quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Renamo em Congresso: cinco candidatos à sucessão de Dhlakama


A eleição para a escolha do sucessor de Afonso Dlhakama vai ser renhida na Gorongosa. Mais dois novos nomes, que já circulam nos corredores do VI Congresso que iniciou esta terça-feira na serra, poderão entrar para a corrida. Trata-se do General Hermínio Morais, um antigo guerrilheiro da Renamo que foi candidato pelo partido à edilidade de Maputo nas recentes eleições de Outubro, e Juliano Picardo, um desconhecido deputado da Assembleia da República pela Renamo. 

 A campanha para sucessão de Afonso Dhlakama, que morreu de diabetes há oito meses numa das bases na Gorongosa, estava até bem pouco tempo a ser feita por três nomes: Elias Dhlakama, irmão mais novo do ex-líder, que passou para a reserva no exército governamental em Outubro de 2018; Ossufo Momade um também General, que dirige de forma interina o partido e Manuel Bissopo, actual Secretário-Geral do partido. Após uma luta de sucessão, Afonso Dhlakama dirigiu a Renamo desde 1979 na sequência da morte de André Matsangaíssa, que também tombou no distrito da Gorongosa. “As candidaturas serão submetidas ao longo da noite desta terça-feira” disse José Manteigas, no decurso da abertura do Congresso, ontem, para depois acrescentar que na manhã de hoje serão conhecidos todos os candidatos oficiais. Os cinco potenciais candidatos estão presentes na serra, que reúne 700 delegados e alguns convidados.

Após a recepção das candidaturas na noite de ontem, o gabinete eleitoral devia submetê-las à comissão eleitoral que vai dirigir a votação amanhã. Os candidatos terão apenas algumas horas para uma breve campanha interna na quinta-feira, antes da votação que vai decidir o nome do próximo presidente do partido, frisou José Manteigas.  O vencedor do pleito interno será o candidato do partido nas eleições presidenciais de Outubro próximo.  O Congresso decorre numa tenda implantada numa mangueira onde Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama tiveram um encontrou que simbolizou o fim das hostilidades em 2017.

Para além da sucessão de Afonso Dhlakama, como ponto central, a reunião está a debater a consolidação da democracia, a descentralização e as negociações para a paz, para além da revisão dos estatutos do partido e da eleição de um novo secretário-geral. Também vai passar em revista as eleições presidenciais e legislativas desde 1994 até as quintas eleições autárquicas, de Outubro de 2018. Participam do Congresso convidados sonantes como Raul Domingos, um antigo militante que deixou o partido para fundar o seu. Dois bispos anglicanos também estão presentes.

Nenhum diplomata de deslocou à Gorongosa, gazetando a um evento que só arrancou às 15 horas de terça-feira, com quase sete 7 horas de atraso. Ontem foi um dia sem debates, quase frio. Hoje, as discussões prometem aquecer. No seu discurso de abertura, Ossufo Momade defendeu a necessidade do partido continuar a ser uma alternativa de governação em Moçambique: "A nossa missão e o nosso desafio é continuarmos a ser uma alternativa de governação do país”, disse Ossufo Momade, entre apelos de combate ao ódio no seio do partido. (Osvaldo Matambira)

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