sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O lobby muçulmano e Comiche


Depois do seu violento repúdio contra as declaraçōes de Roque Silva, o solícito e interventivo SG da Frelimo que elevara o PR Filipe Nyusi ao estatuto divino de Allah, o lobby muçulmano de Maputo não ficou de braços cruzados. Esperavam uma reacção pública de Silva? Talvez não! Mas houve quem tivesse considerado o repúdio uma acção exagerada. Roque Silva já se tinha retratado usando os canais discretos na sua relação com a comunidade. Longe dos holofotes. Alguém na comunidade forçou aquela reacção, aquele registo de grupo de pressão.
Na mesma semana, no entanto, alguns empresários muçulmanos haviam soltado largas somas em dinheiro para financiar as campanhas da Frelimo em todo o país. Entre eles, sobressaíram Munir Sacoor, Noor Momade, Shafee Sidat e Junaid Lalgy. Os primeiros três pousaram semana passada num evento de angariação de fundos no Niassa. Trajados das vestes coloridas da maçaroca e batuque. Empresários da comunidade sempre estiveram na dianteira do financiamento à Frelimo. Uns dão mais a cara que outros, que optam pela descriçao mas gastam rios de dinheiro. Esta semana, a comunidade muçulmana de Maputo despiu o casaco da pressão e vestiu a camisola do lobby.
Na terça-feira de manhã, representantes de 14 associações estiveram no prédio da antiga Pereira do Lago num encontro com Eneias Comiche onde deram suas opiniões sobre a vida da cidade de Maputo. A iniciativa partiu da Frelimo. O repúdio tinha sido violento e era preciso clarificar se depois do barulho a comunidade estava com o partido. Mas como não estar? Na noite da mesma terça-feira, pelas 20 horas, o cachimbo da paz foi fumado em jantar com pompa. No Hotel Afrin na baixa de Maputo. Todas as associações islámicas de Maputo (14) e mais de 100 empresários muçulmanos juntaram-se à volta de Eneias Comiche. O jantar não era de angariação de fundos. Era para Comiche aprofundar sua compreensão sobre o que inquieta as associações e empresários mulçumanos.
Basicamente, a comunidade espera de Comiche que ele oleie e máquina burocrática do Conselho Muncipal. Oleiar no bom sentido de agilizar decisões e autorizações. Pode ser que Comiche tente se agilizar, ele próprio. Mas se os processos burocráticos de tomada de decisão forem intricados, demorados, não esperem que Comiche renasça com o perfil do pragmático que nunca foi. Comiche é um “burocratista” quase a roçar para o kafkiano...um enjeitado manga de alpaca...humm mas isto é outra conversa. O essencial é que o lobby muçulmano falou de quase tudo: lixo, comércio informal nas suas barbas, mendicidade (que têm combatido com notoriedade) alcoolismo, violência doméstica, etc. E mostraram saudade do moribundo projecto “Chonga Maputo”, que estava a trazer novas cores aos prédios desbotados da cidade mas também uma nova dinâmica de organização intra-condomínios. Isso se perdeu.
Houve quem tentasse o diapasão da queixa particular sobre uma decisão ilegítima do consulado de David Simango mas o que mais ressaltou foi uma intervenção geral de carácter cívica e duas grandes preocupações. A Associação Muçulmana (AM) quer que a edilidade autorize o uso do espaço vedado em Hulene onde seria a zona muçulmana do cemitério que nunca foi. No passado, a AM investiu na vedação, incluindo da zona cristā, mas quando a ideia de cemitério foi descartada nunca obteve autorização para usar o lugar para outra coisa.
Entretanto, a parte cristã já está a ser retalhada. Por outro lado, a Visão Islámica, outra associação, quer construir uma escola na Catembe mas a autorização está alegadamente a ser protelada. Depois do repúdio, a comunidade muçulmana quer agora uma resposta concreta de Comiche sobre questões concretas e sobre assuntos mais gerais da vida de Maputo. Muitos dos que lá estavam mostraram um brilho novo nos olhos. Parece que com Simango nem tudo correu de feição. Comiche não prometeu muito. Como faz sempre, ele tomou suas notas. Afinal ainda é apenas um candidato. Mas se ganhar, já tem pedido concretos para atender.
Comentários
Niz Tambira Os muçulmanos de cor quantos deles já derramaram o sangue pela Pátria?quando se trata de fazer negócio estão em primeiro lugar.....esse explorador deve ser bem estudado...porque também são uma elite de rapina...
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Toko Ambaka Niz Tambira 'De cor' é oquê?
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Samuel Lakeny Toko Ambaka , entendo que dde cor grosso modo são aqueles moçambicanos mais moçambicanos que oa outros, os filhos nao cumprem serviço militar obrigatório, quando não contribuem em nada quando o país precisa ou está em apuros, só aparecem aparecem para fazerem negócios com a elite do governo, ....
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Toko Ambaka Samuel Lakeny só queria entender a quem se refere o termo 'de cor'. E pela tua explicacao ainda nao estou claro.
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Responder7 hEditado
Samuel Lakeny Toko Ambaka , são os muçulmanos mulatos ou brancos
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Niz Tambira Maano o óbvio é irrefutável
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Toko Ambaka Samuel Lakeny ok. Percebi. É que estava habituado a ouvir 'pessoas de côr' ao se referirem aos negros.
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Toko Ambaka Samuel Lakeny quem sao os muçulmanos brancos? Seriam os de origem asiática?
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Toko Ambaka Samuel Lakeny moçambicanos mais moçambicanos q outros....interessante. Nao estará aqui um outro problema? Hmmmmm
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Yussuf Adam Samuel Lakeny Va la ao Quartel General e veja os muculmanos do arco iris que estao no exercito...O problema da cor da pele dos soldados e oficiais e bastante mais complexo do que a sua simplista intrepertacao...
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Samuel Lakeny Yussuf Adam , obrigado por me elucidar
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Toko Ambaka Vai ser difícil combater o regionalismo, racismo, tribalismo. Ainda temos as mentes muito alienadas...e aí já nao podemos culpar o colonialismo. Somo nós mesmos!
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Cassimo Cabir Se esses são muçulmanos de cor, quero saber vocês k Nao são de cor já derramaram o tal sangue pela pátria amada?
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Toko Ambaka Cassimo Cabir boa! Vamos a ver se te respondem primo!
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Niz Tambira Ademais o casamento só é permitido entre eles
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Luís Loforte "Mas como não estar?". Esta frase resume tudo, Mosse. E até o próprio repúdio às declarações do Roque não era genuino, era um fingimento, uma rábula com o propósito de os assustar, para os ver, depois, acocorados ao poder do dinheiro. Por causa disto, a FRELIMO já não é o que era, um partido das pessoas, para as pessoas. No final dos pleitos, sairão mais ricos, de cá e de lá, e infelizmente sem trabalho e riqueza a justificá-los!
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Davio David Resta saber o que Alah pensa desse lobby com o sistema de um outro deus.
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Joao Mazivila Antonio Estes sempre serão trairas, é bom que os Políticos se abstenham deste tipo de coisas, é contra a lei de Proibidade Pública, se um Político pede favores, vai ser sempre um governado
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Helder Hugo É de apreciar a atenção que o Mano Marcelo da ao candidato da FRELIMO, os outros pouco lhe interessam ou nada estão a fazer.
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Luís Loforte E não é por acaso, foi a FRELIMO em quem a maioria deste povo acreditou, você sabe muito bem. Os outros são uma circunstância da desilusão, você também sabe.
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Bertino Doho Se nao for indirecta, concordo contigo. os partidos da oposição são uma verdadeira decepção. a Renamo por exemplo, tanto tempo a militar no panorama politico nacional, mas ainda demonstra imaturidade em pleno ano de 2018
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Bertino Doho por isso a Frelimo continuara a ser opção de nós que ainda vamos ás urnas votar.
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Luís Loforte Bertino Doho, não é indirecta nenhuma e nem podia ser mais directo. Agora, não se deve inferior que eu disse que a oposição é uma "decepção", isso não disse. O que eu disse, e reitero, é que é natural que o Mosse dedique mais atenção aos candidatos da FRELIMO. As razões? Estão no meu post!
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Buene Boaventura Paulo O caminho sem volta que a FRELIMO levou... Até a eternidade. Obrigado Marcelo Mosse com este post.
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Joao Mazivila Antonio Presta- se mais atenção aos atos de corrupção que os candidatos da Frelimo se sujeitam, o crime organizado controla o Estado desta maneira, por de trás destes apoios, está uma grande sujidade criminosa até, já mais podemos acabar com a corrupção, emquanto as altitudes forem estas
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Joefarman Manjate É apartir daqui que se elegem os dirigentes de "confiança" sem os quais nao haveria EMATUM &filhos!
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