quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Manuel de Araújo toma posse ou não?

Director: Lourenço Jossias | Editor: Nelo Cossa | Maputo, 15 de Janeiro de 2019 | SAI ÀS TERÇAS |Ano XI | Nº 606 PUB Gove autorizou e depois mentiu Manuel de Araújo toma posse ou não? O Conselho Constitucional validou no ano passado as elei- ções autárquicas de Quelimane e declarou, consequentemen- te, o cabeça-de-lista Manuel de Araújo edil, faltando apenas tomar posse. No entanto, o Tribunal Administrativo consi- derou procedente a decisão do Conselho de Ministros para a perca de mandato de Manuel de Araújo. Pode ou não Ma- nuel de Araújo tomar posse? PUBLICIDADE Em Mudumeia vive-se uma vida tão pesada como as areias que lá se extraem Renamo procura sucessor de Dhlakama na Gorongosa 50,00MT 2 Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 Manuel de Araújo poderá tomar posse? Perdiz elege sucessor de Dhlakama A Renamo elege entre os dias 15 e 17 o sucessor de Afonso Dhlakama, cargo que até aqui é ocupado interinamente por Ossufo Momade. As candidaturas para a presidência da Renamo serão submetidas em sede do congresso, porém, Ossufo Mamade, Manuel Bissopo, Hermínio Morais e Elias Dlhakama já manifestaram publicamente que irão concorrer. Na agenda do congresso, que inicia esta semana, consta, para além da eleição do novo presidente da Renamo, a eleição do Conselho Nacional, a apresentação pela Comissão Política das actividades dos últimos cinco anos e a eleição da nova Comissão Política. Segundo José Manteiga, em conversa com a nossa reportagem, são esperados cerca de mil pessoas, destas 700 delegados e 300 convidados. Na sua explicação, o número de delegados por província será proporcional à população de cada província, pelo que as províncias do Norte e Centro terão grande representatividade, chegando as províncias da Zambézia e Nampula a ter 80 delegados cada. Do VI Congresso, que decorre de 15 a 17 de Janeiro em Gorongosa, sairá o sucessor de Afonso Dhlakama, que será igualmente o candidato do partido nas eleições presidenciais de Outubro. Recentemente, aquando da reunião do seu Conselho Nacional, a Renamo definiu que o sucessor de Afonso Dhlakama deve ter nacionalidade originária moçambicana, ter ocupado a função de Secretário-geral, ter 15 anos de militância e ser membro idóneo e de reconhecido mérito. Além disso, o próximo líder deve ser uma figura que combateu pela Renamo na guerra civil dos 16 anos, que opôs o braço armado do partido e as forças governamentais. Entretanto, estes são requisitos que o candidato Elias Dhlakama, oficial na reserva das Forças Armadas de Defesa e Segurança, não tem. destaques Paquistanês detido por tráfico de drogas a pedido dos EUA As autoridades moçambicanas detiveram na semana passada, o paquistanês Tanveer Ahmed procurado, nos Estados Unidos da América, por tráfico de drogas.Entretanto, Ahmed acabava de ser absolvido por um tribunal de Cabo Delgado, por não ter encontrado evidências do seu envolvimento num caso relacionado com o tráfico de drogas O Conselho Constitucional validou no ano passado as eleições autárquicas de Quelimane e declarou, consequentemente, o cabeça-de-lista Manuel de Araújo edil, faltando apenas tomar posse. No entanto, ainda no ano passado, mas depois do CC, o Tribunal Administrativo considerou procedente a decisão do Conselho de Ministros para a perca de mandato de Manuel de Araújo. Agora está instalada a questão: pode ou não Manuel de Araújo tomar posse? Abanês Ndanda Afinal, o Tribunal Administrativo já tinha decidido sobre o recurso do edil de Quelimane, Manuel de Araújo, antes mesmo do final do ano passado. O Tribunal Administrativo decidiu, por unanimidade, considerar improcedente o recurso de Manuel de Araújo contra a perca de mandato decretada pelo Conselho de Ministros. O Conselho de Ministros, órgão tutelar das autarquias locais, tinha decidido favoravelmente ao pedido da Assembleia Municipal de Quelimane para a perca de mandato de Manuel de Araújo, por se ter filiado na Renamo, partido diferente do que o fez eleger nas autárquicas de 2013. Manuel de Araújo tinha sido eleito pelo Movimento Democrático de Moçambique, MDM. A decisão do Tribunal Administrativo data de 21 de Dezembro passado e considera, no essencial, “não haver fundamento legal para censurar a decisão recorrida, vertida na deliberação do Conselho de Ministros, aprovada pelo Decreto número 50/2018, de 20 de Agosto”. Contactado pela nossa equipa de reportagem sublinhou que vai e deve, sim, tomar posse e fundamenta essa posição no estipulado na Constituição da República no sentido de as decisões do Conselho Constitucional serem de cumprimento obrigatório por todos os cidadãos e instituições, para além de não serem passíveis de recurso, o que vale dizer que o acórdão do CC prevalecerá sobre qualquer outra decisão. Também antigo Ministro das Finanças, Tomás Salomão, defendeu, no último final- -de-semana, um julgamento exemplar para Manuel Chang que se encontra privado de liberdade na África do Sul. “Manuel Chang é detido na África do Sul. Eu não estou preocupado com o facto de onde ele vai ser julgado. Não me preocupa isso. Ele vai ser julgado, quer seja em Moçambique, quer seja na África do Sul, quer seja nos Estados Unidos, quer seja em Haia, ele vai ser julgado em algum sítio, e é bom que seja julgado. Para que isto sirva de exemplo e de referência, para que coisas destas não se repitam”, disse Tomás Salomão falando na Rádio Moçambique. De acordo com Salomão, “para além de julgar, garantir que estes bens sejam recuperados e amanhã, eventualmente, vamos discutir se sim ou não, Moçambique tem alguma coisa a pagar ou não. Se calhar chegamos à conclusão de que nós não temos nenhuma dívida a pagar, não temos nada a pagar. Nós como país, nós como cidadãos deste país, isto é o que eu penso, é a minha opinião pessoal e que a justiça seja feita”. Salomão manifestou-se altamente indignado principalmente pelo facto de que “na qualidade de tesoureiro público, tesoureiro de erário público, esta figura é absolutamente proibida, repito: absolutamente proibida em mexer, tirar, usufruir de qualquer bem pertencente ao erário público para benefício pessoal, é absolutamente proibido”. Na colocação do antigo Ministro das Finanças, o mais importante neste momento é que as instituições da justiça trabalhem para que o que foi desviado possa voltar para o país e, a posterior, ver se há ou não necessidade de o país ser imputado ao pagamento das dívidas. Aliás, é, de acordo com o esclarecimento judicial do assunto que se ficará efectivamente a saber se o país deve ou não algo. Abanês Ndanda “A Constituição da República de Moçambique é clara. O número 1 do artigo 247 da CRM determina que os acórdãos do Conselho Constitucional são de cumprimento obrigatório por todos os cidadãos, instituições e demais pessoas jurídicas, não são passíveis de recurso e prevalecem sobre outras decisões”, posicionou-se Manuel de Araújo. No entanto, o jurista, administrativista e académico moçambicano Eduardo Chiziane entende que Manuel de Araújo, eleito como cabeça-de-lista da Renamo para o Conselho Autárquico de Quelimane nas eleições de 10 de Outubro último, “em princípio não poderá tomar posse em virtude de à data das eleições estar em situação de inelegibilidade, por ter concorrido por um partido diferente do que o elegeu em 2013’’. Ainda assim, Chiziane sublinha haver, obviamente, uma série de aspectos a considerar, nomeadamente se a decisão do Conselho Constitucional, que validou as eleições de Outubro, se sobrepõe às outras, incluindo a do TA, bem assim a possibilidade de um acordo de cavalheiros. Manuel de Araújo Tomás Salomão defende julgamento exemplar para Chang 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente 3 O Parlamento Juvenil (PJ), num documento assinado por David Fardo, presidente daquele movimento, é pela extradição do antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, e todos os outros envolvidos na implantação de empresas improdutivas. No documento, intitulado “Da hipoteca à extradição”, aquele movimento defende, para o futuro, a criação de medidas de responsabilização e destituição política do Executivo por crimes económicos desta natureza. No entender do PJ, é preciso que Moçambique desenvolva instituições de gestão de finanças públicas mais robustas, para prevenir e penalizar, de maneira fortemente dissuasora, actos semelhantes no futuro, através da criação de medidas de responsabilização e destituição política do Executivo por crimes económicos desta natureza. Para já, de acordo com aquele movimento, esta luta em que o país se encontra, não deve terminar sem resultados e, para tal, encoraja o processo corrente de responsabilização com a extradição de todos os implicados no processo ora divulgado pela Justiça federal americana. “Nem que tenhamos que marchar todos os dias não nos cansaremos, até conseguirmos controlar os guardiões da Constituição e fiscalizar a quem elegemos para fiscalizar a Justiça. Os jovens neste país já foram baptizados de apóstolos da desgraça, geração de capotagem, advogados de agendas externas, seguidores de uma fábrica de sonhos inalcançáveis e muito mais, que nenhum apelido novo nos será ofensivo”, lê- -se no documento de quatro páginas, onde este movimento presidido por David Fardo lista uma série de acções que o PJ desenvolveu com vista a pressionar as autoridades para responsabilizar criminalmente os lesa-pátrias. De 2015 a 2019 Fardo lembra que o PJ exigiu internamente, sem resposta, e perante intimidação e combate que estas dívidas ilegais fossem retiradas da Conta Geral do Estado e que o VTB da Rússia, o Credit Suisse e o Grupo Privinvest assumam 50 porcento de responsabilidade sobre o valor da dívida, considerando que mesmo conscientes do perfil de risco de Moçambique, da inviabilidade das empresas auditadas e da ilegalidade da operação entraram no negócio da hipoteca de uma das nações mais pobres do mundo, a modelo do mapa cor-de-rosa. Outra observação do PJ é que os reguladores das jurisdições, por onde se realizaram e por onde transitaram os recursos financeiros movimentados pelos promotores e fornecedores envolvidos nesta fraude, publiquem o paradeiro dos valores extraviados e penalizem a prática fraudulenta e criminosa envolvida nas operações de contratação da dívida. PJ defende extradição de Chang e todo o regime A distribuição de tarefas, no histórico rombo financeiro de Moçambique, indica que Gregório Leão José, antigo director dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), é quem formulou o pedido a Manuel Chang, então ministro das Finanças. Ernesto Gove, na qualidade de Governador do Banco Central, é quem deu a autorização. Isso contraria a sua versão dada a jornalistas de que a instituição que dirigiu durante uma década desconhecia os empréstimos. Nelson Mucandze Gregório Leão José formulou o pedido de empréstimo de dinheiro, por sua vez, Manuel Chang, então ministro das Finanças, deu garantias do Estado e Ernesto Gove, na qualidade de Governador do Banco Central, autorizou e emitiu um documento a favor. Mas, quando foi abordado pelos jornalistas, em princípios de 2016, o antigo Governador do Banco de Moçambique disse a jornalistas que a instituição que dirigiu durante uma década desconhecia os empréstimos contraídos secretamente e sem a autorização da Assembleia da República, como manda a Constituição do país. A recente detenção de Chang, na África de Sul, tende a motivar as autoridades judiciais a trazer, embora em fragmentos, os detalhes do plano maquiavélico, que defraudou o Estado em mais de dois mil milhões de dólares americanos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) fez questão de anunciar, num esforço de mostrar que está a trabalhar, que tem 18 arguidos em conexão com a dívida pública. Mas, no seu expediente, remetido ao Tribunal Administrativo (TA), a PGR solicita a responsabilização financeira de 16 gestores públicos, que intervieram directamente na celebração e gestão de contratos de financiamento das dívidas contraídas pelas empresas ProIndicus, EMATUM e MAM nos bancos Credit Suisse e VTB Capital. Neste expediente está claro que o pedido para a emissão de garantias foi formulado pelo então director-geral dos Serviços de Informação e Segurança do Estado, violando por isso a Lei de Probidade Pública. Mas, para a obtenção de empréstimos Chang teve que emitir garantias, sob forma de avales, correspondentes aos empréstimos obtidos. Estes empréstimos beneficiaram das autorizações do Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove. A emissão das garantias feita por Chang foi precedida de pareceres favoráveis de Isaltina Lucas Sales e Piedade Macamo, directora nacional e adjunta do Tesouro, na época, do director de Inteligência Financeira do SISE, António Carlos do Rosário, que também era Presidente do Conselho de Administração (PCA) das três empresas, e de Henrique Álvaro Cepeda Gamito, que desempenhava as funções de assessor do ministro das Finanças. Para além dos acima citados, na mesma lista constam os nomes de Victor Bernardo, Eugénio Henrique Zitha Matlhaba, Raúfo Ismael Irá e Manuel Gopo, todos administradores da ProIndicus; Ivone Lichucha, Agi Anlaué, Hermínio Lima Alberto Tembe, Henrique Álvaro Cepeda Gamito e Cristina Matavel, Dívidas ocultas: Gove autorizou e depois mentiu “No dia 15 de Março de 2016, numa reunião na cidade de Nova Iorque, nome rasurado, juntamente com outros, forneceram informações falsas aos investidores sobre a situação económica de Moçambique, os níveis de endividamento e ainda sobre as capacidades e intenções para cumprir as obrigações do empréstimo da EMATUM, e induziu-os a trocar os títulos do tesouro”, lê-se na acusação judicial norte-americana. Não estão claros, na acusação, os nomes dos moçambicanos que participaram nesta reunião com os investidores americanos em Nova Iorque, mas é verdade que estes são assuntos exclusivos do Ministério de Economia e Finanças (MEF), que desde 2015 é dirigido por Adriano Maleiane, que está neste momento na longa marcha de reestruturação da dívida pública, para ser paga, quando todas as forças vivas da sociedade dizem que ela não deve ser paga, por razões que todos conhecemos. É que, segundo o MEF, o acordo preliminar de reestruturação dos títulos de dívida soberana mantém-se, apesar de a Justiça norte- -americana ter apresentado provas de ilegalidades na contratação dos empréstimos. “O Governo fez essa proposta e, independentemente de qualquer coisa, essa proposta mantém-se”, disse à Lusa o porta-voz do Ministério da Economia e Finanças, Rogério Nkomo. Moçambique forneceu falsas informações aos investidores americanos todos da EMATUM; Nazir Aboodacar , Raúfo Amade Irá e Agi Anlaué, administrador executivo, todos da MAM. As três empresas nunca funcionaram plenamente, mas os referidos gestores, acomodados em cargos de administração executiva e não executiva, gozavam de mordomias consideradas exageradas. O documento remetido ao TA pela PGR lembra que os suspeitos abusaram de fundos públicos, fazendo pagamentos indevidos, financiando projectos sem concurso público, assinando contratos sem a aprovação legal do TA e usando dinheiro do empréstimo para outros fins. Eles também se recusaram a cooperar com a auditoria solicitada pela PGR e executada pela Kroll. Ernesto Gove 4 Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 destaques África Austral vai continuar a crescer em 2019 O crescimento económico da África Austral deverá registar um abrandamento no quarto trimestre de 2018, mas ainda assim vai manter-se forte, em linha com o comportamento recente para 2019, revela Capital Economic. Ramaphosa em Maputo com detenção de Chang na mesa A detenção, na África do Sul, do ex-ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, foi um dos um dos tópicos em discussão num encontro, esta segunda-feira, em Maputo, entre os presidentes Cyril Ramaphosa e Filipe Nyusi. A detenção do sul-africano Andre Hanekom em conexão com os ataques na província de Cabo Delgado é um outro assunto que não escapou da agenda dos dois estadistas. O anúncio do encontro foi feito pela ministra dos negócios estrangeiros sul-africana Lindiwe Sisulu, num encontro com jornalistas, no qual abordou as recentes eleições no Congo Democrático e Madagáscar e a presença do país no Conselho de Segurança da ONU, a partir deste mês, segundo avança VOA. As autoridades moçambicanas tinham anteriormente afirmado que não tinham sido informadas pela África do Sul da detenção de Manuel Chang e da existência de um mandado de captura contra o ex-ministro. Sisulu disse que essas questões deverão ser esclarecidas no encontro entre os dois chefes de estado. Chang foi detido, no dia 29 de Dezembro, a pedido das autoridades judiciais dos Estados Unidos onde faz face a diversas acusações de fraude, suborno e lavagem de dinheiro no processo das “dívidas escondidas”. Eles discordam da validação da detenção de Manuel Chang, a alegada recusa em obterem, da Procuradoria, informações mais detalhadas sobre as acusações e o valor da caução colocada na categoria cinco do direito criminal sul-africano. A defesa quer que a caução seja tratada no direito comum e mesmo assim considera que Chang não cometeu nenhum crime no território sul-africano e, por isso, quer a revisão das três decisões Mudumeia: A zona isolada onde a vida é tão pesada como as areias que lá se extraem Chama-se Mudumeia, uma aldeia agora fantasma, onde todos têm medo de chegar, por milhares de motivos. Se os que foram reassentados em Nwahamuza, outro ponto a norte de Chibuto, têm os seus murmúrios, os que ainda residem nela estão na pior situação, quase esquecidos. A água é muito mal fornecida pelos chineses, sobre a energia eléctrica, ninguém mais tem esperança. Abanês Ndanda Quem pensa que Mudumeia fica a longínquos quilómetros da cidade de Chibuto está enganado. Pela saída mais curta, são só dez quilómetros ou menos de Chibuto para a zona das operações da empresa chinesa. A saída da cidade é feita por ruelas de numerosas curvas, típicas de cidades de pouco ordenamento territorial. No limite da cidade, a paisagem humanamente despovoada é feita maioritariamente de cajueiros, algumas mangueiras e poucos canhoeiros, usando uma estrada de areia totalmente desarranjada. Depois, cerca de dois quilómetros se faz em estrada terraplenada, concebida para a circulação dos poeirentos camiões que transportam areias, maquinarias ou trabalhadores para a mina de areias pesadas. Apesar de, nas suas comunicações, a empresa relatar um cenário de total satisfação, as mais de 200 famílias transferidas de Mudumeia para Nwahamuza, têm os seus murmúrios contra a mineradora chinesa Ding Sheng. As comunidades acusam, por exemplo, a empresa de não ter pago indemnizações justas aquando do seu reassentamento. São ao todo 229 famílias em Mudumeia, como diz a população, mas que na verdade a aldeia comporta famílias das comunidades de Mudada, Mudumeia, Mutsikwane, Mabekwane e Savene, abrangidas pela área das areias pesadas, que foi concedida pelo Governo à empresa chinesa Ding Sheng, no distrito de Chibuto, na província de Gaza. Julião Macuácua, chefe de uma das famílias reassentadas, reclamou que os valores pagos na indemnização não foram os mesmos, comparando com as indemnizações pagas aos residentes de outra área do distrito, onde foram construídas uma fábrica e casas para os reassentados. Alda Tovela, que conversou com a nossa reportagem durante os 29 minutos que durou a viagem da cidade de Chibuto a Mudumeia, contou que a sua família foi uma das indemnizadas, porém reclamou o facto de o valor pago pela indemnização pela ocupação das machambas ter sido irrisório. “Yhú! Quanto, não posso dizer, mas nós que só tínhamos machambas o valor que recebemos é irrisório. Na tradução literal, não chega a sítio nenhum”, disse a residente, cuja residência tivemos a oportunidade de visitar, cerca de 2 quilómetros a sul da exploração. A nossa equipa de reportagem escalou Mudumeia e encontrou uma zona fantasma, onde na verdade as grandes vítimas são as poucas famílias que lá restaram nas terras que não interessaram aos exploradores das areias pesadas. Há mais mulheres e muito poucos homens em Mudumeia, tanto que na viagem de ida e volta na carrinha do senhor M´hlongo, além do motorista (M´hlongo) e do seu cobrador de palmo e meio, o único homem era o nosso repórter. Uma das passageiras, que se identificou apenas por Delfina, confessou o medo de atravessar a zona despovoada, contando haver relatos de violações de mulheres que se atrevem a fazê-lo. “Eu nunca tentei atravessar esta zona de cajueiros. Assusta muito porque as famílias que viviam aqui foram todas transferidas para Nwahamuza”, relatou a companheira de viagem. Pela dispersão das famílias mostra que quase não haverá um sistema de abastecimento de água para beneficiar todas as pessoas remanescentes de Mudumeia, sendo que entre as pelo menos dez famílias que se encontram a sul do perímetro de exploração e as que se encontram a norte do mesmo não são menos de 8 quilómetros. O mesmo se pode dizer sobre as hipóteses de uma rede de energia eléctrica. Além de cajueiros, mangueiras e canhueiros, não habitações ladeando a picada para Mudumeia Quando se pode ver algumas casas, são auténticas ruinas: desabitadas 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente 5 A água é fornecida a partir de uma fontenária colocada ao lado da vedação da área de exploracao no lado norte. O Magazine visitou a mesma e acompanhou o drama das mulheres de todas as idades, que para encher um bidão de 25 litros com o líquido precioso precisam esperar longos 10 a 12 minutos, para depois percorrer distâncias que chegam a atingir 2 quilómetros. Era cerca das 16 horas, a água que jorrava na única torneira para a comunidade, para além de ter sabor, é muito quente. “Estás a admirar? Esta água é assim e a bebemos assim”, disseram as senhoras que se encontravam a tirar água, ao mesmo tempo que gargalhavam acerca do espanto da nossa equipa de reportagem. O valor das indemnizações proposto pela empresa é o mínimo estipulado por uma tabela aprovada pelo Governo, equivalente a 12 mil meticais por cada cajueiro, e, ao que o Magazine ficou a saber, a empresa, de capitais maioritariamente chineses, pagou o mínimo estabelecido. O problema, que alguns dos reassentados colocam, sobretudo os que não foram reassentados em virtude de só terem sido afectadas as suas machambas, tem a ver com o facto de nas machambas haver poucas árvores. Neste momento, na zona de reassentamento a empresa chinesa Ding Sheng ainda não construiu o regadio para o sustento das famílias, nem um local para o pastoreio dos animais. A lei moçambicana também exige a construção de uma escola técnica. O negócio está a produzir resultados positivos Em comunicado envia - do ao Magazine Independente, a empresa assume que o empreendimento de areias pesadas da empresa moçambicana Ding Sheng Minerais, no Chibuto, está a produzir resultados considerados positivos, que correspondem ao projecto inicialmente elaborado pelos seus accionistas, o Grupo AFFEC (China), com 85 porcento do capital, e a EMEM – Empresa Moçambicana de Exploração Mineira, SA, com os restantes 15 porcento. Esta é uma avaliação feita pelo Conselho de Administração da EMEM – Empresa Moçambicana de Exploração Mineira, em visita efectuada no último mês do ano passado, que incluía uma escalada à planta de ensaio de processamento de minérios actualmente a produzir 1.000 toneladas por dia e as áreas. De acordo com o projecto inicial deste empreendimento, a Ding Sheng Minerais irá instalar duas plantas de processamento de minérios, cada uma com capacidade de 10 mil toneladas por dia, altura em que a empresa terá empregado cerca de cinco mil trabalhadores efectivos, dos quais 80 porcento serão cidadãos de nacionalidade moçambicana. Actualmente, a Ding Sheng Minerais tem cerca de mil trabalhadores ao seu serviço. Quanto ao escoamento dos minérios processados a partir das areias pesadas de Chibuto perspectiva-se a construção de uma estrada a partir da mina até Chongoene, onde se projecta a construção de um porto específico para a exportação. O Conselho de Administração da EMEM, Empresa Moçambicana de Exploração Mineira, SA, visitou na quinta-feira, dia 06 de Dezembro de 2018, este empreendimento de areias pesadas de Chibuto. As sessões de trabalho realizadas tiveram como principal objectivo aproximar as partes interessadas para um melhor conhecimento mútuo no desenvolvimento deste empreendimento e para a criação de uma estratégia de actuação coordenada e integrada nas estruturas sociais e públicas do distrito de Chibuto. Liderada pelo Presidente do Conselho de Administração da EMEM, SA, Dr. Celestino Pedro Sitoe, a delegação desta empresa moçambicana era composta pelo Administrador-executivo para o pelouro de Administração e Finanças, Daniel Frazão Chale, e pelo Administrador-executivo para o pelouro Técnico-Operacional, Eduardo Alexandre, fazendo ainda parte uma equipa de técnicos jurídicos e de comunicação. A delegação da EMEM, SA teve a oportunidade de visitar a planta de ensaio de processamento de minérios, actualmente a produzir 1.000 toneladas por dia, e as áreas sociais, que estão a merecer uma dedicada atenção por parte da Ding Sheng Minerais, SA. Em reunião com os representantes dos accionistas foram definidas novas prioridades em relação a questões operacionais e sociais. De acordo com o projecto inicial deste empreendimento, a Ding Sheng Minerais, SA irá instalar duas plantas de processamento de minérios, cada uma com capacidade de 10 mil toneladas por dia, altura em que a empresa terá empregado cerca de cinco mil trabalhadores efectivos, dos quais 80 porcento serão cidadãos de nacionalidade moçambicana. Actualmente, a Ding Sheng Minerais, SA tem cerca de mil trabalhadores ao seu serviço. Quanto ao escoamento dos minérios processados a partir das areias pesadas de Chibuto perspectiva-se a construção de uma estrada a partir da mina até Chongoene, onde se projecta a construção de um porto específico para exportação. No que aos reassentamentos respeita, o comunicado refere que cerca de 290 casas T3, das 494 previstas no projecto, já foram ocupadas por famílias reassentadas. “As residências recebem energia eléctrica e beneficiam do fornecimento gratuito de água, através de um sistema de bombagem, tratamento e distribuição de água, que beneficia ainda a população da Vila de Chibuto. Na nova área residencial existem cinco salas de aulas provisórias e um bloco administrativo. Igualmente, numa fase provisória está em funcionamento um centro de saúde. Essa área contempla ainda uma igreja e um posto policial”, refere o comunicado que temos vindo a citar. É preciso muita paciência para encher um bidão de 25 litros na única torneira (quente) de Mudumeia Dona Delfina confessa o medo para atrvessar o “deserto” e partilhou com o Magazine algumas histórias Entrada principal da zona de exploração da chinesa Ding Sheng 6 Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 Alberto Lote Tcheco opinião Sobre a religião política, seus adoradores e consequências(Conclusão) FICHA TÉCNICA Registado sob o n° 05/GABINFO-DE2007 Propriedade de MAGAZINE MULTIMEDIA,SA Conselho de Administração Sheila Dundule - presidente Lourenço Jossias Director: Lourenço Jossias (82 3093420) (jossiasgira@gmail.com) Editor: Nelo Cossa (82 6581770) (nelocossa@yahoo.com.br) Redacção: António Zacarias, Alfredo Langa, Aida Matsinhe, Elísio Muchanga, Nelson Mucandze, Abanês Ndanda e Adelina Pinto Fotografia: Nilton Cumbe e António Nhangumbe Directora Administrativa: Flora Nguenha (82 827 3130) (floranguenha@gmail.com) Impressão: Sociedade do Notícias S.A Direcção, Redacção, Grafismo e Administração: Tel/Fax: 21 328 579 Telemóvel: 82 01 52 830, 84 76 84 840 email: jornalmagazineinde@gmail.com www.magazineindependente.com Assuntos administrativos e comercias Email: multimediacomercial18@gmail.com Telemóvel: 820152830/877684840 Grafismo: Jorge Neves(87 50 85 310) e Samuel Dias (84 75 65 575) Publicidade e Marketing: Telemóvel: 820152830/877684840 Email: multimediacomercial18@gmail.com Revisão: Cipriano Siquela e Paulo Jossias Colaboradores: Isaura Pinto e Simeão Cuamba Claro que não deviam ser e muitos não são, agindo pela objectividade e exprimindo o que lhes vai na alma e na cabeça, sem um compromisso filial e religioso para com os seus deuses políticos. Mas existem outros tantos cuja opinião é dependente da vontade dos seus deuses. É interessante e até piedoso acompanhar quanto um jornalista religioso e adorador de deus (presidente), partido e governo se meta em malabarismos interrogatórios e selecções de ângulos de abordagens jornalísticas para exprimir a sua fé para com os seus deuses, reformulando e reorientando a pergunta entrevistadora para ajudar e forçar o entrevistado a conclusões conformadas com a doutrina e fé dos seus deuses partidários e governamentais (do jornalista). É interessante e até piedoso ver e ouvir um analista adorador, servindo-se dos seus dotes intelectuais bem patentes, a meter-se em discursivisações malabaristas, manuseando com extraordinária competência, para racionalizar e tornar inteligível a sua fé para com os seus deuses. Muitos destes, jornalistas e analistas políticos, são portadores de muitos e altos diplomas e funções universitários e, não se podendo colocar a questão da qualidade da educação recebida, pode-se questionar a questão ética dos mesmos, o que não é menos prejudicial do que quem tenha sofrido uma baixa qualidade de educação. É bastante desanimador sintonizar o aparelho (tv e rádio), assim como folhear um certo jornal para se informar melhor sobre um determinado assunto público e deparar com a cara ou nome de um reconhecido analista adorador, muitas vezes até dogmático, que nada mais acrescenta do que repetir os mesmos versículos de sacralidade e omnisciência do seu deus, não acrescentando mais nada aos seus interlocutores, numa atitude bizarra que até os seus deuses se envergonham. É que uma vez, um nosso ex-chefe de Estado afirmou que sintonizava a BBC para se informar de assuntos deste seu próprio país. Como se pode explicar este fenómeno senão pelo facto de os adoradores cometerem excessos que até prejudicam os seus deuses? Percebe-se este zelo esmagador dos adoradores da Religião Política, o que é explicado pela pretensiosa expressão de ser “mais papista que o Papa”. Também, um grande jornalista revelou, em público, que o servilismo jornalístico, de isenção da objectividade e da crítica aos desuses é mais da responsabilidade dos próprios adoradores dogmáticos, contando que, em discussão com uns colegas quando negavam a publicação duma peça jornalística porque feriria o ministro de tutela, quando a mesma foi publicada, o ministro elogiou o texto e o seu escriba. Por estas atitudes de se transformar a política em religião quem sofre são os próprios deuses adorados que não encontram nenhum espaço crítico por quem seja seu membro, fazendo com que este deus (chefe partidário e/ou governamental) se engane, julgando-se imaculado, omnipotente e omnisciente para, depois, de repente, se descobrir fraco e bastante errado nas suas decisões. Os jornalistas e analistas exercem o seu poder e influência não pela adoração, mesmo que sejam efectivamente funcionários ou agentes, pois, dessa forma, estão a concorrer para o enfraquecimento do seu próprio partido, presidente Trimestral 1700,00MT 4000,00MT 2500,00MT 4.000,00MT 2500,00MT 5500,00MT Periodicidade Anual Semestral Cidade de Maputo Províncias TABELA DE ASSINATURAS PUBLICIDADE AVISO A Empresa Magazine Multimédia, SA, avisa os estimados clientes que tenham facturas em atraso, relativas as assinaturas de jornais de 2018, para procederem a sua regularização, no prazo maximo de trinta (30) dias, de modo a não afectar o fornecimento de jornais no próximo ano de 2019, cujo processo de renovação já iniciou. Bairro da Malhangalene, “A” , Rua da Concórdia (Oliveira) nº 38, 1º andar único Cell: 820152830 | 84 242 9024 “Ester Machava”, cidade da Maputo email: multimediacomercial18@gmail.com e/ou governo. Os chefes lúcidos têm de ser vigilantes para com estes adoradores da Religião Política associados na sua pessoa e partido, pois, além do grande prejuízo que podem fazer cegueira da sua fé, podem até ser agentes do inimigo para os destruirem. O inimigo pode introduzir um adorador (agente infiltrado) que passe todo o tempo em preces que adormeçam o seu chefe, exactamente para este cometer erros e ser derrubado, ao mesmo tempo que tecem intrigas, junto do chefe, contra quem seja crítico a este. Mandela, um dos homens lúcidos deste planeta, apreciava ser criticado. Escreve que “nas reuniões [das instituições partidárias, governamentais, etc.], afirmei muitas vezes que não queria camaradas fracos ou marionetes que aceitassem qualquer coisa que eu dissesse, pelo simples facto de eu ser presidente… Fiz apelo a um relacionamento saudável, que nos permitisse abordar as questões, sem hierarquias, mas em pé de igualdade, em que cada um dos camaradas pudesse expressar os seus pontos de vista sem receio de vitimização ou marginalização”. E conta, sem complexos, como ele aprecia os que o criticam: “Walter Sisulu e Khatrada [meus amigos e camaradas de prisão] têm, em comum, uma característica que faz parte da nossa amizade e que eu valorizo muito: … nunca hesitam em criticar os meus erros e, ao longo da minha carreira política, têm sido o espelho através do qual me posso ver a mim próprio”. Noutra ocasião, Mandela informa sobre a crítica e autocrítica a que fora sujeito: “O Executivo admoestou-me e fez-me notar que as atitudes impulsivas a que tinha apelado eram não só prematuras como perigosas… Reconheci a justeza da censura e daí em diante advoguei publicamente a política de não-violência”. Se os chefes, para o seu endeusamento, rodearem-se dos “yes man”, o seu fim será inglório. E um dia vamos saber que a CIA e outros aparelhos securitários, em vez de se servirem dos desgastantes e violentos recursos militares, assim como de algumas ONGs para executar e derrubar os governos, se servem de adoradores religiosos camuflados em jornalistas e analistas políticos para atingirem os seus objectivos, em operações pouco dispendiosas, pois se tratará de pagar bem uns poucos figurantes (jornalistas e analistas políticos) para rezarem ladainhas de omnisciência e omnipotência dos seus chefes para estes adormecerem confiantes e acordarem derrubados. São estas as consequências da prática da Religião Política praticada pelos adoradores desta nova ciência. 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente 7 Congresso que se espera de mudança Lucílio Gomes, 42 anos depois(1) Oito meses após a morte do presidente do maior partido na oposição, Afonso Dhlakama, vítima de doença, a Renamo vai de 15 a 17 de Janeiro realizar o seu VI Congresso, na serra da Gorongosa, seu bastião, na província central de Sofala. Mais de 500 pessoas, entre delegados e convidados nacionais e estrangeiros, testemunham a partir de hoje o VI Congresso da perdiz, numa altura em que se avizinham as quintas eleições gerais desde que Moçambique se tornou num Estado de direito democrático. O VI Congresso da Renamo, que tem como um dos pontos de agenda a discussão aberta da vida do partido e a elaboração da estratégia para a participação nos pleitos que se avizinham, vai igualmente eleger os novos membros dos órgãos do partido, nomeadamente a Comissão Política, o Conselho Nacional, a direcção das delegações provinciais, e não só. O momento mais alto deste congresso, que se raliza 44 anos depois da fundação da Renamo e sem Afonso Dhlakama, será a eleição de um novo presidente do partido, cujo escrutínio interno se espera bem disputado, a avaliar pelos canditados que publicamente se apresentaram, cada um a seu jeito, como certos para liderar o maior partido na oposição em Moçambique. Trata-se do coordenador interino, Ossufo Momade, Elias Dhlakama, irmão do falecido presidente da perdiz; Manuel Bissopo, actual Secretário-geral da Renamo, Hermínio Morais, quadro sénior e comandante da guerrilha da Renamo durante a guerra civil. Olhando para o número de candidatos e potenciais figuras adivinha-se uma eleição renhida, uma vez que cada um, no seu momento, marcou a sua trajectória no partido, embora desde a expulsão de Raul Domingos do partido, nos últimos 10 a 15 anos, a liderança de Afonso Dhlakama não dava margem para o aparecimento de um sucessor. É que Raul Domingos, antes de ser expulso da Renamo em 2000, naturalmente se vinha firmando como delfim de Afonso Dhlakama. Era rotulado interna e externamente como o número dois na Renamo, título conquistado graças ao seu percurso no partido. Com o seu afastamento o vazio em termos de sucessores foi engolido pela carismática e destacável liderança de Afonso Dhlakama. Hoje, a Renamo, órfão do seu líder, deve reeguer-se e continuar com a sua luta de alcançar o poder. Mas para se chegar ao poder é preciso ter um líder capaz, inspirador e influencidor de mudanças. Espera-se que dos quatro candidatos que se apresentam como certos para liderar a Renamo saia aquele que seja escolhido pela maioria dos congressistas. O candidato ganhador não precisa decalcar o estilo de liderança de Afonso Dhlakama, mas sim se apropriar da causa-maior que é a de alcançar o poder. Ao novo líder espera-se igualmente que dê continuidade ao diálogo político com o Governo da Frelimo para o alcance da paz efectiva. Aliás, o novo líder da Renamo, antes de tudo, deve fazer tudo ao seu alcance para que a família renamista se reencontre, uma vez que esta eleição interna, vista como histórica, dividiu o partido. Urge rapidamente ao novo presidente da Renamo reunir os membros para a causa-maior, porque as eleições que se avizinham são cruciais para quem quer chegar ao poder e governar. editorial O Victor Marrão ligou-me e disse-me tinha alguém que me queria ver. Eu disse tudo bem digam a hora e local que eu lá vou. E assim foi… Ao fim do dia fomos nos encontrar no Maria Café. 42 anos depois eu, Lucílio Gomes e Victor Marrão os três juntos. Fiquei curioso da estória dele e do que ele achou de Tete 43 anos depois… o seu objectivo principal era visitar a campa do irmão falecido e enterrado em Tete. Vamos ouvir a estória dele na primeira pessoa: “Chamo-me Lucílio Gomes da Fonseca, nasci em Chicumbane, Gaza, no dia 9 de Junho de 1945. Vim para Tete em 1955, com quase 10 anos porque o meu pai foi transferido por motivos políticos para Tete. Tete era conhecida por a terra dos mortos-vivos. Os teus pais chegaram em 1955. O meu pai trabalhava nas Obras Públicas, era conhecido pelo Gomes das Obras Públicas. Era mecânico. A minha mãe era doméstica. Chamava-se Isaura da Conceição Dias. Eramos 5 irmãos. Em 1948 há um militar que descobre a garganta de Cahora Bassa e transmitiu ao Administrador local da localização daquela garganta para ser aproveitada. Posteriormente, havia um Engenheiro chamado Perdigoto juntamente com o Engenheiro Godinho sobrevoaram o local e começaram a fazer estudos e pesquisas. Na altura estava a ser construída a barragem do Karibe. A partir de 1964 começaram a ser criadas as infra-estruturas para apoio à construção da barragem sob a direcção do Sr. Eng. Castro Fontes, com escritórios em Lisboa no Ministério do Ultramar. Foi criado o GPZ, Gabinete do Plano do Zambeze, e deu-se início ao recrutamento do pessoal técnico e administrativo para o apoio da construção da barragem. Criou-se um bairro conhecido por bairro do GPZ onde ficaram alojados todos os técnicos. Entre 1964 e 1968 foi criada uma sociedade com a designação de ZANCO com administradores de várias nacionalidades, os quais prepararam o início da construção da barragem. Em 1968 todos os equipamentos necessários, nomeadamente material pesado foram enviados para Cahora Bassa a partir da Beira por via terrestre e que demorava quatro dias a chegar. No Songo foram criadas infra-estruturas necessárias nomeadamente, hospital, bancos, casa para os médicos, cantina para albergar cerca de 10 mil pessoas. Os turnos da construção da barragem eram de 24 horas, com uma percentagem grande de trabalhadores designados por marteleiros (os que partiam pedra). O início da construção da barragem veio valorizar Tete, permitindo a pavimentação das ruas, da estrada de Tete – Beira, a estrada de Tete – Songo e a ponte Samora Machel foi inaugurada em 1972. Com isto houve um grande incremento na parte económica com inauguração de casas comerciais, stand de automóveis, etc. Tete passou a ser visitada por cidadãos estrangeiros de África e do resto do Mundo. Na altura a barragem de Cahora Bassa foi considerada uma infra-estrutura das melhores do Mundo pelo aproveitamento que fez da garganta e tudo indicava que seria o maior fornecedor de electricidade de África. Sobre as Minas, tenho a dizer que as Minas de Moatize foram “descobertas” nos anos 40 e foi contratado pelo Governo Português um Consórcio Americano para estudo económico e de viabilidade das minas. Feito o estudo o Consórcio informou o Estado Português que a sua viabilidade era grande e que estariam disponíveis para explorar o minério na proporção de 60% para eles e 40% para Portugal. O Governo de Salazar recusou, eles queriam o inverso. Entretanto foi construída a Vila de Moatize. Com a recusa do Governo Português os americanos abandonaram o projecto e regressaram aos EUA. No início dos anos 50 foi constituída uma sociedade com capital estrangeiro francês. Era uma sociedade limitada cuja designação passou a ser conhecida por Carbonífera de Moatize. Estórias Isaura Macedo Pinto estorias.da.isaura@gmail.com 8 Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 Universidades proliferam sem observância de normas Jornalista encarcerado no quartel em Cabo Delgado Já lá vão duas semanas que Amade Abubacar, jornalista da Rádio Comunitária de Nacedje, em Cabo Delgado, foi detido pela Polícia da República de Moçambique (PRM), supostamente por ter fotografado centenas de famílias que estão a abandonar as aldeias remotas do distrito de Macomia, devido à intensificação dos ataques armados. Naldo Chivite, do Fórum Nacional das Rádios Comunitárias (FORCOM), disse em conversa com o Magazine Independente que esta detenção constitui uma grave violação do artigo 48 da Constituição da República de Moçambique (CRM), que, logo no número um, aclara que “todos os cidadãos têm direito à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa, bem como o direito à informação”. De acordo com o FORCOM, “achamos que é uma grande violação dos direitos humanos. Estamos preocupados porque isso está a acontecer com grande incidência nos últimos tempos”. Enquanto isso, o MISA-Moçambique diz em comunicado de imprensa que ficou a saber, através de fontes militares, que Amade Abubacar se encontra encarcerado no Quartel Militar das Forças Armadas da Defesa de Moçambique, no distrito de Mueda. No comunicado, emitido na semana passada, entende que Abubacar está ilegalmente detido, pois o prazo para ser apresentado ao juiz de causa, que é de 48 horas, foi largamente violado. Por seu turno, a Amnistia Internacional apela às autoridades moçambicanas a libertar imediata e incondicionalmente o jornalista Amade Abubacar da detenção arbitrária pelas forças militares e pôr termo à crescente repressão dos jornalistas. nacional Três mortos e um ferido em ataque de grupo armado Um grupo armado matou três pessoas, incluindo uma por decapitação, e feriu gravemente uma quarta, durante um ataque na noite de quinta-feira da semana passada à aldeia de Manilha, distrito de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, segundo Angola Press, citada pela Lusa. Em Gaza e Tete, pelo menos quatro escolas do ensino superior que funcionavam sem alvará não poderão leccionar no presente ano, por não reunirem os requisitos mínimos e estarem em desconformidade com o decreto que regula o licenciamento e funcionamento das escolas do ensino superior. Por outro lado, o Magazine tem conhecimento de escolas que com conhecimento das delegações provinciais laboram sem alvará. Nelson Mucandze Há muito que a proliferação de instituições de ensino superior em Moçambique é assunto de debate nos hotéis da capital. Entretanto, com o encerramento de uma e outra escola e estudantes a ser prejudicados o debate aumenta. Em 2010, por exemplo, o ministério que superintende o ensino superior, hoje Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico-Profissional, fiscalizou instituições de ensino e deu um prazo de cinco anos para que as suas sedes e as delegações resolvessem as anomalias detectadas, que passam pela falta de alvarás, precariedade de infra-estruturas, falta de laboratórios, bibliotecas e docentes não qualificados, problemas que, de acordo com o corpo docente, descambam na falta de pagamentos. Quase oito anos passaram e quase nada mudou, havendo instituições que não têm metade deste tempo mas já funcionam sem alvará. É que as 52 instituições do ensino superior reconhecidas pelo Governo foram criando delegações em diferentes províncias sem a devida autorização. Apesar da falta de vontade em denunciar por parte do ministério, a nossa reportagem soube que, na província de Gaza, a Escola Superior de Economia e Gestão (ESEG), Unidade Orgânica de Chókwè, conforme lê-se no ofício nr 909/MCTESTP/ GM/820/2018, de 12 de Dezembro, não pode desenvolver actividades a partir de 2019 e deve “responsabilizar-se pelos direitos dos estudantes, corpo docente e técnico administrativo”. A razão é que não possui os requisitos mínimos para o funcionamento e está em desconformidade com o preceituado no Decreto nr 46/2018 de 1 de Agosto - Regulamento de Licenciamento e Funcionamento das Instituições de Ensino Superior, assim, “não se autoriza a emissão do Alvará”, mas não se explica como funcionava sem Alvará. Ainda em Dezembro passado, o mesmo tratamento foi dado à Unidade Orgânica do Instituto Superior Monitor (ISM) e à Unidade Orgânica de Instituto Superior de Gestão de Negócios (ISGN), ambas de Xai- Xai, na província de Gaza. Em Tete, a delegação do Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças (ISGECOF) não deverá funcionar este ano. Em causa está a falta de requisitos para o efeito, já que aquela instituição vem operando em desconformidade com o preceituado no Regulamento de Licenciamento e Funcionamento das Instituições de Ensino Superior (Decreto nº 46/2018, de 1 de Agosto). O facto surge no âmbito de um trabalho de monitoria que está a ser feito pelo ministério que tutela o ensino superior, relativamente à regularização de alvarás das instituições de ensino superior (IES). Mas não são só instituições do ensino superior que trabalham à margem, as instituições do ensino técnico-profissional também seguem a máfia das universidades, é o caso do Instituto de Ciências de Saúde Tenha Esperança, (Insiste), em Cuamba, na província do Niassa. Uma pergunta que não encontra resposta é como é que as delegações provinciais autorizam o funcionamento destas instituições sem Alvará, documento que autoriza a abertura das portas das instituições de ensino. Mas o problema não se limita na sua posse, há escolas que depois de serem atribuídas o Alvará introduziram novos cursos e não actualizaram a sua documentação. Cerca de 132 instituições do ensino superior foram fiscalizadas, tendo os técnicos constatado que 28 não possuíam as mais elementares condições para funcionar. No caso de Tete, além do ISGECOF, das restantes 27 IES que foram inspeccionadas há outras a serem alvo de encerramento a breve trecho. Lembre-se que apesar desse universo das IES, nenhuma universidade consta das 100 melhores de África no último ranking. Um total de 75.268 pensionistas do Sistema de Segurança Social Obrigatória será submetido à Prova Anual de Vida (PAV) 2019, cuja cerimónia de lançamento teve lugar na semana passada, na cidade da Matola, província de Maputo. A decorrer até ao dia 10 de Abril de 2019, a Prova Anual de Vida, prevista no nº 1 do artigo 83 do Regulamento da Segurança Social Obrigatória, aprovado pelo Decreto nº 51/2017, de 9 de Outubro, é um acto através do qual o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) comprova a existência física do titular da pensão de modo a manter o direito ao recebimento da respectiva prestação mensal. Para o efeito, o INSS criou brigadas técnicas, que estarão instaladas durante este período em locais previamente indicados, nomeadamente nas cidades e nos distritos para o atendimento dos pensionistas. Para a realização da PAV, os titulares das pensões, designadamente os pensionistas de velhice, de invalidez e de sobrevivência, devem ser portadores do bilhete de identidade e do cartão de pensionista. A cerimónia de lançamento foi dirigida pelo presidente do Conselho de Administração (PCA) do INSS, Francisco Mazoio, que, na ocasião referiu que, mais do que comprovar a existência física do titular da pensão, este exercício evita eventuais pagamentos indevidos dos benefícios relativos aos pensionistas. Segundo o PCA do INSS, dos 75.268 pensionistas registados a nível nacional, 29.300 são de velhice, 1.391 de invalidez e 44.577 de sobrevivência, aos quais o INSS garante continuar a introduzir políticas e programas que assegurem o seu conforto e bem- -estar. “A Prova Anual de Vida é um acto de aproximação constante entre o INSS e os seus utentes, que, ao longo das suas vidas, deram muito para que hoje, tanto eles assim como os seus familiares, não estejam em situação de desprotecção porque souberam fazer as suas poupanças”, referiu Francisco Mazoio. Mais de 75.000 pensionistas submetidos à Prova Anual de Vida 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente Em foco 9 No dia 15 de Janeiro deste ano, portanto hoje, o Presidente Filipe Nyusi completa quatro anos de governação. Faltam precisamente doze meses para o fecho do mandato de cinco anos que o povo moçambicano conferiu ao jovem engenheiro. Para assinalar estes quatro anos de governação o nosso Jornal ouviu personalidades que acompanham no dia-a- -dia a actividade governativa, muitos dos quais fazem parte e conhecem as dinâmicas inerentes. O balanço que fazem é positivo. Assinalam que muito podia ser feito se a conjuntura fosse outra, e nós concordamos com essa análise. Há números e outros dados que comprovam que há obra feita. Na verdade, o Presidente Nyusi tenta fazer o seu melhor, juntamente com o seu Governo. Desde 2015 quando herdou a governação que os contextos em que actua são difíceis. Desde as calamidades naturais, e teve que gerir as crises económicas provocadas internamente ou internacionalmente. Nyusi faz das tripas o coração, lutando por resultados melhores que atenuam o sofrimento das populações. E como se diz na gíria, Nyusi está a fazer omeletes sem ovos, o que é obra. E como se vê, saem ovos de qualidade. Sem muito dinheiro, há estradas em construção um pouco por todo o país. Há hospitais e postos de saúde que se erguem. Há escolas a serem erguidas e equipadas com os poucos recursos de que o país dispõe. Há salários, poucos, é verdade, a serem pagos em devido tempo aos milhares de funcionários do Estado. Há um país a andar, apesar de o mesmo possuir inúmeros e poderosos inimigos que lhe querem travar, conforme se vê pela violência armada injustificada em Cabo Delgado. Finalmente, há paz no país, que se espera dure para sempre. Portanto, nesta casa também achamos que o balanço dos quatro anos de Governo Nyusi é positivo. Aguardemos que o ritmo e sinais positivos sejam continuados nos próximos 12 meses e o ciclo governativo feche bem, até à realização das eleições de Outubro próximo. Há desafios enormes pela frente. É por isso que o país precisa de liderança forte. Mesmo nas famílias há, todos os dias, desafios por enfrentar. Por isso desejamos muita força ao Presidente Nyusi e ao seu Governo, pois um sistema político estável está em condições de pensar melhor para o seu povo. Lourenco Jossias Filipe Nyusi: Quatro anos de obra feita num contexto difícil! 10 Em foco Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 PM diz que o mérito pelo sucesso é do povo que se empenhou na produção O Primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário não tem dúvidas de que o balanço dos primeiros quatro anos do presente quinquénio é positivo. Para Do Rosário, o sucesso se deve a uma combinação benéfica de factores, nomeadamente uma direcção focada nos objectivos, um povo trabalhador e confiante. Diante dos tempos complicados por que se passou, salienta o dirigente, que por um lado “temos a sorte de ter um bom comandante”. “Por outro lado, o sucesso se deveu ao empenho da população e ao acato das mensagens de apelo para o aumento da produção e da produtividade. A isto se associa a confiança que a população depositou no Governo, a paciência e a compreensão, sobretudo nos momentos difíceis”, salienta o Primeiro-ministro. Num outro ponto, Do Rosário refere-se à combinação de esforços que foram sendo feitos para o incentivo de iniciativas de produção, “sobretudo a produção agrária, para onde soubemos fazer com que toda a população pudesse ter comida. Toda gente pegou na enxada, quando há produção os preços baixam e todos nós sentimos os efeitos. A par disso definimos outras áreas estratégicas como a energia, sem esquecer os aspectos monetários, como baixar a inflação, em coordenação com o Banco de Moçambiaque”, explicou Carlos Agostinho do Rosário. Em termos económicos, o crescimento económico de 2018 estima-se em cerca de 4%, o que marca uma inversão da tendência negativa registada nos últimos três anos. Esta cifra coloca a economia moçambicana como uma das que mais cresce na região austral, ocupando Receitas só cresceram nos últimos quatro anos e a despesa baixou De acordo com o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, as receitas do Estado não pararam de crescer nos primeiros quatro anos do actual ciclo governativo e as perspectivas são ainda melhores para 2019. A título ilustrativo, se em 2014, último ano do anterior quinquénio, as receitas foram de 156 mil milhões de meticais, em 2015 as receitas se mantiveram nesse nível. Porém, em 2016 cresceram para 166 mil milhões, em 2017 passaram para 186 mil milhões e em 2018 atingiram 223 mil milhões de meticais. No ano passado, de acordo com dados da Fazenda nacional, a despesa corrente ficou nos 184 mil milhões, isso produziu um saldo corrente de 39 mil milhões de meticais. No que diz respeito à contenção, que tem vindo a ganhar tónica, se em 2014 a despesa do Estado representava 43.1% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015 baixou para 34%, em 2018 situou-se nos 30.5% do PIB. Ainda no campo das finanças públicas foram aprimorados os mecanismos, alargando-se a base tributária. Isso permitiu aumentar a arrecadação de receitas na ordem de 152 milhões de meticais, correspondentes a cerca de 68% da previsão anual. Introduziu-se o catálogo de bens e serviços, o cadastro de empreiteiros, fornecedores de bens e prestadores de serviços e fixamos os preços de referência do mercado, sendo que com esta e outras medidas se pretende aumentar a competitividade, a transparência nos processos de aquisição e no relacionamento entre o Estado e o sector empresarial, sobretudo no cumprimento das obrigações contratuais das partes. assim o sétimo lugar, numa média regional de 3.55%. Em termos de valorização da moeda, Do Rosário disse que “após termos atingido um nível de inflação, no pico da crise, de 25.27% em 2016, no terceiro trimestre de 2018 a inflação registada foi de 4.89%, mantendo- -se assim a tendência de estabilização alcançada em 2017, onde a inflação foi de 5.67%”. Carlos Agostinho do Rosário 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente Em foco 11 Vuma considera que 2018 é ano de recuperação e que 2019 será melhor O Presidente do Conselho Directivo da Confederação das Assossiações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, centra a sua avaliação na estabilidade macro- -económica e estabilidade político-militar. Em relação ao ano de 2018, Vuma o descreve como de recuperação, sendo verdade que os resultados de tal recuperação poderão vir a ser sentidos pelo grosso dos cidadãos em 2019 corrente. Quanto à estabilidade macro- -económica, “não é fácil fazer uma inversão inflacionária de cerca de 30% para menos de 5% em dois anos, sem apoio directo dos parceiros de cooperação”. Em suma, Agostinho Vuma considera que a situação económica do país mostra uma recuperação. “Nós advogamos por medidas e reformas do lado da consolidação fiscal, mas também do lado da política monetária, e tenho dito, muitas vezes, que se olharmos para aquelas medidas que foram implementadas pelo Banco de Moçambique vimos a introdução de taxa indexante única para a taxa de juro e também vimos a taxa de referência que foram essenciais para rediuzir a taxa de juros”, salientou Agostinho Vuma. “Quando nós fazemos a avaliação económica de um país muitas vezes podemos trazer esses números, são dos economistas e eu não sou, mas o que precisamos saber é qual é o impacto na vida real. Eu diria, nós classificamos o ano de 2018 como o ano de recuperação económica, entretanto, esta recuperação económica resolveu o ciclo de inflação, mas ainda não trouxe liquidez nas empresas. As empresas continuam com problemas de liquidez, como efeito dominó, não temos dinheiro no cidadão, não há ainda liquidez na praça”, avaliou o ano recém findo de 2018, esclarecendo que o fim pretendido com todas as medidas de melhoria da economia é que haja comida na mesa do cidadão, o que poderá vir a acontecer este ano. A Saúde é dos sectores que mais cresceram nos últimos quatro anos. A expansão da rede sanitária, a construção e apetrechamento de laboratórios e armazéns de medicamentos e material médico são a parte mais visível dessa evolução. Para a ministra da Saúde, Nazira Abdula, os quatro anos foram marcados por grandes realizações. Esta é, aliás, a prossecução do Plano Quinquenal do Govermo 2015-2019 que prescreve, no pilar II - Desenvolvimento do Capital Humano e Social - a prestação de serviços sociais básicos de qualidade e acesso equitativo à educação, cuidados de saúde, água, saneamento e habitação. Nesta prioridade, o objectivo estratégico é expandir o acesso e melhorar a qualidade dos serviços de Saúde, reduzir a mortalidade materna, a morbi-mortalidade por desnutrição crónica, a malária, tuberculose, HIV, doenças não transmissíveis e preveníveis. De acordo com a ministra da Saúde, Nazira Abdula, “todos os investimentos neste sector estão a ser realizados tendo como fim último a melhoria de qualidade e acesso universal aos cuidados de saúde em Moçambique”. Rede sanitária é a face mais visível do crescimento do sector da Saúde Neste quinquénio, Moçambique expandiu a rede sanitária em 156 novas unidades para a oferta de cuidados de saúde mais diferenciados à população moçambicana. No conjunto das unidades que entraram em funcionamento de 2015 a 2018 destacam-se o Hospital Central de Quelimane, o primeiro construído de raiz no período pós-Independência; a implantação, também de raiz, do primeiro serviço de radioterapia em Moçambique, em Maputo, a inauguração dos hospitais distritais de Mapai, Manhiça, Monapo e Memba. “Uma avaliação preliminar dos quatro anos de implementação do Plano Quinquenal mostra que foram construídos 152 centros de saúde, tornando o serviço de saúde mais acessível e mais próximo a mais de dois milhões de moçambicanos”, considera Abdula. Estes investimentos do Governo moçambicano e parceiros de cooperação reduzem as distâncias a percorrer para as unidades sanitárias para menos de 12 quilómetros contra os anteriores 13. A inauguração do Hospital Central de Quelimane, por exemplo, permitiu que toda a zona Norte tivesse mais um hospital de referência e de valências especializadas, o que se está a traduzir na redução da pressão sobre os hospitais centrais de Nampula, Beira e Maputo. Apenas a título ilustrativo, o Hospital Central de Quelimane diminui a sobrecarga sobre os outros hospitais centrais em cerca de 1200 cirurgias de grande vulto por ano, o que, acima de tudo, concorre para a melhoria de qualidade de vida e de saúde da população. Esta unidade hospital tem também o mérito de reduzir o impacto familiar e económico das transferências e baixar a morbi-mortalidade pelo acesso imediato aos cuidados especializados. Construídas 156 novas unidades sanitárias Agostinho Vuma Nazira Abdula 12 Em foco Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 Qual é a avaliação global que faz da governação do Presidente Nyusi nos primeiros quatro anos do seu mandato? T om á s M a t o l a ( TM ) – No meu ponto de vista, a avaliação global da governação do Presidente Nyusi nos primeiros quatro anos do seu mandato é muito positiva, sobretudo tendo em conta as condições em que encontrou o País e o ambiente adverso (interno e externo) em que teve que trabalhar durante estes quatro anos. Ora vejamos, o Presidente Nyusi, inicia o seu mandato em 2015 num contexto de muitas adversidades, nomeadamente, económicas, financeiras, políticas, geopolíticas e sociais, caracterizado por choques externos, mormente, a desaceleração da economia global, a fortificação do dólar com impactos negativos nas economias emergentes e em desenvolvimento, a queda dos preços das mercadorias com impactos devastadores nas economias exportadoras de matérias primas como é o caso de Moçambique, queda do apoio directo ao Orçamento Geral do Estado entre outros. Estes choque exógenos resultaram em choques internos nos principais indicadores de desempenho, nomeadamente, na queda das Reservas Internacionais Líquidas (RILs), Depreciação da moeda doméstica e consequente aumento do custo das importações, o que acelerou o crescimento da inflação por via da inflação importada, tendo muito rapidamente atingido os dois dígitos. Como forma de mitigar ou conter a contínua aceleração da inflação, o Banco central viu-se obrigada a iniciar um ciclo de política monetária restritiva, através do aumento das taxas de juro de referencia, que chegaram a registar uma variação de mais de 1000 pontos base num espaço de menos de dois anos. Com estas medidas que impactaram de forma significativa e imediata o custo do dinheiro, o crédito a economia reduziu drasticamente e as dificuldades instalaram- -se no seio do sector privado, em particular nas Micro, Pequenas e Médias Empresas - MPME’s. Como consequências inevitáveis, a deterioração do défice da conta corrente, a queda das exportações, e, entre outas, a queda da oferta e da demanda agregadas, desembocaram numa desaceleração da actividade económica, duma economia que nos últimos dez anos até então, crescia em média, cerca de 7.4%, um patamar acima da média da África subsaariana. Mas por outro lado, e no mesmo período (2015 e 2016) o País enfrentava uma instabilidade político-militar e calamidades naturais que, por sua vez, devastaram e sobretudo amputaram significativamente os esforços governamentais e privados dos moçambicanos. Foi nesse contexto que, o Presidente da República e o seu governo tiveram que governar e se reinventar para ainda assim, encontrar soluções para a melhoria da vida dos moçambicanos tal como foi o seu compromisso a quando a tomada de posse como Presidente da República de Moçambique. Mas concretamente, pode enumerar algumas medidas que perante estas adversidades, foram tomadas pelo Presidente e o seu Governo, e que na sua óptica foram determinantes para reverter a tendência das coisas de modo que, agora, passados quatro anos, se possa fazer uma avaliação positiva conforme refere? TM – Num contexto tão adverso quanto o descrito, a astúcia e criatividade do Presidente e do seu governo foram determinantes. No domínio político, a coragem, humildade e perspicácia com que o Presidente lidou com a crise político-militar nas negociações com o líder da Renamo, foram sobremaneira determinantes para o restabelecimento da Paz, e com a Paz, o reatamento da circulação de pessoas e bens, entre as três regiões do País, relançou a comercialização e a produção nacional, assegurando assim a cobertura da demanda doméstica pela oferta doméstica e, reduzindo, consequentemente as importações de bens básicos produzidos no País. No domínio económico, as medidas tomadas pelo governo de relançamento da produção nacional, mas sobretudo a forma como o Presidente emitiu e propagou a mensagem, merecem grande realce. A grande campanha do Presidente e seu governo de relançamento da produção nacional, foi determinante para o aumento da produção nacional, que melhorou o nível de cobertura da demanda domést i c a e consequente substituiç ã o d a s importações com impactos na redução da inflação. Em particular, a aposta do Presidente na promoção da agricultura, como a base para o desenvolvimento do País, foi muito determinante para o aumento da produção de alimentos, cujo preço tem maior peso na estrutura da inflação de Moçambique, o que uma vez mais, foi crucial na redução da inflação para um dígito em 2018. No domínio da política fiscal, os reajustamentos fiscais, com destaque para as medidas de contenção implementadas com sucesso pelo Ministério da Economia e Finanças, nomeadamente, redução da despesa pública, aumento da base tributária, melhoria dos serviços de colecta fiscal para o aumento da receita, num con - t e x t o e m que o País apenas vive das suas receitas fiscais, sem quaisquer apoios de doadores e com limitações significativas para o endividamento, quer interno, quer externo. No que diz respeito a política monetária, as medidas de política monetária adoptadas pelo Banco Central e que encontraram resposta do lado da política fiscal e do sector real (sector produtivo), surtiram efeitos que culminaram com o restabelecimento dos principais indicadores macroeconómicos, nomeadamente, a redução e estabilização da taxa de câmbio, a redução para um dígito e estabilização da inflação e da inflação esperada, a recuperação proPCA do BNI faz uma avaliação positiva da governação de Nyusi Tomás Rodrigues Matola, Presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva do Banco Nacional de Investimentos – BNI, em entrevista ao nosso jornal, deu nota positiva à governação do Presidente Nyusi nos primeiros quatro anos do seu mandato, nos vários domínios, com destaque para o domínio económico-financeiro e social. Acompanhe a seguir as partes mais importantes da conversa. 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente Em foco 13 PCA do BNI faz uma avaliação positiva da governação de Nyusi nunciada das reservas internacionais líquidas (RILs) que passaram de cerca de dois meses em 2015/2016 para cerca de 6 meses em 2018, e com isso, a reversão da tendência de política monetária, de restritiva, para expansionista, caracterizada pela redução continua das taxas de juro de referencia com impactos na redução das taxas de juro activas praticadas ao público, reduzindo assim o custo de financiamento. Coma redução do custo de financiamento, as perpectivas de aumento de crédito a economia são altas o que aumenta as expectativas de crescimento económico através do relançamento da produção e da actividade económica do geral. De forma concreta, pode enumerar as realizações que considera relevantes e de realçar nestes quatro anos do Presidente Nyusi? TM – Entendo que foram várias as realizações nos vários domínios no âmbito do Plano Quinquenal do Governo (PQG), por isso, apenas tentarei, repito, tentarei destacar algumas que na minha óptica foram determinantes para o sucesso da governação do Presidente, mesmo num ambiente de adversidades, e passo a apresentar: I. Quanto a Promoção de emprego e melhoria da produtividade e da competitividade, gostaria de destacar: • Criação de cerca de 1.300.000 postos de trabalho em todo o país, contribuindo para a melhoria da renda e bem-estar das famílias. • Registo de incremento na produção agrícola em cerca de 28%, com a produção de 3,2 milhões de toneladas de cereais na campanha 2017/2018 contra 2,5 milhões registadas na campanha 2014/2015, tendo a produção de caju passado de 81 mil Ton na campanha 2014/2015 para 140 mil na campanha 2017/2018, o que representa um crescimento de 72.8%. • Na produção pecuária houve um aumento de 1,86 milhão de bovinos em 2015 para 2,02 milhões em 2018, correspondentes a 9% de crescimento. • Foi lançado o programa SUSTENTA em 2017 enfatizando a importância da agricultura familiar que representa 23% do PIB nacional e por ser fonte de rendimento e sustento de mais de 70% da população, tendo beneficiado mais de 30 mil indivíduos em 2018. • O BNI, um Banco de Desenvolvimento e de Investimento do Estado com a função de implementador da política de desenvolvimento do Governo, implementou entre 2017 e 2018 o Projecto FAE – Financiamento ao Agronegócio e Empreendedorismo, que financiou mais de 100 projectos de Micro, Pequenas e Médias Empresas e Jovens empreendedores recém graduados das ecolas técnico-profissionais, que geraram mais de mil empregos. • Prosseguiu a implementação da politica de aceleração da bancarizaçao rural, através do projecto um distrito, um Banco que permitiu aumentar a cobertura de distritos com um balcão de 55% para 71%, sendo a meta de 100% em 2019. • No sector de turismo destaca-se o incremento de 2601 camas, resultantes de um investimento na ordem de 42 milhões de USD. • No sector da industria importa registar os avanços significativos na industrialização, com particular enfoque para o agro negocio que materializa a visão de construção de cadeias de valor produtivas. São exemplos a construção da refinaria de Xinavane (capacidade para 90 mil Ton), duas fabricas de processamento de caju (10000 Ton) e fabrica de produção de semente de algodão ( 50 Ton/dia, 5000 litros de óleo). II. No Domínio de Desenvolvimento de infraestruturas socioeconómicas, na minha avaliação, tenho a destacar: • A Conclusão das obras de asfaltagem do troço Maputo-Ponta de Ouro, incluindo a ponte Maputo-Katembe, consolidando a ligação Sul/Norte através da estrada N1 mais a extremo sul Ponta de Ouro. • A Conclusão das obras de construção de 13 pontes na estrada Ile-cuamba, ligando Zambézia e Niassa. • A Conclusão da asfaltagem da estrada Mandlakazi-Nwadjahane-Macuacua-35km importante para impulsionar o desenvolvimento turístico na região. • A Conclusão da estrada Lichinga-Litunde e da ponte sobre o rio Lunho, considerada ponte da vida no distrito do Lago em Niassa. • A Conclusão da construção da Central Termoelétrica de Ciclo Combinado de Maputo, a gás natural com capacidade de 110 megawatts, cobrindo 255 das necessidades da região • O Lançamento do programa nacional Energia para todos, visando acelerar a eletrificação para cobertura universal, ate 2030, através da rede nacional, fontes renováveis fora da rede. • A Inauguração da maior fábrica de processamento de grafite de melhor qualidade do mundo, no distrito de Balama, província de Cabo delgado, num investimento de 128 milhões de dólares, empregando cerca de 1500 trabalhadores. • A negociação de investimento de cerca de 26 biliões de dólares nos próximos cinco anos, na área de hidrocarbonetos com o acordo financeiro para a concretização do projecto de gás natural liquefeito, na Bacia do Rovuma. III. No sector de Transportes e comunicações, registei, com satisfação: • O reforço da frota de transporte publico com a distribuição de 380 novos autocarros, cobrindo cerca de 280 mil passageiros/dia equivalente a 80% da actual procura, prevendo se a disponibilização de 1000 unidades ate final do quinquénio; • A Abertura e entrada de duas novas companhias aéreas na aviação civil, concorrendo para melhoria de serviços, redução de tarifas e aumento de utentes; e • Nas telecomunicações destaca-se a instalação de televisão satélite em 500 aldeias e consolidação do projecto de migração de Televisão Analógica para Digital.com este projecto espera-se aumentar a cobertura e qualidade do sinal de televisão de 50% para 70% da população, entre outros. IV. Relativamente ao Desenvolvimento do Capital Humano e social, avaliei positivamente o seguinte: • A expansão da rede escolar, incremento do efectivo escolar do Ensino Técnico, contratação de cerca de 30 mil professores de 2015 a 2018; • A alocação de cerca de 250 mil carteiras, de um total de 700 mil previstas ate ao final do quinquénio, retirando do chão cerca de um milhão de crianças; • A aprovação da nova Lei de Revisão do Sistema Nacional de Educação passando o ensino primário de sete para seis anos, alargando a educação obrigatória ate a nona classe; • Na saúde, a expansão da rede sanitária com a construção novas unidades sanitárias e introdução de novos serviços especializados e incremento da capacidade logística de medicamentos com a construção do armazém regional de Nampula; e • A construção e reabilitação de 8500 fontes de agua e 110 sistemas de abastecimento de agua nas zonas rurais que beneficiam mais de 2.800.000 pessoas. V. Finalmente, mas não menos importante, no domínio da consolidação da unidade nacional, paz e soberania, entendi que as accoes do presidente merecem destaque no seguinte: • Realização de festivais e feiras desportivos e culturais destacando se as províncias de Nampula, Niassa e Sofala e Maputo, como forma de consolidar a identidade cultural dos moçambicanos; • A conquista da paz quase duradoira e na fase de implementação do acordo sobre o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração social e enquadramento nas Forças FADM dos guerrilheiros da Renamo; • O consenso alcançado sobre a descentralização da Administração Publica que resultou na revisão pontual da Constituição da Republica e demais legislações sobre os órgãos autárquicos e locais. Quais são as suas últimas considerações? TM – Com os elementos que apresentei, considero que o Presidente Nyusi teve um desempenho muito positivo nos primeiros quatro anos da sua governação, sobretudo tendo em conta as adversidades em que ele governou e tem estado a governar. Por outro lado, gostaria de destacar que, para o sucesso da governação do Presidente, ele precisa do apoio e entrega de todos moçambicanos ao trabalho e sentido de responsabilidade e autoestima. O Presidente precisa do apoio de compatriotas que acreditam que só nós moçambicanos podemos mudar este País para o nível e qualidade que pretendemos, independentemente das nossas diferenças e das nossas origens, pois, somos todos moçambicanos. Tomás Rodrigues Matola 14 Em foco Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 A expansão da rede sanitária e o reforço de tratamento especializado foram naturalmente acompanhados pela disponibilização de mais meios auxiliares de diagnóstico e tratamento das diversas patologias nas unidades hospitalares. Com efeito, o Ministério da Saúde instalou 64 novos laboratórios em todo o país, investimento que reduziu a sobrecarga dos laboratórios em cerca de 20% e baixou o tempo de espera. É também de realçar a instalação de equipamento de biologia molecular no Hospital Militar de Maputo e no Centro de Saúde Eduardo Mondlane, na cidade de Pemba. Este investimento contribuiu para o aumento da capacidade de testagem e redução do tempo de resposta laboratorial de 30 para 15 dias. Nos últimos quatro anos, o MISAU apetrechou os laboratórios do país com 812 microscópios LED e 101 aparelhos GeneExpert de alta sensibilidade para diagnóstico precoce da tuberculose. Meios auxiliares de diagnóstico Serviços especializados: outra grande conquista Fora das infra-estruturas, a Saúde regozija-se também por ter conseguido resultados satisfatórios nos serviços especializados. Referimo-nos, por exemplo, ao funcionamento de dois serviços de hemodiálise, nomeadamente em Nampula e Beira. “Estes equipamentos elevaram em 30 pacientes a capacidade instalada de tratamento, reduzindo a transferência de pacientes para a cidade de Maputo, a única cidade até então com condições para a hemodiálise”, considera a ministra. Os novos equipamentos instalados na Beira e em Nampula permitem, também, que os doentes que haviam mudado de residência para a capital do país, a fim de aceder ao tratamento, voltem ao seu meio familiar. No mesmo período, o MISAU introduziu e expandiu tecnologias simplificadas para o diagnóstico precoce do HIV em crianças expostas. “No âmbito do combate ao cancro da mama foram colocados 3 mamógrafos no Hospital Central de Maputo, Hospital Geral de Mavalane e Hospital Provincial de Tete”, frisou Nazira Abdula 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente Em foco 15 Depois de muito investimento na prospecção do gás na Bacia do Rovuma, 2019 poderá ser o primeiro ano de loiros. Quem o diz é o Presidente do Conselho de Administração da ENH - Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Omar Mithá. De acordo com Mithá, os últimos 4 anos foram de muito sacrifício, mas felizmente resultaram. Mithá começa a sua análise abordando as áreas em que dirige, frisando que “em relação a área em que estou inserido penso que os resultados são positivos, porque pela primeira vez Moçambique entrou na área do LNG e na rota do gás mundial, por ter feito a decisão final de investimento em 2016, em investimentos de cerca de sete mil milhões de dólares”. Mithá diz que há condições criadas para que este ano dois grandes projectos de investimento no gás, nomeadamente um cujo o operador é a Anadarko e um outro desenvolvido pela ENI, avancem. A decisão final de investimento indica que Moçambique definitivamente entra no mundo do LGN na costa oriental de África e vai oferecer gás a todo o mundo. “Contra todas as adversidades, primeiro do ponto de vista de “back ground”, em que experimentamos uma recessão económica em 2015 e 2016 e do ponto de vista de natureza política, vimos que foi possível estabelecer a paz, em relação aos ciclos eleitorais tudo correu bem nas autárquicas, para as eleições gerais, tudo isso indica que decorrerão dentro da normalidade, estamos numa situação em que Moçambique continua a ser atracção de investimento estrangeiro, não só para o sector de hidrocarbonetos, mas em todos os outros sectores”, disse. Mithá acrescenta que há uma certa inversão das taxas de juros de inflação e todos os indicadores macroeconómicos estão a estabilizar-se, incluindo as situações relativas ao endividamento externo, a balança pública e também a balança de pagamentos. Para 2019, Mithá perspectiva, em particular no seu sector, o alcance do maior saldo jamais feito por um país na África subsaariana em termos de investimentos, portanto, o investimento acumulado de 2019 até 2014 poderá rondar os cerca de 50 mil milhões de dólares, assim começa em 2019 um salto muito grande para Moçambique. Os investimentos no sector do gás irão igualmente promover o desenvolvimento da indústria petroquímica em Moçambique e vai gerar um enorme aumento das receitas do Estado, bem como incrementar os níveis de crescimento do Produto Interno Bruto e inverter o actual quadro deficitário da balança de pagamentos de Moçambique. 2019 poderá ser ano de loiros no sector do gás Omar Mitha 16 Em foco Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 Os quatro anos de Nyusi em imagens Em quatro anos, Filipe Nyusi palmilhou o País do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico. Houve províncias que receberam a visita do jovem Engenheiro num ano por umas duas ou três vezes. Pode-se dizer que Nyusi é dirigente que gosta de controlar a execução das tarefas no terreno, não se ficando pelos relatórios. A imagem de um PR em campos agrícolas, a lançar pedras para a construção de infra-estruturas, a dialogar com as forças vivas da sociedade como por exemplo polícias ou professores, a visitar reservas naturais e a dirigir reuniões com quadros de diferentes sectores marca a governação Nyusi. 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente 17 Aniversariantes Envie a tua foto e mensagem até às 12 horas de cada quarta-feira, ou contacte Adelina Pinto pelos telemóveis 827870008, 820152830 e 877684840 ou ainda pelo e-mail: adelinap33@gmail.com ou WhatsApp 842793140 Hoje é o dia da tua chegada ao mundo, por isso, é o dia do teu aniversário! Mais um ano de incríveis f e l i c i d a d e s passou, felizmente tem sido assim desde o teu nascimento, que veio alegrar os corações de todos nós. Contemplar o teu crescimento, a tua evolução, tem sido a maior de todas as bênçãos para nós. Feliz aniversário filho. Hoje, quero te transmitir, com alegria, a minha pura e sincera amizade, manifestando a gratidão que tenho pelas coisas boas que fizeste. Sem dúvida, és a pessoa que me conhece melhor e, por isso, quero agradecer-te e mostrar-te o como estou feliz por participar no teu aniversário. Espero estar sempre ao teu lado e felicitar-te pela passagem de mais um aniversário. Que maravilha! Podermos já comemorar o teu aniversário. O teu sorriso é tudo o que precisamos para sermos felizes e sabemos que enquanto tivermos isso, somos capazes de enfrentar qualquer tempestade, porque amar-te nos cria forças para tudo. O teu bem-estar e a tua felicidade são os nossos objectivos principais na vida, porque queremos ver-te a crescer forte e saudável. Desejamos-te que encontres novas amizades, que p o s s a m s e juntar a nós na próxima celebração. Feliz an - iversário! Que o céu te cubra com as bênçãos de Deus para continuares a ser uma pes - soa ímpar, uma colega sincera. Falar de te, é falar de optimismo, de paz, de alegria, porque tu sabes viver e inspirar exemplos de uma vida bem vivida como poucos o sabem fazer. Parabéns! Aprecie o teu jardim pelas flores, nunca pelas folhas caídas. Viva cada minuto da tua vida como se fosse o viver eternamente. A cada hora que passar não a conte pelos ponteiros de relógio mas, sim, pelo pulsar do teu coração. Ao longo da tua existência conte a tua idade pelos amigos que conquistas e nunca pelos anos que vives. Lipinga, que Deus, na sua infinita bondade, te conceda todas as bênçãos que o teu coração deseja. Que c r e s ç a s profissiona l m e n t e , s o b r e t u d o espiritualmente. Parabéns amado! Números 6:24. Nádia Marques. Era um sonho antigo, um sonho que vivia nos nossos corações desde que chegaste a casa, esse sonho foi realizado e superou todas as expectativas. Nós te agradecemos muito, pois a felicidade que trouxeste para as nossas vidas é única e incomparável. Alegra-nos ajudar-te no teu crescimento e no processo de aprendizagem, porque é a maior de todas as bênçãos. Hoje é dia de grande festa e de recordação de t o d a s a s e m o ç õ e s que vives h á a n o s . Uma nova vida chegou para completar a tua f e l i c i d a d e e um amor infinito nasceu. O aniversário, na vida de alguém, é sempre um marco importante, principalmente para a família e amigos, porque mesmo com a maturidade ainda te faltas muita coisa para compreender. Parabéns colega. Ana Rita Nataniel Júnior Adelino Elsa Salomão Delinha Mavildo Carmelinda 18 Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 AUTORIDADE TRIBUTÁRIA DE MOÇAMBIQUE Gabinete de Planeamento, Estudos e Cooperação Internacional 2ª JORNADAS CIENTÍFICAS Convite para Apresentação de Propostas de Trabalhos de Investigação Lema: Implicações dos Benefícios Fiscais na Mobilização das Receitas do Estado. DATA: 8 de Novembro de 2019 A Autoridade Tributária de Moçambique informa aos interessados e ao público em geral que irá realizar as segundas jornadas científicas no dia 8 de Novembro de 2019, no Anfiteatro do Edifício Sede da AT, sito na Av. 25 de Setembro nº 1235, 1º andar, tendo como lema: Implicações dos Benefícios Fiscais na Mobilização das Receitas do Estado. Com o advento da Constituição da República de Moçambique em 1990, o Estado moçambicano não só promove e apoia a participação activa do empresariado nacional no processo de desenvolvimento e da consolidação do país na economia como também garante o investimento estrangeiro, no quadro da Política Económica de atracção de Investimento. Foi neste âmbito que através da aprovação da Lei n° 3/93, de 24 de Junho, Lei de Investimentos (LI) e do respectivo Regulamento, aprovado pelo Decreto nº 43/2009, de 21 Agosto e da Lei nº 4/2009, de 12 de Janeiro, que aprova o Código dos Benefícios Fiscais (CBF), estabeleceu-se um ambiente de negócio atractivo favorável aos potenciais investidores, nacionais e estrangeiros. Neste âmbito, aos investimentos em apreço estão asseguradas garantias traduzidas em protecção pelo Estado, consistindo em direitos de propriedade, incentivos fiscais e aduaneiros, repatriamento de capital investido e lucros obtidos. Do ponto de vista fiscal foram concedidos benefícios que se traduzem em incentivos ou privilégios fiscais, significando medidas de carácter excepcional que implicam entre outras a isenção total ou parcial, a redução do montante a pagar dos impostos em vigor, amortizações aceleradas e crédito fiscal por investimento, com o fim de favorecer as actividades de reconhecido interesse público, bem como incentivar o desenvolvimento económico e social do país. No pacote dos BFs definidos no âmbito do Código dos Benefícios Fiscais, a Lei de Investimentos concede incentivos fiscais a investidores nacionais e estrangeiros para projectos implementados em Zonas Francas Industriais, Zonas Económicas Especiais, Zonas de Rápido Desenvolvimento e para outros regimes específicos do mesmo instrumento normativo fiscal, sem descurar os benefícios concedidos nos impostos directos e indirectos. Na atracção de investimento reside grande parte das esperanças de crescimento económico futuro de Moçambique, mas também da arrecadação de recursos necessárias para equilibrar as contas públicas. De 2007 a 2016, a despesa fiscal em média foi de 14,3%, de acordo com o mapa abaixo indicado. PUBLICIDADE 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente 19 PUBLICIDADE Na actualidade, alguns académicos, a Sociedade civil, ONGs e estudantes, apresentam-se questões triviais tais como: i) Será que os impactos económico e social resultantes dos benefícios fiscais não constituem mais-valia para o desenvolvimento do país? ii) Não há necessidade de racionalizar os benefícios fiscais face à despesa fiscal? iii) Na época contemporânea são ainda benefícios fiscais ou malefícios? É, neste âmago que são convidados todos os interessados a apresentar propostas de trabalhos que versem sobre o tema supracitado, não se limitando aos seguintes subtemas: a) Eficiência e Eficácia do Código dos Benefícios Fiscais; b) Convenções para evitar a dupla tributação. Os interessados em apresentar propostas de trabalhos de pesquisa, devem manifestar a sua intenção, enviando projectos de pesquisa, em documento físico ou em formato electrónico pdf, até ao dia 11 de Março de 2019, para o seguinte endereço electrónico: direccaopoliticatributaria@gmail.com. Os projectos não devem exceder 1500 palavras ou quatro páginas, em formato de letra Times New Roman; tamanho 12; espaçamento de 1,5 e devem conter a seguinte estrutura: i) Título do trabalho; ii) Nome(s) dos autores; iii) Sumário executivo, breve introdução, objectivos do trabalho, fundamentação da relevância do tema, problema, revisão da literatura, hipóteses, metodologia e referência bibliográfica. A AT nomeará um júri aquem caberá seleccionar as dez (10) melhores propostas de trabalhos, cujos autores serão notificados até 19 de Abril de 2019, por via electrónica (e-mail) onde o júri irá comentar para efeitos de prosseguimento da pesquisa. Os trabalhos finais, não mais de (15.000 palavras) deverão ser submetidos em quatro (4) exemplares, até ao dia 20 de Agosto de 2019, ao Gabinete de Planeamento, Estudos e Cooperação Internacional, em formato pdf, e por via do e-mail facultado, acompanhado de um breve curriculum vitae dos autores, que não deve exceder uma página. Os proponentes devem assegurar que os seus trabalhos não foram objecto de plágio. Até ao dia 30 de Setembro de 2019, os autores dos dez trabalhos finalistas serão notificados sobre a avaliação final e os dois melhores que apresentarem elevados padrões de qualidade técnico científico serão seleccionados pelo júri para apresentação em sessão pública no decurso das 2ªs jornadas científicas e posterior publicação numa das edições do Boletim da AT. A Autoridade tributária atribuirá prémio aos melhores trabalhos. Os interessados devem possuir no mínimo, o nível académico de licenciatura e disponibilidade para apresentar presencialmente os resultados das suas pesquisas no decurso das 2ªs jornadas científicas da AT, podendo ser funcionários da Autoridade Tributária de Moçambique. Encoraja-se a participação de Académicos, incluindo professores e estudantes dos níveis de Mestrado e Doutoramento. A avaliação do júri independente, irá ponderar a qualidade do sumário executivo, enquadramento e clareza do tema, identificação do problema, clareza dos objectivos, metodologia, revisão da literatura, relevância e clareza do tema, colocação dos argumentos, capacidade de síntese, conclusões, recomendações, contributo científico do trabalho para a AT, citações apropriadas e referência bibliográfica. Para mais informações contactar a Direcção de Política Tributária, junto do Gabinete de Planeamento, Estudos e Cooperação Internacional, Edifício Sede da AT, sito na Av. 25 de Setembro nº 1235, 6º andar, ou através do e-mail:direccaopoliticatributaria@gmail.com Maputo, 18 de Dezembro de 2018 20 Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 cultura Carla Maciel publica “Teoria e a Pesquisa na Interpretação de Conferência” O Centro Cultural Português, em Maputo, acolheu o lançamento da obra intitulada a “Teoria e a Pesquisa na Interpretação de Conferência”, da autoria de Carla Maciel, que descreve o conhecimento teórico e a pesquisa que é desenvolvida e realizada pelos estudantes do curso de Mestrado na Universidade Pedagógica. Mafalda: 50 anos de feminismo em tirinhas O personagem de Quino convida à reflexão sobre o machismo e o papel da mulher nas suas aventuras com Susanita, Libertad e sua família. Mafalda é um personagem que nasceu há mais de 50 anos, mas as suas reflexões não deixam de ser actuais. Desde a sua concepção, Mafalda tem sido reflexiva e combativa em questões como maternidade, guerra e infância. Mafalda, feminino singular é a nova compilação das tirinhas de Quino da editora espanhola Lumen, que pretende mostrar o que faz do personagem um ícone de luta das mulheres. Lola Albornoz, editora da Lumen e responsável pela antologia, explica à Verne que a ideia desta selecção surgiu com a imagem de Mafalda em faixas durante a manifestação feminista de 2018 na Espanha. “No trabalho de Quino há muita reflexão que pode contribuir para o movimento feminista”, comenta. Quino declarou recentemente a sua afinidade com a luta feminista: “Sempre acompanhei as causas de direitos humanos, em geral, e dos direitos das mulheres, em particular, a quem desejo sorte nas suas reivindicações”. O editor do livro diz que a primeira coisa que se pensa sobre Mafalda é de que representa a menina que não pára de protestar e desafiar o status quo, mas, para Albornoz, o feminismo nas tirinhas não é tão simples: “Mafalda, sua mãe, e suas duas amigas Susanita e Libertad nos ajudam a ver que há muitos tipos de feministas e mulheres. Se Mafalda é o estado reivindicativo do feminismo recente, a sua mãe e Susanita são as mulheres no passado. E Libertad vem de uma família onde a mãe trabalha e a sua visão é completamente futurista”. Entre cerca de 2.000 tirinhas publicadas por Quino desde 1963, Albornoz diz que não foi difícil encontrar material suficiente para compor um volume de 140 páginas sobre as reflexões de Mafalda sobre o papel das mulheres e críticas ao machismo. Actriz Melanie de Vales descobre o outro lado de si Melanie de Vales, que recebeu o prémio de melhor actriz jovem africana, numa entrevista ao Magazine, mostrou-se bastante optimista em relação ao novo desafio na vida profissional. Ela descobriu que pode emprestar o seu talento à música. A residir actualmente em Luanda, devido a mais um contrato profissional, De Vales diz que a música é um acréscimo na sua carreira profissional e promete conciliá-la com o cinema. Acompanhe a seguir os excertos mais interessantes da entrevista. Adelina Pinto O ano 2018 fechou com o início de uma nova carreira musical. Como te sentes ao abraçar um novo desafio profissional? Sinto-me muito feliz, gosto de desafios, por isso quando me foi proposto imaginei que isso fosse difícil porque eu venho do cinema, agora com uma nova carreira, apesar de ter sido aluna na Escola Nacional de Música por sete anos não sabia se estava preparada. Com esta carreira venho ao novo país que é Angola e também uma nova cultura, apesar das suas diferenças, veio a distância para com a minha família e amigos, mas veio muita maturidade e muita coisa boa. Descobri uma nova Melanie que estou a gostar de a descobrir. Ao apostar na carreira musical tiveste alguma influência de amigos ou familiares? Eu sou sobrinha da Ivete Vales, que é saxofonista em Moçambique, e de Laison Vales, que é pianista, arquitecto do Museu Nacional das Pescas. O pai da minha mãe, Carmona Vales, toca piano. Portanto, é uma coisa que tem muito a ver com a família, fora disso, acho que essa foi a maior influência que podia ter tido porque cresci numa família que faz de forma profissional a música. E eu cantava na família, não de forma profissional, apesar de estar na Escola de Música. Entretanto, devo dizer que tive o apoio da família, amigos e também de pessoas que não conheço, mas que foram à minha página para me darem todo o apoio do mundo. Quais são as suas expectativas neste novo desafio e o que promete aos fãs? Em relação às expectativas, ainda estou aqui a descobrir isto…risos. Espero que tudo dê certo, obviamente espero que as pessoas gostem, tenho mais músicas por lançar, espero que sejam também bem recebidas. Estou feliz, porque a primeira música foi muito bem recebida. Espero que gostem das outras. Ao abraçar a música pretende deixar a carreira de actriz? Se não, como relacionar essas duas áreas que requerem muito de si? Não vou abandonar a carreira de actriz, simplesmente como eu disse foi um novo desafio e uma nova descoberta e nunca pensei em deixar o cinema, não. Pretendo conciliar as duas, é uma coisa que está acordada com a minha agência, ambas as profissões devo conseguir abraçar. Quando for a altura do cinema a música tem que cooperar e vice-versa, portanto, estamos a ver se conseguimos fazer isso para o final deste ano. Fale-nos dos novos desafios profissionais para o ano de 2019... Os novos desafios para o ano 2019 é descobrir aquilo que é o meu “eu” na música, que é o meu lugar, eu acho que é mais porque estava muito focada no cinema e ainda estou. Mas, agora na Melanie de Vales 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente 21 PUBLICIDADE A Escola Comunitária Luís Cabral – ECLC deseja aos seus alunos, pais, encarregados de educação e ao público em geral Ano Novo Lectivo 2019 Aproveita este meio para informar que ainda renova-se matrícula e que ainda há vagas para matricular novos ingressos da 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª classe por 600,00 meticais. Informa – se ainda que os alunos da 7ª, 10ª e 12ª classesfazem exames na própria Escola Comunitária Luís Cabral. Pode-se obter mais informações na Secretaria da escola, sita na sede do bairro Luís Cabral, entrando a partir da Junta ou Maquinag ou contactar através dos telemóveis: 847700298 ou 826864465 ou ainda 871232355. Matrículas para 2019 Exames das 7ª, 10ª e 12ª classes nesta ECLC nova realidade ainda estou a descobrir como me posicionar, ou melhor, o novo desafio para o ano 2019 é como me posicionar ainda no cinema e também na música. Com vários estilos musicais por que optaste por kizomba ao lado do Puto Português? Porque é um estilo que gosto e as pessoas em volta de mim vêem e gostam. Com o Puto Português, porque é uma pessoa que já grava há muito tempo, pois surgiu esta oportunidade. Porque não? Durante a produção dos filmes em que Melanie faz parte alguma vez pensou em desistir por não conseguir interpretar algum personagem? Já, mas sempre fui persistente. Nunca me quis deixar abater, nem pensar que aquilo não vai dar muito certo, não. Obviamente quem come, come tudo, mesmo os professores ou qualquer pessoa tem um dia difícil. Mas pensar em desistir não, porque gosto, é algo que motiva acordar todos os dias, preparar-me para ir trabalhar, adoro o meu trabalho, por mais difícil que seja, por mais investigação requerida de mim, por mais trabalhoso que seja eu gosto e vou continuar. Muitas vezes fico até muito tarde, a tentar decorar roteiros. Acontece! O seu talento percorre o mundo. O que tem a dizer sobre isso? A nível internacional, o que tenho simplesmente a dizer é de que agradeço a Deus, aos meus pais, todas as produções e todos os realizadores que acreditaram em mim. Agradeço, também, as pessoas que as conheci em festivais e, não só, porque aprendo interpretando todos os dias e com todo o mundo. O prémio é uma coisa que não esperava, mas me sinto feliz por ter esse reconhecimento. Eu com 23 aninhos… risos, já correspondo a uma coisa destas, só de imaginar que não tenho muito a dizer, mas é gratificante e é bom saber que de alguma forma eu pude mostrar aos meus pais aquilo que eu gostava e podia ser a minha profissão ou o meu trabalho. Qualquer pessoa na área de trabalho merece reconhecimento. Recentemente recebeste o prémio de melhor actriz jovem africana. Com o prémio sente-se realizada? Porquê? Eu não posso mentir, me sinto realizada, mas procuro sempre mais e mais. Portanto, eu procurava um dia, mas não tão já, conseguir aquilo que é considerado o Óscar africano. Mas agora vamos procurar outras coisas, lucrar mais e mais. Sendo cidadã moçambicana qual é o seu grande sonho? O meu grande sonho é deixar um marco, acima de tudo deixar um legado e conseguir mostrar para o mundo que o cinema, em Moçambique, é bom, que nós sabemos fazer, simplesmente não temos a oportunidade, porque não temos dinheiro. Se houver dinheiro nós faremos os melhores filmes, confio nas histórias, guiões e nos filmes moçambicanos que já vi, eu tenho a certeza que Moçambique consegue realizar. O que pode estar a falhar na cultura moçambicana sobre a divulgação das artes a nível internacional? Infelizmente a falha se deve à falta de infra-estruturas. Nós precisamos de alguém que nos faça caminhar. Eu, particularmente, tive a sorte de ter uma mãe que quando fui ao cinema e quando faço os meus contratos é a pessoa que sempre me auxiliou nisso, bate com o pé, dizendo que isto não Melanie, isto sim. E se pudéssemos ter uma instituição em Moçambique que pudesse auxiliar os artistas acho que iria ajudar muito, não sei em relação aos outros, mas eu estou a começar a entender sobre os aspectos legais, estou a entender hoje. O que mais gosto de fazer é a arte, é interpretar. Precisamos de leis que nos ajudem a ter visibilidade, é uma coisa que infelizmente não temos. Nós não temos indústria de entretenimento, então o povo consome literalmente aquilo que é feito por nós. A primeira coisa que se devia fazer é criar uma mentalidade de consumir aquilo que é feito por nós, antes de consumir aquilo que vem de fora, isso vai ajudar a criar uma indústria. 22 Magazine independente Terça-feira | 15 de Janeiro 2019 Antigo internacional sul-africano Phil Masinga morre O antigo futebolista internacional sul-africano Phil Masinga, que jogou no Leeds e no Bari, morreu este domingo aos 49 anos, vítima de cancro. O anúncio foi feito pela Federação de Futebol Sul-africana, referindo que o ex.futebolista morreu na sequência de “uma doença relacionada com cancro”. Masinga ficou conhedesporto cido por um golo ao Congo em 1997, que apurou os ‘bafana bafana’ pela primeira vez para um Mundial. LUSA Ronaldo e Modric podem reeditar parceria na Juventus A Juventus protagonizou a principal transferência do ano de 2018 ao tirar Cristiano Ronaldo do Real Madrid, e agora pode tirar outra estrela da equipe merengue, o meio-campista e atual melhor jogador do mundo, Luka Modric. De acordo com informações TV italiana “Mediaset”, a Velha Senhora tem o desejo de contratar Modric e reeditar a dupla de tanto sucesso na Espanha e já contactou inclusive o empresário português Jorge Mendes, que cuida da carreira de CR7. Os rumores de uma possível saída do jogador croata são cada vez mais frequentes desde a campanha do jogador durante a Copa do Mundo na Rússia. Antes da Juventus , a Inter de Milão tentou levar o jogador, mas ele foi convencido pela direcção do Real Madrid a permanecer no clube. A temporada de 2018 foi a melhor da carreira do meio-campista, que foi campeão da Liga dos Campeões e vice-campeão mundial com a Croácia, um feito inédito para o país. As boas atuações renderam a ele os prêmios de melhor jogador do mundo pela Fifa e da Bola de Ouro, entregue pela revista ‘France Football’. Em entrevista a um jornal de seu país, o Sportske Novosti, Modric criticou a ausência de Cristiano Ronaldo e Messi nas premiações, que foram injustos em sua opinião. “Eu não posso falar sobre as razões pelas quais alguém não aparece para uma cerimônia de premiação, é a escolha deles, não faz sentido, parece? Você está votando e as recompensas valem apenas quando ganham”, afirmou o jogador. “É injusto para com os outros jogadores e para aqueles que votaram, que os nomearam nos últimos dez anos, e também para o futebol e torcedores, mas cada um age da maneira que acha apropriado”, completou Modric. IG São Paulo Chelsea bate Newcastle e consolida quarto lugar na Inglaterra O Chelsea venceu no último final de semana, em casa, o Newcastle por 2-1, em jogo da 22ª jornada da Liga inglesa de futebol, e consolidou o quarto lugar da tabela classificativa, aproveitando a derrota do Arsenal. O espanhol Pedro, aos nove minutos, e o brasileiro William, aos 57, deram a vitória aos ‘blues’, anulando o golo de Clark, aos 40, que então empatava o encontro para os ‘magpies’. Os comandados de Maurizio Sarri reforçaram o quarto lugar, com 47 pontos, mais seis do que o Arsenal, que perdeu em casa do West Ham (1-0) e está mais longe dos lugares de acesso à Liga dos Campeões. A vitória ‘suada’ do Chelsea permite-lhe ainda colocar pressão ao Manchester City, segundo com 50 pontos, e Tottenham, terceiro com 48. Já a equipa do espanhol Rafa Benítez somou o sexto jogo sem vencer em todas as competições, o quinto na ‘Premier League’, e continua em zona de descida, em 18º e antepenúltimo lugar, com 18 pontos. O campeonato continua a ser liderado pelo Liverpool, que venceu na sexta na deslocação ao terreno do Brighton graças a um penálti do egípcio Mohamed Salah, levando a equipa de Jürgen Klopp aos 57 pontos no topo da tabela. O Burnley recebeu e venceu o Fulham por 2-1, depois de ter estado a perder, e subiu ao 15º posto, com 21 pontos, enquanto os londrinos seguem em 19º e penúltimo lugar, já a cinco pontos dos lugares de permanência. Apesar da assistência do português Ricardo Pereira para o golo do nigeriano Ndidi, aos 58 minutos, o Leicester saiu derrotado da recepção ao Southampton, que jogou a segunda parte com dez jogadores e teve Cédric Soares em campo a partir dos 57. O jogo entre o Cardiff e o Huddersfield terminou sem golos, enquanto o Crystal Palace foi derrotado em casa por 2-1 pelo Watford, em que Domingos Quina foi suplente não utilizado. A meio da semana passada, o Barcelona tinha tropeçado em Valência contra o Levante (derrota por 2-1 na 1.ª mão dos “oitavos” da Taça do Rei), mas neste domingo os catalães voltaram ao bons resultados e seguraram os cinco pontos de vantagem sobre o Atlético de Madrid na liga espanhola. Em Camp Nou, Luis Suárez bisou no triunfo contra o Eibar, mas o destaque vai para mais uma proeza de Lionel Messi: o argentino apontou o seu 400.º golo no campeonato espanhol. Com cinco triunfos consecutivos na prova, o Barcelona nem precisou de se empenhar muito para manter o Atlético de Madrid a cinco pontos e dilatar para oito a vantagem sobre o Sevilha, que, com André Silva no “onze”, perdeu em Bilbau contra o Athletic: 2-0, com um bis de Iñaki Williams. Em Camp Nou, Ernesto Valverde voltou a apostar em Philippe Coutinho e o brasileiro teve um papel decisivo no primeiro golo dos catalães, marcado por Suárez aos 19’. A vantagem do Barcelona não mudou o ritmo da partida, quase sempre lento, e até ao intervalo houve poucos motivos de interesse. Na segunda parte, mesmo em tarde de pouca inspiração, Messi fez história: após passe de Suárez, o “10” do Barcelona fez o golo 400 no campeonato espanhol. Sem que o Eibar conseguisse esboçar qualquer reacção, os “blaugrana” foram gerindo o ritmo e chegaram ao terceiro, novamente apontado por Suárez. Público PT Lionel Messi chega aos 400 golos na liga espanhola Por seu turno, o Arsenal perdeu por um golo sem resposta na visita ao West Ham, e já não ganha um jogo fora de casa para a Liga inglesa de futebol desde Novembro, podendo ser alcançado no quinto lugar pelo Manchester United, que se desloca no domingo a Wembley para defrontar o Tottenham. LUSA 15 de Janeiro 2019 | Terça-feira Magazine independente 23 Numa altura em que o clube acaba de ascender ao escalão máximo de futebol nacional, o Moçambola, às custas da falta de fair-play da Associação Desportiva de Macuácua, o presidente do Clube Desportivo de Maputo revela que o clube vai arrendar, a longo prazo, um complexo desportivo, bem como apresentar o projecto de futebol do clube. Elísio Muchanga S em no entanto revelar o local, muito menos os montantes envolvidos, o presidente do Clube Desportivo de Maputo, Inácio Bernardo, assegura que o clube jamais irá fazer jogos em campos emprestados porque tem em manga, nos próximos dias, arrendar um complexo desportivo onde o clube possa jogar e funcionar o departamento de futebol. Segundo Inácio Bernardo, que falava ao Magazine, momentos depois da apresentação de Artur Semedo como novo treinador do clube, em detrimento do anterior, assegura que apesar dos problemas que apoquentam o clube desde o passado a esta parte, este está em condições de disputar a maior prova do futebol moçambicano na presente temporada. “O Desportivo já tinha tomado uma decisão, que era separar a gestão do futebol das outras modalidades e neste momento estamos a sustentar o futebol com fundos próprios, porque nas condições que temos no clube não há capacidade para tal, mas com o apoio de alguns patrocinadores estamos claramente em condições de disputar o Moçambola”, disse. Bernardo afirma que na verdade o clube precisa de se sustentar, de estar bem e se classificar muito bem. “Não queremos viver aquela situação anterior em que subimos de divisão para voltar a descer de novo, queremos subir para ser consistentes, para que nos futuros anos possamos voltar àquilo que sempre foi o nosso legado, que é disputar o título ano a ano”, salientou. Sobre a contratação do mister Semedo, o presidente do clube justificou a aposta neste por ser alguém que conhece o Desportivo, e, entre as competências ao nível de treinamento, Semedo é quem conhece o futebol do Desportivo, conhece a realidade do clube e sabe o que o clube precisa, contando que ele se apaixonou pelo projecto apresentado. Já no que tange à situação financeira do clube, o presidente assumiu que o clube continua deficitário, está a se trabalhar para sustentar o clube, mas relativamente ao futebol a coisa vai ser totalmente diferente, explica, assegurando que este vai ter uma gestão separada do clube e isso vai tornar o clube sustentável. “Na Assembleia-Geral, em Dezembro, aprovamos a inclusão das Sociedades Anónimas Desportivas (Sades), este processo de gestão de futebol vai de acordo com os princípios da SADE, estamos a começar a preparar a SADE e as pessoas que agora entraram na exploração do clube estão claras que caminham para aquilo que serão as suas participações na Inácio Bernardo, presidente do Clube Desportivo de Maputo Depois de ter esticado a época 2018 até início de Dezembro, devido à participação nas Afrotaças, nomeadamente na Liga dos Campeões, onde foi afastado ainda na pré-eliminatória pelo Nkana Red Devils, da Zâmbia, a União Desportiva (UD) do Songo está de volta ao trabalho, com vista à nova temporada nas competições internas, mas também a pensar nas competições africanas, edição 2019/2020. Liderados por Nacir Armando, os campeões moçambicanos começam a trabalhar amanhã, 16 de Janeiro, no Estádio da HCB, na vila do Songo, quartel-general da equipa. Para esta temporada, a UD Songo conta com 10 novos jogadores que vão reforçar a equipa e ajudar a colectividade a atingir os seus objectivos, tanto no plano doméstico como no externo, designadamente a revalidação do título, a conquista da segunda Taça de Moçambique e a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões 2019/2020. No grupo dos reforços contam-se Telinho, Bheu, Infren, Sunday e Amarashi, que já jogaram pela União Desportiva do Songo contra os zambianos do Nkana Red Devils, para a Liga dos Campeões, assim como Áureo (Ferroviário da Beira), John Banda (Ferroviário de Nampula), Agenor (1º de Maio de Quelimane) e Comissário (Desportivo de Nacala). Para além destes, a turma do Songo conta ainda com os regressos de Boné, que esteve emprestado ao Desportivo de Nacala, Terence, que estava ligado ao Ferroviário de Nacala, e Norberto, também conhecido por Betão, que no ano passado alinhou pelo Ferroviário da Beira, por empréstimo. Com este plantel crescem as expectativas em relação aos objectivos traçados pelo clube, que perdeu dois jogadores importantes: Mano, experiente central, de 36 anos, que regressou ao Desportivo de Maputo, onde se formou, e Lau King, que se transferiu para o Amora, do Campeonato de Portugal (terceiro escalão). A União Desportiva de Songo acomula dois títulos consecutivos da maior prova de futebol moçambicana, o Moçambola, havendo a esperança de revalidar o título. A Bola / Redacção UDS abre os portões amanhã com 10 reforços própria SADE. O presidente prometeu que esta semana o clube irá apresentar o projecto de futebol, que inclui o plantel, os seus novos reforços, a casa do clube, considerando que este não tem campo actualmernte, e desta vez quer fazer um aluguer de longa duração de um complexo desportivo onde as equipas do clube possam treinar, assim como ter no local o departamento de futebol. GDM aposta no aluguer de complexo desportivo PUBLICIDADE Para assuntos Administrativos e Comerciais Email: Multimediacomercial18@gmail.com Telemóvel: 820152830/847684840 “Desportivo precisa de um treinador estruturante como eu” Rua da Concórdia (Oliveira) n°38; 1° andar único, no bairro da Malhangalene “A”, na cidade de Maputo. Mais uma plataforma para que o seu anúncio chegue mais longe Contamos desde já com aplicativo móvel www.magazineindependente.com www.facebook.com/magazineindependente Para mais informações contacte o endereço abaixo. Após ter ficado quase uma época sem clube, Artur Semedo, sobejamente conhecido por mister Semedo, volta aos alvi-negros para mais uma vez tentar lutar pelo título na maior prova futebolística do país. Entretanto, o mister diz voltar ao clube porque existe uma relação afectiva e este precisa de um trinador estruturante como ele. Elísio Muchanga A contratação de Semedo, que foi apresentado aos a d e p t o s e massa associativa semana finda, tem como grande objectivo a luta pelo título, bem como a manutenção na maior prova de futebol nacional. “Aceitei o desafio porque existe uma relação afectiva com o Desportivo”, disse o treinador, durante a sua apresentação, para em seguida justificar ainda o seu regresso aos alvi-negros com o facto de que “este é um momento especial do Desportivo, é um momento de renovação e o Desportivo precisa de um treinador estruturante como eu, e nesta perspectiva estamos alinhados”, frisou Semedo. Destemido, Semedo, e no seu estilo característico, manda uma mensagem aos gestores do futebol, frisando que “espero que daqui para frente não encontre os empecilhos que tenho encontrado na minha trajectória, nem as adversidades que tenho sido vítimas delas e que possa projectar o Desportivo para altos cometimentos, como é o desejo de todos os membros e simpatizantes do clube”. Os adeptos, por sua vez, são unânimes sobre o regresso do mister Semedo ao clube, havendo os que referem que “um bom filho sempre volta a casa” e com ele esperam que o Desportivo consiga se posicionar na tabela classificativa durante o campeonato e atingir os lugares cimeiros. “Sabemos que a equipa precisa de uma nova dinâmica, uma reconstrução e com Semedo sabemos que isso é possível, desde 2006 não ganhamos nada, e ele agora tem a oportunidade de reconstruir a equipa e atacar o título”, disse Jorge Francisco, um dos adeptos do clube. O técnico já esteve no Desportivo de Maputo em 2003, 2009, 2012 e 2013, passou ainda pelo Ferroviário de Maputo em 2004 e 2005, Maxaquene, em 2007 e 2008, Liga Desportiva de Maputo, entre 2010 e 2011, e União Desportiva do Songo, entre 2015 e 2016, onde conquistou títulos pelos clubes por onde passou. Em 2012, Artur Semedo não conseguiu manter a equipa no Moçambola, tendo assumido o compromisso de descer com a equipa para a divisão de honra no ano seguinte. Mas com garra e determinação, o técnico conseguiu devolver a equipa ao escalão máximo do futebol moçambicano em 2014, tendo abandonado a equipa no ano seguinte, após garantir a manutenção no Moçambola 2015. O Desportivo de Maputo já conquistou o campeonato nacional (Moçambola) por seis vezes (1977, 1978, 1983, 1988, 1995 e 2006) e volta à elite do futebol moçambicano com o propósito de assegurar a manutenção e lutar pelo título. Artur Semedo PUBLICIDADE Importação & Exportação, Especializado em Material Informático, Escritório e Didáctico Av. Ahmed Sekou- Touré n° 1078 D R/C Telefax: 21-313615 / 82-3450322/ 843102870 Email: svs.lda@gmail.com/ sitoesamuelvasco@hotmail.com NUIT: 400126240, Maputo - Moçambique S.V.S de Moçambique, Lda S.V.S de Moçambique. Importação │Participações │Holding

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