terça-feira, 22 de maio de 2018

Moçambique espera que Exxon Mobil inicie investimentos 27 biliões de dólares no complexo Mamba-Prosperidade em 2019

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Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 22 Maio 2018
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Imagem do INPO Governo de Moçambique tem a expectiva que a maior empresa petrolífera do mundo, a Exxon Mobil, tome a sua Decisão Final de Investimento (DFI), estimado em 27 biliões de dólares norte-americanos, para exploração do campo de Mamba, na parte terrestre da Área 4 da bacia do Rovuma, em 2019 onde existem cerca de 50 biliões de pés cúbicos de gás natural, muito mais do que as reservas dos campos de Coral Sul e Golfinho & Atum.
O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Tonela, revelou na passada quarta-feira (16) aos deputados da Assembleia da República que o Executivo está “a trabalhar com a Exxon Mobil esperando-se o início da discussão do respectivo Plano de Desenvolvimento ainda este ano, e que a tomada da Decisão Final de Investimento do terceiro projecto de produção de Gás Natural Liquefeito ocorra em 2019”.
As negociações com esta multinacional norte-americana são para a exploração do Campo Mamba que é um complexo de reservatórios localizados na Área 4, contudo parte deles transcendem para o complexo de gás Prosperidade, Área 1, esta área unificada é designada Mamba-Prosperidade.
“Mamba-Prosperidade é um campo de gás natural descoberto que transcende os limites dos blocos concessionados para Área 1 (Anadarko e seus parceiros) e Área 4 (ENI e seus parceiros)”, esclareceu em exclusivo ao @Verdade o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Omar Mithá, ressalvando que “o Campo Mamba não é um campo único, mas sim, uma porção o campo unificado pertencente a dois blocos, da parte da Área 4”.
Exxon Mobil não precisará de fazer um outro reassentamento
Foto do Zitamar NewsO responsável máximo da empresa que salvaguarda os interesses do Estado no sector de petróleo e gás pormenorizou que: “A Exxon Mobil será operador em Midstream e Downstream apenas na Área 4, cujo objecto de desenvolvimento será campo Mamba, conforme disposto no Decreto de 2014 sobre Desenvolvimentos de Projectos da Bacia do Rovuma. Para a parte da Área 1 (Prosperidade), as actividades serão lideradas pala Anadarko, Operador do bloco, numa fase inicial”.
“Nesta fase, para o desenvolvimento dos campos unificados (Prosperidade-Mamba), as Operadoras (Exxon Mobil e Anadarko) das ambas áreas deverão desenvolver as actividades de forma coordenada, de modo a racionalizar recursos e optimização da exploração do gás, conforme as melhores práticas da indústria do petróleo e gás. Para as fases subsequentes, os parceiros das ambas áreas (Área 1 e Área 4) deverão designar o Operador Único, que responderá pelas ambas concessões, apenas para campo unificado”, explicou Mithá em entrevista por correio electrónico.
O PCA da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos referiu ainda “que no âmbito da unificação dos campos, actualmente a Anadarko está a levar a cabo a implementação do plano de reassentamento, em representação dos concessionários das Áreas 1 e 4, não precisando desta forma, da Exxon Mobil fazer um outro reassentamento”.
Concessionários esperam investir aproximadamente 27 biliões de dólares norte-americanos
Neste que será o terceiro projecto de produção de Gás Natural Liquefeito em Moçambique, depois de Coral Sul na Área 4 (cujo projecto arrancou em Junho de 2017) e Golfinho & Atum na Área 1 (que se aguarda a DFI em 2019), existem ainda maiores reservas e a sua exploração catapultará Moçambique para a liderança da exportação do hidrocarboneto.
“O campo de gás Mamba (Área 4) e Prosperidade (Área 1) tem no total cerca de 75 biliões de pés cúbicos, conforme os estudos conjuntos mais recentes. Desta quantidade cerca de 24 biliões de pés cúbicos serão desenvolvidos na fase inicial, sendo 12 biliões de pés cúbicos para cada áreas. Para Área 4, a quantidade de recursos no complexo Mamba é de cerca de 50 biliões de pés cúbicos e incluem outros recursos dos reservatórios independentes”, precisou Omar Mithá em exclusivo ao @Verdade.
O homem forte da ENH revelou ainda que: “Para o desenvolvimento de infraestruturas de liquefacção onshore e montagem de equipamentos offshore, incluindo a parte de upstream, os concessionários esperam investir aproximadamente 27 biliões de dólares norte-americanos”.
“De salientar que este investimento apenas é prevista para a primeira fase, que prevê a construção de duas unidades de liquefacção em terra. As fases subsequentes terão também o seu investimento, que será elaborados antes da submissão do respectivo plano de desenvolvimento”, concluiu Mithá em entrevista ao @Verdade.
São investidores no Projecto Mamba o Consórcio Mozambique Rovuma Venture S.p.A com 70 por cento - que é formado pela italiana Eni com 35,71 por cento, a norte-americana Exxon Mobil com participação de 35.71 por cento e a Chinese National Petroleum Corporation com 28,57 por cento -, os restantes 30 por cento são repartidos em quotas iguais pela portuguesa Galp, a sul-coreana Kogas e a ENH.


Ha um debate da nação na rede sobre os resultados preliminares do recenseamento eleitoral (tudo aqui é preliminar). Isso é bom, pois, mostra nossa prontidao para discutir e analisar assuntos que à nação dizem respeito. Cidadania é isso.
Ora, os debates tem sido frutiferos,espaço de aprendizado pleno. Porem, ha um aspecto que queria ressaltar: a Gazificao do debate, tudo porque em algumas localidades de Gaza os RESULTADOS alcançados superaram as PROJEÇÕES. Em quase todos, o fundamento é o mesmo: Gaza, só por ser Gaza, ou melhor, por ser a que tem o voto tradicionalmente "glorioso", mesmo não tendo prédio de cinco andares. Para tal, se aventa a hipótese ja conhecida: "se o número de inscritos é maior que o número dos projectados, não espanta que o número de eleitores também venha a ser maior que o número de recenseados".
Eu até me solidarizo com quem pensa assim, só que me é dificil não colocar este pensamento no mesmo saco que o da decisão da ministra Conceita chumbada por aqueles miúdos que nem Gillete usam: deitar toda ciência por conta de achismos:
Primeiro, da mesma forma que a ministra (digo, o ministério) parece não ter ido ao diálogo social (aqui só vale o diálogo político, vezes com armas), no recenseamento parece que se fecha na algibeira todo princípio básico, mas tão básico de Estatística: a projecção pode ser alcançada em alta ou em baixa. Dizer que todo resultado que supera a projecção em mais de 100% é maquinação, é de per si razão suficiente para o ministério caçar nossos diplomas para um refreshment básico.
Segundo, o debate peca por ser tendencialmente politicamente regionalizado, quando resultados idênticos se registaram em algumas localidades de Cabo Delgado, aliás, li algures que em algumas localidades de Nampula, também. Claro, o meu amigo Paulo até falou de "Gaza e CD são cunhados", assim tipo são comparsas na malandragem.
Terceiro, o debate peca por não colocar a questão chave: O que fez com que nalgumas localidades ou regiões se chegasse a >100%,contrariamente a outras que registaram números não bonitos. Ninguém aventa a ideia santa de "mobilização" (na verdade o Júlio Mutisse chamou atenção a isso algures), pois, é mais fácil falar de recenseados transportados por Maningue Nice. Vale recordar que esta asserção tem sido usada; e.g., nas intercalares dali de Tocova, ouvimos isso, e quem denunciou, foi quem ganhou.
Sim, falamos e denunciamos problemas do recenseamento, alguns so conseguiram por via de "ways" como diz o Dereck, mas tal nao deve nos fazer trumpificar nossas analises e comecar a arranjar fantasmas de eleições que ainda faltam meses para o dia D. Assumimos que ja que havia problemas, prontamente reportados, sobretudo na rede, todos ficaram nof acebook a comentar, e ninguem pensa que ha quem tenha preferido ir dormir no Posto.
***Eu NÃO disse que não ha maquinação nas eleições, não disse isso, só acho que podemos levar o debate em outra direção, a direccao do questionamento, quem sabe seus resultados nos ajudem a replicar ali onde precisamos de mais trabalho.
Bom dia e bom trabalho.
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Júlio Mutisse Em Moçambique, estudar, analisar ou investigar fenómenos ainda é Tabu. Ou nem tanto mas os holofotes são mais nices que a razão.

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