China junta-se a Rússia e Turquia na condenação à "interferência externa" na Venezuela

Pequim salienta "os esforços feitos pelo Governo venezuelano para proteger a soberania, a independência e a estabilidade do país".

PÚBLICO e 

Agências 

24 de Janeiro de 2019, 11:05

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Nicolás Maduro garante que vai manter-se no poder REUTERS/HANDOUT

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O Governo da China juntou-se esta quinta-feira à Rússia e à Turquia na condenação da "interferência externa" na Venezuela, depois de os Estados Unidos terem reconhecido o opositor Juan Guaidó como Presidente interino do país.

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"A China apoia os esforços feitos pelo Governo venezuelano para proteger a soberania, a independência e a estabilidade do país", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, apelando a todas as partes que encontrem uma solução pacífica.

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"Quero salientar que as sanções ou a interferência externa costumam complicar ainda mais as situações e não contribuem para resolver os verdadeiros problemas", disse o responsável numa conferência de imprensa em Pequim.

Na última década, a China emprestou mais de 50 mil milhões de dólares (44 mil milhões de euros) à Venezuela em acordos de troca de petróleo pela cedência de empréstimos. Mas essa linha de crédito começou a fechar-se em 2015, quando a economia venezuelana entrou em declínio, pressionada pela queda nos preços do petróleo.

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Esta quinta-feira, a Rússia e a Turquia também manifestaram o seu apoio ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contra o reconhecimento de Juan Guaidó como Presidente interino pelos Estados Unidos e outros países.

Em declarações à agência Interfax, o presidente da câmara baixa do Parlamento russo, Viacheslav Volodin, disse que Moscovo pode vir a pôr fim à sua cooperação com Caracas se Maduro for deposto.

E o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, telefonou a Nicolás Maduro a manifestar-lhe o seu apoio: "O nosso Presidente ligou ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e disse-lhe: 'Maduro, meu irmão! Mantém-te firme, nós apoiamos-te!'", disse o porta-voz de Erdogan, Ibrahim Kalin, no Twitter.

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Juan Guaidó é o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela – o Parlamento venezuelano, com maioria da oposição a Maduro, que foi esvaziado de poderes pelo Supremo Tribunal venezuelano.

No dia 11 de Janeiro, Guaidó foi apoiado na Assembleia Nacional como Presidente interino, chamando "usurpador" a Nicolás Maduro. Essa declaração foi feita um dia depois da tomada de posse de Maduro para mais um mandato de seis anos, na sequência de umas eleições boicotadas pela maioria da oposição e consideradas fraudulentas por muitos países da região e do resto do mundo.

O reconhecimento internacional de Juan Guaidó como Presidente interino foi reforçado na quarta-feira, com a declaração do Presidente norte-americano, a que se seguiram outros chefes de Estado.

1. Joao

     Portugal 16:26

   É bonita de ver a disciplina das “democracias” ocidentais que logo se puseram ao lado do Trump. Mas desta vez até foram ultrapassadas na rapidez pelo Bolsonaro, e quando os países da Nato bombista apresentaram vassalagem já lá estava o Bolsonaro à espera bem colado ao Trump. É já visível a anunciada “parceria mais intensa e muito mais elevada” e lutar juntos contra regimes autoritários” entre Washington e Brasília, a que se junta claro a trupe bombista do costume já habituada a intervenções de sucesso, milhões de mortos e refugiados, Líbia, Síria, Afeganistão, Bósnia, Yemén, etc.
   1. 

      Joao

        Portugal 16:31

      Se por um lado temos a trupe bem disciplinada e militarizada dos bombistas, dos apoiantes de terroristas nazis ou wahabitas, dos belicistas e racistas patrocinadores de limpezas étnicas e religiosas aos milhões, do outro lado vão aparecendo desordenadamente os que ainda têm, ou pensam que têm, alguma autonomia e capacidade de decidir, os chineses, até os pobres russos, e até os mexicanos imagine-se, e mais alguns indisciplinados. Claro que nada podem fazer, e não é por recusarem andar pelo mundo a bombardear, a fazer golpes, a apoiar terroristas, a invadir, não é por isso que o outro grupo dos bombistas e invasores terá clemência. Não era por o merceeiro não andar a matar e a roubar que o Soprano prescindia de lhe vender “segurança” ou de o matar se ele recusasse.
   2. 

      Joao

        Portugal 16:43

      É só mais um episódio que se junta aos outros e que todos, todos, foram tragédias, somando milhões de mortos e refugiados. Espero bem que os venezuelanos se rendam e peçam clemência pois caso resistam rapidamente a li se repete a tragédia da Síria ou do Afeganistão. Pelo menos espero que a tragédia seja à moda do golpe brasileiro em que um dia se transformou em 21 anos, ou do golpe chileno, ou à moda dos outros pela América Latina.
   3. 

      Joao

        Portugal 16:45

      ”Não vejo porque precisamos ficar parados e assistir um país tornar-se comunista por causa da irresponsabilidade do seu povo. As questões são muito importantes para deixarmos os eleitores chilenos decidirem por si mesmos.” Henry Kissinger citado em Richard R. Fagen… só para lembrar, e já agora do memorando da ITT "A esperança mais realista dentre aqueles que desejam destituir Allende é que uma rápida deterioração da economia provoque uma onda de violência que provoque um golpe militar", ou do embaixador americano “não permitiremos que nenhuma porca e nenhum parafuso cheguem ao Chile de Allende”, ou do Nixon para a CIA "Há uma chance em dez, mas salvem o Chile, façam a economia estancar !", ou … etc Isto foi no Chile há dezenas de anos e já desclassificado, mas claro que é o mesmo hoje.
2. 

   Alvaro C. Pereira

     15:22

   Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és! Nenhum destes países interferiu nos vizinhos.... Deixem-me rir...
3. 

   José Manuel Martins

     évora 15:09

   ah, que alegria, o regresso robusto à lógica firme dos dois blocos, o da liberdade e o seu oposto! Obrigado, Guerra Fria, velha amiga!: mais vermelhuscos menos vermelhuscos, o kremlin é o kremlin, o chavismo é o chavismo, e a o pcc é o pcc. Que o islão ad portas otomano se junte ao coro, ainda menos espanta. Assim sim, sabe-se quem é quem, caso estivéssemos esquecidos, e les jeux sont faits (como se alguma vez tivessem deixado de o ser e de o estar, só nas cabeças dos ingénuos e dos simplórios...). Sim, a luta continua, desde o xadrez do médio-oriente às fronteiras da europeidade e aos valores e pilares do mundo livre ocidental.
4. 

   Rebelde

     Aveiro 14:07

   As ditaduras todas a apoiarem-se entre si, momento enternecedor. Só falta o principal interessado que não convém aparecer associado, turismo oblige: Cuba.
5. 

   Rebelde

     Aveiro 12:51

   Claro, o dono da EDP e da Fidelidade. Ainda há quem diga que não tem problema nenhum o investimento do estado chinês em Portugal.
6. 

   vinha2100

     Santarem 12:13

   O clube das ditaduras. Não ouvem os respectivos povos, e querem que lhes prestemos atenção? LOL!
   1. 

      Julio

        "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare 12:44

      Já o clube dos democratas tipo Trump e Bolsonaro ouvem os respectivos povos. Ridículo... como sempre, Vinha
   2. 

      tiagompereira53

        12:52

      Caro Julio, Trump é a peca que sabemos, mas os US sao uma Democracia plena, com contra balanco de poderes, oposicao partidaria, independencia de poderes, liberdades individuais e transparencia. Os US juntamente com a UE e Canada sao uma luz em comparacao 'a escuridao da China, Russia e Turquia.
   3. 

      OldVic

        Música do dia: "Strength to dream" (Propaganda) 12:58

      É sintomático que os regimes que apoiam o chavismo não sejam flores que se cheirem.
   4. 

      Julio

        "Que época terrível esta, onde idiotas dirigem cegos" William Shakespeare 13:23

      O que é sintomático é que quem apoia o golpe em curso são rapazes bem conhecidos pelo seu pendor democrático. E, meu caro Tiago, não se iluda a si mesmo. O que Trump “decide” é apoiado e decidido por 99,9% do Congresso e Senado americano.
   5. 

      OldVic

        Música do dia: "Strength to dream" (Propaganda) 13:44

      Não é Trump nem Bolsonaro quem luta contra o chavismo, são os EUA e o Brasil.
   6. 

      Suspicious Minds

        Graceland 14:05

      Quem escreveu o comentário que me antecedeu, não foi o "OldVic", foi a Rechousa.
   7. 

      Si Maqian

        Lisboa 14:31

      Júlio venha à China e observe bem que está continuamente a ser observado (há câmaras por toda a parte), que tem de deixar as suas impressões digitais quando entra no país, para além da fotografia, e que também é fotografado quando faz o check-in num hotel. E você é estrangeiro. Imagine se for chinês.
   8. 

      Suspicious Minds

        Graceland 14:53

      Aqui o "nosso amigo" neofascista nunca ouviu falar de Edward Snowden.