O
jornalista Jeremias Langa a partir de amanhã passa a figurar nas lides
literárias do país. “Tendências da Crítica Literária em Moçambique” é o
passaporte de entrada para o universo literário moçambicano e, quiçá,
mundial. A obra que será lançada no Centro Cultural Camões, pelas 17h30,
é fruto da sua dissertação de mestrado e, essencialmente, aborda a
questão da crítica literária no país, que no entender do autor,
actualmente, é inexistente na imprensa: “os espaços literários
minguaram”.
Langa
disse ter optado por este tema pela sua fraca exploração, em termos de
obras, em Moçambique. Ao autor interessa-lhe, sobretudo, a forma como a
crítica literária é produzida no contexto local, tendo em conta o seu papel de regulador da indústria literária.
Desengane-se
quem julgar que, como jornalista, Langa está distante da literatura.
Muito pelo contrário, afinal, as primeiras manifestações literárias
socorreram-se da imprensa para chegarem ao público. É desde sempre que a
literatura e o jornalismo andam de mãos dadas. Aliás, a ideia de
publicar esta obra é também uma função jornalística que o autor cumpre,
como forma também de incentivar que a nova vaga de jornalistas volte a
colocar conteúdos literários nas páginas dos jornais.
Para
o autor, a imprensa moçambicana devia voltar a publicar crítica
literária, justificando que embora sejam trabalhos produzidos nas
universidades, é necessário que se alargue o seu espaço e só a media é
capaz de a difundir com mais profundidade.
A
grande lição da obra que conta com o prefácio do académico Francisco
Noa é de que a vitalidade de uma literatura está ligada com a forma como
a imprensa pública a crítica, pois no entender do, agora, escritor não é
possível desenvolver uma indústria literária sem a crítica.
A
obra “Tendências da Crítica Literária em Moçambique” sai sob chancela
da Alcance Editores e concentra-se no estudo das tendências da crítica
literária no país, analisando os escritos publicados em jornais desde o
período colonial.
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