2011: Ano Samora Machel
Por: Barnabé Lucas Ncomo
Assassinatos de carácter em massa
No meio da fanfarra em torno dos 25 anos do desaparecimento físico de Samora Machel muita coisa ficou por se dizer. Os políticos, académicos, escritores e os demais que emprestaram suas vozes no exaltar da figura de Samora em 2011 brindaram-nos com um chorrilho de assassinatos de carácter em massa.
Está claro que ao imporem que se evocasse a figura de Samora nos moldes em que o fizeram, infundindo a ideia da existência no país de uma grande nostalgia que avassala os corações de todos os moçambicanos, do Rovuma ao Maputo, os promotores da homenagem acabaram denunciando o que não queriam que se soubesse. Não o querem de volta não, porque também estavam fartos dele. E nem têm, esses senhores, saudades dos seus tempos ou actos. A maior parte dos camaradas de Samora querem-no bem morto servindo-se apenas da sua figura para projectos políticos inconfessáveis, mormente o de manutenção do poder político e, sobretudo, o da consolidação da ideia de heroicidade exclusiva de um tipo de gente em comparação com outros.
Em abono da verdade, não se estaria aqui a descobrir absolutamente nada se se afirmasse que mesmo Armando Guebuza jamais gostaria de reviver na carne o regime que Samora encabeçou em Moçambique. O que pode estar a custar à Guebuza e seus companheiros nos dias que correm, é encontrar um remédio (impossível – diga-se de passagem) capaz de dissocia-los de todo o mal que Samora fez a eles mesmo, e a muitos dos seus concidadãos. Na impossibilidade de encontrar tal antídoto, opta-se por esta colagem a Samora que, na essência, é falsa. Homenageiam-no simplesmente porque sabem que a ter que ser julgado pela história, Samora não será julgado só. Tanto Guebuza como a maioria de seus camaradas, hoje em vida, suportou Samora e suas atitudes por uma questão estratégica de sobrevivência. Conheciam o destino que teriam se entrassem num confronto directo com ele, mesmo que tal fosse a nível de diálogo. Souberam esperar para enterra-lo com suas ideias políticas; ideias essas que, em tudo, eram insustentáveis, uma vez que contrariavam a essência da aspiração de todos eles. Sabiam que a despeito de Samora ter na pele a imagem de um ser humano normal, transportava no seu íntimo algo que o diferenciava de todos eles, algo esse que o transformava num diabo sempre que lhe subisse ao cérebro. Todo o cuidado com aquele homem era pouco.
Golpe palaciano
Guebuza e seus companheiros estão cientes de uma coisa: se bem que a proclamação da independência a 25 de Junho de 1975 tenha sido pela voz de Samora, jamais tal empreendimento pode ser tido como propriedade exclusiva dele. A proclamação da independência de Moçambique será historicamente tida, sempre, como um acto de um órgão colegial, o Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) a que muitos deles pertenceram por direito de participação e destaque na luta de libertação nacional. Assim, a despeito do abandono tanto da linha orientadora de Samora como dos procedimentos que caracterizaram o seu reinado ter todo um condimento de golpe palaciano, a manutenção duma aparente concordância com o passado tenebroso daquele homem é fundamental porque empresta a ideia de inexistência de ruptura. Uma eventual “ostracização pública” da sua figura transmitiria a firme ideia de que já não o queriam no lugar em que o puseram no longínquo ano de 1970.
Por outro lado, dado que existe a consciência de que aquando da vigência dos tempos do pensamento comum directa ou indirectamente ajudaram-no a cometer os crimes de que o seu regime é acusado, e dado que tais crimes levam alguns ainda a “bocejos cobardes” e “assobios de lado”, é então preciso ir ganhando tempo, fingindo com mestria que com Samora em vida os moçambicanos viviam “ejaculando de gozo”, e todos os moçambicanos morrem de saudades dele e dos seus actos!
É aqui onde repousa toda a falsidade destas homenagens, pois, longe do que aos olhos se nos dá ver, a realidade oculta nos procedimentos de Guebuza e seus companheiros é mais esclarecedora.
Na verdade, Samora e seus ideais foram derrubados porque não se adequavam as aspirações não só do povo em si, que clamava pela liberdade, mas também de seus camaradas que já viam os excessos do regime que ele encabeçava como obstáculos para a liberdade de todos. Para muitos deles, Mbuzine veio como que um alívio. Tal ilação, talvez expliqueca o porquê de Samora ter morrido na companhia de subordinados de subordinados e não com os seus verdadeiros subordinados na escala da hierarquia no país.
A utilidade de Samora morto e o papel da família Machel
Na verdade, a figura de Samora tem como utilidade, no presente, o servir de “bombo da festa” para os novos desafios em perspectiva. O lançamento da ideia de inexistência de ruptura com seus ideais visa garantir não só uma transição suave para um capitalismo que ontem se combateu de forma sangrenta, como igualmente garantir que o futuro reserve aos capitalistas emergentes (no seio da Frelimo) o estatuto de heróis nacionais da luta de libertação nacional, fechando-se, assim, para a história, o ciclo dos heróis da luta pela independência. Infelizmente, tudo isto é feito com uma certa carga de amoralidade, que roça até para o pontapear; cuspir; e escarnecer de forma irónica a figura e a memória do indefeso Samora morto, transformando-o num brinquedo de estimação por conveniências estratégicas de sobrevivência. E tudo isto ocorre com o consentimento da própria família Machel da qual se esperava a maior fatia de respeito para com a memória do seu ente querido.
Não estaríamos aqui a mentir se afirmássemos que essa família tem consciência deste “pontapear” em torno da memória do seu ente querido. Tudo indica que suporta o “circo” simplesmente porque a dimensão dos interesses em jogo é complicado. De resto, os actuais capitalistas no país suavizam o peso da cruz que Graça e seus filhos iriam carregar. Na verdade, tal família está também num dilema de escolha entre manter-se numa posição social privilegiada, ou ser “ostracizada” por aqueles a quem apraz fazer do seu morto o palhaço duma festa em que não se fez convidar. Contudo, não se esquece, tal família de uma vez por outra vir a público com algumas verdades que lhe vão na alma. Uma das filhas de Samora é citada como tendo afirmado que se o pai ressuscitasse ficaria profundamente decepcionado (RM/LUSA, 02/10/11). A pergunta que qualquer alma atenta faria em torno dessa afirmação é: afinal, Samora ficaria profundamente decepcionado porquê; o que é que está errado?
A resposta a tal pergunta poderia até ser sincera, mas o argumento que justifique a anuência da família, em bloco, consentir que se brinque com a memória do seu finado numa altura em que todos têm consciência e percebem que ninguém lhe segue os passos, seria, toda ela, atabalhoada e contraditória, porque iria desvendar a verdade.
Embora a família Machel tenha consciência de que os ideais de Samora foram traídos pelos seus próprios camaradas, para ela, é mais confortável aceitar esta encenação de Guebuza e seus companheiros do que exigir que aqueles então camaradas de Samora sejam sinceros consigo próprios. Porque no dia em que quisessem sê-lo não deixariam, tal como nós o fazemos, de dizer, a plenos pulmões, que “Samora foi um ditador que nem sequer merece estátua alguma, seja de que tamanho for”. Não deixariam de dizer que “à Samora demos o poder e as armas, mas longe de fazer justiça com esses instrumentos acabou transformando-se num ditador da pior espécie, espezinhando-nos e assustando-nos a nós, que o pusemos no poder, e ao povo que queríamos libertar. Não somos obrigados a segui-lo!”
A tomada de consciência de tal eventualidade conduz a família Machel a uma atitude de aparente cumplicidade com toda esta falsidade visando o alcance de um tratamento social menos penoso, pois, moralmente, é insuportável pertencer àquele a quem se acusa dos mais cruéis actos contra outros seres humanos. Enquanto não aparecer oficialmente um regime ou homens com coragem de repor a verdade do vivido, vai, essa família, dando graças à Deus por o mundo continuar “bocejando de lado” e com memória curta, porque existe nela a consciência de que outros homens no mundo, que se comportaram politicamente como o seu ente querido, não tiveram a mesma sorte. Ser apontado o dedo como sendo filho, irmão, viúva, etc., de quem tinha o hábito e prazer de mandar tirar a vida a outros seres humanos, fosse por que por razões fosse, faz dar voltas a cabeça a qualquer ser humano equilibrado.
Existe em Maputo uma filha de um antigo carrasco da PIDE, (então simples executor bem conhecido na então praça pública lourenço-marquina da era colonial) que por tanta “ostracização” na rua e em ambientes sociais, se transformou num barril de álcool ambulante! A pobre senhora vive de alucinação em alucinação monologando e tresandando a álcool dia e noite. Morto que havia sido o pai em Lourenço Marques por uma turba brutalizada pelos novos ventos que se instalaram após o 25 de Abril de 1974; e a despeito de se ter identificado com a causa da independência logo depois do 25 de Junho de 1975 militando nas Células e Comités do partido no seu bairro, a pobre senhora fora desde então vítima de uma cerrada “ostracização” popular. Nos Comités do Bairro e na empresa onde tentou iniciar uma vida nova os “puros” não se cansavam de recordá-la de ser filha de quem era. Na procura de um amor sincero e carinho, a senhora entendeu por bem cair nos braços de Baco.
Semelhanças: a coerência da família Botha e dos apartheidistas
A imprensa moçambicana e sul-africana noticiou, a 2 de Novembro de 2006, que a família Botha dispensava honras de estado no funeral do seu ente querido Pieter Botha, então esboçado pelo governo sul-africano.
A ilação que se pode tirar desta decisão só pode repousar num único extremo do raciocínio humano: ou os familiares de Botha amavam-no tal e qual como ele quis que o amassem, ou estavam avisados que qualquer acto à título póstumo em torno da sua figura que manifestasse alguma reconciliação com o que não acreditara em vida seria, eternamente, por ele tido como um escárnio a sua memória e uma traição a causa que sempre defendeu.
Alias, sepultar Botha com honras do estado na África de Sul de hoje seria como que pegar num cardeal da Igreja Católica e fazer-lhe um funeral com ritos islâmicos. É que as regras são sacras para quem as professa em vida. Jamais se deve impor aos mortos outras regras no caminho do seu descanso eterno somente porque estes já não podem mais reclamar. Fazê-lo, nem que seja para a manutenção duma espécie política por outras vias, é um insulto a memória deles, e só pessoas que não prestam têm a coragem de golpes baixos como esses.
Botha nunca exigiu paninhos quentes para lavar a sua imagem. Mandou até passear o Bispo Desmound Tuto e a sua Comissão da Verdade e Reconciliação na África do Sul. O homem, havia, pessoalmente, lido a sua sentença. Se o mundo inteiro era doido, então, ao menos “deus” havia feito um só homem justo na face da terra: ele. Que a maioria no mundo continuasse a tratar-lhe como lhe entendeu isso pouco lhe interessava, desde que a justeza dos seus actos repousasse somente em si próprio.
Nos dias que antecederam a sua morte o “mundo” espalhou via e-mails um discurso que se diz proferido por ele a membros do seu governo em 1985. A fazer fé nesse discurso (que também recebemos), Botha era mesmo um homem com convicções devidamente elaboradas, convicções que até se podem chamar de porcarias, mas eram suas convicções. Botha era intransigente, estúpido, bruto, porco e tudo mais. No tal de seu discurso afirma que “Pretória foi erguido pela mente branca para o homem branco”. Como que estando a atirar farpas a todo o mundo do planeta que está lhe chateando, prossegue afirmando que “nós, os brancos da África do Sul, não somos obrigados a provar a qualquer um, e nem mesmo aos pretos que somos um povo superior” – lê-se.
Botha era igual a si mesmo e aos que acreditavam na política de discriminação por si seguida. Contudo, para o bem ou para o mal, convicto dos seus actos, era assim que queria que o mundo o visse: maquiavélico, racista convicto, superior e defensor acérrimo da diferença entre os seres humanos. Qualquer acto em torno dos seus restos mortais que manifestasse a igualdade entre os seres humanos na África do sul de hoje seria desnecessário e susceptível até de pôr a sua alma em constante vigília no além, aguardando pela vinda daqueles que tentam hoje fazer dele um “palhaço” para ganhos políticos num Estado que jamais defendeu. E teria, Botha, razões mais do que suficientes para ajustar contas com todos:
- Primeiro, com seus camaradas (e alguns brancos) por terem traído a causa da “raça pura”, associando-se a um projecto de igualdade concebido por uma raça que ele sempre tinha como “inferior”;
- Segundo, com o mundo inteiro, que não logrou compreender os desígnios de superioridade rácica concebidos pelos seus antecessores (desde 1948), e que ele seguiu à risca, permitindo que nos dias de hoje os “seres inferiores” se sobrepusessem aos seres que “deus” concebeu como superiores.
Os seus familiares sabiam então que pai, tio, avó ou irmão tinham. Doa a quem doesse, procuraram ser coerentes com os seus ideais, sob o risco de a sua alma não os perdoar, aqui e no além.
O exemplo contrário dos que acreditaram em Samora
Tal como Pieter Botha, Samora Machel morreu seguro dos caminhos que trilhava. Jamais pediu favores para que acreditassem, ou não, nele. Impôs-se pura e simplesmente porque acreditava que era possível alcançar os ideais do comunismo em Moçambique, mandando matar aqueles que com ele não concordavam. Como Botha e seus inimigos – as tais raças humanas inferiores na África do Sul – em Moçambique, Machel conhecia também os seus inimigos, que, na essência do seu raciocínio, era também “raças inferiores”, isto é, seres humanos destituídos de mentes capazes de raciocinarem progressivamente.
Tal como o seu homólogo sul-africano, Samora Machel procurou também arrastar todos os da sua “raça” – a raça política e mentalmente superior em Moçambique – para combater e reduzir os seus inimigos à sua “inferioridade natural”, criando um apartheid simulado que impedia o usufruto destes de liberdades que somente à ele (Machel) e sua raça política “deus” conferiu. Mais do que Botha, Machel terá mais contas a ajustar com seus camaradas que hoje usam a sua figura para ganhos políticos e sociais fazendo dele o bombo duma festa que sempre combateu, isto é, a burguesia, o multipartidarismo, o associativismo, a igualdade de direitos, etc., pois mais do que os seguidores de Botha, os seguidores de Machel usam-no para justificar aquilo em que se tornaram e jamais conseguiram com ele em vida.
Enquanto os seguidores de Botha dirão no além, perante o seu chefe-mor, que perdemos a guerra e, consequentemente, o poder de decidir os destinos do país, os seguidores de Samora terão que ter capacidade de encher cestos de desculpas, para justificarem a razão do abandono de um ideal que juntos talharam, ideal esse então tido como o mais nobre e justo dos ideais da humanidade, e pela qual os “melhores filhos” deste país deram suas vidas. Dizemos isto por uma simples razão:
É que Samora Machel tinha convicções. À coberto do poder que possuía, era indemovível nos seus pontos de vista. Era um político de tendência radical como o próprio Botha. Dificilmente se deixava dobrar. Na prática, era a outra face da mesma moeda do apartheid. E se quisermos prosseguir olhando de forma comparativa para esta questão, facilmente se conclui que as “raças humanas inferiores” da concepção do apartheid de Botha na África do Sul transformaram-se no Moçambique de Samora em bandidos e venda-pátrias, isto é, em seres incapazes de perceber a pureza dos desígnios dos moçambicanos mais puros; os eleitos e inspirados por “deus” para conduzir os destinos do país e de todos seres nele habitantes.
Tal como as “raças inferiores” de Botha procuravam, do ponto de vista do prócere do apartheid desestabilizar o que a “mente superior branca” construiu na África do Sul, em Moçambique os desestabilizadores do progresso idealizado por “cérebros superiores” da raça de Machel estavam também devidamente identificados. Eram aqueles que não concordavam com os procedimentos do governo de Machel.
Assim, tal como Frederick de Klerk na África do Sul, em Moçambique, Joaquim Chissano e seu elenco governamental de então viriam a trair a grande causa do seu antecessor. E aqui repetimos: pior do que os seguidores de Pieter Botha que perderam o poder por terem ousado permitir que as reivindicações dos seres inferiores fossem consagrados na Constituição da República, os seguidores de Machel usam-no para se perpetuarem de forma contrária ao que o seu mestre os ensinou, porque não perderam o poder. Vai daí que na saga de sobrevivência, como que cuspindo na memória daquele seu líder, atribuem-no coisas que não faziam o seu feitio. E são tantas, as farpas ditas em torno da figura de Machel que basta citar apenas algumas que antecederam todo aquele assassinato de carácter em massa:
Já por ocasião das comemorações dos vinte anos do desaparecimento físico de Samora, assistimos a discursos que lembram o diabo. Um destacado crente da “superioridade rácica” a moçambicana “atirou-nos” com uma prosa (num matutino local) que empresta uma imagem de um Samora Machel social-democrata. Machel é nós apresentado como um homem muito moderado e muito humano, que vivia mergulhado na gestão de conflitos então existentes entre os radicais e moderados no interior da Frelimo, tanto à nível do governo como na da imprensa então estatizada. O articulista de tal prosa não se esqueceu também de emprestar a si próprio a imagem de mais puro jornalista moderado da época, razão pela qual granjeara então a confiança do “incontestado” líder do país, acabando até por ter o privilégio de com ele privar e ir, algumas vezes, a Portugal em serviço dos interesses estratégicos daquele. Apenas se esqueceu, o nosso ilustre jornalista, de informar aos seus leitores que numa dessas viagens fez o favor de criar as condições para o rapto na Tanzania de um cidadão português e parte da sua família para serem torturados pelos esbirros do SNASP na Machava e Xefina.
Na mesma senda, prosseguindo a manipulação de dados – que até havia começado, em tempos, na maior academia moçambicana – um outro articulista aponta Machel como tendo sido o homem que iniciou a viragem para a abertura política e económica que se vive hoje em Moçambique! Curiosamente, alguns estadistas na então Linha da Frente na África Austral são tidos como os mais belicistas na região, com um Machel a recusar, peremptoriamente, um ataque directo contra o Malawi em 1986!
Etc., etc.
Tudo serve para justificar as conquistas de hoje, nem que para isso se cuspa na memória de Machel, atribuindo-se-lho o que não fez. No fundo, estamos perante enxertos forçados, isto é, tentativas de legitimar o despotismo de ontem para justificar os tempos modernos. E a paz duramente conquistada por outros, é retirado aos seus “legítimos proprietários” e atribuído aos déspotas de ontem. E apresentam-se fotografias de um Botha em cavaqueira com um Nelson Mandela, ou um Machel a abraçar efusivamente um Ronald Reagan (ou a receber a filha deste no palácio da Ponta Vermelha) como “incontestáveis provas” de abertura destes “grandes líderes” para a concórdia nos respectivos países!
O afirmar que “se meu pai ressuscitasse ficaria muito decepcionado”, é, em si, uma prova bastante para concluir que tanto os filhos de Samora, como a viúva, têm consciência do pai e marido que tiveram. Não precisam então de um documento escrito pelo seu defunto para perceberem que seja onde estiver, Samora está chateado com tudo o que se passa em torno da sua figura hoje. Porquê não saem então a rua aos gritos a dizer “pare-se com isso. Só homenageia o meu pai ou marido quem lhe segue as pegadas!”
Samora: o ícone da luta contra a burguesia traído
Samora jamais ressuscitará para qualquer tira teimas do que estamos aqui a afirmar. Mas como humanos, feitos de carne e alma, somos livres de imaginar o que se segue. No silêncio da morte, Samora pode ainda estar em guerra permanente contra uma classe social que sempre combateu – a burguesia e os “exploradores do povo”. Os seus discursos ilustram-no. Embora os promotores da sua evocação hoje tenham consciência dessa eventualidade, preferem castiga-lo por quitação.
Queira ou não Samora, hoje, os seus camaradas que se transformaram naquilo que ele combateu com tanta tenacidade são livres de fazerem da sua figura o que bem entenderem. Jamais os poderá voltar a incomodar com seus assobios, torturas psicológicas e ironias. De resto – acreditando-se no exoterismo à moda da tradição africana – a existir alguma alma muito incomodada com tudo isto, tal alma só pode pertencer a uma das vítimas dos excessos da suprema governação de Machel a que eles faziam parte. E é legitimo que tal alma incomodada indague a Guebuza e outros: “afinal, mataram-me porquê? ”.
E se tal alma assusta, não só assusta a Guebuza e a outros da então súcia de Samora. Igualmente, assusta ao próprio Samora na tumba que tem a pesada missão de justificar perante os juízes divinos o porquê de terem morto aquela alma, porque os vivos de Samora teimam hoje que são unos e indivisíveis com o seu morto.
Talvez importe explicar o que se entende aqui por castigo por quitação:
Se em seu tempo Samora apartou-se de todos os aspirantes a burguesia à sua volta que, corajosamente, no interior da FRELIMO, ousaram contraria-lo abertamente, à esta nova burguesia que o adulava e temiam por medo das suas represálias na época, Samora terá que aceitá-la na nova condição social de capitalistas em que se tornou, a despeito do desvio da sua linha orientadora e de toda a cobardia manifesta nos tempos em que vigorava o pensamento único. E esta exigência de Guebuza à Samora é feita de forma mais bruta possível. De resto, mesmo na sua então cobardia, jamais Guebuza e os aspirantes a burguesia emergentes deixaram de ser úteis a Samora na sua luta contra os aspirantes a burguesia de ontem.
Ou morremos todos, ou somos glorificados juntos
Na prática, com as homenagens a Samora, Armando Guebuza e seus camaradas de hoje apelam a todos os moçambicanos do Rovuma ao Maputo que assobiem de lado, minimizando o “acidente de percurso” que os conduziu a serem parte da máquina que Samora usou na destruição aos seus inimigos. O facto da característica principal dos governantes de hoje ser o bem-estar social de estilo burguês, não deve constituir então motivo bastante para serem apartados de um direito sagrado – serem também tidos como heróis nacionais para que o ciclo se feche.
Tanto o pastor (Samora) como o rebanho (povo) têm que aceitá-los tal e qual eles são hoje. No caso particular de Samora, terá ainda no futuro que ter a dura missão de com eles compartilhar o espaço do panteão dos “heróis nacionais” que juntos (herói e cobardes de ontem) construíram nos tempos do pensamento único. E mesmo que no silêncio da morte Samora saiba que quando eles (Guebuza e outros) afirmavam estar de acordo com ele, nas suas consciências apunhalavam-no pelas costas sonhando com mansões, propriedades e empresas que a classe burguesa de origem europeia que combatiam ostentava, Samora não tem onde se queixar ou como impedir que lhe ergam estátuas de todos os tamanhos em toda a extensão do território moçambicano, seja com dinheiro tirado dos bolsos dos pobres moçambicanos cujos filhos estudam em escolas sem tecto ou sentados no chão, ou dos cofres do partido de vanguarda que Samora idealizou.
Samora terá simplesmente que pagar a factura que lhe estão passando, tal e qual, no silêncio cobarde de ontem, Guebuza e todos outros pagaram a factura da sua própria intransigência e teimosia; intransigência e teimosia essa que os impediu de, em tempo útil de suas juventudes, voarem livremente para o alcance dos seus sonhos: serem proprietários de bens em substituição dos colonos que haviam desalojado.
Eis então a razão de toda esta colagem forçada entre alguns vivos e um homem morto, cujo regime produziu órfãos, viúvas e destruiu famílias pelo simples facto de uns terem discordado dos procedimentos. Procura-se com as homenagens a Samora transmitir a ideia de uma eterna unidade de pensamento entre aquele que combateu uma classe social num determinado tempo, e a classe social então combatida já nos novos tempos.
E este fenómeno de colagem forçada arrasta-se a outras dimensões facilmente compreensíveis:
Se a honra repousa em estátuas ou sepulturas nos mausoléus, os novos burgueses projectam suas estátuas e repouso ao lado daquele que os fez atrasar na história da prosperidade individual. E se a verdade histórica no futuro ditar que seus restos mortais sejam removidos do mausoléu dos heróis nacionais, e suas estátuas demolidas das praças públicas por uma eventual turba popular pelo simples facto de se terem transformado em “exploradores do povo” – como dizia Samora – sê-lo-á na companhia dos símbolos daquele.
Está-se perante uma colagem tal que Samora jamais se desenvencilhará, a menos que um milagre – parafraseando a filha – o ressuscite e, decepcionado com a associação que se faz da sua figura com os “ladrões do povo”, mande todos para os campos de reeducação, aonde, a alguns, não pestanejará em mandar fuzilar como “lição” para as gerações vindouras.
Samora derrubado
A despeito da conjuntura internacional dos anos 80 e a queda do muro de Berlim nos inícios da década de 90 terem jogado um papel preponderante no desenvencilhar da linha política que caracterizou Moçambique imediatamente após a proclamação da independência nacional, manda o bom senso concluir que do “debate interno” para o desprender definitivo daquela linha política na Frelimo saíram vencidos Samora Machel (então morto) e os que até hoje teimam em julgar que a melhor opção para Moçambique é o socialismo radical que caracterizou a era samoriana. Se tirarmos desta análise a família nuclear de Samora, que apesar do espectáculo que nos oferece sente falta do seu ente querido, pode-se concluir que os que morrem de saudades de Samora e seus ideais nos dias de hoje na Frelimo contam-se a dedos. Pontificam apenas homens como o Marcelino dos Santos (que deve estar a lamentar-se por já não ter ninguém para manipular ideologicamente de modo a manter-se na parte privilegiada da sombra social) e, quanto muito, mais uns barraqueiros que não o conheceram de facto e um senhor barbudo que faz de palhaço em cerimónias de evocação do “saudoso líder”. Este último não se cansa de imita-lo, ora de dedo em riste, ora com as mãos na cintura, berrando para a sua assistência!
Conclusão
Tal como na Alemanha de hoje, onde bandos de skinheads desvairados sob efeitos de alucinantes vivem hoje embalados em discursos de Adolfo Hitler na esperança da reedição no mundo de sociedades humanas em que o ariano ocupa a vértice cimeira da pirâmide na escala de superioridade rácica, em Moçambique, bandos de jovens sob efeitos de bebedeiras diluvianas (como o diria o bom de Fernando Manuel), deleitam-se com os discursos de Samora na esperança de reaverem uma “sociedade justa” que nem sequer conheceram.
Estamos cientes do que resultará desta análise na cabeça de quem não olha para meios na procura de glória, mesmo que tal glória se circunscreva no mero capricho de sentir-se parte da “tribo dominante” ou próximo dela por inerências de sobrevivência. Consola-nos a certeza de que na contra-argumentação desses “moçambicanos mais puros” nada de novo virá senão o arremesso da arma habitual que nos habituaram: rotularem-nos de frustrados, uma adjectivação simplista a que recorrem sempre que a argumentação não justifica o que vivemos.
Canal de Moçambique - 29.02.2012
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Tens muita razao na sua resposta a Antonio Bilal. Havia infiltrados da Pide de quase todo o tipo na Frelimo. A PIDE nunca poderia ser tao ingénua ao nivel de colocar todos os seus dados em claro e com os noms verdadeiros dos seus agentes. A protecçao dos agentes dos serviços secretos dum estado reside na capabilidade de camuflar as suas identidades. Nao vamos muito para ilustrarmos isto. Aparece neste blog um individuo dos serviçoes secretos da Frelimo com tantos nomes quanto pode imaginar,incluindo nomes de homens e mulheres. Porque nao quer este individuo que ele é R.C., escrevendo o seu nome por completo. Ora chama-se isto, ora chama-se aquilo, ladainha sem fim. Ha tambem um outro individuo la em Lisboa que quando lhe apetece aparece aqui com nomes sem fim visto que ele foi agente do SNASP, representou a Renamo em Lisboa e depois foi a Maputo para se revelar como agente do SNASP.
Nao foi por acaso que um governador-geral de Moçambique disse a Lucas Mbunde que deve se encontrar em Kenya, se que ainda vive, que "nos temos alguns amigos na Frelimo." Lucas Mbunde pertenceu ao grupo de macondes que atacou os portugueses em Cabo Delgado muito antes do começo da guerra da Frelimo começar com a sua guerra de independencia. Durante o ataque, o grupo matou um padre holandês antes do grupo nao ter mais muniçoes. Mbunde foi capturado pela tropa portuguesa e ficou na prisao em Lourenço Marques por muitos anos antes de liberto.
Por isto esta sugestao de se depender dos documentos da PIDE é uma non starter. É que nem vale mesmo a pena perder tempo nisto.
A propria Frelimo, como acontece com todos os casos desagraveis a ela, nao fala do caso destes portugueses.
Teria sido muito importante se os tanzanianos nos abrissem os documentos da sua Agencia da Segurança para vermos quais foram as razoes que fizeram com que o governo tanzaniano expulsassem aqueles senhores moçambicanos.
Segundo a informaçao que me chegou, os tanzaniaons estiveram satisfeitos que aqueles senhores e a senhora Martins apresentavam perigo para a segurança do estado tanzaniano. Houve o Gwenjere sim que forneceu dados aos tanzanianos sobre aqueles senhores, mas infelizmente este ja nao vive.
Seria tambem importante se os tanzanianos pudessem abrir o documento da Interpol sobre as suas averiguaçoes sobre a morte de Mondlane. Os tanzanianos o mantem em secreto e nao abre o documento.
Gostariamos tambem de saber dos documentos tanzanianos porque no dia da morte de Mondlane, a policia tanzaniana prendeu Joaquim Chissano, Marcelino dos Santos e a senhora King Betty, a americana em casa da qual Mondlane morreu em consequencia duma explosao. A Nyeleti Mondlane reconheceu que o "camarada Chissano foi preso naquele dia" segundo um artigo que apareceu neste blog alguns anos atras. Os tanzanianos nao prenderam Uria Simango que estava tambem em Dar Es Salaam em relaçao a morte de Mondlane.
Entre as varias hipoteses que flutuam sobre a morte de Mondlane ha uma que diz que Mondlane teria sido vitima duma acçao dos proprios tanzanianos. Digo hipotese para que ninguem venha a me citar como tendo dito que foram os tanzanianos.
Quais foram as investigaçoes feitas pela propria Frelimo quanto ao caso de Mondlane? Quanto ao caso de Felipe Samuel Magaia?
A PIDE/DGS era uma organização colonialista, imperialista, ao serviço do capital-fascismo, e profundamente racista.
Muito selectiva, mesmo.
Não admitia nem pretos, nem mestiços, nem asiáticos, nem NADA que não fosse exclusivamente brancos.
E mesmo os brancos tinham que ser fatalmente de 1ª classe, e viver na "Polana".
"Esses" do Alto Maé, Chiveve, Matola, Marromeu,...não serviam.
Nem para agentes, nem para informadores/bufos, nem para intermediários, nem nada.
Só mesmo brancos de 1ª categoria, e da "Polana".
Portanto, é bom não questionar, não perder tempo com as infiltrações na frelimo - já sabemos quem, e quais eram.
Voa, mas não é passarinho.
A LUTA É CONTÍNUA
Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Poque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
A LUTA É CONTÍNUA
Nao seja ingenuo,se Martins,Veloso,Ganhao,e mais alguns foram membros da Pide nunca,nunca os verdadeiros nomes deles estariao em publico...Os nomes deles seriam em "codicos" e somente pouchissimos elemrntos da Pide teriam possibilidades de identificá-los...e nao só, recorde-se de que após o golpe de 25 de Abril,Portugal teve regime amigavel à Frelimo tendo como consequencia em "limpar" estes delicados dossiers.Conclusao:
Nunca,nunca saberemos quem eram os infiltrados. E, nao se esqueça de que se falava de que Mario Soares tinha contactos com a CIA, CIA esta que tinha relaçooes profissionais com a PIDE...é um assunto muito complicado.Sabemos,que a Frelimo estava infitrada mas quase é impossivel descobrir os nomes.HOs arquivos da PIDE estão disponíveis para consulta pública em Portugal. Possivelmente, desses arquivos poderão constar fichas dos agentes da PIDE ou ainda pistas que possam indiciar o verdadeiro papel de Martins, Ganhão, Veloso e mais alguns.Há uma tendecia de acusar os brancos como elementos da PIDE,que tal se fossem pretos ou de origem indiana??...Nao me espantaria que tal fosse o caso!
Cito apenas algumas das tuas afirmações:
“...o que aconteceu no Instituto moçambique contra os dois portugueses, Jacinto Veloso e Fernando Ganhao, que la ensinavam...”
“...A questao era que a presença dos portugueses podia ser prejudicial...~
“..embora os estudantes tivessem querido ver outros professores brancos que nao fossem portugueses...”
Agora, eu coloco a situação nestes termos:
Martins, Ganhão, Veloso e mais alguns consideravam-se moçambicanos. Acreditaram na causa da independência. Juntaram-se à Frelimo porque aceitaram os princípios que a norteavam.
Mas na Tanzânia, certos estudantes do Instituto, entre outros, negam a Martins, a Ganhão, a Veloso e a mais alguns a opção que haviam tomado, começando por recusar-lhes o direito de cidadania e deixam claro que não eram moçambicanos, mas portugueses, como as tuas citações comprovam. Isso equivale a dizer que para certos estudantes do Instituto e outros não havia moçambicanos de outras cores que não a negra.
Eu se estivesse no lugar do Martins, do Ganhão, do Veloso e de mais alguns só poderia interpretar essa rejeição, essa barreira como uma forma de discriminação na base da cor. Logo, quer queiramos, quer não, uma manifestação racista.
Fundamentas a postura dos estudantes e de outros na alegação de que Martins, Ganhão, Veloso e mais alguns era agentes da PIDE.
Não basta alegar. Há que provar. Se quem acusa tinha provas e não apenas suspeitas, então que as apresentassem.
Por imperativo histórico, as provas podem ser agora apresentadas, se é que os que alegam dispõem delas.
Os arquivos da PIDE estão disponíveis para consulta pública em Portugal. Possivelmente, desses arquivos poderão constar fichas dos agentes da PIDE ou ainda pistas que possam indiciar o verdadeiro papel de Martins, Ganhão, Veloso e mais alguns.
Seria de todo o interesse proceder a uma pesquisa desses arquivos para se confirmar – ou negar – a alegação feita por certos estudantes do Instituto Moçambicano e outros. Até lá, estamos na presença de uma alegação, de uma suspeita.
As alegações e as suspeitas não constituem elemento de prova. Como também não constitui prova o estereótipo de que todos os portugueses tinham necessariamente de ser ou da PIDE ou informadores a PIDE.
E já agora Africanos???
A LUTA É CONTÍNUA
Num dos comentarios atras, no paragrafo 2, linha 3, onde se lê "governo kenyano", deve-se ler "governo tanzaniano."
Salvaram-se apenas 4 pessoas, que ficaram mais ou menos juntas - eram 3 pretos e 1 branco.
Por sorte deles, avistaram um pequeno barco salva-vidas que distava cerca de 100 metros do local em que estavam, em pleno Índico.
Se bem viram, melhor pensaram.
Instintivamente nadaram o mais rápido que puderam, e souberam, em direcção ao ÚNICO meio de salvamento disponível.
Chegaram TODOS ao mesmo tempo.
O grande problema é que o salva-vida comportava no máximo dos máximos 3 pessoas.
O preto Moçambicano, esperto, disse logo:
- Eh pá, o barco é Moçambicano, logo tenho direito - e toca a entrar para o bote.
Logo, logo, o preto Sul-africano disse:
- O branco não entra, é um colonialista e racista.
O outro preto, Tanzaniano, disse logo, aproveitando:
- Tens razão camarada, o branco que fique com os tubarões.
Mas sorte do branco que o preto Moçambicano até nem era racista, como esses outros, e disse com inteira convicção:
- Calma, calma, não vou admitir racismo num barco de Moçambique, superiormente dirigido pela frelimo, partido de vanguarda de todos os trabalhadores, sem quaisquer distinções.
Vou fazer uma pergunta a cada um.
Quem errar fica na água.
Não entra, com certeza.
Os outros 2 pretos não estavam a gostar da brincadeira, mas o Moçambicano foi muito persuasivo, e convenceu.
- Em que ano começou a guerra de independência de Moçambique - perguntou ao Tanzaniano - 1964. Entrou.
- Em que ano Moçambique ficou independente - perguntou ao Sul-africano - 1975 - Entrou também.
- Nome e morada dos mortos da guerra da independência, a pergunta feita ao branco.
Assim se conta a bonomia do racismo de alguns racistas pretos de Moçambique.
A LUTA É CONTÍNUA
Muito obrigado pela sua resposta, e esclarecimento.
Fico satisfeito, bem esclarecido.
Maningue tacuta.
A LUTA É CONTÍNUA
"O problema de expulsar ou aterror ou nascem em Moçambique independentemente da cor da sua pele"
Frase a omitir por estar escangalhada. Aminha intençao era de dizer que "o problema de expusar ou aterrorisar brancos que nasceram em Moçambique foi o problema de Samora Machel e do seu regime -- coisa que nunca deveria ter acontencido.
Nao falei do problema de brancos serem cidadaos ou nao ou da participaçao dos brancos na Frelimo que Antonio Bilal mencionou. Limitei me a pena a falar do problema de professores brancos no Instituto moçambicano e a refutar a acusaçao da Frelimo que os estudantes eram racistas. Falei dos poucos que haviam em Dar Es Salaam que eram desconfiados por razoes de factos dados.
Pensei sempre que moçambicanos deviam ser todos aqueles que nasceram e optam pela cidadania moçambicano. O problema de expulsar ou aterror ou nascem em Moçambique independentemente da cor da sua pele. Se pretos sao cidadaos em Portugal por nascença ou por opçao porque nao pode haver cidadaos brancos em Moçambique por nascença ou opçao? Foi a politica mal orientada da Frelimo que correu com os brancos, coisa que nunca deveria ter acontecido.
Se for ler o meu comentario mais uma vez vera que nao me meti no problema do Antonio Bilal que falava de brancos e da sua aceitaçao ou nao aceitaçao na Frelimo. Limitei me estreitamente a questao de brancos no Instituto moçambicano e porque é que os poucos brancos portugueses que havia na Frelimo a escala da liderança nao eram benvindos por razoes nao de raça, mais de dados fornecidos que faziam com que os tais individuos fossem considerados como perigosos -- razao esta que fez com que o governo tanzaniano os expulsasse. Foram na verdade os tais senhores, principalmente o sr. Jacinto Veloso que veiu a ordenar matanças na Frelimo depois da Frelimo os ter reintegrados. Estes estao entre os despreziveis.
Nao falaria de brancos dentro das feleiras militantes e militares da Frelimo visto que nao havia. Para mim este problema nao se levanta.
Ja disse neste blog, criticando o comportamento do Guebuza na sua implementaçao de sua regra 24/20 que ele correu com moçambicanos brancos que tinham muitas geraçoes em Moçambique. Foi Samora Machel e o seu grupo de decidiram correr com os brancos, retendo so aqueles poucos que eram ideologicamente comprometidos com a Frelimo -- coisa esta que sempre critiquei. Na minha optica moçambicanos deviam ser todos, brancos, pretos, mestiços, indianos, que nasceram em Moçambique ou optam pela cidadania moçambicana.
Foi na verdade para contra-atacar a propaganda da Frelimo que os estudantes do IM eram racistas que dei o exemplo do Seminario de Zobue onde os estudantes nao gostaram da mudança dos seus professores para jesuitas nao por estes serem brancos. Tal coisa nao faria sentido visto os padres brancos que tinhamos eram tambem brancos. Foi a manobra colonialista que os seminaristas nao gostaram.
As aulas pararam durante o stand off ou confronto entre Febereiro e Julho entre os estudantes e os lideres da Frelimo que queriam que os estudantes fossem a Nachingwea e os estudantes que recusavam até que o governo kenyano fechou a escola e despachou os estudantes para o campo de refugiados de Rutamba em Julho de 1968, alegadamente visto que o governo queria separar os estudantes dos lideres da Frelimo.
Sai de Rutamba em Agosto de 1969 e resumi os meus estudos secundarios em Nairobi em Janeiro de 1970. Devido a questao da lingua, tive que recuar para tras na escola secundaria em Nairobi onde o ensino e os estudos se faziam em inglês.
Embora soubesse francês, nao sabia o inglês. Quando comecei em 1970 no entao Eastleigh Secondary School (agora Eastlegh High School)nao percebia o que os professores diziam, mas dentro de três meses ja tinha amelhorado. Lembro-me da tragédia da minha primeira redaçao em inglês. Pensava em português e tentei traduzir o pensamento para o inglês. O resultado uma salada.
Quanda a professora trouxe as redaçoes corrigidas, mandou-me levantar e disse que a minha redaçao era um desmazelo e perguntou-me donde eu vinha e eu disse de Moçambique. E ela explodiu e perguntou porquê nao fiquei em Moçambique em vez de vir para o Kenya. A quela senhora inglesa nao entendia o meu problema ou o problema de Moçambique.
Ela veio a se surprender no ano seguinte de 1971 quando houve uma competiçao em inglês onde os 700 alunos foram divididos em dois grupos. O grupo junior (Form 1 e 2) e o grupo senior (Form 3 e 4). Estive no Form 2 e ganheiu o premio junior na secçao junior naquela redaçao cujo tituo era "The Importance of Planting Trees" (A Importancia de plantar arvores)."
O premio foi me apresentado pelo vice-ministro da Educaçao de entao, o sr. Charles Rubia, e a minha fotografia apertando maos com ele ao receber o premio apareceu na revista da escola no fim do ano.
Em 1975, quando ja estive a fazer o Advanced Level ou a pre-universitaria(Form 5 e 6), estando no Form 6, viria a ganhar o premio senior de todas as escolas do Aga Khan no Kenya numa outra competiçao de redaçao em inglês e a rapariga que ganhou o premio junior vinha duma escola em Mombasa na costa. Viajou de Mombasa para Nairobi para receber o seu premio numa jantarada para nos honrar. Obtive um bm x para buscar livros duma livraria em Nairobi onde a fundaçao Aga Khan ja tinha deixado o dinheiro.
A minha educaçao universitaria ja é uma historia.
P
Desde que se deixassem assimilar, matassem o "Pai" e a "Mãe", e o próprio "DEUS".
A LUTA É CONTÍNUA
Espero que entenda bem o sentido daquilo que vou escrever a seguir.
Mas para facilitar a compreensão, vou fazer um pequeno intróito.
Nada tenho contra os "brancos" que eventualmente tenham integrado as Manu, Udenamo e Unami, e mesmo e até a FRENTE de LIBERTAÇÂO DE MOÇAMBIQUE (congregação dos 3 antecedentes citados) até à data em que essa FRENTE existiu, de facto.
E mesmo da Coremo e outros…
Nada mesmo.
E até nada contra "brancos" que não integrados em estruturas políticas, pugnassem também pela Independência.
Para mim isso é tão natural como beber um copo de água.
E louvável. Respeitável.
Agora os "brancos" que pertenceram/pertencem à frelimo partido único totalitário, e aí por diante, ... , esses, merecem o meu mais profundo desprezo, nojo,...,porque vivi e testemunho.
E não esqueço.
Feitos estes esclarecimentos, ainda que mal pergunte, uma vez que se refere aos "brancos" da então Frente como Portugueses, mal que lhe pergunte:
- Um branco, de origem Portuguesa, quando é que pode obter o estatuto de Moçambicano, na sua óptica? Ou mesmo, se tal é possível, exequível.
Isto porque conheci alguns, que já iam na 3ª geração de nascidos em Moçambique.
E porque também infiro das suas palavras escritas, que os "brancos" descendentes de outras nacionalidades que não a Portuguesa, esses sim, esses já seriam Moçambicanos, ou toleraria essa possibilidade.
- Será questão de pecado original (descendentes de Portugueses)?
- Será infelicidade de exposição de ideias?
- Será questão de mau manuseamento da Língua Portuguesa, que o afastamento na diáspora, produz?
- Ou será assim mesmo?
Isto é um mero exercício de racionalidade, de lógica, de clarificação.
Gosto de entender as coisas, e quando não sei, ou tenho dúvidas, pergunto.
Agora, quanto aos brancos desta frelimo, + os pretos, + mestiços, + os asiáticos e + tudo o mais, quero é que eles se danem, que vão TODOS para o inferno.
Ficou claro, espero.
A LUTA É CONTÍNUA
Mas o anti-racismo de Samora não era para mim autêntico. Dizia-nos que todos eram moçambicanos, sem distinções de cor. Mas havia uma distinção clara. Seriam todos moçambicanos se aceitassem a linha ideológica da Frelimo, isto é, o partido único. Os que não aceitavam essa linha eram marginalizados e combatidos. Antes de mais, deixavam de ser considerados moçambicanos. Uma espécie de apartheid ideológico.
No fundo, é o mal das ditaduras. A Frelimo-governo era uma ditadura. As ditaduras desembocam em abusos, sempre. É importante limitar os poderes.
E mesmo em sistemas democráticos a limitação de poderes não impede abusos, mas pelo menos há a possibilidade de denúncia de abusos, de afastamento de dirigentes que abusam. Nas ditaduras a única possibilidade de alternância é o golpe de estado ou a guerra civil, como foi no nosso caso.
Os reflexos dessa linha continuam hoje com a Frelimo que se afirma apostada no multipartidarismo. É o caso dos recentes pronunciamentos de Guebuza dirigido aos membros do seu próprio partido. Resquícios do centralismo democrático em que a crítica era supostamente permitida a nível das estruturas partidárias, mas viu-se que na prática, a crítica era limitada, como limitado era o poder de decisão. Centralismo democrático era no fim de contas a concentração de poderes. Decisões do topo para a base. A base era para ornamentar um suposto poder democrático.
Nunca houve problema algum ou ouvi qualquer estudante que dissesse que nao queriam ser ensinados por brancos. A questao era que a presença dos portugueses podia ser prejudicial. Ninguem usava o termo branco para eles ou quanto aos poucos portugueses que havia na escala da Frelimo em Dar Es Salaam.
E mesmo esta questao do Jacinto Veloso a ensinar a Quimica e Fernando Ganhao a ensinar a Historia nunca foi um problema, embora os estudantes tivessem querido ver outros professores brancos que nao fossem portugueses.
Nunca jamais houve uma manifestaçao contra os dois e nao houve até falta de respeito para com os dois, embora os estudantes teriam querido ver professores que nao fossem portugueses.
Um bom numero dos estudantes viviam no Instituto moçambicano, mas iam a escola americana de Kurasini College onde todos os professores eram brancos americanos. Os estudantes moçambicanos la nunca fizeram barulho algum contra os brancos americanos.
O vir do ambiente rural nao significava de modo algum que os estudantes eram racistas e nao queriam brancos. Os estudantes eram muito mais espertos e muito mais abertos do que o sr. possa imaginar. Nunca disseram que nao queriam a Janet Mondlane que era a directora do Instituto moçambicano.
Talvez que o sr. nao comprenda bem a psicologia de muitos pretos. Posso até lhe dizer que os estudantes prefereriam ser ensinados por brancos do que por pretos. Como resultado da colonizaçao, havia sempre na mente que o branco era melhor do que o preto e podia fazer coias melhor do que o negro.
E os estudantes que dependiam da bondade dos brancos nas Americas e na Europa para se educarem nao podiam estar por ai a querer demonstrar racismo. Toda a minha educaçao foi graças a bondade dos brancos e nao havia eu de morder o dedo que me alimentava como diz uma expressao inglesa quanto ao cao ingrato.
Parece-me que o senhor esta tentar sus-estimar os moçambicanos quando diz que ninguem podia dizer se alguns eram da PIDE. O governo tanzaniano estava bem informado daquilo que acontecia na Frelimo e das infiltraçoes portuguesas principalmenre por negros da PIDE dentro da propria liderança da Frelimo. Como alguem disse aqui, nao havia nada, acrescentaria eu muito pouco, que a PIDE nao soubesse do que se passava na Frelimo. E disto nos na tanzania sabiamos.
O problema do racismo em que o sr. tenta insistir é anulado por outro caso, desta vez por um caso que aconteceu em pleno Moçambique colonial. O Antigo Seminario de Zobue tinha sido estabelecido por Padres Brancos europeus (nao havia portugueses entre os tais padres) e o seminario funcionou muito bem como um dos melhores centros educacionais de Moçambique até quando as autoridades eclesiasticas portuguesas expulsaram os Padres brancos e trouxeram Jesuitas portugueses como corpo docente. Esta mudança marcou o principio do fim do seminario do Zobue. Os estudantes viram na manobra uma acçao colonialista e nao racial ou racista. E mesmo se os tais jesuitas tivessem sido negros, nao penso que os estudantes teriam aclamado uma tal mudança.
Eu que la estive entre Setembro de 1967 até Novembro do mesmo ano em que deixei Moçambique sob os jesuitas, vi o desgosto dos estudantes pelo novo corpo docente, para nao falar do facto que mais do que um quarto dos estudantes nem mesmo regressou ao seminario para estudar sob os Jesuitas portugueses.
Nao posso ver como é que os estudantes do seminario podiam ser descritos como racistas. No caso do Instituto moçambicano, a interpretaçao de que os estudantes eram racistas foi feita pela liderança da Frelimo para desacreditar os estudantes.
Concordo com o sr. quando algures diz que os visados viram a sua expulsao da Tanzania como uma manobra racista. Como eu disse algures, a campanha conta os portugueses, Jacinto Veloso, Fernando Ganhao, Helder Martins e sua esposa e a sua expulsao nao foi a obra dos estudantes. Foi na base de informaçoes solidas que o governo tanzaniano apurara sobre eles vindas dos moçambicanos que o sr.tenta sus-estimar.
Obviamente, o sr. tem o direito de continuar a ver as coisas como quer as ver sobre o Instituto moçambicano. Tem o direito de interpretar as coisas como quer interpreta-las. Mas eu que la estive nao vi nenhuma luta contra os brancos. Os estudantes nunca disseram rua com os Minters e os outros brancos e o castanho goês. E nem disseram mesmo rua com Jacinto Veloso e Fernando Ganhao, embora estavam convencidos de que os dois eram infiltrados.
O problema dos poucos portugueses em Dar Es Salaam caiu na luta global contra a liderança da Frelimo e na questao dos problemas que havia em 1968.
P.S. Tenho algures na minha casa o documento dos antigos combatentes a Chissano do que o senhor falou. Penso que posso encontra-lo.
Consideremos um outro factor importante: Se pessoas como Francisco nota Moisés e seus colegas do Instituto moçambicano (a maioria dos quais pertenciam ao escol (elite) do país, dado o facto de terem tido acesso a níveis de ensino vedados à maioria) não logravam entender que poderiam haver moçambicanos brancos, como é que as populações das zonas de combate em Cabo Delgado, Niassa, Tete, Manica e Sofala iam perceber? A possibilidade de esses combatentes (brancos) serem trucidados nas frentes de combate era real.
Agora uma afirmação que pode ser polêmica: No tempo de Samora os brancos estavam sobrerrepresentados nas estruturas de poder, tendo em conta a demografia do país. Se essa representação poderia ser justificável nos primeiros anos com "a falta de quadros"; parece-me que, 10 anos depois, que coincidem com o assassinato de Machel, essa sobrerrepresentação poderia começar a ser corrigida. Em minha opinião, essa correcção começou, paulatinamente, a abranger outros segmentos nacionais que estavam (e estão) ainda sobrerrepresentados. ë preciso prosseguir. Mas, seja como for, o CC e a Comissão Política da Frelimo hoje não tem nada a ver com o CC e o Buró Político de 1977. O actual reflecte um pouco melhor as dinámicas sociais e demográficas do país.
Tomo a liberdade de precisar, que houve sectores da Frelimo que não eram racistas.
Mas outros houve, como bem escreve, que já assim não eram.
Até faziam "bandeira" desse seu posicionamento.
Nunca houve consenso, nessa e noutras matérias, dentro da Frelimo.
Daí ser mais correcto, e com o devido respeito, dizer a direcção X da Frelimo era anti-racista, a direcção Y já era racista.
Porque na Frelimo sempre houve de tudo como na farmácia.
Mesmo depois de ser "purificada".
Muito obrigado.
A LUTA É CONTÍNUA
1. A maioria da população não negra não era politicizada em termos de aderir ao conceito de indpendência tal como defendido pela Frelimo.
2. Aquilo que eu designaria de "factor angolano". Ou seja, os massacres da UPA no norte de Angola em 1961 tiveram um enorme impacto entre esse sector da população, especialmente o branco.
3. Depois há a realidade no interior da própria Frelimo. Com Mondlane, a Frelimo insistiu junto dos membros de que a luta não era contra o branco, mas contra o sistema. Mas a visão de Mondlane não significava que fosse entendida ou assimilada pelos membros de todos os escalões.
4. Os próprios tanzanianos não compreendiam que houvesse brancos a lutar pela independência de Moçambique. Por isso não permitiram que Veloso e João Ferreira permanecessem na Tanzânia depois da fuga.
5. Essa realidade étnico-social voltou a manifestar-se durante a crise do Instituto. Não era uma questão de que os brancos e castanhos de Moçambique eram PIDES ou agentes do colonialismo. O problema era a cor. Quem tinha capacidade para identificar se um era da PIDE ou o outro era OPV? A cor era o "elemento de prova". Era a base da suspeita. Os estudantes vinham de um meio rural tal como os quadros militares na sua maioria em que o elemento cor era o símbolo do colonialismo. O colonialismo era europeu - branco.
6. Apesar do Samora ter insistido numa sociedade anti-racial quando ele morreu voltou tudo à estaca zero. Não sei se o Gil tem aquele manifesto dos Antigos Combatentes que circulou em Maputo depois da morte do Samora. Esse documento é bem explícito quanto à questão da cor > brancos > filhos dos colonos> moçambicanos "não originários".
Mais ainda, muitos combatentes capturados e outros raptados nos paíse vizinhos pura e simplesmente desapareceram. Só para exemplo, posso me referir a um filho e a um irmão de Thabo Mbheki que desapareceram. Dezenas de outros, se não centenas, tiveram o mesmo destino.
A tortura, como fizeste notar algures, foi também muito usada. Muitos combatentes sucumbiram nas salas de tortura. Portanto, tens razão ao te recusares a aceitar que Bhota e o Apartheid eram muito humanos como Ncomo reiteradamente afirma, tanto no texto, como nos comentários que faz.
Creio não estar errado, não quero deturpar a história, e muito menos ser injusto.
É ou não é verdade que não se viam brancos, e outros não-negros, na frente de combate?
É, ou não é verdade, pese a verborreia que a luta não era contra o "branco", este simbolizava (a) o inimigo, objectivamente?
É, ou não é verdade, que a frelimo NÃO QUERIA, e/ou mesmo impedia, que não-negros, mormente brancos, fossem vistos pela população como guerrilheiros, com participação activa na guerra?
E não só a frelimo, como também o MPLA.
Aliás há um depoimento de um médico branco que em Angola, no MPLA, solicitou a sua participação em combate, por direito, e em igualdade de circunstâncias.
Foi impedido.
Desertou do MPLA, e foi para o PAIGC.
Por favor, não invoquem a falta de quadros, que "eles" eram mais necessários na rectaguarda, etc, etc, etc,...
Nem da discriminação “positiva”…
Vamos enfrentar o "touro" de frente, pelos cornos.
Com amizade
A LUTA É CONTÍNUA
PS - E o mesmo aconteceu durante a guerra civil!!! Ainda!!!
Acho que a questão era de que os estudantes não reconheciam a existência de moçambicanos não negros, especialmente no contexto de uma luta de libertação nacional. Isso foi interpretado pelos visados como uma manifestação racista.
POESIA, meus Srs(as).
Que falem, então, os Poetas, os verdadeiros Poetas:
Este é o tempo
Este é o tempo
Este é o tempo
Da selva mais obscura
Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura
Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura
Este é o tempo em que os homens renunciam.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Data
Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação
Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão
Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rasto
Tempo da ameaça
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Esta Gente
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen
A LUTA É CONTÍNUA
"É fácil ser "comunista" em Moçambique da frelimo, residindo em Portugal"
Arrotar postas de pescada, e bifinhos do lombo, (nos Europa),
enquanto em Moçambique da frelimo o Povo é obrigado a apanhar gafanhotos, ratos de campo e outros para arranjar um pouco de comida para a família, é fácil...
As saborosas tangerinas de Inhambane
…
Camarada Control: Abre o teu mais fraterno sorriso no meio da estrada
e deixa passar de dentro para dentro de Moçambique
nossas preciosas tanjarinas d'Inhambane.
Agora casca uma tanjarina e prova um gomo mais outro gomo.
É doce ou não é doce Camarada Control?
Pronto!
Muito obrigado Camarada Control!
E viva as saborosas tanjarinas d'Inhambane!!!
VIVA!!!
(José Craveirinha)
Deixa passar o meu povo
…
não poderei deixar-me embalar pela música fútil
das valsas de Strauss.
Escreverei, escreverei,
com Robeson e Marian gritando comigo:
“Let my people go”,
OH DEIXA PASSAR O MEU POVO
(Noémia de Sousa)
Mas a discussao era outra nao e verdade??? fico-me por aqui...e um direito seu escrever como quer e ser racista se assim o pretender (mesmo que tente disfarcar), eu sou livre de o interpretar e assim o considerar. Os meus cumprimentos licos.
Grande resposta e realista...Sim,foram ambos regimes desumanos.Tem razao,se o Mandela estivesse em Moçambique teria ele sido morto nao ha duvidas...O problema do Samora (ao meu ver) nao "sabia" o que fazia...Nota-se que eram os outros a fazer funcionar essa maquina de fuzilamentos e torturas...claro era culpado porque era presidente mas recorde-se de que durante os terrivieis anos de Samora a SNASP fora conduzida por moçambinos de raça branca...é isto que me preocupa...Mas quem eram os ideologos desta politica??...Esta é a questao??....Por favor,srs leitores nao me acusem de ser racista ou anti-branco..."just" vejam os factos...De salientar aqui de que o Samora era academicamente nulo...Terá havido os grandes pensadores desta politca.Quem?
Samora Machel melhor do que P.W. Botha or P.W. Botha melhor do que Samora Machel? Penso que nao posso realmente entrar nisto sem ter que ofender as sensibilidades duns e de outros. Botha seguia uma lei bem traçada, estipulada e vil. Deixava a sua maquina trabalhar enquanto o regime de Samora Machel tinha esta compulsao khmer rouge-esca de querer matar pelo prazer de querer matar.
A unica coisa que posso dizer é que se Nelson Mandela e e os seus colegas que sobreviveram Roben Island tivessem sido prisioneiros de Samora Machel, todos eles teriam sido executados como aconteceu com Uria Simango, Paulo Gumane, Gwenjere e todos aqueles politicos que se tiveram a desgraça de cair nas maos de Samora Machel. Isto é o que posso dizer, mas comparar os dois regime desumanos é me muito dificil. É me muito dificil dizer qe um era melhor do que o outro.
Talvez que tal é comparar o Nazismo hitleriano com o terror stalinista? Qual era o melhor, se m era melhor do que o outro?
Contudo Sr licos, nao pude deixar de notar estas suas duas frases:
..."O que doi,o que é incompreensivel é que Samora,sendo ele um Negro,torturava e mandava fuzilar outros negros como ele."
...."Foram simplesmente ambos "evils" porque os dois aplicaram a mesma teoria:
-Que a vida de um Negro nao valia nada."
ESQUECEU-SE QUE SAMORA E CIA LDA MATARAM DE TUDO UM POUCO?? ERA SO A VIDA DOS NEGROS QUE NAO VALIA NADA??? NA SUA OPTICA E MAIS ADMISSIVEL SE FOSSE UM BRANCO A MATAR UM NEGRO??? OU UM NEGRO A MATAR UM BRANCO??
E isto coerente?? Temos ainda muito que caminhar!!!
Anonimo:
O senhor diz que............................Bhota e o Apartheid eram mais humanos que Machel e a FRELIMO........Que me perdoe,os dois eram grandes criminosos.Nenhum deles era
melhor que o outro. O que doi,o que é incompreensivel é que Samora,sendo ele um Negro,torturava e mandava fuzilar outros negros como ele.Sim,existe esta percepçao de que o Botha fosse melhor que o Samora,porque o Mandela e outros nunca (por razoes de Reconciliaçao)expilcaram em detalhes as grandes torturas que sofreram nas cadeias....especialmente nos primeiros anos da prisao destes lideres.Foram torturas impensaveis que quase deixaram paralitico o Mandela.....Para nao falar das humilhaçoes e torturas que a Winnie Mandela sofreu na cadeia:
-Obrigada a estar nua e solitaria na prisao...Torturada com aparelhos electricos na vagina...Para nao falar de tantas jovens violadas e mortas no Soweto.O Botha e o Samora,digam o que dizerem foram ambos "evils"...Se, um foi melhor "evil" que outro.Nao,sr.Foram simplesmente ambos "evils" porque os dois aplicaram a mesma teoria:
-Que a vida de um Negro nao valia nada.
Por favor nao me insulte por eu ter contradizer o sr.
Não me faço de ingenuo não, sou mesmo ingenuo. Por isso estou aqui a ler-te, perdendo o meu tempo.
Sr. Bernabé "Tenha coragem e venha com algumas verdades sobre o reverendo e veremos que de facto tens tudo nos lugares proprios, o contrario, so incautos estarao contigo".
Ja está provado, isso de "veremos que de facto tens tudo nos lugares proprios" é declaração de amor as coisas do Bernabé. Não é melhor procurar-lhe para certificar pessoalmente se as coisas deles estão bem fixas? O que temos nós outros se as coisas dele estao nos lugares proprios. Bernabé escreveu no livro dele que Simango era pastor duma Igreja, tinha uma mulher e três filhos e não meulheres. Não abandonou os filhos para a tanzania e nem mulher na ilha de Inhaca, não bebia bebidas alcolicas embora nao condenasse ninguem por beber. Se Rosaline tem informações sobre Simango e investigou, é preparar um livro para contrapor a historia do Bernabé, nada mais. Caberá aos leitores fazer juizo e debater como se debate o trabalho de Bernabé. Quer saber uma coisa, senhora, parece que esse bernabé tem as coisas no sitio sim. Está ao serviço da verdade, porque mesmo no livro dele quase que chama de pateta o Uria Simango por não agir violentamente quando se egigia violencia contra os malandros que estavam a sua volta. É melhor melhor a senhora Rosaline convidar Bernabé para um Guest House e falarem a sós. Não nos venha chatear aqui.
No entanto, é preciso cuidado com a Rosaline "Simango"! Tudo o que ela escreve deve ser verificado para aferir se os factos "colocados são verídicos, ou estão baseados em sólidas e credíveis referências bibliográficas". Com citações e tudo!
Invejo as suas credenciais de homem justo e com grande sentido de equilíbrio. Não há como não aceitar esta proposta magnánima do amigo JJLABORET.
Tenha vergonha senhor, Simango nao era assim tao santo! O sr pinta tudo de bonito em relacao ao reverendo, e nao diz as verdades porque?
Tenha coragem e venha com algumas verdades sobre o reverendo e veremos que de facto tens tudo nos lugares proprios, o contrario, so incautos estarao contigo.
"Estamos cientes do que resultará desta análise na cabeça de quem não olha para meios na procura de glória, mesmo que tal glória se circunscreva no mero capricho de sentir-se parte da “tribo dominante” ou próximo dela por inerências de sobrevivência. Consola-nos a certeza de que na contra-argumentação desses “moçambicanos mais puros” nada de novo virá senão o arremesso da arma habitual que nos habituaram: rotularem-nos de frustrados, uma adjectivação simplista a que recorrem sempre que a argumentação não justifica o que vivemos".
Obrigado Nkomo
O que transpira é que aqueles que se fizeram donos e possuidores da Frelimo desencadearam muita violencia atroz contra aqueles que tinham problemas em aceita-los. Estabeleceram um reino de terror muito feroz antes da minha entrada na Frelimo em 1968. A rebeliao de 1968 contra aliderança de Eduardo Mondlane foi na verdade o culminar do desgosto pelos actos que os lideres da Frelimo praticavam.
E ja disse neste blog que o problema principal de Uria Simango era o de querer estar na liderança da Frelimo e o de ter na verdade participado em decisoes para a eliminaçao de muitos militantes da Frelimo. Mas a diferença entre o Simango e os outros era que Simango tinha uma consciencia e os actos dos quais ele fazia parte encomodava a sua consciencia e queria que parassem enquanto estava muito metido naqueles actos.
O mesmo Uria Simango entao mantinha contactos com o famoso comité dos Ancioes da Frelimo com os quais tinha concordado para trabalhar com eles para trazer mudanças na Frelimo, mas nao tinha a decisao de ferro de estar com os Ancioes, conhecido pelo seu nome swahili de BARAZA LA WAZEE,visto que a situaçao da segurança no lado de Mondlane onde ele era vice-presidente lhe assegurava a vida a si e a sua familia lhe era muito importante para ele.
Ainda mais grave e serio foi Uria Simango que alertou a Gwenjere mal que este chegou na Tanzania que a situaçao na Frelimo na estava bem. Durante a viagem que ele fez com Gwenjere para as Naçoes Unidas em Nova Iorque em 1967, onde ambos se pronunciaram perante a Assembleia Geral contra os crimes do colonialismo português em Moçambique, os dois chegram a um acordo secreto que haviam de trabalhar juntos até trazer mudanças na Frelimo.
Foi durante o discuro de Gwenjere que o embaixador português abandonou a sala em protesto ao que Gwenjere dizia. De acordo com Gwenjere, o embaixador português "saiu a correr da sala de conferencias." Sim, aquando daquela viagem, Simango e Gwenjere fizeram um acordo secreto que haviam de trabalhar juntos até trazer mudanças na Frelimo.
Tal como fez com o Baraza la Wazee, Simango veio na verdade a desapontar o Gwenjere quando este começou a actuar com tanta informaçao sobre os malfeitos que existiam na Frelimo. Estava muito bem munido com dados e factos visto que muita gente o procurava para lhe dar informaçoes -- facto este repisado num artigo que saiu neste blog da autoria de Lawe Laweki que viveu os acontecimentos no Instituto moçambicano em 1968.
Nao verdade o apoio que Gwenjere recebia dos militante era imenso. Tinha apoio quase inteiro dos Estudantes do Instituto moçambicano. Bastava comparar o respeito e a recepçao calorosa que Gwenjere recebia quando chegava no Instituto moçambicano e a distancia senao mesmo a animosidade dos estudantes quando Mondlane la tambem aparecia.
Vamos entao ver qual era o problema do Uria Simango, que na minha optica, apesar das suas fraquezas, foi um grando patriota moçambicano que dedicou a sua vida para a causa da libertaçao de Moçambique. Simango se deixava ser usado as vezes como ponta de lança nas acçoes dos dirigentes da Frelimo. Como titulo de exemplo ja dei neste blog o caso quando ele foi enviado pelo comité central para ir anunciar que o Instituto moçambicano se fechava e que os estudantes deviam rumar para Nachingwea.
Veio fazer este anunciou em companhia do Marcelino dos Santos. O que aconteceu nao foi nenhuma brincadeira. Simango e Marcelino dos Santos estremeceram. Mal que Simango fez o seu anuncio, ele e Marcelino dos Santos decidiram sair da sala e os estudantes disseram que nao; que deviam la ficar para se discutir bem o assunto. Foram intercepetados e a cena culminou no patio em frente das salas de aulas. Ja nao havia aulas por muitos meses visto que os lideres queriam fechar o instituto e os estudantes nao obedeciam as ordens dos lideres.
Cercado, Uria Simango colou as suas maos nos ombros de José Manhique, o lider dos Estudantes, enquanto um outro estudante o agarrava pela barba e outros estudantes em volta dele o batiam a valer. Uria Simango gritava, dizendo a Manhique "nao deixa estes rapazes me matar, nao deixa estes raparazes me matar...."
Enquanto isto acontecia na verdade alguns rapazes estiveram a correr a procura de gasolina e um deles furioso como diabo disse "vamos queimar estes gajos vivos." O que posso dizer é que aqueles rapazes nao estiveram a brincar. Somente que nao econtraram gasolina.
Um outro grupo cercava Marcelino dos Santos que era impurrado em todos os
lados enquanto os rapazes o batiam. Estive neste grupo que cercava e disciplinava Marcelino dos Santos. Eu o bati sim e o piquei com uma rapizela nas costas, mas o mesmo RC, a voz dos seus mestres que aqui aparece, veio depois a querer ridiculisar-me dizendo que o piquei nas nadegas.
Bastava ver o dos Santos cheio de medo e os seus grandes olhos quase a lhe sairem da cara e gritava: "deixem-me ir embora, deixem me ir embora...."
Enquanto este espectaculo acontecia, os prefessores americanos Bill Minter e a sua esposa que ensinavam as matematicas e a geografia respeitivamente estiveram no corredor perto do seu quarto e Fernando Ganhao tambem saiu do seu escritor para presenciar o que acontecia e nenhum estudante se meteu com eles.
Se houve um grito contra os professores no Instituto foi unicamente contra os portugueses e nunca contra Bill Minter e a sua esposa, contra o professor checoslovaco, contra o professor goes que ensivana a Biologia e a professora sueca que ensinava o Ingles que eram todos brancos como os portugueses.
A afirmaçao aqui tantas vezes batida e rebatida pelo homem da Frelimo com tantos nomes que os estudantes estiveram contra os professores brancos nao é verdade. Esta é a versao da Frelimo que ele propala e dele proprio... é a historia da Frelimo que é uma das versoes da historia da Frelimo. Contra os portugueses sim que mais tarde o proprio governo de Tanznai veio a expulsa-los para a Argelia depois de avaliar a informaçao que Gwenjere lhe tinha fornecido mostrando que os homens eram na verdade agentes do regime de Salazar.
Metido no aviao e enviado para a Argelia estava tambem o Sérgio Vieira.
No fim e ao cabo, nos os estudantes deixamos aqueles dois altos dirigentes da Frelimo regressarem as suas casas depois de lhes dizermos que nao saiamos do Instituto. Uma delegaçao dos Estudantes foram ao cabinete do vice-presidente Rashid Kawawa que se encarregava dos assuntos da Frelimo e dos refugiados para explicarem que os lideres da Felimo queriam nos evacuar para Nachingwea para nos eliminar. Os tanzanianos, que tinham muita informaçao que Gwenjere lhes fornecia sobre o que estava roto na Frelimo, tiveram a simpatia.
Quando esta situaçao de "stand off" ou de confronto continuava com os lideres da Frelimo incapazes des no evacuarem, ouvimos da Radio Tanzania, em Dar es Salaam, em Swahili, dizendo que o Instituto moçambicano que os lideres da Frelimo queriam fechar permaneceria aberto. Foi assim entao frustrada uma das tentativas dos lideres da Frelimo para fechar o Instituto.
O Instituto foi fechado por decisao do vice-presidente Rashid Kawawa depois de se fartar dos confrontos entre os lideres da Frelimo e os estudantes. Desta vez quase todos os estudantes que restavam no Instituto, visto que muitos ja tinham fugido para o Quenia principalmente, foram ao cabinete do Rashid Kawawa para se queixarem contra uma nova decisao dos lideres da Frelimo para fecharem o Instituto.
José Manhique explicou a situaçao a recepçao e fomos ditos para aguardamos. Assentamos no patio durante muito tempo depois do qual vimos carros da policia a vir. A chegada do primeiro carro, um policia velhote disse em swahili: "kutoka sasa wanafunzi mumekamatwua (apartir deste momento, voces estudantes estao detidos). Kaa chini, kaa chini (assentem-se, assentem-se). Sit down. Be quiet," disse o mesmo oficial em inglês.
Dai fomos todos transportados para a Prisao central de Dar Es Salaam e depois de tres dias fomos exilados para o campo de refugiados de Rutamba donde eu e muitos viriamos a fugir para o Kenya onde vivi por 17 anos antes de adquerir o meu novo pais em 1987.
Qual era o problema de Gwenjere apesar de ter um apoio quase universal dos militantes? O homem era muito humano. Queria mudanças sem violencia contra homens que nao conheciam nenhuma outra cultura senao a violencia. Via-se o Gwenjere a apaziguar os espiritos daqueles que queriam tomar em armas e resolver o problema armadamente.
E nem assim conseguiu impedir que um grupo de macondes a quem diziam para nao fazer uso de violencia. No dia em que ele se ausentou a Morogoro em visita pastoral, o grupo invadiu o escritorio da Frelimo armando de catanas, paus e cornos. Destacou-se no grupo uma mulher com uma criança no colo.
A intençao especifica do grupo era de ir matar Eduardo Mondlane, mas o grupo nao sabia que Mondalne se tinha ausentado da Tanzania. La Mateus Mutemba tentou lhes resistir e recebeu ferimentos terrives na cabecça e veio a morrer em Muhimbili Hospital em Dar Es Salaam. O senhor Chissano, agarrado, aplicou as tacticas que a KGB tinha lhe ensinado. Conseguiu tirar o seu casaco do corpo e e correu para baixo do andar onde o escritorio estava para pela rua fora no Nkrumah Road, deixando o casaco na maos dos invasores que o levaram com eles.
Vieira enfio-se nas latrinas e feixou-se la dentro -- o que lh salvou a vida.
O grupo retirou-se antes da chegada da policia e o escritorio ficou fechado por alguns dias naquele mês de Maio de 1968.
A tensao entre o grupo de Mondlane e os estudantes aqueceu-se visto que apesar do Mondlane colocar informaçao sobre o dia, a hora e o lugar de enterro de Mateus Mutemba, nenhum estudante foi la atender o enterro. Mondlane apareceu no Instituto moçambicano a se lamentar do facto e dizia que nao entendia como podiamos ter sido tao distantes e sem sentimentos.
Mateusu Mutemba nao era bem visto, visto que se dizia que era um agente da PIDE que tambem transmitia informaçoes da Frelimo para os portugueses apartir do escritorio da Frelimo, coisa que nao cheguei de averiguar, mas por todas as partes as pessoas diziam isto. Mutemba era o chefe das transmissoes da Frelimo em Dar Es Salaam.
Enquanto havia grupos que queriam fazer a confrontaçao fisica na Frelimo, Gwenjere os acalmava. A outra maior fraqueza do Gwenjere era de nao escutar quando se lhe dava conselhos -- coisa que fez com que ele caisse na artemanha da Frelimo e fosse capturado para a sua execuçao a sangue frio. Nao escutava quando alguns moçambicanos lhe diziam que nao devia confiar os tanzanianos que tinham vindo a Nairobi para contacta-lo. Nao quiz ouvir e a sua vida terminou como terminou. Enfim
Uria Simango e a sua revolta. Simango ficou chocado pela morte do Silverio Nungu, um colega dele de aldeia que era o chefe das finanças da Frelimo. Acusado de ser ladrao, corrupto e de ter criado uma barriga a custa do dinheiro da Frelimo foi baionetado vivo numa base em Cabo Delgado. Chocado com isto, Simango escreveu o seu famoso documento em inglês em 1969: "Gloomy Situaion in Frelimo ( A situaçao Sombria na Frelimo)" depois da morte de Mondlane quando ele aceitou ser membro do triunvirato que ele criou com Marcelino dos Santos e Samora Machel emez de se tornar presidente.
Apercebeu-se que os outros planeavam para mata-lo e precipitou-se para escrever o seu documento que fez com que o governo de Tanzania o declarasse "persona non grata" e o expulsasse da Tanzania e o Egipto de Nasser o acolheu.
Contribuições para a história de Moçambique por Uria Simango (Novembro, 1974)
Um alerta que o mundo desconheceu
Situação actual em Moçambique
De modo a informar todos aqueles que se interessam pelos acontecimentos em Moçambique, decidi escrever estas breves linhas na esperança de que elas possam vir dar uma visão geral da situação.
O golpe de estado de 25 de Abril em Portugal, foi seguido de promessas dadas pela junta militar dirigida pelo General Spínola de que às colónias iria ser conferida a liberdade de escolherem o seu futuro. Deste modo, a independência seria concedida após eleições gerais, nos princípios de 1975, em que todos os partidos políticos poderiam participar. Com efeito, foi concedida uma amnistia a todos os políticos e aos movimentos de libertação, autorizando-se o seu regresso aos seus respectivos países de forma a terem a oportunidade de expressar os seus ideais antes das eleições.
Porém, a preocupação imediata de Portugal foi a de criar uma atmosfera de paz como condição necessária para uma pacífica actividade política e elaborar os instrumentos necessários para as eleições e transferência de poderes para os povos colonizados. Por conseguinte, viu-se que as conversações para um cessar fogo eram prioritárias. Por esse motivo, as conversações começaram para Guiné Bissau.
Cessar fogo
Em telegrama endereçado ao governo zambiano, o governo provisório português indicou que uma delegação liderada pelo Dr. Soares, ministro dos Negócios Estrangeiros, deveria estabelecer conversações em Lusaka com ambas forças – Frelimo e Coremo. Essas conversações não incluiriam questões relacionadas com a independência dado que as mesmas careciam da participação de outras forças políticas no interior do país.
Por razões por nós desconhecidas, na véspera das primeiras conversações as tropas zambianas atacaram as bases militares do Coremo em Moçambique, tendo procedido à detenção dos nossos combatentes. Os dirigentes do partido que na altura se encontravam em Lusaka foram detidos e posteriormente encarcerados.
As informações que obtivemos junto das autoridades prisionais são de que esses dirigentes foram transferidos para a Tanzânia, não sendo possível obter directamente quaisquer notícias dos mesmos.
Não nos causará surpresa ouvir dizer que todos eles acabaram por ser entregues a Frelimo, às mãos de quem a morte é o destino certo.
No decurso do mês transacto, tropas da Zâmbia e guerrilheiros da Frelimo, numa acção combinada penetraram no distrito de Tete no encalço das nossas forças que não haviam sido destruídas durante a primeira operação.
Não restam dúvidas de que a eliminação física do COREMO foi planeada de modo a manter a FRELIMO como o único interlocutor nas negociações com o governo português. Não cremos que as autoridades zambianas tenham agido de forma prudente, independentemente das suas melhores intenções.
A exclusão
Talvez os arquitectos do plano de exclusão não estivessem cientes do seu acto. Todavia, ao procederem dessa forma, acabaram por dividir o povo que pretendiam unir, pois um sector da população representado por outros partidos não foi ouvido e consequentemente, alienado ao acordo de Lusaka. Não seria lógico e correcto afirmar-se que o acordo foi imposto ao Povo? Que obrigações terão eles num acordo de que não fizeram parte?
(...) Milhares de pessoas já deixaram o país com destino à África do Sul e Rodésia. Algumas dessas pessoas encontram-se armadas. O número de desempregados cresceu em flecha como resultado do encerramento de diversos estabelecimentos. A economia atingiu o seu nível mais baixo – não há dinheiro no país.
Confrontos entre a Frelimo e o povo são frequentes e já provocaram a morte de mais de 1000 pessoas, maioritariamente em Lourenço Marques. Outras 2000 pessoas foram detidas, muitas delas por não apoiarem a Frelimo. Três campos de trabalhos forçados foram abertos para essas pessoas. Este número inclui 4 membros do Partido de Coligação Nacional – PCN, nomeadamente o SG, Basílio Banda, a secretária para Educação, Dra. Joana Simião, Pedro Mondlane e José Vilankulos. Já há unidades de guerrilha a operar contra a Frelimo em vários pontos do país, tendo já causado morte a 500 guerrilheiros da Frelimo. No dia 5 de Novembro, guerrilheiros da Frelimo e tropas portuguesas atacaram a residência de dirigentes do PCN tendo causado um morto.
(...) O PCN considera que Portugal deve honrar a sua promessa de que todos os partidos políticos, e particularmente o PCN, devem tomar parte nas tarefas de reconstrução nacional. Por aquilo que nos é dado a observar, a tensão aumenta diariamente. (...) Tudo resulta da forma errada como o governo português conduziu o processo da independência, e da ideologia defendida por Lisboa em nome da qual deseja sacrificar tudo e todos.
Por um lado, o governo português julga ser necessário restaurar a democracia em Portugal. Mas por outro, as autoridades portuguesas não acham que o mesmo seja necessário para Moçambique. Resta-nos rezar para que a situação não piore, pois ainda é possível evitar o desastre. (...). (In Uria Simango - um homem uma causa).
N.R.: Este texto resulta de fragmentos de um documento de Uria Simango que em Novembro de 1974 ele dirigiu às diversas embaixadas e comunicação social. Na altura a comunicação social nacional já estava em mãos de elementos próximos da Frelimo e o documento não chegou a ser publicado como o seu autor esperava.
Comentario: Como se pode ver, não há neste documento nada que diga que Simango estava a liderar uma força militar que havia morto 500 pessoas.
Visite http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/03/contribui%C3%A7%C3%B5es-para-a-hist%C3%B3ria-de-mo%C3%A7ambique-por-uria-simango-novembro-1974repeti%C3%A7%C3%A3o.html
Um abraço
Fernando Gil
Convido todos os leitores e/ou comentadores deste sítio a CONCLUIR, como fez Barnabé Lucas Ncomo no seu artigo (CONCLUSÃO).
Concluir, dar frutos, ir aos finalmente.
Porque já debatemos.
1 - frelimo - quem é esta frelimo, partido excluidor, e o que representa hoje para o Povo Moçambicano?
2 - Samora Machel - o líder incontestável desta frelimo, seu chefe supremo, o pai do cabritismo, que representa hoje, o "neto" de Gungunhana, para o Povo Moçambicano?
3 - E o sistema político que eles implantaram, na base da exclusão da maioria do Povo, em contraponto com o enriquecimento imoral e ilícito da camarilha no poder?
O questionamento, o inconformismo, a luta pela dignidade têm que ser repensados à luz do Sec.XXI, e dos acontecimentos políticos actuais, mormente os do Norte de África.
É bom reflectir, questionar, dissecar as situações, e concluir.
A LUTA É CONTÍNUA
Demolidor!"
DEMOLIDOR!! melhor palavra para caracterizar este artigo nao podia haver!!! ou sera que sim???
DEMOLIDOR..."IMPLOSIVO"!!!
So espero que neste debate continuem a aparecer alguns jogadores do time dos "USUFRUIDORES DAS OPORTUNIDADES", so assim os "FRUSTADOS" poderao mostrar os seus valores e suas razoes, contrapostas aos discursos vazios do costume.
Constato que neste blog, mais e mais "APOSTOLOS DA DESGRACA" fazem ouvir a sua voz.
...Alguns da equipe que vem "vencendo" campeonatos de forma tao retumbante, quicas...ja se converteram a causa comum...MOCAMBIQUE PARA TODOS!
ps Nao se preocupe JJLABORET!!!
A proposta feita a NCOMO NAO VAI SER ACEITE DE CERTEZA - este mundo para usufruir e de oportunidades para pegar NAO SAO O SONHO DE TODOS, SO DE ALGUNS!!! OUTROS teem outras prioridades!!!
Este local chama-se “Moçambique para Todos”. No meu modesto entender significa que todos – partidários ou não da Frelimo, Renamo, MMD e de outras formações políticas – e cidadãos nacionais ou estrangeiros, independentemente da crença religiosa ou ideologia politica, têm o direito de aqui expressar as suas opiniões, pontos de vista, ideias.
Este local pode ser um local de aprendizagem – da história de Moçambique, concretamente – em que todo aquele que apresente um ponto de vista deve aceitar, de antemão, ser contestado ou contrariado. Só assim, na base do contraditório, no cruzamento de dados, na crítica comedida é possível chegar a algum lado.
Sugeria que nos concentrássemos nas ideais avançadas por cada um, nos pontos de vista defendidos por A ou B, sem perdermos tempo em tentar identificar quem está por detrás de um nome ou de um pseudónimo; e nem com questões de género. A discriminação com base no género há muito que passou de moda.
Os que vêm as suas ideias ou pontos de vista contestados, contrariados ou criticados devem, se puderem fazê-lo, rebater com factos e argumentos para que os demais visitantes deste espaço possam tirar ilações, chegar a conclusões, em suma – aprender algo. Há também académicos versados em questões lusófonas que aqui vêm regularmente colher dados ou retirar informações, aprender algo. Os académicos, ou quase todos, são como os diplomatas. Não entram em discussões fúteis. E perante espectáculos aterradores, fecham-se, por embaraço, em copas, quando na verdade poderíamos deles aprender alguma coisa. No fim, somos nós os perdedores – do manancial de conhecimentos dos outros.
Se há firistas, frelimistas e renamistas e outros – são todos bem-vindos. Se testemunharam ou participaram na história de Moçambique que venham aqui esmiúça-la e submeterem-se ao exame dos leigos, dos que sabem alguma coisa e dos que têm conhecimento de outras coisas. Como nos tribunais, cada um deles tanto pode brilhar como averbar uma derrota.
Meu Deus!
amigos, vejam, analisem isso:
..."
Alexandrina Macie said...
O rancor mata, Nkomo. O ódio enloquece, Nkomo. A inveja impede olhar para frente e para as oportunidades, Nkomo. Há um mundo para usufruir, oportunidades para pegar, Nkomo. Esquece o passado e pega o futuro, Nkomo."...
A Frelimo já agora mandando recados por meio de uma oferecida mulher?
Talvez uma prosotituta?
Tanta oferta assim (implícita) para que Barnabé Ncomo pare de escrever o que sabe?
É essa agora a nova moeda da Frelimo? Que horror!
Rosaline said...
"...Sr Bernabe, VAMOS COMPULSAR SOBRE O LADO NEGATIVO DEO REVERENDO URIAS SIMANGO!"...
Fernanddo Gil já informou aqui, que Rosalaine e Simango são pessoas diferentes. Dessa forma vou me dirigir particularmente a essa "senhora"
Começo com uma explicação que talvez lhe seja útil:
Senhora Rosaline, saiba que o democrata Fernando Gil lhe concederá um espaço para que Vossa Senhoria coloque tudo o que sabe históricamente sobre Urias Simango, não em comentários, mas sim EM FORMA DE ARTIGO, para que todos nós analisemos, confrontemos e, concordando ou não, expressemos nossa opínião de COMENTADORES sobre as verdades ou mentiras que possa conter o seu artigo!
Porém, de antemão devo esclarecer-lhe que Frenando Gil tomará precauções para certificar-se de que os documentos ou argumentos por sí colocados são verídicos, ou estão baseados em sólidas e credíveis referências bibliográficas, pelo que, não terá Vossa Senhoria a oportuinidade de ASSACAR sem disponibilizar os elementos de convicção para quaisquer afirmações que faça.
A Senhora está, desde agora, OBRIGADA a apresentar os fatos de que dispõe ou as referências bibliográficas que levem a formar juizo SOBRE O LADO NEGATIVO DE URIAS SIMANGO!
Não o fazendo, Vossa Senhoria não mais evitará que aqui a tratemos como uma insignificante e inconsequente imbecil, que nem mesmo aprender com os outros aproveita para ficar mais douta ou sábia, e consequentemente ajudar o povo moçambicano a compreender a verdade acenando-lhes com um rumo seguro, ainda que seja no restrito meio onde Vossa Senhoria trafega !
Todavia, se escrever de fato um bom artigo onde aponte todas as possíveis mazelas de Urias Simango, e sendo essas mazelas particularizadas sómente a ele, de tal forma que nós OUTROS COMENTADORES possamos confrontar com com a verdade histórica de livros ou referências bibliograficas (que não as frelimistas, deturpadas na origem) aceites e sobretudo isentas e os relatos de QUEM VIVEU, vivenciou, viu, testemunhou os fatos à época, TERÁ VOSSA SENHORIA O RESPEITO QUE SE FARÁ MERECER, ACOMPANHADO DOS PEDIDOS DE DESCULPAS DE TODOS NÓS, QUERO ACREDITAR!
Mas...
Com reptos opacos, vazios, como esse que acaba de lançar ao Barnabé Lucas Ncomo, Vossa Senhoria se apequena, se diminui, se vulgariza e se afunda num marnel de sujeira mental INADMISSÍVEL NUMA DAMA que por força de circunstâncias um cavalheiro deve respeitar.
Ao teclado, minha senhora! Comece já por escrever o seu artigo sobre URIAS SIMANGO!
VAMOS LÁ, que já passou da hora! Ah!.... Não tem nada? Nada sabe?
Penso que Simango e este mesmo R.C. de que falo, mas nao vou escrever o seu nome por completo e agora estou mais do que convencido de as pessoas estao a tomar a serio um homem que nao tem nenhuns escrupulos e a perder o seu tempo. Eu nao podia que o homem fosse nao assim que pode mentir descaradamente. Nao conheco nem enderecos nem numeros de telefones de nenhuma pessoa que escreve neste blog.
Este simango e um mentiroso. Este homem nao tem nenhuns escruplos e e por isto que nao se identifica. Como podia eu lhe telefonar se nao conheco o seu numero de telefone, mesmo se conhecesse nao havia de perder o meu tempo com ele. nem sei onde ele vive. Fique descansado e nao acredite nesta asneira. Como e que uma pessoa pode mentir desta maneira, nao percebo. Com disse nao falo e nem vou conversar com este homem. Apesar do nome que ele inventou para R.C. nao vou divulgar o nome certo do individuo que nao e Roberto Carlos. Nao vou usar este blog para denunciar pessoas. Nao estou aqui para isto.
emular - Conjugar
(latim aemulor, -ari, procurar imitar, ser rival de, ter inveja a)
v. tr. e pron.
1. Imitar por emulação.
2. Ter emulação de alguém.
3. Fazer o possível por igualar ou exceder a.
4. [Informática] Permitir que um programa ou dispositivo utilize programas concebidos para outro tipo de sistemas.
Confrontar: imolar.
Significado de emular:
Verbo transitivo indireto e pronomina
1
esforçar-se para a realização de um mesmo objetivo transitivo direto
2
procurar emparelhar(-se), imitar, seguir o exemplo de transitivo indireto, bitransitivo e pronominal
3
ter emulação com; tentar superar ou igualar-se a; competir, rivalizar(-se) transitivo direto
4
Rubrica: informática. Regionalismo: Brasil.fazer com que um dispositivo ou programa reproduza fielmente as funções de outro dispositivo ou programa, de modo a permitir a utilização do primeiro em lugar do segundo
Fala como uma senior do nosso partido, a proposito a que celula pertence?!apresenta uma maneira unica de se perder nas abordagens que da vontade de rir. Porque se mete aqui o senhorita!!.
Como e que diz: "Estava a ler alguns comentários de um tal nthorro. Nesses comentários ele acusa alguns de falarem sem terem vivido os factos (SIC)." depois diz "Mesmo o seu amigo Francisco Moisés (que viveu uns mesesinhos no Instituto Moçambicano e depois cavou)Viveu os factos que narra?" o que e que a senhora sabe sobre o assunto que Nkomo narra e narra bem!?E os assuntos de Francisco Moises no Instituto Mocambicano!!! Por ventura a senhora fez parte do destacamento femenino? O que tem a contar, deia a sua versao entao!? Quando fala que Francisco Moises viveu no Instituto MOcambicano e depois cavou e depois diz viveu os factos que narra? entao a senhorita acaba aqui de apresentar publicamente o seu desconhecimento a respeito de assuntos da historia de Mocambique .Pois as mortes preparadas por samora tambem conteplaram o Instituto Mocambicano a Janeth Mondlane sabe bem desta materia pergunte-a,informe, alias nao passei muito tempo em Dar, mas do tempo que la estive deparei-me com descontentamento de muitos Mocambicanos, eu nao preciso de dize-lo isto a si, pois sei que nao vai entender nada, porque andou a ler hitorias Samorianas. Conhece o comentador Simango por ventura? Esta a pedir-me para ler "factos " do comentador Simango? Haja trabalho. Agora percebo porque se meteu aqui.
Amigo Bilal, estás a negar um facto incontroverso. Não reparaste que nem Bernabé, nem Nota Moisés, nem ninguém apareceu aqui a negar esse facto?
É um facto histórico, reconhecido até pelos seus apoiantes (incluindo aqueles que insistem em pinta-lo como um santo) que Uria Simango estava a preparar uma guerra em Moçambique, para prevenir a proclamação da independência pela Frelimo. É um facto histórico que, na preparação das condições psicológicas dessa guerra, Uria Simango redigiu um comunicado de guerra (que o podes encontrar no arquivo que leva o seu nome neste blog) no qual dizia, entre outras coisas, que as forças que ele comandava haviam já morto mais de 500 soldados da Frelimo. É um facto histórico que Urias Simango foi pedir ajuda militar aos sul-africanos e aos rodesianos. Estes, em vista de que Urias Simango não possuía no interior de Moçambique uma estrutura adequada para levar a cabo acções armadas com eficácia, recusaram-se a ajudar. Estes são os factos que nenhum conhecedor pode negar, caro Bilal. Como eu te disse, mesmo Ncomo a eles se refere no seu livro sem nega-los. Se vive em Maputo, procura o Bernabé no Prédio Cardoso, na sede do PCN, que ele tos há-de convirmar.
Urias Simango não tinha exército ainda. Estamos a falar do período Setembro/Outubro de 1974 (salvo erro). A independência seria proclamada em menos de 1 ano. É evidente que a maneira mais adequada de impedir essa independência que restava a Urias Simango e ao seu grupo era uma invasão como aquela que veio a acontecer em Angola nas vésperas de 11 de Novembro de 1975. A expressão que usei foi "emulando o que iriam fazer em Angola". Repara que o verbo é "iriam fazer" e não "fizeram". Creio que isto responde às tuas legítimas perguntas, caro Bilal.
Mais ainda, o tal de nthorro intima os outros a trazerem factos, para poderem discutir. Simango diz que Urias Simango estava a preparar uma guerra, em 1974, antes da proclamação da independência. Nthorro discutiu esse facto? Simango diz que Urias Simango escreveu um comunicado de guerra a dizer que as suas forças haviam morto 500 soldados da Frelimo. Nthorro discutiu ou negou esse facto? Simango diz que Urias Simango solicitou apoio da África do Sul e da Rodésia na operacionalização duma opção militar para evitar a proclamação da independência pela Frelimo. Nthorro discutiu ou negou esse facto? Simango diz que Urias Simango não foi penalizado somente por expressar opiniões contrárias às da Frelimo. Ele foi preso e castigado por conspiração activa. Nthorro discutiu esse facto? Simango diz que Urias Simango participou num jogo perigoso cujas consequências ele conhecia (alliás, ele não era um ingénuo. Foi vice-presidente da Frelimo por cerca de 8 anos. E que ele simplesmente perdeu esse jogo. Tivessem os outros perdido, ter-lhes ia acontecido o que sucedeu a Mutemba, Kankhomba e a Eduardo Mondlane, indivíduos assassinados pelo grupo de Simango. Nthorro debateu ou negou estes factos.
O que tenho visto é que este Nthorro é dos que menos debate. Diferentemente de UnBhalane, Laboret, Francisco Moisés, António Bilal, Licos Ivar que expoem com clareza os seus pontos de vista para serem discutidos, este sujeitinho limita-se a insultar e a destratar os outros. Seria bom que Nthorro desse o exemplo e começasse a discutir. Antes de dizer algumas asneiras e antes de negar factos históricos, pergunte ao seu amigo Bernabé Ncomo que, como estudioso da vida de Urias Simango, há-de lhe confirmar praticamente todos os factos levantados pelo comentador Simango.
Como tu, também não me preocupa ter a última palavra. Os demais leitores que decidam quanto à questão que aqui me trouxe: a tua alegação de que Uria havia pedido a rodesianos e sul-africanos que invadissem Moçambique. Eu, pelo menos, não me sinto esclarecido.
E menos esclarecido fico quando agora dizes que o suposto pedido de invasão era para eles (rodesianos e sul-africanos) “emular(em) o que iriam fazer em Angola”.
Antes de mais, a invasão de Angola ocorreu depois do colapso dos Acordos de Alvor. Como bem sabes, estes acordos foram rubricados em Janeiro de 1975. Uria esteve na Rodésia e África do Sul em Outubro de 1974. Como é que se emula algo que ainda está por ocorrer?
Finalmente, e para reforçar o meu argumento de que a “detenção” de Uria havia sido decidida não por ele ter falado com rodesianos e sul-africanos, mas sim por corresponder à intenção da direcção da Frelimo de neutralizar todas as vozes discordantes antes da tomada do poder, gostaria de refrescar a tua memória, Simango, aconselhando-te a que voltasses a ler o Comunicado do Comité Executivo da Frelimo de Abril de 1970. Este comunicado foi emitido em resposta ao documento do Uria, “Situação Sombria na Frelimo”, que ele havia publicado em Novembro do ano de 1969.
No Comunicado, a Frelimo dizia claramente que Simango seria submetido à “justiça popular”. Como deves saber, a “justiça popular” a que o Comunicado se referia materializou-se em Nachingwea em Abril-Maio de 1975. O resto da história já deves conhecer.
Saudações.
P.S. Simango, num esforço visando esclarecer um mistério que se adensa, será que R.C. é o Roberto Carlos? O que cantava, “Quero que vá tudo p’ró inferno”.
São muito graves, gravíssimos, os crimes contra a Humanidade praticados, e que ainda se praticam por esta frelimo, "depurada, purificada, homogeneizada, excluída, uniformizada,...", parido totalitário, excluidor, corrupto.
NADA tem a ver com a FRENTE, a união de esforços dos independentistas Moçambicanos, que tinham/têm personalidades e formas de pensamento idênticas, e/ou mesmo diferentes.
O pecado original - pensar diferente dos que se apossaram da FRENTE, e criaram o partido único à sua imagem e semelhança, copiada do espelho onde se viam - URSS, China, e outros similares.
O que fizeram, no alto da sua arrogância, impunidade mantida com as AK's, não tem explicação, por muitos jogos de diversão que façam, por muito esforço de levantar poeira que fabriquem/engendrem,
Até já buscam, no seu desespero, a história de países corruptos e ocidentais, já no seu desespero desesperado perdem a orientação - contam-nos histórias dos antigos inimigos - dos decadentes imperialistas, racistas, capitalistas, colonialistas, fascistas,...cansei.
Já querem comparar!!!
Do alto do seu pedestal, como acostumaram, ainda julgam que os outros são atrasados mentais, tal o atestado de ignorância que nos passam.
Desfaçatez absoluta.
Vergonha, não têm um pingo de vergonha, dignidade.
Mas ainda muito mais pior, é que não se emendam, NEM QUEREM emendar.
São assim mesmo, sem jeito maneira, sem regeneração, sem arrependimento,…
Esse será, por ventura, o seu maior crime – continuam a achar-se cheios de razão, da tal “legitimidade” revolucionária, da certeza dos seus actos – HOJE, em 2012-03-05!!!, que fizeram bem!!!!
PODE????
São criminosos, confirmam que o são, e ainda gingam/ufanam-se/gabam-se,…na nossa cara!!!
Seguros pelas baionetas, AK’s,…
É bom pensar, analisar, concluir.
A LUTA É CONTÍNUA
Cada um com seu motivo so peco para que nao perca tempo a querer entram numa discussao que a que nao foi conteplado. Traga factos se quer discutir, o mais curioso de tudo esta aqui, falar por falar, aprenda de hoje em diante a trazer factos se quer discutir por aqui.
De facto so quem na agua entra e que se molha. Quem adversario nao tem, nao joga. o crescimento e produto de "negacao-da-negacao". Qualquer rio trasporta purea e impurezas. Cada epoca tem seus contentes e descontentes. Tudo depende do meio que nos rodeia e as regras aceites nessas circunstancias. As leis sao sempre revistas para se adequarem do momento e das necessidades de cada geracao.
Porque somos seres humanos e racionais, conseguimos ultrapassar as socializacoes de ontem para acomodar o hoje. Se o Senhor Nknono e Moises estao tao zangados com a Frelimo e eles estao expressando as suas raivas, creio que melhor e deixa-los descarregar a furia.
Os Americanos honram e veneram G. Washington nao porque ele foi santo. matou milhares de Americanos em nome da procura da independencia para os Americanos. Nem por isso ele deixa de ser heroi dos Americanos. Ele foi humano e cometey eros que hoje se estivesse vivo merecia estar no Hage. E nao sei se nehum deste raivosos com samora se eles sao imaculados. Bom, para mim, Samora foi um fenomeno encarnado num ser Humano susceptivel de cometer erros. Mas entre os erros e os feitos para o bem da mocamicanidade, este ultimo vale mais que erros.
Mas aceito os adjectivos atribuidos a FRELIMO na perspectiva de que a FRELIMO precisa e acelerar a sua propria autosuperacao para continuar a merecer como sempre a confianca do povo.
Muito obrigado por nos ajudar a revermos os nossos pontos fracos. Assim e que e ser cidadao activo nos processos da nacao.
Que desfaçatez inacreditável - em plena luz do dia, e por escrito.
Tal arrogância, tal sentimento de impunidade e altivez.
Tal desprezo por princípios e valores.
A história é a memória dos Povos – quem tem medo da história, da verdade?
Quem?
A LUTA É CONTÍNUA
Estamos juntos.
Caberá aos leitores "incautos" a escolha do caminho.
Sim, porque HOJE já é impossível parar as palavras, a expressão do pensamento, o verbo...
Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja, quem tem miolos que pense.
Quem tem dúvidas que procure, que investigue, que confronte, que recolha testemunhos, que ACORDE para os factos, afinal, tradução da realidade.
SE INCONFORME.
O homem não é aquilo que diz/escreve, mas sim aquilo que faz/pratica.
E pelos frutos se conhece a árvore.
A LUTA É CONTÍNUA
Mas que modo e esse de se perdem em comentarios,nao encontro ligacao alguma do que acabou de dizer com a historia de Urias Simango?! porque tanta desdita!!
Como uns ja disseram aqui!
"Conversa para boi dormir"
No post anterior em que comentei eu disse tudo o que queria dizer. De maneira decidida, procurei colocar a VERDADE HISTÓRICA, face às deturpações dos zangados de sempre. Ficou claro, mesmo para pessoas que não o sabiam, que Uria Simango foi capturado quando tentava promover uma nova guerra no nosso país, mesmo antes da proclamação da independência (para os que duvidam ainda desta verdade, é só ver o comunicado de guerra que ele redigiu, no qual mente dizendo que "as suas forças" já haviam morto mais de 500 soldados da Frelimo. Nos arquivos deste blog é possível encontrar esse falso comunicado que a imprensa nacional e internacional não aceitou publicar de tão falso que era). Disse neste blog que nesse afán de promover uma nova guerra, Uria Simango foi pedir ajuda aos sul-africanos do Apartheid e aos rodesianos; ambos regimes recusaram-se a apoiar a aventura deste lunático
Visto que ele não tinha verdadeiramente exército e a independência que ele pretendia impedir já estava próxima, o senhor Uria Simango o que queria era mesmo uma invasão daqueles regimes, emulando o que iriam fazer em Angola. Eu disse estas coisas senhor Nota e as pessoas leram.
Com essa minha contribuição, as pessoas ficaram a saber quem de facto era o herói de Ncomo. As pessoas ficaram a saber que ele não foi castigado "apenas" por manifestar as suas opiniões como de forma tremendamente mentirosa este medíocre escritor (bastantes erros ortográficos e de síntase) anda a propagandear.
Eu logrei os meus objectivos senhor Nota. Ao escrever, eu não viso nem você, nem unBhalane, nem Ncomo, nem JJLABORET - sei que andarão zangados até ao fim dos vossos dias -. Eu viso os incautos leitores que alguns aqui pretendem enganar com mentiras. Por isso, nem estou preocupado em ter a última palavra.
Quanto a mim, V. Excia é livre de dizer quem é esse seu amigo R.C. Isso a mim não me aquece nem me arrefece.
Essa gente que conheci abandonou a sua religião, porque o Paraíso que lhes estaria prometido, lá no Céu, era uma quimera, distante, exigia sacrifícios, sei lá..., não era fácil.
Um dia chegaram os comunistas e pregaram que o tal de Paraíso não existia, que os "paraísos" eram cá na terra, e apontavam as grandes conquistas das "revoluções" nesses tais de "paraísos terrestres" - eles eram a mãe U.R.S.S., a China popular, as repúblicas socialistas, até alguns emergentes do 3º mundo, Cuba e seus barbudos,..., os paraísos na Terra – mais reais, tangíveis, alcansáveis.
Quantas discussões...
era mais fácil apelar a um bêbado que repete sempre a mesma coisa, tal a bebedeira, chatos para caraças,..., do que a esses "intelectuais" de esquerda, progressistas, "cultos, esclarecidos, cheios/grávidos de sapiência e certezas, fanáticos, dogmáticos..." e perigosos, muito perigosos.
Essencialmente muito perigosos.
Quantos não traíram a própria família, amigos e conhecidos,…,na ânsia de mostrarem serviço, vendendo tudo e todos, cegamente, em busca de um reconhecimento, por insignificante que fosse.
Profissionais do oportunismo.
Ouviram de falar, muitos não conheciam as realidades.
“Liam” obras escolhidas, engravidavam pelos ouvidos.
Quando se lhes dizia que na “Rússia” era assim, na China era “assado”,… que não, que era mentira, bla, bla, bla,…campanhas dos maus.
Não valia a pena.
Depois começaram a cair os muros – o de cimento, o de bambu, e faltam ainda os de caniço – mas estes, os muros de caniço, já estão desqualificados, porque a queda dos outros já nos deixou ver as realidades reais.
Só as AK’s ainda os seguram.
Mas onde eu quero mesmo chegar, é que aqueles oportunistas, torcionários, fanáticos, escumalha, e que vivem connosco, entre nós, logo, logo, saltaram e começaram a dizer:
– “nós não sabíamos que era assim”;
- “fomos enganados”;
- “nunca lá fomos”;
- “pensávamos que…”
a eterna culpa dos outros, o eterno oportunismo, gente sem préstimo…mas muito adaptável.
Camaleão junto deles é aprendiz. Não é nada!
Gente que tem muitas certezas, sabe muito, “académicos/intelectuais”, …
Mas que, perante argumentos sólidos, situações comprovadíssimas, mesmo de coisa banais, aparecem, amiúde/muitas vezes, a dizer/escrever – “eu não sabia, eu desconhecia,…”
“Afinale” em que planeta vivem, sobre que realidades assentam, em que águas bebem para formar opinião e expressá-la,…?
Será que não têm acesso à mesma net, aos mesmos jornais, revistas, noticiários, livros, teses, dissertações, estudos vários,…?
Será que as pessoas que conhecem de Moçambique, são completamente diferentes das outras?
Será que o mundo está todo errado?
Jogam em vários tabuleiros.
Voam, mas não são passarinhos.
Fungulane masso.
A LUTA É CONTÍNUA
Estamos a passar por um processo de mudanca e tem sido normal a existencia de certos individuos resistentes, gente como o Simango que um dia desaparece sem deixar rasto algum, Mocambique ja esta a mudar e um facto!
-Uma do sr.Simango e outra de nós outros moçambicanos que nos obrigava a ir em comicios contra a nossa vontade..O nao ir a um comicio da Frelimo implicava serias consequencias:O clima de medo,desconfiança,terror...Recordo-me de que tive problemas com a minha professora de Frances "comunista-pro-frelimo" que vivia no Macuti-Beira quando ela chamou-me atençao sobre as minhas ausencais em reunioes do partido...Era um clima insurportavel...Por coincidencia,vim-me a encontrar com a tal professora na Europa(agora vive na Europa).Sabem o que ela me disse?
-Que a Frelimo era um partido corrupto.Eu nao disse nada....mantive o meu silencio.O Dr.Moises nao viveu em Moçambique durante os anos 70 e 80...Agradeça a Deus,porque nós que o fizemos,sofremos imenso.Recordo-me no Dondo-perto da Beira dum "pobrezinho" acusado de ser membro dos "bandidos armdos"amarrado numa arvore.Sao imagens que nunca me saiem da cabeça......Certamente o tal "pobrezinho" fora fuzilado porque a Beira era considerada como uma cidade rebelde.Nós vimos tanta coisa!
Por eu ter conseguido arranjar a minha vida enquanto os assassinos da Frelimo tinham a baralhado? Por eu ter conseguido a educaça que a Frelimo nao queria que eu conseguisse -- que a dita Graça Machel tinha conseguido fazer parar depois dela pedir as organisaçoes bolseiras que nao apoiassem mais os diasporinos no seu esforço de conseguirem a educaçao? Por estar ainda vivo hoje enquanto os seus mestres da Frelimo nao estao contentes que ainda estou vivo?
Disse que sou frustrado quando reconto aquilo que vivi e vive antes deste tipo de gente sem principios nascer? Diz que sou frustrado por denunciar crimes contra a humanidade cometidos por seus mestres da Frelimo?
La entao vem o divertidor de muitos nomes Ismael Maumane, Kanyoza Maria, Gertrudes Guimaraes, Assimilado sem por cento,Liberdsde de Informaçao, Simango e tantos outros nomes de asneiras me insultando e depois diz que estou frustrado, mas nao diz ele que ele tentou mendigar dinheiro de me e que o seu verdadeiro nome é R.C., natural da zona de Charre na regiao de Mutarara. Este individuo é verdadeiramente assassino.
Ele diz tudo quanto possa imaginar contra mim enquanto eu sei exactamente quem ele é e nao revelo o seu nome verdadeiro. Nem por isto tem ele respeito.
Sou frustrado eu, quando jamais me ajoelhei para pedir dinheiro a Frelimo. Sou frustrado quando sempre disse que o poder politico ja nao me interessa mais?
E depois descreve aqueles que como eu que viveram a historia e tentam testemunhar naquilo que partiparam como "novos historiadores" enquanto eu intelectualmente sempre reconheci que a historia tem diferentes faces -- que os pseudos-comunistas da Felimo tem a sua que muitas vezes contradiz a verdade.
Desde o dia um revelei aqui o meu nome com Franscisco Nota Moises e disse exactamente em que pais vivo. O divertidor com muitos nomes pensa que o facto de eu ter revelado o meu nome é uma fraqueza que ele pode utilisar para me demolir.
Enganado terrivelmente. Ele nunca revela o seu nome e a sua historia visto que esta cheia de sujidade e talvez de crimes contra a humanidade que neste blog tenta glorificar. Mas os moçambicanos nao sao tao brutos como ele pensa.
Neste blog sempre apareci como quem defenda os moçambicanos, mas o divertidor com muitos nomes deturpa o que eu digo para me fazer aparecer como uma outra coisa. Ele nunca conseguira aldrabar os leitores e comentadores neste blog que ja apuraram muita coisa da historia da Frelimo que eu aprendi como acontecia e quando acontecia.
Este caracter tem uma falta completa de personalidade. Quem nao viu como tratei o sr. Eusébio aqui com todo o respeito que ele merece e eu disse neste blog que apesar dele ser da Frelimo, a qual eu alias pertenci no passado, posso me assentar e jantar com ele -- o que nao é possivel fazer com o tal Kanyoza Maria, alias R.C., e o seu grande amigo Sergio Vieira, coronel na reserva.
Nunca e jamais o divertidor com muitos nomes inicia os seus proprios cometarios, mas esta sempre prestes a assaltar lico ivar, JJLaboret, umBhalane, Francisco Moises e muitos outros nao com a intençao de argumentar seriamente mais de insultar, ironisar,zombar e gozar. Mas a bola rebolou contra ele nestes ultimos dias quando por aqui tentou aparecer como o nome de Simango para glorificar crimes contra a humanidade.
Estes lideres da Frelimo (incluindo o Samora)nunca foram comunistas ou socialistas mas sim grandes oportunistas e hipocritas. Recordo-me quando eu era estudante da Universidade Eduardo Mondlane,tinha eu como "amigos" filhos destes senhores....vi que tipo de vivendas viviam,quantos serventes tinham e andavam sempre de volvos...Sim diziam a nós de ser comunistas mas eles já tinham esta vida que têm hoje logo após a Independencia...Usaram a teoria do comunismo para nos controlar...Recordam-se que Moçambique era uma Republica Popular de Moçambique?...Quando é que o povo teve a oportunidade de dizer algo?...Recordo-me em Maputo- na Ponta Vermelha onde a maioria destes hipocritas vivia-era uma zona fechada ao publico.Quando eu ia visitar uns "amigos" -filhos destes hipocritas era necessario mostrar o meu bilhete de identidade e cartao universitario aos soldados-guardas armados...Estes senhores foram sempre burgueses e capitalistas camafludos em comunistas.Por isso eu nao me espanto quando hoje oiço que estao a roubar dinheiros...Nós é que fomos ingenuos e em certa forma "estupidos" de ter acreditado nestes larapios....Por outro lado nada poderíamos fazer,porque se abrissimos a boca pararíamos em campos de reeducaçao como foi o caso de certos estudantes universitarios que tiveram coragem de dizer algo em certas reunioes....e num sabado,chegou uma viatura de cor verde na residencia universitaria e carregou os tais estudantes....Nunca soubemos o destino desses estudantes....Esse era Moçambique de entao!
..."nada de novo virá senão o arremesso da arma habitual que nos habituaram: rotularem-nos de frustrados, uma adjectivação simplista a que recorrem sempre que a argumentação não justifica o que vivemos."...
É a verdade!
Já alguém usou por aqui neste blog, o termo "frustrados", referindo-se aos comentadores livres e destemidos nas exposições de idéias, pensamentos e opiniões relacionadas a fatos históricos, que por isso mesmo nunca convergiriam para a apologia ou justificativa dos crimes hediondos praticados por moçambicanos contra outros também moçambicanos, em nome da "patria livre" sob quaisquer pretextos! Pátria livre? Não essa, que, 36 anos depois da independência, ainda se pensa estar muito ao longe!
Um artigo para ler e meditar, tirar conclusões, comparar personagens e épocas, reler discursos antigos e atuais, e por fim indagar:
Rotularem-nos de "Frustrados"... Já vi esse adjetivo sendo usado nalgum comentário aqui no blog!
..."nada de novo virá senão o arremesso da arma habitual que nos habituaram: rotularem-nos de frustrados, uma adjectivação simplista a que recorrem sempre que a argumentação não justifica o que vivemos."...
É a verdade!
Já alguém usou por aqui neste blog, o termo "frustrados", referindo-se aos comentadores livres e destemidos nas exposições de idéias, pensamentos e opiniões relacionadas a fatos históricos, que por isso mesmo nunca convergiriam para a apologia ou justificativa dos crimes hediondos praticados por moçambicanos contra outros também moçambicanos, em nome da "patria livre" sob quaisquer pretextos! Pátria livre? Não essa, que, 36 anos depois da independência, ainda se pensa estar muito ao longe!
Um artigo para ler e meditar, tirar conclusões, comparar personagens e épocas, reler discursos antigos e atuais, e por fim indagar:
- Quais os motivos que fizeram com que antigos comunistas pró-soviéticos de primeira hora (como Armando Guebuza “et caterva”) traíssem a ideologia comuno-marxista que professavam junto com Samora Machel e impunham ao povo a “ferro-e-fogo” pelo terror, assassinatos, torturas, banimento, e já agora, esses mesmo se rotulam de democratas e capitalistas?
Pode um “comunista” deixar de sê-lo, tornando-se voraz capitalista, sem ao menos explicar para a nação os motivos da “conversão” à ideologia burguesa ocidental, quando esse mesmo comunista ocupa o poder, numa sucessão entre antigos partidários daquela ideologia? Por que Armando Guebuza, antigo marxista-comunista, não explica por que é já agora capitalista e burguês?
Reconhecimento de que o comunismo foi um ERRO cometido contra o povo, ou TRAIÇÃO à causa comunista pela qual mataram tantos dissidentes?
Melhor do que isto, só os comentários que hão-de vir a seguir.
Matolinha.