Ao mano Alberto Saibo A. Nariquicho eu nunca falei de divisão de Moçambique e penso que nunca falarei porque nunca vi motivos para tal. Contudo, não quero nunca fechar os olhos e não ver que o grande problema de Moçambique é precisamente divisionismo perpetrado por quem detém o poder. Divisão de todos os tipos: étnica, regional, social, económica, partidária, etc, etc. Isso que cria um Nós e os Outros.
Há também um problema muito grande em Moçambique e de moçambicanos. Os que mais defendem que Moçambique é uno (Unidade Nacional), são os que praticamente são piores divisionistas de todos esses tipos. São grandes tribalistas, regionalistas, os de divisão de classes sociais. Esses tais querem ser deuses, adorados por aqueles que não reagem contra o seu modus operandi. Eles querem manter silenciosos os seus críticos, usando teorias manipuladas.
Saibo, também que fiques sabendo que o discurso de unidade nacional não é nenhuma roda inventada pela Frelimo. No nosso caso, no regime colonial já se falava de tal unidade nacional que se estendia das Ilhas dos Açores ou lá do norte de Portugal a Timor-Leste. Todos éramos portugueses. Era Unidade Nacional. Mas será que na prática éramos todos portugueses? Quem governa qualquer território, quer assegurar de pedra e cal todo o território que já domina e não quer perder sequer um centímetro. Mais do que perder, quer conquistar outros territórios, infelizmente isso não acontece frequentemente nos nossos dias. Os dominantes também usam a táctica de dividir para dominar. Portanto, na prática a Frelimo não une mas divide-nos para nos dominar. Exemplos não faltam e tudo começou desde a fundação da FRELIMO.
No caso recente, notámos tudo como foi aquilo de proibir e com violência que os outros partidos fizessem campanha em Gaza; que houvesse observação em todas as mesas em Gaza; de a Frelimo lutar para que houvesse enchimento das urnas em Gaza para parecer que Gaza é só Frelimo e CATIVAR dos direitos de todos os gazenses. é acção do DIVISIONISMO, TRIBALISMO, OPRESSÃO e todos os males para Moçambique.
Pior ainda, é buscar de toda aquela artimanha e noutros pontos do país com a mesma característica para justificar a dominação de todo o território e sobretudo os maiores círculos. O que realmente quiseram ou querem os que desenharam a estratégia, os intelectuais orgânicos do regime, de encher urnas em Gaza? Que os nampulenses e zambezianos se zanguem com os gazenses? Os que usam o Sul querem que os do Centro e Norte se zanguem com os do Sul e chamar os zangados de tribalistas? DIVIDIR PARA REINAR o modus operandi da Frelimo.
Afinal, quem é o culpado do que outros sentem? Os tribalistas, regionalistas, manipuladores da opinião? Ou que sentem a dor?
Algo que me deixou surpreendido foi o Nyusi dizer em Mueda que votar a ele não significa exigí-lo para a solucão dos problemas, o desenvolvimento daquela parcela do país, pois que como eles deviam saber, Gaza nem aeródromo com condições tinha. Era para nos dizer que os gazenses ficavam satisfeitos por Mondlane, Samora e Chissano terem sido originariamente de Gaza e os de Mueda deviam apenas se orgulharem e alimentarem da naturalidade de Filipe Nyusi? Isso não é regionalismo e tribalismo ainda em prejuízo das suas próprias etnias e religiões?
Abraço mano.
Abraço mano.
Sem comentários:
Enviar um comentário