita e outras vezes voto centro-esquerda...Vejo o progarama de cada partido .Nunca gostei dos extremistas fanaticos da direita e nem os da Esquerda...Os fanaticos para mim sao demagagos....e ha muitos, infelizmente neste blog....Que o sejam, mas que nao insultem e nem faltem respeito aos outros.Graças a Deus vivo num País,onde a democracia é o apo de cada dia......
Quem sois vós, onde estão, e quem são os opressores?
Defina-se, definam-se.
Deixem de ser apenas virtuais, agentes do imobilismo, de quem está bem instalado navida.
Abra o livro.
Sem evasivas, nos finalmente.
Quem são Voçês?
A LUTA É CONTÍNUA
Quem me respeita é respeitado, quem me insulta é insultado também, até onde o limite da minha educação o permita, e também o respeito por quem lê este blog (mas isso não será uma desvantagem para mim).
Olho por olho, dente por dente,...fazer o quê?
Cansei de ser insultado.
Cansei de racistas, xenófobos, tribalistas, falsos profetas, essa treta toda,...,cansei mesmo.
Quanto ao Mário Soares agente da CIA, até estou de acordo.
E agente de muitas coisas mais.
Tal como muitos que por aqui passam - a vida está difícil.
Já quanto ao papel que lhe atribui, não concordo, mas compreendo-o...afinidades.
Que eu saiba, este blog dedicado a Moçambique, não tem sede em Moçambique.
E mais, diz que todos têm direito de expressão, mas logo a seguir tenta coarctar/reduzir o mesmo, "impondo" regras!!!
Esse tempo já acabou.
O tempo do monopólio de opinião acabou de vez.
O mundo mudou.
O tempo das ditaduras AK, também
Agora quanto ao resto do "papo" nem vale a pena - é um poço de contradições, e falta muita maturidade.
Depois quem decide é quem lê.
Já escrevi que quem lê saberá escolher.
Para quê tanto desespero, tanta desorientação?
A LUTA É CONTÍNUA
Então o amigo Bilal pensa que os Moçambicanos iam lutar e, depois da vitória, deixar que a condução do país e a manutenção da lei e ordem fossem garantidas por instituições constituídas na base de políticas descriminatórias? Os moçambicanos aceitariam essa opção?
Acredite ou não, foi essa opção de escangalhamento e de esforço deliberado na educação que está a permitir que eu e tu comentemos com alguma competência neste blog. Se o Estado tivesse sido deixado nas mãos dos portugueses, essa situação se prolongaria por muitas décadas. Eu e tu continuaríamos nas nossas aldeias a fazer agricultura de subsistência. Há alguns que podem lamentar a opção do escangalhamento, do 8 de Março, de envio de jovens para Cuba, para a URSS, mas suspeito pelo teu nome que tu e eu não deveríamos lamentar isso. Hoje temos alguma voz por causa dessa opção.
Em relação às tuas duas perguntas, é evidente que um movimento que se assumia revolucionário, tinha que promover as mudanças também através da retórica. Estou a dizer, com estas palavras, que havia muita retórica nos primeiros 10 anos da RPM. Também, por mais inspiradora que possa ter sido a gestão das zonas libertadas, tu e eu temos que concordar que a complexidade de uma Beira, de um Maputo, de uma Nampula, de uma Pemba ou de um Chimoio não se compara com a complexidade de um Muidumbe ou de uma Mueda rural. Gerir Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Pemba e Chimoio exigia mais do que voluntarismo. Desconheço se os dirigentes da Frelimo da altura estavam conscientes desta realidade.
Por último, uma referência sobre guias de marcha. Muita gente está convencida de que este é um modus vivendis dos países comunistas. Devo dizer, na base da experiência de quem viveu cinco anos num deles, que não é. As guias de marcha são um instrumento de circulação das pessoas em condições de insegurança militar. Destinam-se a facilitar a detecção da circulação do inimigo. Se o amigo António Bilal não o sabe, Moçambique nasceu sob o espectro da instabilidade político-militar. Primeiro foram as movimentações de Uria Simango, no seu esforço de estruturar uma sublevação militar já em 1974. Com esse fim ele escalou a África do Sul e a Rodésia a onde ia pedir auxílio militar. Esta intenção só não foi avante porque os regimes racistas não acharam Uria Simango cred;ivel. A outra ameaça foi representada pelo regime da Rodésia. Já em 1976 Moçambique tinha unidades anti-guerrilha do regime rodesiano dentro do seu território. Sem pretender esgotar todas as ameaças, julgo nem sequer ser necessário me referir à ameaça representada pelo África Livre/MNR/Renamo. As guias eram parte dos instrumentos de contra-insugência.
Sem insultos, estou disposto a continuar a trocar impressões contigo sobre estas matérias
O senhor quer um exército formado por militantes de todos os Partidos!? Onde já viu isso? O que sairia desse processo seria um exército ou um conjunto de milícias mal grudadas (como aquelas que vemos na Líbia)? Pois saiba, senhor unBhalane que o exército Moçambicano é constituído por mancebos que se recenceam anualmente. No acto de recenceamento militar e no acto de conscrição não é perguntada a filiação partidária dos mobilizados. O nosso exército é uma escola de unidade. Recusamo-nos a aderir às suas teses mirabolantes que se destinam a somalizar este país. Nenhum moçambicano sensato aceitaria um exército formado na base de listas feitas nas sedes dos Partidos existentes em Moçambique.
Pode crer, senhor unBhalane, que Moçambique de hoje é diferente de Moçambique de 1978. Os capitalistas internacionais estavam dispostos, em 1978, a dar cobertura a aventuras militares como as que preconiza. Hoje, uma tal aventura, seria repudiada não só pelos moçambicanos. Seria repudiada pelos grandes poderes mundiais que fizeram grandes investimentos neste país. Eles pugnarão para que esses investimentos produzam dividendos. Um aventureiro que seguisse os bondosos conselhos do senhor unBhalane seria caçado como o foi Savimbi. Felizmente o contexto mundial, regional e nacional mudou muito.
Houve um processo de integração militar em Moçambique, à luz dos acordos de Roma. na bsse desses acordos há hoje oficiais da Renamo e da Frelimo no exército. Felizmente esses oficiais, provenientes dos dois Partidos, se institucionalizaram. Mesmo os que passaram à reserva não aceitariam adoptar as suas sábias orientações. Nunca vi nenhum reservista das FADM a fazer eco das declarações irresponsáveis do seu amigo Dlhakama. Esses oficiais conhecem o regulamento das FADM que regula os processos de passagem à reserva.
Sobre Governo de transição, essa sua tese foi negada por ambos os interlocutores em Roma. Ademais, a experiência eleitoral em Moçambique mostra que Partidos organizados podem conquistar o poder por via do sufrágio universal. Veja os casos da Beira e de Quelimane. Veja também os deputados eleitos pelo MDM, com muito poucos meses de existência. Enquanto você entetem o seu Partido (Renamo), o MDM e a Frelimo estão a organizar-se para reduzir a Renamo à insignificância em 2013 e 2014.
Portanto, senhor unBhalane, os seus apelos são extemporâneos. O novo jogo de forças no país, na região e no mundo não o permite. Claro que alguns mentecaptos poderão comprar as suas ideias estapafúrdias. Mas garanto-lhe que seriam rapidamente dominados. Mesmo as acções de valentão desdentado protagonizadas pela Renamo em Nampula serão harmonizadas a prazo. Deus queira que seja através de métodos sensatos. Mas, se isso não for possível...
E que discutem problemas transcendentes ao sabor das ginjinhas, etc, etc, etc,…
Não lhes reconheço, não lhes credibilizo.
Deixando também, e sobretudo, como alerta ao Povo Excluído de Moçambique.
- Sabem porquê que Portugal, entre algumas outras razões, não caiu no comunismo sovietizado, conforme estava previsto em 1975? À semelhança de Angola, Moçambique,...
Conforme a agenda, o plano prévio,..., traçado em M;oscovo, Pequim, e com conluio/complô dos “libertadores”.
Resposta - Porque o Povo Português não aceitou, e bateu o pé, fez frente.
Francisco Sá Carneiro, num memorável discurso avisou:
"Temos 200.000 espingardas prontas para o combate".
Foi tomado a sério pelos comunistas, "abrilistas" e companhia - recuaram, e “aceitaram” a derrota. Houve eleições depois, e o povo deu a cabal resposta, com liberdade, sufragando a democracia.
Evitou-se a guerra civil e fratricida.
Os comunistas/"abris" recuaram, "aceitaram" o jogo, e aí estão gordos e anafados, a gozarem os privilégios da "luta", as mordomias do sistema.
Burgueses, aburguesados, vivinhos da silva.
E se fosse ao contrário???
O Povo já sabe, tem experiencia própria, na carne. Vivida, todos os santos dias da sua miserável existência – até hoje!!!
Excepto os "muanas" de Bruxelas e quejandos, camaleões vulgares, profissionais do escondimento, da mudança contínua das cores do exposto, desmerecedores de confiança, profissionais do oportunismo fácil e do carreirismo, ávidos de proveitos e mordomias.
Não representativos na, e da, sociedade Moçambicana.
Quem são, e onde estão, para além da Net, dos blogues, das ginjinhas,…?
A LUTA É CONTÍNUA
Tenho seguido atentamente o teu raciocínio Há algo que não consigo entender quando aludes ao facto de praticamente ninguém possuir experiência de governação quando alcançamos a independência, o que explica as abritariedades e abusos que se seguiram.
Visto isso à luz do conceito de “linha correcta” traçada pela “linha revolucionária” (em oposição à chamada “linha reaccionária”) durante o tempo da luta armada, aliado ao facto dos dirigentes da Frelimo insistentemente falarem das “ricas experiências das zonas libertadas” (o próprio Samora lamentava que a luta armada não tivesse sido levada até às “zonas do inimigo, fundamentalmente cidades e outros certos urbanos) sou impelido a colocar-te duas questões apenas:
1. A “linha correcta” era somente um eufemismo da retórica da Frelimo?
2. As “ricas experiências das zonas libertadas” eram do género de “só para inglês ver”?
Saudações fraternais,
António Bilal
P.S. Mas não foi a Frelimo que, logo a seguir à independência, apostou no “escangalhamento” de tudo que fosse conotado com o regime colonial, incluindo as estruturas que, entre outras coisas, poderiam ter assegurado o mínimo de respeito pelos direitos dos cidadãos que transitassem pelos “postos de controlo”? Falas em “guias de marcha”. Será que quem as introduziu não soube medir as consequências? Não eram elas, aliás, uma das características das zonas libertadas?
Celestino Thembo said..., 29/02/2012 at 07:58
Sr. Thembo
Os seus 3 primeiros parágrafos são um hino à intolerância, ao radicalismo sectário, ao facilitismo de análise, uma perfeita contradição com o que vem sugerir nos 2 últimos parágrafos.
Eu não o faria desse modo.
Um homem de paz, com verdadeiros intentos de paz, também não.
Mas vamos passar à frente, construir.
Eu sou um homem de construção, desde a minha matriz, pode crer.
Um homem de paz, mas também de guerra – tipo todo-o-terreno.
E que acredita firmemente que uma BOA PAZ é feita pelos fortes, e não por fracos, cobardes, desertores, oportunistas,…
Com homens de boa vontade, com firmeza de carácter, com convicções firmes, alicerçadas.
Debater é bom, e com palavras também.
Mas se o outro tiver a AK na mão, tenho que ter também a M16. De igual para igual.
Então, vamos lá falar de Paz.
Paz em Moçambique.
Há condições essenciais, básicas, necessárias, imprescindíveis,…obrigatórias.
1 – Forças armadas e militarizadas
Têm que ser completamente depuradas, desinfectadas, na cadeia vertical em toda a linha de comando. Incorporar oficiais e outros quadros indicados pela oposição, em condições de poder real, efectivo e equilibrado.
Transversalmente têm que ser incorporados efectivos indicados por outras forças partidárias.
Objectivo – tornar as Forças (armadas e militarizadas) completamente neutras o mais possível, despartidarizando- as da tutela frelimo, e pondo-as ao serviço efectivo do Estado, em TODO o espaço territorial, por onde devem ser equilibradamente repartidas.
2 – Chefia do Estado
No período de transição seria exercido por pessoa consensual, ou negociada com TODA a oposição, desde que haja um Vice-Presidente do campo oposto – mas essa matéria ficaria para Guebuza, Dhlakama, Simango e outros.
Agora, a existência de um Vice-Presidente com poder real e efectivo de equilíbrio e controlo, é imprescindível.
3 – Remodelação completa e profunda do aparelho de Estado
Claro que não deve ser efectuado sob tutela da frelimo – óbvio.
Para tal deve ser convocada uma plataforma de entendimento entre TODAS as forças representativas do Povo de Moçambique, de molde a escolher um Governo de Transição Nacional, representativo, com perfeito equilíbrio de forças e poder, para efectivamente ter capacidade de preparar o País para eleições gerais livres, justas e transparentes.
Estas realizar-se-iam num prazo indicativo, mas não vinculativo, de 2 anos, desde que já estivessem reunidas as condições de neutralidade e confiança nas Instituições fiscalizadoras, e empreendedoras do processo.
É por demais evidente que pastas cruciais como:
- Controlo e tutela das Forças Armadas e militarizadas (ministério da defesa, polícias, dos serviços secretos, e similares);
- Controlo e tutela da administração interna – aparelho de Estado
- Controlo e tutela da economia e finanças;
- Controlo e tutela da justiça;
- Controlo e tutela dos Negócios Exteriores;
- Controlo e tuela dos órgão de informação (media);
- outros,
teriam que ser repartidos pela plataforma de entendimento, com equilíbrio de poderes e perfeitamente negociados e aceites, por forma explícita e vinculativa, pelas partes.
Como é evidente, é o meu pensamento para contribuir para o desatar o imbróglio, o nó cego, que a frelimo foi construindo na realidade sociopolítica de Moçambique.
E responder ao seu apelo.
NB – à margem deveria ser efectuada, tomando como ponto de partida o que aconteceu na RSA, uma “Comissão da Verdade e Reconciliação”, com vista a pacificar definitivamente a sociedade Moçambicana, fazendo o enterro formal dos seus mortos, dando descanso aos seus espíritos, pedindo perdão, e PERDOANDO.
Reconhecer os erros. Pedir desculpas e perdão às Vítimas e Famílias. Devolver os ossos, os restos mortais das vítimas.
Aceitar as desculpas, aceitar o perdão, e PERDOAR. Enterrar os mortos em Paz. Enterrar o passado.
Parece ser fácil, mas efectivamente é muito difícil, não sendo impossível.
Homens de boa vontade, com coração aberto, com reconhecimento da situação absurda a chegou e conduziram Moçambique e o seu Povo, eivados de um verdadeiro querer, crentes num objectivo de reverter/consertar este lamentável estado de coisas para bem de todos, serão capazes.
E tudo começa/começará com um capital muito importante – confiança.
Confiança, com segurança.
Daí que eu defenda uma paz entre bravos, uma paz entre fortes, com bases de equilíbrio e sustentação.
Até lá defendo uma RENAMO forte e bem armada, habilitada a ripostar de igual para igual ao inimigo.
E defendo que o Povo Excluído lute até ao fim pelos seus direitos, e por aquilo que é seu – MOÇAMBIQUE.
Até lá, até se libertar efectivamente Moçambique,
A LUTA É CONTÍNUA
Como voces bem sabem nao sou da Renamo e nem da Frelimo.Sim,tenho amigos que sao da Renamo (ex-colegas do liceu)e tambem tenho amigos que sao da Frelimo (ex-colegas da Universidade).A Renamo tambem cometeu serios crimes...Isto é um facto. Tambem eu repito (como moçambicano) aos que estao no estrangeiro que nao pensem que cairems mais uma vez na mesma cilada:
O Periodo de guerra acabou....Se,ha problemas,encontremos a soluçao dialogando. Eu vos garanto, e vos juro se, um estupido da Renamo ou Frelimo pensar em pegar armas vai ser morto.....Estamos cansados de guerras
Tenho autoridade para fazer apelos à paz e condenar o rancor vicioso que é sistematicamente vertido aqui. Eu vivi a guerra na carne e na alma para perceber estes processos de fundação na própria pele. Este país tem muitos mais mártires (para além de Uria Simango e sua esposa) do que alguns de vocês julgam. Minha avó e meu irmão são mártires do processo de fundação desta nação. E, no entanto, eu não passo a vida a fazer cobranças à história. Falo com o coração tranquilo com pessoas da Renamo, porque descobri que são gente como eu.
Todavia, fico "passado" quando vejo gente que vive comodamente em Portugal ou no Brazil a usarem este espaço para, usando as nossas feridas em alguns casos ainda dolorosas, nos incitarem a vinganças étnicas inúteis. Quando por estupidez e burrice nós começarmos a nos massacrar, eles estarão a beber tranquilamente o seu vinho e a sua cachaça. E a chamarem-nos negros selvagens. É por isso que eu nego a linguagem de ódio.
Nao sei se e importante comparar criminosos daqui com os do mundo inteiro para demonstrar que a vida dos homens e assim mesmo. Gostaria de saber apenas o que sentiria hoje Simango se a sua mae, pai, avo ou titia tivesse sido assassinada clandestinamente por um regime como o de Samora.
-Será impossivel que moçambicanos sejam eles da Renamo ou da Frelimo cometam mais uma vez o mesmo erro.....Os capitalistas estrangeiros em nome de luta à democracia usaram moçambicanos da Renamo...............crimes que nao posso descrever aqui
Os "fanaticos e utopicos" da liderença da Frelimo conseguiram no paasado convecer os combatentes das Forças Armadas....
Nos fins dos anos 80 um dos financiadores-capitalistas da Renamo disse-me o seguinte:
Ah! deixe a guerra civil continuar,no fundo sao pretos que se matam entre eles....aquele sr.abriu-me os olhos usando a tal expressao.
Nao me acusem de ser racista mas há individuous de raça branca que estiveram em Moçambique e que usam este blog...individuos que gostariam que nós moçambicanos continuassemos em guerras civis....Participam neste blog e incitam ao Afonso e à Renamo que peguem em armas.....O Afonso será um analfabeto mas nao é estupido....Sabe tao bem,se ele pegar em armas,será morto....Aos que incitam moçambicanos a matarem-se uns outros direi isto:
-Talvez fomos estupidos e ingenuos no passado, de seguir os vossos "conselhos" mas hoje em 2012....somos diferentes,aprendemos muito.........SE, OS SENHORES PENSAM QUE ESTAO CORRECTOS EM INCITAR MOCAMBICANOS PARA QUE SE MATEM, IDENTIFIQUEM-SE POR FAVOR.......Cuidado, os tempos mudaram....Por cá onde vivo é um crime,que leva à cadeia quem incita às armas...
Ao Rosaline/Simango ja muitos disseram: Facam a vossa parte, defendendo a vossa tese e, porque vos interessa reparar a imagem de samora e Cia que julgam maltratada no Üm Homem, Uma Causa". Sera vossa vez de mostrar de maneira semelhante (Pessoa, lugar e facto) como foi feito naquela riquissima, ate prova em contrario, obra do BL Ncomo ou mais brilhante quanto poderem.
Ja agora Simango que dizes a demostracao nocividade contida na letra GWAZA MUTHINI postado por Umbhalane e pare de insultar. Mostre as verdades suas. Esta postado o cantado actualizado, na era de grande esfroco de ngunizacao de mocambique, em pleno III Milenio da NE.
Aos profissionais insultadores que nao lhes responderei.
E, mais...
"O vadio perde-se, o escravo liberta-se"
Acha mesmo que Samora sabia de cada vez que um miliciano humilhava uma senhora porque trazia uma mini-saia? Acha o amigo Ngono que Samora sabia sempre que os milicianos, nos famosos controlos, ficavam com o cabrito, com a galinha, com a nipa porque não tinham guia? Esses não são processos normais num processo de fundação?
Espero que tenha estudado história 9esta disciplina é importante porque nos ajuda a contexctualizar). Lembra-se dos excessos da Revolução Francesa? Lembra-se dos excessos da Comuna de Paris? Lembra-se dos excessos da Revolução Mexicana, da Revolução russa e da Revolução Cubana? Lembra-se das atrocidades cometidas antes e após Oliver Cromwell na Inglaterra?
Trago estes casos para lhe mostrar que os processos de fundação nunca são um convite para picnic. Quem se mete neles deve saber disto. Eles são sempre traumáticos. Nào conheço um único caso que não tenha sido assim. Mesmo os Estados Unidos precisaram de mão firme para eliminar a escravatura nos Estados do Sul.
Portanto, amigo Ngono, a questão não é serem ou não verdadeiros os factos que Nkomo traz. Ele, como sociólogo (ou antropólogo) não se deveria limitar a trazer uma lista dde atrocidades. Espwera-se que use as ferramentas do seu curso para nos ajudar a compreender essas atrocidades. Isso é que é exercício intelectual honesto. O resto é propaganda na sua pior dimensão.
Estamos juntos, amigo Ngono.
Fica claro, depois de lê-lo, que Bernabé não lamenta os fusilamentos, não lamenta os campos de reeducação, não lamenta a intolerância comunista. Ele lamenta sim o facto de não ter sido Simango e ele próprio a gerir esses processos.
Precisamos de outros olhos, de outro espírito e de outra serenidade para avaliarmos o nosso percurso. Ncomo está inclusivamente a ser usado pelos derrotados de ontem para instilar ódio regionais, ódios tribais. Faz medo a forma como ele se refere às pessoas do sul no seu livro.
O nosso país merece viver em paz. E penso que este espaço que Fernando Gil criou não deveria ser transformado numa plataforma para armar as mentes com o fermento do ódio de umas etnias por outras. Concordo com Simango quando convoca o senhor Bhalane para a contenção. Moçambique já sofreu muito.
Normalmente aqui no blog há muitas palmadinhas nas costas. O senhor Bhalane deveria reflectir sobre o porque desta vez os seus apelos à violência tribal nnão lhe estarem a granjear os habituais apoios. É porque ninguém com dois dedos de testa quer mais isso. Queremos paz, senhor Bhalane. Queremos continuar a debater o nosso país com as palavras e não com os fusis.
Aceita este apelo à paz, senhor Bhalane?
No entanto uma coisa ele tras neste artigo que deve ser analisado como tal sem necessariamente buscar o tal livro. Se a RENAMO tivesse conseguido estar no poder em 1999, talvez hoje teriamos nas pracas o busto de Matsangaissa e outros escondidos ai como heroi. Da forma que se tenta endeusar Samora nao ajuda se quer a historia de Mocambique, parece tentativa de obter ganhos politicos ou de outra especie, sabendo que os mesmo que o fazer Deus nao conseguem esclarecer sua morte. Parece aqui tentativa de apagar esse lado, desviando as atencoes para ficarmos com a mente de que gostavam dele e se calhar contribuiram para sua morte
Para mim, qualquer que seja a pessoa que julga que para resolver um problema deve tirar vida de outros nao merece honra. Isso nem que seja Guebuza, Simango, Samora, eu mesmo, nao merece honra se julgar que o oposto dever ser morto
O artigo reflecte uma visao interessante e o presindente vai insultar daqui a nada chamando aqueles nomes que ja nao lhe faltam na ponta da linga nos ultimos dias.
Para seu benefício, é bom dizer que os rongas nem sequer foram súbditos dos Ngunis. Como eu disse antes, Ngunis e Rongas eram aliados na resistência contra a dominaçao europeia.
Alguns neste blog podem começar a julgar a história, satanizando o expansionismo Nguni. O expansionismo foi um movimento político, demográfico e social universal. As actuais nações europeias não existiriam sem o expansionismo durante o qual as tribos mais fortes dominaram as mais frágeis. Países como a Rússia, Itália, Alemanha, França, Espanha, Portugal, grécia, Suêcia, Inglaterra, Dinamarca, Noruega surgiram através de movimentos de conquista similares em tudo aos protagonizados pelos Ngunis.
Portanto, este movimento não justifica aos apelos de vingança étnica que este sujeito vem insistentemente fazendo neste blog. Este indivíduo é muito perigoso. Pode incendiar este país. Só que como eu disse antes, os promotores de genocídios étnicos no nosso país não voltarão a ficar impunes. Serão perseguidos. E que o senhor unBhalane não pense que o pseudónimo o protege...
Quanto a Samora, nao restam duvidas que ele nao nutre nenhuma simpatia por ele uma vez que era lado oposto do Simango e companhia.
Indo ao tema, volto a dizer que todo o homem tem uma estampa + ou -, e isso nao falha. Samora como dirigente teve os seus erros, que ao deixa-lo de aponta-los nao seriamos coerentes connosco mesmo, portanto sao erros de ideologia politica que levaram ao sofrimento de muitos Mocambicanos.
AGORA EU GOSTARIA TAMBEM QUE O SR BERNABE COMO, INVESTIGADOR QUE E, APONTASSE TAMBEM OS ERROS QUE SIMANGO COMETEU NA SUA VIDA POLITICA, QUE TENHA CORAGEM DE APONTA-LOS, PORQUE ASSIM DEIXARIA DE SER COERENTE CONSIGO MESMO. Tenho para mim, que o propalado Simango que e venerado por Bernabe, nao era assim tao santo como ele quer deixar transparecer no seu livro. Para ser fuzilado, alguma coisa ele fez, nao quero dar razao a fuzilamentos, mas alguma coisa de errado ele cometeu, e gostaria que o Beranabe tivesse a coragem de dizer. Repito nao estou a favor de fuzilamento de presos politicos, mas de que o Simango nao era santo, nisso posso crer,
O sr. discorda do artigo escrito por Ncomo?
Para o sr. Samora nao cometeu tais erros?
E penso, apesar de concordar que "Samora tenha tido um papel importante na conquista da independencia, este fato per si nao pode isenta-lo dos crimes que terá cometido", um bem feito nao justifica os muitos males feitos.
Pelo que pude depreender de seus comentarios, o sr. parece favoravel ao discurso de que os libertadores da patria podem ser hoje corruptos, assassinos, ladroes, que nada lhe deve acontecer so pelo fato de terem nos libertados do colonialismo?
Uma documentação exaustiva tanto de nossa historia heroica como da macabra faz-se necessario, no sentido que esta pode prevenir de certa forma que tais acontecimentos se repitam.
No caso que citou da alemanha, a documentação sobre o nazismo sempre aparece como alerta aos alemaos e ao mundo sobre o perigo de um poder concentrado nas maos de um so homem. E o exemplo da alemanha, o Brasil depois de muito tempo sem tocar nos fatos relacionados com o periodo da ditadura, voltou no final do ano passado a tocar nisso, para que as sociedades hodiernas tenham conhecimento e um alerta constante.
O caminho é sim trazer a luz toda nossa historia, sem discorar a reconciliação, como o caso da Africa do Sul, Ruanda, Alemanha, etc.
Sya hamba syo gwaza mathonga
Simabulale sibanga umhlaba
Sibuse.
Tradução
Vamos matar os Varhonga,
Matá-los e apoderar-nos das suas terras
Va yiphi a mabantu valazizweni
Ave ko a baze si vabulala
Tradução
Onde estão os donos desta terra?
Não estão?! Que venham para serem mortos
Uya ri khalele mani muhlaba
Kuse manange
Coro
Gii yooo uya ni khalele mani m'hlaba
Kuse mananga
Uya khale mani m'hlaba
Ku se mananga.
Tradução
O murhonga chora quando lhe penetramos a zagaia
Espete-a mais a fundo para ele sofrer mais
Retire a sua zagaia com os intestinos da vítima
Nota do autor da matéria . “Os nguni deliciavam-se com o sofrimento dos seus inimigos quando espetados com uma lança ou zagaia. Adoravam sobretudo ver os intestinos da vítima de fora”
Todos os anos, com incitamento, patrocínio e presença dos mais altos quadros da frelimo verdadeira, realizam-se os festejos de Gwaza Muthini.
E cantam sempre estas canções.
E dançam.
E bebem.
E relembram os tempos em que arrasavam os sertões do sul do actual Moçambique, construção colonial, de colonos que nem eu, e matavam, trucidavam, escravizavam seus diversos Povos.
QUEM É O TRIBALISTA?
O XENÓFOBO?
O RACISTA?
LUTA É CONTÍNUA
Logo, logo, vai acabar a letargia, o torpor, a hibernação, e acordar.
Então, nessa altura, Deus tenha misericórdia da Almas.
A LUTA É CONTÍNUA."
Comentário de incitação ao ódio tribal, ao ódio étnico, da autoria de um colonialista escorraçado em 1975, que assina unBhalane. Esse comentário foi postado no dia 28/02/2012 às 14:19. Como se vé, é um apelo à violência étnica que está registado por escrito. Ao longo deste blog há vários apelos deste jaez que, oportunamente, poderão servir para colocar este indivíduo num tribunal como o de Arusha, por incitação ao genocídio.
Os cabritos berram já atrapalhados, um para cada lado, sem orientação, completamente desorientados.
Tenham calma.
Vai piorar. Bastante. Demais.
É só esperar.
O capim já está a arder.
O tempo em que falavam sozinhos acabou.
De vez.
O tempo da voz única, da “verdade absoluta”, sem contraditório, incontestável.
O tempo do domínio absoluto, imposto pelo terror, pelo terrorismo dos massacres, deportações em massa, campos de concentração, prisões arbitrárias, sem culpa formada, sem julgamento, as asfixias em cadeias propositadamente lotadas para o efeito, as perseguições sistemáticas e metódicas ao tecido social dos Moçambicanos com vista à implantação do regime totalitário, pelos métodos que melhor conheciam e praticavam – o terrorismo - acabou.
Essa conduta, essas más práticas, a opressão ao Povo Moçambicano, por esses comunistas estrangeirados ao serviço de interesses estranhos, obrigaram o Povo a pegar outra vez em armas com vista à conquista da almejada liberdade, à sua verdadeira libertação (ainda).
A frelimo e seus cabritos são os ÚNICOS E LEGÍTIMOS RESPONSÁVEIS por uma guerra civil que teve como saldo entre 1,5 a 2 MILHÕES de mortos, e 3,5 a 4 MILHÕES de deslocados/refugiados/exilados.
Só na guerra civil, cuja responsabilidade deriva ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE do comportamento cívico, político, militar, religioso e outros da frelimo.
Isto só na, e da, guerra civil, 1976-1992
E de 1974 até 1976, início da guerra de libertação e democratização de Moçambique?
Quantas centenas de milhares de vítimas de toda a sorte?
Quantas centenas de milhares de refugiados, exilados e outros que a frelimo provocou?
Mas o problema já vinha de trás com a eliminação metódica e sistemática dos oponentes da actual linha do grupo no poder – a chamada depuração e purificação das fileiras.
Quantos milhares também?
É bom não esquecer, é bom lembrar, e relembrar sempre.
Fungulane masso.
Esse tal de “Simango”, que até na escolha do nome que escolheu já provoca, revela falta de inteligência e imaginação.
Primeiro provoca Nkomo e insulta o verdadeiro Simango, a sua memória, em defesa do assassino maior de Moçambique – Samora Machel.
Falhou.
Agora tenta jogar a falsa táctica do anti-colonismo, e até do racismo, tudo com falta de frontalidade, de racionalidade, de linearidade/coerência, atacando os meus escritos porque o incomodam.
Não porque traduzem verdades insofismáveis, inatacáveis, comprovadíssimas, irrebatíveis.
Apenas revela o desconforto de quem já perdeu as batalhas finais, e vai a caminha de nova derrota total – vão perder a guerra da informação, e luta pela verdade.
As máscaras vão cair TODAS.
Os muros (de caniço), tais como os muros de cimento (leste) e bambu (Ásia) vão cair todos em cima dos cabritos.
De derrota em derrota vão perder a guerra.
Até lá,
A LUTA É CONTÍNUA
Esse peixe, quando a água falta, quando os sítios onde vive secam, ele enterra-se no lodo e hiberna, e respira por um "pulmão" - dipnóico.
Quando as chuvas voltam, a n'somba quebra o torpor/inacção, e regressa à actividade normal, à vida plena.
Há um que escreveu que "se disfarçou de tartaruga".
Até que pode ser.
Mas o Povo Chingondo faz como a n'somba - espera pelas chuvas, pelo renascer, pelo fim do mau tempo.
Logo, logo, vai acabar a letargia, o torpor, a hibernação, e acordar.
Então, nessa altura, Deus tenha misericórdia da Almas.
A LUTA É CONTÍNUA.
Em três linhas e meia desmontou muita coisa.
Só posso dizer que gostei muito. Matolinha.
- Quantos crimes de sangue, mortes matadas, assassinatos, são computadas a Samora Machel, da sua responsabilidade???
SIM, porque tudo é mensurável/medido.
TODOS sabemos que:
- Pol Pot assassinou X (e há um número/estatística);
- Hitler assassinou y (e há um número/estatística);
- Estaline assassinou z (e há um número/estatística);
- Pinochet assassinou n (e há um número/estatística);
- Franco assassinou n (e há um número/estatística);
...
- Amin Dada assassinou n (e há um número/estatística);
E SAMORA MOISÉS MACHEL?????
Fico de esperar.
É esse o herói do Povo Moçambicano?
Passa pela cabeça de alguém com o mínimo de dignidade, bom senso/razão, por muito racista que seja, muito racista e nacionalista que também seja, muito racista, nacionalista e anti-colonialista que o seja de igual modo, eleger Machel como herói do seu Povo, do Povo que massacrou/humilhou/..., como modelo, imaginário!!!
Sei que possuo um conflito civilizacional (valores/pensamento/outros) com muitos que aqui comentam – fazer o quê?
Mas é que desconsigo mesmo, sequer imaginar o Povo Russo eleger Estaline como herói, o Povo Cambodjano fazer o mesmo com Pol Pot, o Povo Alemão escolher Hitler, e assim por diante…, que, infelizmente, o mundo é fértil nestes maus exemplos.
E os Moçambicanos?
Pensa comigo, fungulane masso.
A LUTA É CONTÍNUA
No entanto, na vida, também há deveres. Por exemplo, sinto que a senhora tem o dever de não deturpar os assuntos, sinto também que ao fazê-lo estará a fugir ao dever de defender Moçambique e todos os moçambicanos que sofreram e ainda sofrem com os actos praticados por Samora Moisés Machel no passado. É esse o assunto.
Se teve a sorte de não lhe ter acontecido nada de mal nessa altura, óptimo, mas outros infelizmente não poderão dizer o mesmo.
Se não formos solidários entre nós, quem será? Matolinha.
Ora, uma pessoa com estes antecedentes não tem autoridade para criticar outros que procedam do mesmo modo. Eu estou pronto a confirmar alguns dos defeitos que Nkomo possa traçar sobre Samora, conquanto apresente, do mesmo modo, defeitos do seu biografado e idolotrado Simango.
-aquele terror do regime....
-o medo de abrir a boca.....
Ha muita documentaçao sobre o nazismo de Hitler na Alemanha....
Ha pouca pouca documentaçao sobre o comunismo de Samora em Moçambique, caros srs acreditem quantos desaparecidos,mortos,torturados tivemos...todo individuo que se declarasse ser membro da Frelimo,militar,ou militante podia fazer ou desfazer....Ninguem, ninguem será capaz de imaginar como o povo sofreu...........Ao mesmo tempo ninguem,em Moçambique teve coragem de contar em detalhes das tremendas atrocidades dos guerillheiros da Renamo durante a guerra civil....Bom,vamos tentar esquecer o passado, caso contrario este sentimento de raiva e desespero nunca terá um fim...Nós vimos com os nossos olhos tanta tanta coisa...que às vezes me pergunto:
-Mas estes Frelimos, Renamos amaram o povo moçambicano??...
Que maravilha , se um dia Moçambique tivesse um novo Governo e abolisse estes partidos e levasse aos tribunais os lideres destes partidos que mataram milhoes de moçambicanos...mas parece que é um "day dream"
Perde-se tao completamente quando tenta procurar fama em discutir com grandes analistas que desfilam neste blog. Quando e assim aconselho-a/o a ler ou ouvir e calar. O silencio pode-lhe ajudar e muito a nao revelar a sua ignorancia diante de um publico de outro gabarito. Quando nao escrever nada nao ficara mal, e bom para si pois leu o artigo e isto ajudara o seu proprio desenvolvimento e fica bom tambem para o blog pois e mais um/uma visistante.
Senhora Rosaline, ou já agora hermafrodita assinando como "Simango",
Até queria que não fossem a mesma pessoa, porém as evidências...
Sobre o tema: "Compulsando o que não se disse do comportamento político de Samora (1)"
Teve a Dama todo um extenso tema, riquíssimo de detalhes, minúcias, conceitos, observações, relatos e opinião política e histórica dos fatos ACONTECIDOS REALMENTE, pois que nunca foram desmentidos ou provados em contrário mediante contraposição de situações que anulem narrativas idênticas já aqui NESTE BLOG colocadas, vezes por Francisco Moisés em comentários, vezes por outros em artigos apreciadíssimos pela verossimidade e pela consistência histórico-pedagógica das narrativas expostas, pois que FORAM E SÃO PRODUTO DA VIVÊNCIA DOS FATOS de antes, durante e depois desse obscuro período que se prolonga aos dias atuais em negro manto sobre Moçambique e seu povo.
E a Dama/mancebo se apequena sobremaneira ao ignorar tanta riqueza de informação e relato de valor histórico, para com vileza assacar contra a figura pessoal e individual do relator dos casos vividos por sí concorrendo para o esclarecimento da História!
Como se a Dama/mancebo tivesse também vivido à época tais factos, tais casos, e tivesse a legitimidade para desmentí-los contrapondo uma razão maior, uma "verdade" mais consistente ou mais próxima do aceitável! Isto Porque verdades não são absolutas, mas sim o mais próximo do aceitável, comparável ou provável! E só quem as viveu as pode confrontar com outras.
Barnabé Lucas Ncomo viveu verdades e as confronta com as tais "meias verdades" frelimistas, desde que essas frelimistas escamoteiam a História torrando e expurgando as cinzas negras do lado torpe dessa mesma história, para sobrar lugar ao pó branco que cobrirá os rostos endeusados de assassinos vís, fraticidas e mesmo UXORICIDAS, concupiscentes, ladrões, e todo os outros adjetivos que envergonham os infernos, já agora endeusados com ESTÁTUAS GRANÍTICAS OU DE BRONZE de feitura importada da china e erguidas em algumas praças públicas, como que deliberadamente a escarnecer da memória de um povo, inda mais quando esse povo passa fome e clama por "generais do presente" e não figuras do passado!
Qual a sua idade, minha Senhora/mancebo?
Tá bom! Não o diga!
Todavia, veja quão sábias as palavras de Matolinha, nesse seu comentário:
..."A dimensão das atrocidades cometidas nos Centros de Reeducação instituídos a mando do governo de Samora dificilmente pode penetrar no cérebro dum homem que cresceu num ambiente de democracia multi partidária, como os jovens de hoje. Seria o mesmo que exigir a quem nunca comeu uma maçã que nos descreva o sabor dessa fruta (falsa fruta – entenda-se).
É... me parece que a Dama/mancebo nasceu nos tempos atuais, ainda que com a "democracia" em arremedo burlesco! Com certeza não comeu da falsa fruta servida pelo Samora Machel ao seu povo, para então descrever-lhe aqui o seu sabor, com propriedade! E assim não podendo, ATACA a moral das pessoas que à época foram forçadas a comer!
O artigo de Ncomo, revela uma opinião pessoal, apesar de partilhada pela maioria, e nesta opinião, ele traz fatos, nomes, e até anos, dando deste modo consistencia às suas palavras. Se por acaso o sr. nao concorde com os fatos e historias relatadas, convinha que o fizesse de forma coerente, contrapondo fatos com fatos, e argumentos com argumentos.
Samora foi um ditador, disso ninguem tem duvidas, e por consequencia se tornou intolerante as ideias contrarias e matou muita gente inocente e fez sifrer uma outras tantas, mesmo os membros do seu partido, por isso segundo alguns membros da Frelimo ele se tornou um alvo a abater.
É caso para dizer que Nkomo dever-nos-ia ter ensinado a traçar um perfil equilibrado de um combatente. Mas o Simango de Nkomo não é um combatente. É um santo coitado e inofensivo que caiu vítima da brutalidade das pessoas do sul e seus capachos do norte.
A ira de Barnabé não poupa as pessoas do centro e norte que se opuseram às opções políticas de Simango. São apresentadas como crianças grandes, sem opções próprias, que se limitaram a seguir a agenda traçada por gentes do Sul (estas que, na "tese" de Nkomo já teriam espírito de iniciativa através do qual instrumentalizavam as pessoas do centro e norte que com elas partilhavam opções políticas.
Pregue pelo exemplo, caríssimo Barnabé. Comoce você por nos apresentar um perfil equilibrado de Simango
Era a linha única e correcta - nada mais.
O centralismo “democrático”.
Mas o centralismo “democrático” tinha um centro donde tudo irradiava, e tudo convergia – Samora Machel – o todo-o-poderoso, com um poder absoluto, sem hesitação, réplica, incontestável,…
Os Homens e Mulheres que pensaram diferente foram pura e simplesmente eliminados, por assassinatos metódicos e sistemáticos.
Entrando em Moçambique, a frelimo instala o medo, o terror - prisões arbitrárias, deportações em massa, campos de concentração, aldeias comunais (muito piores que os aldeamentos coloniais), torturas e sevícias várias, perseguições de toda a sorte/índole - sociais, religiosas, económicas/financeiras, políticas, raciais e outros.
Samora Machel não é o único culpado/responsável por todos os crimes contra a Humanidade praticados em Moçambique da frelimo.
Mas é o grande responsável, o principal, o que tem a maior quota de culpa desses actos escabrosos e terroristas.
Quando o seu desmesurado/exponencial poder se tornou um perigo para os próprios Kamaradas, mesmo e sobretudo aqueles que lhe eram mais próximos, eles resolveram, e bem, muito bem mesmo.
Morreram alguns inocentes, homens bons na companhia do ditador sanguinário.
Foi o preço.
A LUTA É CONTÍNUA
Contra factos não há argumentos!!!
Está para aqui alguém, a tentar fazer passar a ideia que Barnabé Lucas Ncomo mente por despeito mágoa ou coisa que o valha.
Esquecendo contudo que todo o povo moçambicano é a primeira testemunha e a primeira vitima de tudo o que acima podemos ler.
"A dimensão das atrocidades cometidas nos Centros de Reeducação instituídos a mando do governo de Samora dificilmente pode penetrar no cérebro dum homem que cresceu num ambiente de democracia multi partidária, como os jovens de hoje. Seria o mesmo que exigir a quem nunca comeu uma maçã que nos descreva o sabor dessa fruta (falsa fruta – entenda-se). Mesmo que a pessoa imagine que seja saborosa, o seu cérebro e paladar jamais alcançam a essência do sabor que imagina, simplesmente porque nunca a comeu."
Só espero que os jovens de agora, não venham um dia, a provar a essência do tal sabor.Matolinha.
P.S Rosalina, quando fecha os olhos, é você que deixa de ver. Os nossos continuam abertos.
Quem viveu ...mais uma vez testemunha que aconteceu!!!
Como diz Ncomo...MEIA PALAVRA BASTA....MEIA PALAVRA, E JA BASTA PARA DEMONSTRAR O TERROR QUE SE VIVIA NAQUELA ALTURA. MEIA PALAVRA...
De facto, nas cartas geográficas portuguesas o campo vem assinalado como Sa. Cudzo, sendo "Sa." a abreviatura de "Serra", daí "Serra Cudzo".
Estou em crer que "Sacudzo" é uma corruptela de "Sa. Cudzo", resultante da aglutinação das duas palavras.
Barnabé diz que apesar de algumas pessoas de má-fe terem propalado que ambicionou o cargo de Secretario-Geral (SG) do MDM, jamais equacionou tal hipótese e nem sequer alguma vez manifestou tal intenção junto aos órgãos do MDM, para além de que, por motivos pessoais, não participou na sessão do MDM que indicou o primeiro SG do partido em Quelimane. O MDM nunca recebeu sua candidatura ao cargo de SG. Sente apenas orgulho de fazer parte duma máquina política que demonstra alguma credibilidade aos olhos de muitos cidadãos do seu país.
No que tange a mágoas com o regime imposto por Samora e seus camaradas em Moçambique Barnabé não nega nada. Afirma apenas que sofre da mesma doença que Marcelino dos Santos, Samora Machel, Pascoal Mocumbi, Óscar Monteiro, Mariano Matsinhe, Sérgio Vieira, Graça Machel e muitos outros que se magoaram com o regime de Salazar, que, a despeito de os ter ensinado a ler e escrever, tendo até muitos deles tido o privilégio de ir estudar para Portugal numa época em que a opressão colonial estava no auge em Moçambique, nada os impediu de se sentirem “muito magoados” com um regime político que achavam ser desumano a ponto de, na companhia de outros, terem lutado para o seu derrube.
Este senhor Barnabé, que conheço apenas pelo que escreve e pelas conversas telefónicas que com ele estabeleço uma vez por outra a partir do meu refúgio na Europa, é um caso de estudo pela coragem que demonstra possuir. Bate-se com as armas que possui lá no terreno.
Afirma que o que ele e muitos outros barnabés em Moçambique não concordam é que se lhes tenha sido tirado o direito de se magoarem também com um regime que a despeito os ter dado o privilégio de também saber ler e escrever – mandando-os até para Cuba, RDA e União Sovietica “estudar de graça” – os maltratava e matava sempre que não concordassem com os procedimentos de quem “ontem” também se magoou com o regime opressor de Salazar, que os permitiu ir estudar na metrópole colonial.
Barnabé afirma ainda que “felizmente não teve nenhum Ncomo ou outro familiar morto nas mãos do regime de Samora, se é que as mágoas políticas só existem nas pessoas quando os sanguinários lhes invadem as casas e matam seus entes queridos”! Pede-nos apenas que informemos a senhora ou senhor Rosaline que apesar de recear pela sua vida e considerar-se um homem de sorte por ainda continuar vivo num Moçambique sob governo da Frelimo, a sua vida “não é superior a vida daqueles a quem o regime da Frelimo de Samora mandou matar. Quanto ao “andar de escova e graxa em punho, a escovar os sapatos e as botas dos Simangos”, Barnabé orgulha-se de fazé-lo sem ter que passar por cima dos cadáveres de eventuais inimigos desses tais Simangos”.
Termina mandando um forte abraço a Rosaline e sua família!
Não com má-língua, boatagem, mal-dizer, escárnio, falar mal por falar,...
Utilize argumentos sólidos contra a "tese" apresentada.
"Afinale", TODOS queremos saber a verdade, ou pelo menos, aflorar a verdade.
A LUTA É CONTÍNUA
Samora matou e mandou matar a muitos, e uma lista enorme de gente do proprio partido dele.
So a Rosaline e que teve a sorte de nao cair nas maos dele, para saber quem ele e!Ate a Josina a tal amada dele, que foi morta por envenenamento no hospital central de Munhimbiri em Dar-es-salaam nao pode escapar das garras deste assacino que se chama Samora Machel e hoje e homenageado. Ninguem esquecera. Alias a historia da morte da Josina ja esta a ser delicadamente preparada e nos proximos dias vai surpreender os Mocambicanos. Desde quando samora mandou matar Francisco Samuel Magaia ate aos estudantes do isntituto Mocambicano com conhecimento da Janet Mondlane e outros, conta-se uma lista enorme daqueles morto e preseguidos por Samora.
Porque e que a amiga Rosaline nao vai conversar ali com a mama graca para saber da historia do assacino heroi Samora Machel, a graca Machel sabia e sabe de tudo que aconteceu, as mortes todas, ela teve conhecimento perfeito e detalhado, dos assacinatos, so nao sabe quem nao quer saber. Afinal a propria Frelimo diz a FRELIMO E QUE FAZ, A FRELIMO E QUE FEZ, ou a querida Rosaline nao gosta de ler este slogan!!?
O Barnabe e um so, ha muitos mocambicanos nos EUA que estao a preparar grandes historias do passados da Frelimo, e so esperar o tempo ja lhe mostra tudo.
O Bernabe tanto lutou para ser o secretario geral do MDM, nao conseguiu! Agora, continua a andar com escova e graxa em punho, a escovar os sapatos e as botas dos Simangos, mas ainda nao colheu frutos. Forca Bernabe quem sabe se um dia consegues!!!