Xenofobia e a falsa causa invocada pelos nativos sul-africanos para “incinerarem” seus “irmãos” estrangeiros
Reza a história que o avião que transportava o saudoso Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique como República, tombou na vizinha África do Sul.
No início do ano 2013 um ex-agente da polícia secreta sul-africana, numa entrevista exclusiva publicada pelo semanário "Sowetan Sunday World", afirmou ter participado dos planos que resultaram na morte, em Outubro de 1986, de Samora Machel, bem como à outras 33 pessoas que integravam a sua comitiva. Este crime macabro desgraçou Moçambique até então.
Há dada altura, pouco antes de 2012, imigrantes moçambicanos ilegais, surpreendidos pela polícia sul-africana, foram brutalmente torturados por cães guiados pela própria polícia. Algum tempo depois, uma comunidade de nativos sul-africanos decidiu insurgir-se contra moçambicanos residentes na RSA. Houve extremo "banho de sangue" e uma espécie de Incineração humana ao ar livre sob olhar impávido da polícia. Tantos outros acontecimentos macabros que não estiveram ao alcance dos Media ao ponto de se tornarem virais.
Em 2013, Moçambique foi "brindado" pela polícia sul-africana num caso extremamente chocante para o mundo. Um taxista moçambicano, em pleno gozo das suas actividades laborais, na sequência de um pequeno constrangimento de cumprimento de regras básicas, foi amarado na traseira do carro policial e arrastado ao chão, um cenário sem dó nem piedade, até a morte.
Alguns desmandos dos sul-africanos em Moçambique
Em 2007 uma Cidadã espanhola alertou sobre desmandos e pilhagens de recursos na Reserva do Niassa. Supostamente protagonizados por sul-africanos mas nem por isso sucedeu o pior.
Um estudo da Procuradoria Geral da República (PGR), elaborado pelo Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) em 2014, sobre os principais actores do tráfico de pessoas em Moçambique, cita sul-africanos como parte integrante dos estrangeiros envolvidos - porém o desfecho não foi sangrento.
Em Outubro de 2011, o jornal AVERDADE publicou um artigo que dá conta de ocorrência de desmandos praticados por turistas sul-africanos nas praias moçambicanas. Sem descurar as vezes sem conta que a Polícia sul-africana atirou moçambicanos do comboio, alegando repatriamento de emigrantes ilegais. Com todas estas ocorrências macabras, os nativos em Moçambique não chegaram a revidar.
As privações do Apartheid e pós-Apartheid e a Xenofobia
Dois anos depois do fim do Apartheid (1994) que castigou os nativos por mais de 40 anos e teve implicações nocivas na educação como um todo, a República Sul-Africana (RSA) estabeleceu padrões mínimos que deveriam ser cumpridos por todas as nove províncias do país. Obviamente que isso implicou estabelecer um padrão no currículo; na formação dos professores; no financiamento das escolas e na gestão das universidades. Segundo dados do World Bank, a RSA é das que actualmente mais investem em educação a nível mundial. A RSA superou a Coreia do Sul em 2009 e o Japão em 2010 ao injectar recursos em educação (ver ranking do Pisa - Programa de Avaliação Internacional de Estudantes de 2010). A tese do baixo nível de literacia para justificar os actos macabros deste povo, deve cair por terra. Talvez o problema seja exclusivamente o de conhecimento sobre a História, ao ponto dos nativos suf-africanos não saberem que, durante o apartheid, Moçambique foi destino para muitos exilados sul-africanos. Entre tantos integrantes do ANC (Congresso Nacional Africano), o ex-presidente Thabo Mbeki – primeiro sucessor de Nelson Mandela, ex-presidente Jacob Zuma, viveram em Moçambique na condição de exilados.
Quanto à privação de direitos aos nativos, não há muito que comentar, é claro como a água. Aliás, seu comportamento animalesco é resultado dessa privação. A privação ao poder económico é o ponto central.
Nelson Mandela, ícone para muitos e nem tanto para uma minoria, como refere o anarcocapitalista anti-político Paulo Kogos que “transformou a África do Sul em uma ditadura sem oposição comandada pela cleptocracia da aliança CNA/PCAS que está levando o país à extrema pobreza, ao caos social e até mesmo ao genocídio”. Pode ser que sim, pode ser que não porém é inegável que algumas aparentes facilidades sobretudo o “leasing”, criaram uma “almofada” para conter o macabro carácter do povo de Mandela, de modo a que estes pudessem comer, beber e dormir. Depreende-se que o “leasing” da República Sul-Africana (RSA), país onde os nativos são preguiçosos por natureza, abrange quase tudo até as cuecas e o papel higiénico. Entre outras palavras o nativo sul-africano respira na base da dívida. Tem nada que é seu porque não tem poder económico. No entanto as assimetrias que têm caracterizado o povo Sul-africano encontram resposta na pobreza, na privação do direito ao usufruto da economia real. É óbvio que a gestão de expectativas do povo sul-africano, na sequência de um crescimento económico e não precisamente desenvolvimento económico, vislumbra um transbordar de frustrações.
De acordo com o censo 2011 os sul-africanos são 52 milhões, 79% deles negros. O desemprego atingiu 30% da força de trabalho. Há mais de três milhões de crianças órfãs. O rendimento médio anual de uma família branca é de 365 mil rands (perto dos 32 mil euros). Os sul-africanos de origem mista têm um rendimento de 251 mil e 500 rands. Os de origem indiana têm 250 mil randes e os negros surgem com um rendimento médio por família de 60 mil e 600 randes (cerca de 5500 euros). Portanto, tudo aqui arrolado denuncia uma mescla de problemas de ordem doméstica e nada tem que ver com estrangeiros (irmaõs africanos)!
A causa invocada pelos nativos, para incinerarem os estrangeiros, é falsa. Diante desta colocação, emerge uma questão: que sentido tem a falsa causa invocada pelos nativos sul-africanos para “incinerarem” seus “irmãos” estrangeiros?
Circle Langa, 2013
P.S. Tão actual.
Reza a história que o avião que transportava o saudoso Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique como República, tombou na vizinha África do Sul.
No início do ano 2013 um ex-agente da polícia secreta sul-africana, numa entrevista exclusiva publicada pelo semanário "Sowetan Sunday World", afirmou ter participado dos planos que resultaram na morte, em Outubro de 1986, de Samora Machel, bem como à outras 33 pessoas que integravam a sua comitiva. Este crime macabro desgraçou Moçambique até então.
Há dada altura, pouco antes de 2012, imigrantes moçambicanos ilegais, surpreendidos pela polícia sul-africana, foram brutalmente torturados por cães guiados pela própria polícia. Algum tempo depois, uma comunidade de nativos sul-africanos decidiu insurgir-se contra moçambicanos residentes na RSA. Houve extremo "banho de sangue" e uma espécie de Incineração humana ao ar livre sob olhar impávido da polícia. Tantos outros acontecimentos macabros que não estiveram ao alcance dos Media ao ponto de se tornarem virais.
Em 2013, Moçambique foi "brindado" pela polícia sul-africana num caso extremamente chocante para o mundo. Um taxista moçambicano, em pleno gozo das suas actividades laborais, na sequência de um pequeno constrangimento de cumprimento de regras básicas, foi amarado na traseira do carro policial e arrastado ao chão, um cenário sem dó nem piedade, até a morte.
Alguns desmandos dos sul-africanos em Moçambique
Em 2007 uma Cidadã espanhola alertou sobre desmandos e pilhagens de recursos na Reserva do Niassa. Supostamente protagonizados por sul-africanos mas nem por isso sucedeu o pior.
Um estudo da Procuradoria Geral da República (PGR), elaborado pelo Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) em 2014, sobre os principais actores do tráfico de pessoas em Moçambique, cita sul-africanos como parte integrante dos estrangeiros envolvidos - porém o desfecho não foi sangrento.
Em Outubro de 2011, o jornal AVERDADE publicou um artigo que dá conta de ocorrência de desmandos praticados por turistas sul-africanos nas praias moçambicanas. Sem descurar as vezes sem conta que a Polícia sul-africana atirou moçambicanos do comboio, alegando repatriamento de emigrantes ilegais. Com todas estas ocorrências macabras, os nativos em Moçambique não chegaram a revidar.
As privações do Apartheid e pós-Apartheid e a Xenofobia
Dois anos depois do fim do Apartheid (1994) que castigou os nativos por mais de 40 anos e teve implicações nocivas na educação como um todo, a República Sul-Africana (RSA) estabeleceu padrões mínimos que deveriam ser cumpridos por todas as nove províncias do país. Obviamente que isso implicou estabelecer um padrão no currículo; na formação dos professores; no financiamento das escolas e na gestão das universidades. Segundo dados do World Bank, a RSA é das que actualmente mais investem em educação a nível mundial. A RSA superou a Coreia do Sul em 2009 e o Japão em 2010 ao injectar recursos em educação (ver ranking do Pisa - Programa de Avaliação Internacional de Estudantes de 2010). A tese do baixo nível de literacia para justificar os actos macabros deste povo, deve cair por terra. Talvez o problema seja exclusivamente o de conhecimento sobre a História, ao ponto dos nativos suf-africanos não saberem que, durante o apartheid, Moçambique foi destino para muitos exilados sul-africanos. Entre tantos integrantes do ANC (Congresso Nacional Africano), o ex-presidente Thabo Mbeki – primeiro sucessor de Nelson Mandela, ex-presidente Jacob Zuma, viveram em Moçambique na condição de exilados.
Quanto à privação de direitos aos nativos, não há muito que comentar, é claro como a água. Aliás, seu comportamento animalesco é resultado dessa privação. A privação ao poder económico é o ponto central.
Nelson Mandela, ícone para muitos e nem tanto para uma minoria, como refere o anarcocapitalista anti-político Paulo Kogos que “transformou a África do Sul em uma ditadura sem oposição comandada pela cleptocracia da aliança CNA/PCAS que está levando o país à extrema pobreza, ao caos social e até mesmo ao genocídio”. Pode ser que sim, pode ser que não porém é inegável que algumas aparentes facilidades sobretudo o “leasing”, criaram uma “almofada” para conter o macabro carácter do povo de Mandela, de modo a que estes pudessem comer, beber e dormir. Depreende-se que o “leasing” da República Sul-Africana (RSA), país onde os nativos são preguiçosos por natureza, abrange quase tudo até as cuecas e o papel higiénico. Entre outras palavras o nativo sul-africano respira na base da dívida. Tem nada que é seu porque não tem poder económico. No entanto as assimetrias que têm caracterizado o povo Sul-africano encontram resposta na pobreza, na privação do direito ao usufruto da economia real. É óbvio que a gestão de expectativas do povo sul-africano, na sequência de um crescimento económico e não precisamente desenvolvimento económico, vislumbra um transbordar de frustrações.
De acordo com o censo 2011 os sul-africanos são 52 milhões, 79% deles negros. O desemprego atingiu 30% da força de trabalho. Há mais de três milhões de crianças órfãs. O rendimento médio anual de uma família branca é de 365 mil rands (perto dos 32 mil euros). Os sul-africanos de origem mista têm um rendimento de 251 mil e 500 rands. Os de origem indiana têm 250 mil randes e os negros surgem com um rendimento médio por família de 60 mil e 600 randes (cerca de 5500 euros). Portanto, tudo aqui arrolado denuncia uma mescla de problemas de ordem doméstica e nada tem que ver com estrangeiros (irmaõs africanos)!
A causa invocada pelos nativos, para incinerarem os estrangeiros, é falsa. Diante desta colocação, emerge uma questão: que sentido tem a falsa causa invocada pelos nativos sul-africanos para “incinerarem” seus “irmãos” estrangeiros?
Circle Langa, 2013
P.S. Tão actual.
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