sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Coordenador para a paz em Moçambique é general que supervisionou desarmamento de guerrilheiros na Colômbia

Javier_AquinoO general argentino Javier Antonio Pérez Aquino, que supervisionou o desarmamento de guerrilheiros das FARC, na Colômbia, vai coordenar um grupo de especialistas no processo de pacificação no país, disse hoje à Lusa fonte diplomática.
Pérez Aquino, 58 anos, vai liderar um conjunto de sete países que vai acompanhar o processo de desarmamento, desmilitarização e reintegração – abreviado no meio diplomático internacional como DDR – dos elementos da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique.
O objetivo é que o partido entregue as armas e que quem ainda as carrega seja reintegrado na sociedade e nas forças de defesa e segurança moçambicanas.
O nome de Pérez Aquino foi escolhido em consenso pelo Presidente da República e pelo coordenador da comissão política da Renamo, Ossufo Momade.
Os outros sete países convidados e já confirmados no grupo são a Alemanha, Estados Unidos da América, Índia, Irlanda, Noruega, Suíça e Zimbábue.
Javier Antonio Pérez Aquino ingressou no Colégio Militar da Nação, na Argentina, em 1981, país onde exerceu diversas funções de comando nas fileiras militares, de acordo com o currículo divulgado pelas Nações Unidas.
Em 1993 foi observador militar na missão da ONU para o Iraque e Kuwait (UNIKOM), regressou à Argentina e em 2016 tornou-se chefe da missão das Nações Unidas na Colômbia, com 520 observadores de 19 países.
Coube-lhe a supervisão do desarmamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FRAC), a guerrilha mais antiga da América Latina, desmobilizada e transformada em partido político.
O Governo da Frelimo e a Renamo estão a negociar um novo acordo de paz, depois do cessar-fogo sem limite anunciado em Dezembro de 2016 pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que morreu devido a complicações de saúde a 03 de Maio deste ano.
As armas calaram-se no centro do país, zona de conflito, e as negociações em curso culminaram, em Fevereiro, no consenso para descentralização do poder a nível local e provincial, o que levou à revisão da Constituição, em Maio.
Um outro entendimento foi alcançado em Julho relativamente a assuntos militares, que se espera leve ao desarmamento, desmobilização e reintegração das forças da Renamo e abra caminho para que seja selada a paz duradoura no país.
LUSA – 28.09.2018

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