22/08/2008
Acidente de Mbuzini
João M. Cabrita
O papel de Sérgio Vieira tem sido o de encobrir os verdadeiros responsáveis pelo acidente de Mbuzini. Em conluio com a Embaixada da União Soviética em Maputo, tratou de ocultar das comissões de inquérito nacional e internacional uma testemunha chave – o mecânico de bordo que havia sobrevivido ao acidente – e depois tentou extrair, com recurso à intimidação, depoimentos de uma outra testemunha chave que fossem coincidentes com a cabala montada por círculos influentes em Moscovo e Maputo a qual visava provar, através de órgãos de comunicação social subservientes, a existência de um VOR falso.
O papel de Sérgio Vieira tem sido o de encobrir os verdadeiros responsáveis pelo acidente de Mbuzini. Em conluio com a Embaixada da União Soviética em Maputo, tratou de ocultar das comissões de inquérito nacional e internacional uma testemunha chave – o mecânico de bordo que havia sobrevivido ao acidente – e depois tentou extrair, com recurso à intimidação, depoimentos de uma outra testemunha chave que fossem coincidentes com a cabala montada por círculos influentes em Moscovo e Maputo a qual visava provar, através de órgãos de comunicação social subservientes, a existência de um VOR falso.
Na recente entrevista que Sérgio Vieira concedeu à STV, ficou uma vez mais demonstrado que o papel do antigo ministro da segurança moçambicano, no âmbito de Mbuzini, tem como objectivo fundamental encobrir os verdadeiros responsáveis pelo acidente de aviação em que perdeu a vida o Presidente Samora Machel. Não obstante a sua condição de membro da Comissão Nacional de Inquérito, Sérgio Vieira revelou um profundo desconhecimento das circunstâncias do fatídico acontecimento, para além de ter baralhado situações e distorcido factos, o que, à partida, o impede de evocar o princípio jurídico de prova circunstancial, e faz dele uma fonte não credível. As teses infundadas por ele defendidas, a incongruência dos seus pontos de vista, a insustentabilidade dos seus argumentos e a forma atabalhoada como trata de questões de aviação (veja-se, a título de exemplo, o ter atribuído à IATA responsabilidades que são da esfera de competências da ICAO) levam observadores atentos a concluir que as ilações por ele tiradas a respeito de telefonemas recebidos de missões diplomáticas acreditadas em Maputo, poucos dias antes do funeral de Samora Machel, mais não são do que meras especulações, vindas de quem não é capaz de destrinçar entre o plausível e o inverosímil.
A determinada altura da entrevista, Sérgio Vieira afirma que “na caixa de voz de cabine, não a dos motores, que é feita na África do Sul, está registado onde é que estamos. “Estamos fora da rota?” e o navegador responde: “não”.
A leitura do gravador de cabine (o CVR, mas que Sérgio Vieira designa de “caixa de voz de cabine”) não foi feita na África do Sul. Conforme o acordado entre as três partes (Moçambique, África do Sul e União Soviética), a leitura do CVR teve lugar em Zurique, Suíça. E a outra componente das caixas negras, o Gravador de Dados Técnicos do Voo (DFDR, que Vieira descreve como “caixa dos motores”...), foi aberta e analisada em Moscovo. Da transcrição do conteúdo do CVR não constam as palavras que Sérgio Vieira atribui aos tripulantes, obviamente numa tentativa de dar consistência à sua teoria sobre um “aparelho muito mais complexo que estava a ser testado e podia dar informações falsas de radar e de rota”. É a velha tese do “VOR falso”, agora apresentada com roupagens diferentes.
Leia em:
Download srgio_vieira_no_fonte_credvel.doc
A determinada altura da entrevista, Sérgio Vieira afirma que “na caixa de voz de cabine, não a dos motores, que é feita na África do Sul, está registado onde é que estamos. “Estamos fora da rota?” e o navegador responde: “não”.
A leitura do gravador de cabine (o CVR, mas que Sérgio Vieira designa de “caixa de voz de cabine”) não foi feita na África do Sul. Conforme o acordado entre as três partes (Moçambique, África do Sul e União Soviética), a leitura do CVR teve lugar em Zurique, Suíça. E a outra componente das caixas negras, o Gravador de Dados Técnicos do Voo (DFDR, que Vieira descreve como “caixa dos motores”...), foi aberta e analisada em Moscovo. Da transcrição do conteúdo do CVR não constam as palavras que Sérgio Vieira atribui aos tripulantes, obviamente numa tentativa de dar consistência à sua teoria sobre um “aparelho muito mais complexo que estava a ser testado e podia dar informações falsas de radar e de rota”. É a velha tese do “VOR falso”, agora apresentada com roupagens diferentes.
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