Elisio Macamo
11 de setembro de 2018 ·
Maria To Ndhossa
Era uma maluca lá na minha cidade natal de Xai-Xai na década de setenta. Andava quase nua com o peito sempre a descoberto, mas quando passasse por pessoas gostava de se despir completamente e começava a dizer o que ia acontecer a algumas delas por conta de alguma coisa que teriam feito. Dizia “tu vais levar 10 chambocadas por causa daquelas galinhas que o teu irmão roubou”, “tu vais perder aquele cabrito que o teu sogro recebeu daquele bandido do Nthlaven” e proferia palavras pesadas do foro sexual.
Eu e outras crianças riamo-nos, andávamos atràs dela e gritávamos “Maria To Ndhossa, Maria To Ndhossa!” e ela reagia rogando mais pragas e fazendo aquele “flash” genital que queríamos ver. Isto embaraçava os nossos pais porque é evidente que mostrar as partes íntimas do corpo e dizer bujardas em público não ficava bem, sobretudo para os de formação cristã e muçulmana que eram até a maioria na vizinhança. Também ficavam lívidos quando a ouviam proferir ameaças às pessoas. Mas era assim a Maria To Ndhossa. Nos seus raros momentos de lucidez dizia que toda a gente nascia louca, só os eleitos é que conseguiam manter a loucura porque ela, a loucura, era a única forma racional de se adaptar a um mundo irracional.
Quando não estivesse na rua Maria To Ndhossa passava o tempo em casa do régulo e supõe-se que ela acompanhasse os problemas que eram trazidos à atenção deste e que com os seus próprios floreados ela tratava de usar fora do recinto. Metia-se em qualquer discussão só para mostrar que sabia muito sobre qualquer assunto, algo que até não estava longe da verdade, pois antes de ficar maluca tinha estudado antropologia na Holanda (onde, segundo as más línguas, consumiu em excesso fumo duma erva daninha) e, como tal, se considerava possuidora de todo o conhecimento relevante já que antropologia é o estudo do ser humano. Até discutia com representantes doutras disciplinas, a saber química, biologia e medicina dizendo que não eram ciência porque tudo o que acontece no mundo é regido pelas leis sociais, logo, só uma ciência que estuda as leis sociais é que pode falar com autoridade sobre o mundo. Tinha uma mente fina a Maria To Ndhossa. Pensava ela.
A vantagem que a loucura lhe trazia era essa mesmo: assim que você descobre que somos todos loucos, todo o mistério desaparece e a vida se explica com facilidade (ela roubou essa máxima de Mark Twain). Por causa da convicção com que falava sobre todas as coisas passou a ser convidada para colóquios públicos que se organizavam no areeiro chamado Koka Misava onde colonos conceituados falavam sobre agricultura e pecuária, áreas, portanto, cobertas pela antropologia como mãe de todas as ciências segundo a nossa heroína.
Numa dessas altercações públicas envolvendo dois “Tindota” (conselheiros do régulo) Maria To Ndhossa acusou-os de estarem a criar confusão para substituir o régulo que era um Ndau chamado Sithole dos tempos de Ngungunyan e disse-lhes na cara que o plano não ia funcionar porque a linhagem a que o régulo pertencia era destemida e quando provocada e acossada era capaz de tudo, mesmo de ir denunciar esses “Tindota” aos portugueses para serem desterrados em São Tomé. Aí os “Tindota” ficaram não só assustados como também fulos, pois essa louca da Maria To Ndhossa não se podia permitir tamanhas liberdades.
Primeiro pensaram em ir falar com o régulo para saber se a Maria To Ndhossa tinha instrucções para falar daquela maneira, mas lembraram-se que o régulo governava na base do princípio segundo o qual mais vale dar a palavra a todos e desse modo ouvir verdades que só loucos sem discernimento vão revelar do que restringir essa liberdade e ficar às escuras sobre o que os súbditos andam a matutar. Era um enorme risco, claro, mas na vizinhança havia muitos adultos que gostavam do espaço de articulação que esse princípio criava e respeitavam-no. O que muitos faziam para garantir que não houvesse excessos era impôr algumas regras informais que a maioria respeitava, menos os loucos como a Maria To Ndhossa.
Os dois “Tindota”, irados, levaram o caso ao Cipaio que tinha instrucções do administrador colonial para velar pela ordem usando todos os meios repressivos ao seu dispôr. O Cipaio era um homem de bem para quem a ordem pública era um valor supremo não-negociável. E era inteligente apesar de ter estudado física atómica. Analisou o caso serenamente e chegou à conclusão de que a ordem pública estava de facto em perigo e que as indiscrições de Maria To Ndhossa configuravam um grave crime contra a moral pública. Mandou amarrar Maria To Ndhossa que desatou a rir quando lhe foram pegar. Até hoje, na verdade, Maria To Ndhossa está aí a rir.
Ouve-se o seu riso esganiçado quando se passa da antiga loja de Ferrão Mendonça carinhosamente chamada de “Ferramendoza” pelos verdadeiros locais, ali perto do campo do Ferroviário. O Cipaio decretou também que aquele princípio do régulo carecia de ajuste para civilizar a fala em público. Toda a fala que envolvesse referências a terceiros, não importa em que circunstâncias, conferia a esses terceiros o direito de irem queixar ao Cipaio e serem compensados por eventuais danos morais e materiais. Resultado: a conversa entre vizinhos morreu (porque ninguém queria arriscar nada) e o próprio régulo deixou de ter uma fonte privilegiada de informação, tudo isso por causa da Maria To Ndhossa, a louca lá do Xai-Xai.
Moral da história: não usar canhão para matar uma mosca.
n.b. Qualquer semelhança com a realidade é efeito de Gonozololo fornecido pela Gono Trading Ltd. de Júlio Mutisse.
80Mussá Mohamad Ibrahimo, Manuel Roque Jamisse e 78 outras pessoas
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Comentários
Júlio Mutisse Por uso excessivo mandei cortar fornecimento
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Dereck Mulatinho E usar mata-mosca serve ou nem por isso?
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Elisio Macamo nem por isso.
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Lyndo A. Mondlane Kakakka.. wena thitxa kkkkkk..kkkkkk...
Dizia antes q na ignorancia se è feliz, e la vivia o jovem feliz... nao imaginava as consequancias dos seus actos, mas o desconhecimento das leis nao excusa do seu cumprimento...
As minhas noçoes basicas de direito (aqui ensinam.aos engenheiros um pouco de tudo), permitiriam ampliar a queixa.. alegar incluso medo de sair a rua, depressao, incumprimento de obrigaçoes matrimoniais, incluso perdidas milionarias por incapacidade de trabalhar, claro devido ao medo aterrador as ameaças.. com o q a compensaçao a pedir seria quantiosa, e noutros paises, teria q pagar e responder com o seu patrimonio... assim se pensaria antes de cometer desvarios e ter transtornos mentais transitorios...
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Elisio Macamo em moz impera o estado de direito.
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Lyndo A. Mondlane Kakakakakka....kakakak... estado indireito som..kkkkk
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Elisio Macamo os tindota vão endireitar isso.
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Lyndo A. Mondlane Mas os tindotas tem razao prof.. aqui, so por dizer alguem na rua, "te matarei", é tratado com. A maxima seriedade possivel e como a policia anda ociosa...
Esta bem assim, nao se pode andar pela vida ameiaçar cidadaos q nao lhe fizeram nada, apenas estao exercer sua cidadania...
Lourenco Rosario Quando jovem, já fui jovem, fiquei abismado com a sabedoria de um bando de loucos que resolveu tomar à força o manicómio, em que estavam encarcerados. "VOANDO SOBRE O NINHO DE CUCOS " era o titulo do filme, com Jack Nicholson, como protagonista. Interessante, foi à força de armas de fogo, que os revolucionários foram dominados. A loucura é a outra dimensão da sabedoria e da liberdade. Muito bem, Elísio.
Elisio Macamo Lourenco Rosario, a juventude nāo acaba. sim, a loucura, menos a que está em questão, é outra dimensão da sabedoria e da liberdade!
Eduardo Zaqueu Valeu a recordaçao da Maria To Ndhosa.
Elisio Macamo lembras-te dela, candinho?
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Eduardo Zaqueu Quantas vezes nao fugiamos dela usando varios caminhos Ferramendoza, xiporweni musselweni e encontravamo-nos perto dos Soquicos antes de irmos para casa eheheheh.
Elisio Macamo xiporweni, hahahahaha...
Pedro Comissario Professor Elísio Macamo e caro Júlio, não é GONO. É GONA. Gonazololo. Como o distinto Prof. Oikos explicou, ‘gona’ quer dizer dormir. Zololo quer dizer de pé. Na verdade, devia se escrever GONADZOLOLO Mas prefere-se a grafia portuguesa.
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Elisio Macamo a coartar a nossa liberdade de expressão... a frelimo ganhou a independência para usarmos a língua de forma soberana!
Pedro Comissario De modo geral, na sua posição no debate sobre o conceito de liberdade de expressão, estou mais próximo do Prof Macamo do que dos doutos queixosos. Mas estar de acordo consigo é uma geometria muito variável. O constitucionalismo da Columbia University que estudei e largamente assumi é ligeiramente diferente da Clássica de Lisboa. Mas fazer como? Você está a debater e depois ir queixar a Procuradoria? Não lembra o diabo.
Elisio Macamo voilá!
Pedro Comissario Ser apoiado pelo Prof. Elisio Macamo é certidão para minha reforma!
Elisio Macamo eu é que fui apoiado por um ilustre diplomata, só que não vou reformar porque é preciso estar atento ao próximo lance da pgr no interesse nacional...
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Pedro Comissario Voila! Depende da geografia variável!
Esaúú Cossa Texto muito bem conseguido ficcão-científica. Ir a escola é outro nível.
Carlitos Carlos Parabéns Elisio, fez me recordar a Maria To Ndhossa, por acaso já nem me lembrava, será que ela está viva ainda?
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Elisio Macamo anda aí nas redes sociais...
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Manuel Chipeja Hehehehehehehe....
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Paulo Guambe Prof. Elisio Macamo, permita-me voltar a uma aula anterior sobre sociologia em que falava desta disciplina e seu objecto de estudo. Fiquei com duvida! Na verdade pensei que tivesse entendido na altura, mas quanto mais tempo passa percebo que não percebi. Talvez porque não percebo nada de sociologia. Vou apresentar minha duvida começando por expor o que entendi da referida aula: disse que o objecto de estudo em sociologia não existe, ele é resultado da construção teórica do sociólogo. Muito bem! O que destrói toda a minha lógica de raciocínio é o prof. dizer que a sociedade existe. Chegado a este ponto da exposição posso colocar a minha duvida: como se explica que a sociedade existe, mas o objecto de estudo não existe? Não seria coerente pensar que a sociedade e o objecto de estudo são resultado da construção teórica do sociólogo?
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· 1 ano(s)
Elisio Macamo obrigado. tentei explicar em vários comentários lá nesse post.
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Luis Mucave Maria Thondossa, ah ah ah ah ah...
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Pedro Comissario Em Caia, aldeia da MALOA onde nasci e cresci, havia exactamente uma demente do género. Até chegou a conceber um ou dois filhos de pais desconhecidos. Não faltaram os oportunistas! Eu era criança mas devo admitir que a senhora tinha umas boas pernas! Sorry!
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Luis Mucave Está desculpado,factos são constatações.kkkkkkk
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Pedro Comissario Luis Mucave, você é um amigo. Há quem não ache graça!
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Raul Chambote Pedro Comissario 😂😂😂😂
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Paula Martins Caro Prof! Eu vivi num País lixado, aqueles sacanas até são colonos para os que nasceram lá. Nunca fiz nada nem parecido com a Maria e sentei no banco dos réus duas vezes. E lá mesmo no reino dos ditos democráticos mas que são ditadores, até malucos para se declararem inimputáveis têm que ter " um papel ". É preciso arranjar um papel para a Maria Thondossa, assim todos ficamos a saber que ela é maluca.De volta ao "Amor"😂😂😂
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Elisio Macamo quando todo o mundo regula bem a loucura pode ser o único lugar de liberdade ao nosso dispor...
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Paula Martins Heheheh!!! Sociólogo aí está bem, nesse lugar......... como advogado eu nem imagino.......até criminosos duros haveriam de arranjar lugar no Céu🏃♀️🏃♀️🏃♀️
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Manuel Bila O principio de Maquiavel onde fica professor "Os fins justificam os meios" se ndioca(fisga mata mosca) não funciona e melhor canhão mesmo.
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Elisio Macamo não sei.
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Francisco Wache Wache A Maria to Ndhossa ha_de reagir, prof. 😂😂😂😂😂😂
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Gabriel Muthisse Wena!!!!!
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Júlio Mutisse A nkano jo
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Elisio Macamo futseka, Júlio.
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Raquel Zaqueu Maria Thondossa🤣🤣🤣... quando eu andasse fora da linha ,lá me perguntavam se eu queria ser como ela.😂😂😂😂
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Elisio Macamo lila, não me digas que quiseste estudar física nuclear!?
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Raquel Zaqueu Nem pó 🤣🤣. Mas que servia a ameaça, lá isso servia..
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Elisio Macamo uf! estás bem na medicina...
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Ema Bombe Samussone É interessante quando eu fazia tranças xikwenhetas o meu pai chamava-me de Maria Thondossa. Pensei que fosse coisa da cabeça dele. Coisas das gentes de Xai-xai
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Fernanda Nene Zaqueu Agora é que estou a perceber os comentários nos Zaqueus ao longo da semana sobre a "nossa Maria "Tondossa"! D. Raquel tem muita razão ao tentar dissipar qualquer tipo de justificação sobre a falta de comunicação verbal, telefone (aquele alíiii.. ) quando temos disponível tantos dispositivos nas redes sociais.. já faz parte do seu vocabulário, brincas?...Adorei tua adordagem intelectual da nossa Maria Tondossa - nossa versão mais "terre-à-terre". Vóilà Lila!
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· 51 sem
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Gabriel Muthisse "Disse-lhes na cara..."! Ya, a tola era corajosa...
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Sergio Matsinhe Ehehehe Gono Trading
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Elias Gilberto Djive Maria to Ndhossa e seus queixosos. Verosímil. Kkkk
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Marisa Comiche Sabela A "loucura" permite-nos dizer aquilo que para outros é impensável....
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Mussá Mohamad Ibrahimo HA HA HA...MISTURA DE Gonazololo e Fizz fervido. Tem efeitos ,piores aos da erva daninha ,que a Maria consumia na Holanda...
Há sempre uma Maria, "louca" da nossa era. Na minha infância era "Maria NWA svidjumba". Essa preservava um silêncio ensurdece…Ver Mais
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· 1 ano(s)
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Vicente Manjate Hehehehehe...nos meus tempos já se chamava Framundosa. Não cheguei a conhecer a Maria To Ndhossa mas ouvi falar da loucura dela. A nossa maluca era a Mabhuwa, que também proferia uns impropérios sexuais que animava ouvir e não gostava quando nos impediam de gritar as palavras de ordem que lhe espicaçavam a imaginação da loucura "a matandza amana munyu" (os ovos não tem sal). Não havia Tindota que a paravam...Na verdade, nem era maluca, nós é que lhe deixávamos louca.
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Elisio Macamo cada época com as suas heroínas...
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Eduardo Zaqueu Mabuwa nao era Thondosa pois a vertente psicologica de uma e de outra eram diferentes. Tanto eh que Mabuwa nao assustava e nem era Momomo que se podia recorrer quando se falasse de Thondosa. Cada epoca as suas heroinas sim senhor. Mas o debate eh ainda mais profundo, nao va tece-las Erasmus de Roterdao no seu Elogio da Loucura se nao estiver enganado. Me corrijam sff.
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Elisio Macamo hahahahahaha, candinho, hahahaha.
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Elisio Macamo o que estraga o Vicente são aqueles matsuas da beira. come-se muito rhali ali...
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Vicente Manjate Futsekani mwina. Ximphunta é ximphunta, não tem graus de ximphuntismo aqui, mas cada um pode gostar do seu ximphunta. É liberdade.
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· 1 ano(s)
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Hiuane Abacar Great.
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Roberto Chitsonzo Hás vezes ela chegava em frente de um grupo de senhores e apontava acusando a um deles dizendo em changana ..." na noite de ontem não estavas a delirar de prazer em fazer sexo comigo?" ......
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Elisio Macamo a julgar pelo que Pedro Comissario escreveu num comentário mais acima sobre a louca deles pode haver lucidez aí...
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Pedro Comissario É o que eu pensei, Elisio Macamo! In retrospect! Mas creio que havia mais lucidez dos homenzinhos da aldeia!
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Marisa Comiche Sabela Creio eu que a louca é igual ao bobo da corte representado nas obras de Shakespeare. Ambos, com as suas falas e atitudes fazem com que o povo reflicta sobre si mesmo e sobre o que se passa no seu círculo de convivência (na sociedade).
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· 1 ano(s)
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Cremildo Loforte Eu já levei uma tarei com essa velha no Mperrueno quando íamos comer peras...
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Ilidio Lobato Me senti, de repente, em xai-xai, saindo no bairro 9 até a baixa, nas bandas do "Framundoza". O interessante disso é que quando se pensava que a Maria To Ndhossa estava obtendo melhorias graças ao consumo de fármacos modernos que curam a amnésia e dão um pingo de humildade, eis que a Ta Ndossa foge do hospício e, hoje, dizem que só aceita morar naquele bairro militar que, na Cidade de Maputo, chamam por Colômbia. Hehehe
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· 1 ano(s)
Elisio Macamo cuidado, daqui a pouco vão mandar vir a prg para aqui. não queremos barulho aqui.
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· 1 ano(s)
Ilidio Lobato Pelo menos aqui tenho testemunhas cujos intervalos de lucidez são mais prolongados do que os da To Ndhossa, rsrs
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· 1 ano(s)
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Maria Laura Inácio Nota Dr. Nao seria melhor abrilhantar-nos com cronicas daquele tempo? Os jovens precisam de saber o que aconteceu no tempo de Ngunhana, eu lhe imploro escreva muito e bastante precisamos dessas memorias e este foi um capitulo.
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· 1 ano(s)
Zacarias T. Sumbana Entendido. O problema reside nas nossas mentes armadilhadas e com receios em debater ideias e aceitar diferenças.
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· 52 sem
Sebastiao Conceiçao Maria To Ndhossa
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· 51 sem
Sebastiao Conceiçao Maria To Ndhossa o que fez fazem muitos hoje, embora seja em contextos diferentes e por consequência diferentes conteúdos. Assim, vale dizer que o texto e mesmo clássico. o facto de trer sido Maria na década setenta não impede que Marios o facam hoje, fazem-no sim, ignoram hierarquias e órgãos.
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· 51 sem
Muzila Wagner Nhatsave Granda texto Elisio Macamo. Estou a rir aqui
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· 51 sem
Acácio Chimbutane Eu sou do tempo de Zimith Mateu.O forte dele eram pedradas mas os mais corajosos antes de o provocar recolhiam todas as pedras em seu redor.
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· 51 sem
Júlio Mutisse Passado este tempo, leio este texto e ele me leva para vários lados. Principalmente na época em que estamos.
Mukokani Tamele anda aqui recordar sua infância
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· 1 dia(s)
João Angélica Ferreira Já me tinha esquecido dela fizeste me lembrar de muitas pessoas pá. a comandante,o tomar chá,matwangue,chaba vatsongwane,e outros valeu recordar é viver um abraço forte
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· 1 dia(s)
Chacate Joaquim Ximbutsu Muzaya, Xiwa niku pfuka a Kaya Makekeze. Elísio Elisio Macamo, naquela altura era Xai Xai ou Ka Ntxayi Ntxayi, mano Alvaro Simao Cossa amakwavu wa tcho tchomela venha acudir.
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· 16 h
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