Às mais diversas entidades, das assembleias aos governos, das autoridades policiais aos ministérios pertinentes pedimos socorro, protecção das nossas vidas e bens.
Muitos e diversos os riscos que corremos no quotidiano.
O Presidente da RENAMO brindou-nos com tréguas. Obrigado. A vida retomou, mesmo se de modo precário, na região centro. Circulam viaturas, camiões, comboios, reabriram-se escolas na Gorongosa, obrigado.
Suplicamos ao Presidente da RENAMO que nos dê Paz, desarme os seus homens, instale-se na sua residência na Julius Nyerere, assuma as suas funções e tarefas no Conselho de Estado e dirija efectivamente na legalidade o seu partido, oriente as suas bancadas nas mais diversas assembleias. Se o fizer, todos vamos agradecer e elogiar.
O terrorismo ameaça a paz e segurança das pessoas e bens nas mais diversas partes do mundo.
Felizmente que na nossa terra ainda nada sofremos dessas gentes, mas nada nos garante a segurança desejada.
Vejo nos aeroportos, aviões, lojas, supermercados, ruas, pessoas com a cara tapada em nome da fé e santa do Islão.
Que eu conheça dos ensinamentos do Santo Profeta, ele afirmou claramente que matar um inocente é matar a humanidade.
O Islão chegou a Moçambique faz mais de mil anos. A primeira região que aderiu a essa fé encontra-se no norte da zona costeira de Moçambique, em especial Nampula. Nunca as mulheres de Nampula taparam o rosto, durante o dia cobrem-no com mussiro, para proteger a pele e embelezá-la.
Pessoas de rosto coberto surgiram muito recentemente e na grande maioria trata-se de emigrantes recentes vindos do Paquistão e do Médio Oriente, sem conexões com a nossa tradição local e querendo para cá transferir usos, costumes e roupas que podem perigar as nossas vidas e segurança, mesmo de outros crentes do próprio Islão.
Ninguém duvida que o Reino do Marrocos faz parte dos países islâmicos e até no título do monarca se afirma que ele é comandante dos crentes.
O islâmico Marrocos, porque sentindo os perigos de as pessoas taparem o rosto e disfarçarem-se em vestimentas que nada revelam, acaba de proibir a produção, importação e uso das ditas burcas e vestimentas dessa natureza.
Sofreremos nós um complexo por fazê-lo? Não nos esqueçamos que Moçambique faz parte dos países laicos e que, embora importante a fé islâmica a maioria dos moçambicanos não aderiram a ela. Sabemos sim, que a fé islâmica é maioritária quando comparada com as demais confissões monoteístas. Volto a insistir, o que impede o Estado de tomar as medidas apropriadas para a protecção das vidas e bens ameaçados por pessoas encapuçadas e disfarçadas?
Não nos obriga a lei a sermos identificáveis em todos os tempos?
Existe uma protecção mais que escassa que nos garante a polícia. Difícil vermos um agente num dia de chuva ou à noite, carros e motos de patrulha, esses são quase inexistentes, apenas servem para escoltas de altas entidades, que pouca gente ameaça, excepto procuradores, juízes e investigadores dos casos ditos quentes.
Verdade, estes raramente estão protegidos nas suas andanças e residências como já se verificou em diversos assassinatos.
Parece que dirigentes de uma cadeia deixaram fugir um notório assassino de um magistrado. Esses dirigentes encontram-se já detidos, mas o assassino goza livre das suas façanhas e aproveita-se dos dinheiros que lhe pagaram para cometer o crime.
Na minha rua já assassinaram várias pessoas pela noite, moças que vêm das aulas nocturnas muitas delas tornaram-se objecto de violação. Já não menciono os assaltos a casas e viaturas.
Vejamos o que acontece em caso de incêndio, mesmo na capital do país.
Quantos carros de bombeiros e viaturas para o abastecimento de água existem e onde? Quanto tempo levam a prestar socorro, mesmo na zona central de Maputo? O que acontece quando o posto da rua não tem água e sobretudo agora que existem sérias restrições no abastecimento de água das casas, devido à seca que sofre o Rio Umbelúzi e a barragem que abastece Maputo?
Que normas de segurança existem na construção de locais onde pelas mais diversas razões se aglomeram pessoas? As portas que se abrem de dentro para fora não constituem um perigo de aí se espezinharem e matarem gentes devido aos atropelamentos resultantes do pânico? Não se tornaria obrigatório que nesses locais as portas se abrissem para fora como se ordena já em diversos países, vítimas dessas situações?
A EDM cuida pouco da segurança das gentes.
Na minha rua, como noutros vejo fios eléctricos pelo chão, subestações com portas escancaradas ou mesmo inexistentes. Ninguém, uma criança a brincar não poderá tornar-se vítima de uma electrocussão?
Pagamos e bem aos senhores dirigentes da empresa para nos garantirem segurança,energia constante e fiável, sem oscilações tremendas que destroem os nossos electrodomésticos que bem caro nos custaram. Quantas vezes a EDM assume as suas responsabilidades e indemniza as vítimas da sua incúria e desleixo?
Sugiro que as vítimas apresentem queixas no tribunal.
Circular pelas nossas ruas, avenidas constitui um desafio às nossas vidas e segurança. Existem buracos, mesmo nos passeios retiraram uma tampa que dá acesso aos esgotos e, sobretudo pela noite, fácil a um incauto lá cair, ferir-se ou até matar-se. A grande maioria das lombas não estão assinaladas com bandas sonoras e pintura renovada. Quem não conheça a rua fácil à viatura acidentar-se, danos materiais e danos à vida.
Não possuindo o país fabrico de peças de reposição, quanto pagamos para as importar? Quanto do erário público se gasta nisso e quanto se pouparia com melhor sinalização e policiamento?
Como destroem as estátuas na Praça da OMM? Existem lá obstáculos sérios em betão, a que velocidade se encontra uma viatura para os derrubar? Conhecendo estes factos e que meninos e bêbados pela noite gostam de fazer rallies, sabendo os locais habituais das ocorrências, porque razão não existe policiamento nesses sítios? Falta de verba? Sai mais barato comprar peças fora?
Por isso eu e todos suplicamos pela acção das autoridades para proteger as nossas vidas e bens.
P.S. Sai este texto no dia em que se completam 57 anos do assassinato de Patrice Lumumba e seus companheiros no Katanga. Fuzilado aí depois de para lá deportado por Mobuto. Um pelotão belga assassinou-o e aos colegas, Tshombé estava presente. Todos agiram no interesse das grandes companhias mineira que exploravam o Katanga. Afirma-se que Ulisses em Tróia teria dito que receava os gregos sobretudo quando traziam presentes, aqui mude-se a palavra gregos e leia-se transnacionais.
Dia 20 relembramos Amílcar Cabral, assassinado em 1973, por agentes do colonialismo. Spínola explorou o racismo, tribalismo, regionalismo e localismo para recrutar e matar. A Guiné-Bissau até hoje não se ergue vítima destes males. Lembremos quão frágil é ainda a nossa unidade nacional e saibamos precavermo-nos destas maldições.
Honra e glória aos combatentes da liberdade.
SV
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