Assisti, parcialmente, através da Televisão, a cerimonia do Estado, reservada ao Presidente da Renamo, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, no largo dos CFM, na cidade da Beira, falecido, por doença, a 03 de maio de 18, quero crer que, temos e teremos sempre opiniões divergentes, no entanto e, neste particular, quero tecer palavras de apreço ao Governo de Moçambique, ao Presidente Filipe Nyusi e aos cidadãos da cidade da Beira que, mesmo sem declaração de tolerância, fizeram-se ao largo dos CFM, para a ultima homenagem a Afonso Dhlakama.
Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da Republica de Moçambique, ao adiar uma viagem de Estado a dois países Europeus, ao indicar, através do Conselho de Ministros, uma comissão Ministerial para a preparação das cerimonias fúnebres de Afonso Dhlakama, mostrou que, acima das nossas diferenças, une nos a pátria Moçambicana, que eh pertença de todos nos, mostrou que, Afonso Dhlakama era cidadão Moçambicano com convicções próprias a respeitar mas, independentemente dessas convicções, a bandeira nacional o cobre também.
Esta atitude do Governo sob liderança de Filipe Jacinto Nyusi, so pode merecer uma apreciação positiva por parte de nos cidadãos deste pais, o facto de se reiterar o compromisso de tudo fazer, por parte do Governo, para materializar os acordos alcançados com o líder da Renamo, quer no capitulo de descentralização, quer no de desarmamento, integração das forças residuais da Renamo, mostra o comprometimento do Presidente e honra, de forma particular o senhor Afonso Dhlakama.
Não posso deixar de sublinhar, pela negativa, a forma como a oposição extraparlamentar apresentou a sua mensagem na cerimónia, através do meu amigo Manecas Daniel que, contra todas as regras de protocolo elevou o Coordenador da Comissão Politica da Renamo a um estatuto superior ao do Chefe do Estado e, não foi por ignorância, Manecas Daniel foi durante uma ou duas legislações Deputado da Assembleia da Republica, por conseguinte, conhecedor das regras de procedimento.
No sentido inverso, a Renamo, entanto que Partido, mostrou maturação, respeitando todas as formas de manifestação a que tinha direito, o enaltecer o seu líder e a sua causa, fê-lo com algum sentido de responsabilidade, mesmo as suas organizações sociais mostraram civismo, se não mostraram reconhecimento do chefe do Estado, pelo menos não faltaram ao respeito, uma nota a reter que, na minha opinião, contrasta com a posição dos extraparlamentares.
Discute-se enquadramento legal para a tolerância do ponto solicitado pela autarquia da Beira, na minha opinião e, tendo em conta as circunstancias, poderia se dado a tolerância do ponto, na verdade a cidade da Beira parou para homenagear Afonso Dhlakama, esta questão da tolerância de ponto, enveredou por um legalismo que contrasta com tudo quanto foi feito pelo Estado nesta cerimonia, muito se pode dizer mas, pouca compreensão ira merecer.
Um dedinho numa questão controversa entre nós!
Só em jeito de terminar, existem vozes que acham que Afonso Dhlakama deveria ser proclamado Herói nacional, a minha opinião eh de que, Afonso Dhlakama ate pode ser Herói, no entanto, não será o Governo que ele morre combatendo que o vai proclamar Herói, seria um contrassenso, um dia, se a ideologia pela qual lutou e morreu, triunfar, os seus seguidores irão proclama-lo Herói, se um dia o pais encontrar a paz definitiva e duradoura, coabitando diferentes forças politicas no panorama politico legislativo, no espirito de reconciliação genuína, Afonso Dhlakama pode ser proclamado Herói, não hoje e agora.
Obrigado Governo de Moçambique, por este acto de civismo e de cidadania que acabou de dar-nos, obrigado a Renamo por ter mostrado o sentido de respeito pelo Estado e seus símbolos, uma nota e reiterada de reprovação a oposição não parlamentar, que a Alma do Senhor Afonso Dhlakama descanse em Paz!


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