segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

GERAÇÃO 8 DE MARÇO: um equívoco da história de adminstração pública elevado ao estatuto heróico


_____________________________________________________
Ao meu arquiamigo, Júlio Mutisse
Aconteceu que em 8 de Março de 1977, exactamente um mês depois do III Congresso da Frelimo – na verdade I Congresso do Partido Frelimo, o então Presidente da República, Samora Moisés Machel, decidiu convocar um grupo de estudantes para trabalhar em vários sectores da economia do país em resultado da saída de aproximadamente 200 mil portugueses para Lisboa ou países vizinhos. Este grupo ficou conhecido por 8 de Março. E estranhamente, alguns historiadores, agindo em causa própria, beatificaram o grupo que ficou conhecido pelo nome de Geração 8 de Março, escondendo e atirando para debaixo do tapete a grande arbitrariedade e o escamoteamento da história de Moçambique, não nos permitindo assim aprender as necessárias lições para desta forma evitar erros.
Para começar, a própria decisão foi má. Os actuais membros dizem que “aceitaram o chamamento”. Mas cá entre nós, era possível que alguém pudesse negar tal “chamamento”? Não. Não era. Este acto desumano e coercivo mudou indelevelmente a vida de muitos dos então estudantes e afectou outros milhares:
• Pensem na qualidade de ensino, no impacto sobre os estudantes ou alunos que aprendiam de outros alunos sem nenhuma formação sólida
• Pensem nos pacientes beneficiando de assistência de estudantes sem nenhuma formação seria.
• Pensem nas empresas que faliram porque geridas por estudantes sem nenhuma experiencia de gestão.
E depois disso tudo vem dizer que “analisando o percurso”, valeu a pena. Não valeu a pena não. Foi má a decisão.
A história económica deste país mostra claramente que de 1977 a 1984 (segundo a periodização do Professor Yussuf Adam) portanto, logo a saída do III Congresso (I Congresso do Partido Frelimo) a economia declinou. Este declínio teve por base não apenas a dificuldade em aplicar até as últimas consequências o modelo socialista escolhido mas também da incapacidade de o Estado pensar em alternativas para a solução de problemas concretos na altura. Portanto, o “chamamento” compulsivo de estudantes para unidades de produção, longe de ser visto como acto heróico deve pelo contrário ser questionado e considerado um gravíssimo erro estratégico, como aliás, pôde corrigir-se mais tarde, com o envio de milhares de moçambicanos ao exterior para estudar. É importante lembrar que na altura que isso acontece, o Estado moçambicano arranjara problemas com três sectores fulcrais para a estabilidade deste país: as autoridades tradicionais – acusadas de serem o reduto feudal e cúmplice do sistema colonial; a igreja – acusada de ópio do povo e obstáculo a materialização do projecto socialista, os COMPROMETIDOS - indivíduos que colaboraram com o sistema colonial e os combatentes moçambicanos do lado do estado colonial português.
A (pequenina) história do 8 de Março tem sido adulteramente associada ao sucesso das políticas sociais em sectores como saúde e educação. Na verdade, isto acontece porque parte dos redactores destas estórias foram outrora vítimas desta arbitrariedade. O sucesso da política da educação (redução em 20% da taxa de analfabetismo de 1975-1982) e saúde (na imunização) não se deveu a 8 de Março. Foi devido ao forte investimento do Estado nestas áreas com a forte ajuda da cooperação internacional: investimento na infraestrutura, meios humanos e técnicos. Esta forma aleatória e oportunista de associar factos sociais aos factos históricos está na origem deste mito de baixo consenso, que permite que os que se identificam com o tal 8 de Março tirem proveitos políticos e se aglutinem em torno do poder. Para finalizar, importa dizer que testemunhamos ao longos dos últimos cinco anos, uma autêntica peregrinação ao 8 de Março, numa tentativa de “purgar “os de lá e os de cá.
  • 10 hrs · Like
  • Yussuf Adam Eu ainda no 1o ano ou 2 ano de historia la fui dar aulas aos 8 de Marco.... A maior parte deles passaram por grandes dificuldades pessoais, familiares, etc...
    10 hrs · Like · 14
  • Geraldo Angelo Mutuque quermos contar tudo de forma heroica e nao objectiva
    10 hrs · Like · 5
  • Altino Mandlaze ... um mês depois do III congresso da Frelimo, na verdade I... portanto, logo a saída do III Congresso...??????????
    10 hrs · Like
  • Orlando Maceda Faço-vos agora uma confidência. No início da década de 80 fiz parte de um grupo de escritores e músicos a quem foi dada a incumbência de produzir um novo Hino Nacional e um novo Hino para o Partido Frelimo. A forma como recebemos a tarefa era indicadora dessa disciplina: recebemos a missão, fomos requisitados aos nossos serviços, e a mando do Presidente Samora Machel fomos fechados numa residência na Matola, tendo-nos sido dito: só saem daí quando tiverem feito os hinos. Esta relação entre o poder e os artistas só é pensável num dado quadro histórico. O que é certo é que nós aceitámos com dignidade essa incumbência, essa tarefa surgia como uma honra e um dever patriótico. E realmente lá nos comportamos mais ou menos bem. Era um momento de grandes dificuldades … e as tentações eram muitas. Nessa residência na Matola havia comida, empregados, piscina… num momento em que tudo isso faltava na cidade. Nos primeiros dias, confesso nós estávamos fascinados com tanta mordomia e ficávamos preguiçando e só corríamos para o piano quando ouvíamos as sirenes dos chefes que chegavam. Esse sentimento de desobediência adolescente era o nosso modo de exercermos uma pequena vinga. Mia coutohttp://www.macua.org/miacouto/MiaCoutoISCTEM2005.htm
    Começo pela confissão de um sentimento conflituoso: é um prazer e uma honra ter recebido este convite e estar aqui convosco. Mas, ao mesmo tempo, não sei lidar com este nome pomposo: “oração de sapiência”. De propósito, escolhi um tema sobre o qual tenho apenas algumas, mal contidas, ignorâncias. To…
    MACUA.ORG
    9 hrs · Like · 14
  • Rildo Rafael O país da gerações: Um dia escreveremos sobre a "geração da viragem"...Como dizia o Padre Couto " O que é isso geração da viragem? Viraram o que mesmo? Talvez seja realmente um bom convite para a periodização das gerações da história de Moçambique!
    9 hrs · Like · 2
  • Egidio Vaz Rildo Rafael, a história não se faz assim. Quem periodiza a história de um país através de gerações é um grupista, elitista, quer dividir para reinar.
    9 hrs · Like · 6
  • Orlando Maceda Kikikiki! Além das gerações, já existe os "G". É um "problema que estamos com ele"?
    9 hrs · Like · 1
  • November Romeo Caro Egídio, respeito imenso o que escreve e a sua opinião... Mas acho que antes de considerar um equívoco deveríamos pensar na conjuntura real do País na altura! 


    Como se poderia manter as escolas a funcionar? As mais remotas? Para o Estado não falhar imediatamente e poder investir nas partes onde houveram melhorias sacrificou (sim, porque os jovens não se sacrificaram, foram sacrificados) um grupo de jovens para manter o interior remoto assistido com saúde, educação e mão de obra ainda que muito básica. 

    Acho que não podemos nunca esquecer que eles foram, fizeram e muitos não voltaram! Bem? Mal? Sentados aqui em frente às nossas maquinetas é muito fácil julgar... 

    Mas como bom Católico deveria saber: "Aquele que não tem pecado que atire a primeira pedra...". Samora mandou e havia uma necessidade real. Estes jovens preencheram esta necessidade o melhor que puderam. 

    Minha Mãe foi, meus Tios foram (e foram todos mortos pela RENAMO)... heróis? Acho que não. Mas Moçambicanos engajados sim...
    9 hrs · Like · 2
  • Rildo Rafael Hehehe! Egidio Vaz! Realmente, o meu comentário tem mesmo um sentido irônico! Pincelada da história de Moçambique com "endeusamento" de algumas soluções não apropriadas
    9 hrs · Edited · Like
  • Rafael Ricardo Dias Machalela A verdadeira história deste país será escrita daqui há 100 ou 200 anos Quando todos os "fazedores'' e interessados no seu "pincelamento" (comprei o termo) partirem desta para o melhor .
    9 hrs · Like · 1
  • António Francisco Egidio Vaz, eu fiz parte do 8 de Março e digo-te que aquilo foi uma das muitas patetices do radicalismo revolucionario. Nada vale a pena quando a alma é mesquinha.

    Por isso, quando os meus ex colegas começaram em 2003-94 a tentar heroicizar aquela experiencia fui contra. Foi uma experiência para nunca mais repetir. Mesmo alguns que vieram depois dizer qie valeu a pena, ao perceberem que estavam a ser instrumentalizados, acabaram por reconhecer que era melhor ficarem calados.
    8 hrs · Edited · Like · 12
  • Tony Ciprix Egidio Vaz, o senhor vai ficar na prateleira dos mestres da desconstrução. A monopolização dos factos para a partir deles construir a história da heroicidade e, assim, reclamar o direito à privilégio, numa lógica de menor esforço, parece ser o caminho que estamos a construir. A análise dos fracassos tem imputado a responsabilidade à dita Guerra de desestabilização. Nao se leva em consideracao essas outras variaveis que exigem uma dialecticidade. Em fim, o pensamento linear virá aqui fazer-nos acreditar que o sapo é jacaré!
    9 hrs · Like · 7
  • Tony Ciprix Eu ainda teimo em afirmar como escrevi em algures que os nossos dirigentes interpretaram de acordo com os seus interesses o principio pedagogico de uniao entre a teoria e a pratica. Para eles, o pacato cidadao tinha que mostrar, na pratica, que estava de acordo com a teoria que era a linha do partido e as orientacoes que o partido dava aos diversos orgaos. Por isso, a recusa era interpretada como nao coerencia entre a teoria e pratica, logo resquicios da mentalidade feudal e colonial-burguesa. Havia outra saida que cumprir com os "deveres" patrioticos? A experiencia valeu a pena somente para um grupo
    9 hrs · Like · 4
  • Antonio A. S. Kawaria 1. Negar a missao era quase impossivel. 2. Aumentou assimetrias pois as escolas que ja davam niveis de liceu no norte foram encerradas, incluindo o magisterio primario em Nampula. 3. Apesar destes constrangimentos foi com esta geracao que foi possivel aumentar a rede escolar até os niveis da 6a classe. Por outro lado, a maior parte desta geracao acreditava na construcao de um Mocambique melhor.
    9 hrs · Like · 4
  • Antonio A. S. Kawaria Por outro lado, ha que se aceitar que 8 de Marco é resultado de um mau acordo em Lusaka porque lá nao se viu o perigo da fuga da mao de obra qualificada, incluindo professores e pessoal médico.
    9 hrs · Edited · Like · 6
  • Egidio Vaz Ilustre Antonio A. S. Kawaria, o acrodo de Lusaka é imaculado quanto a este assunto.O que de facto precipitou a fuga, isto mesmo, FUGA dos portugueses foram as condições objectivas do novo regime: imagine-se um advogado em que a sua profissão é banida! Expropriação de bens privados como lojas e pequenas unidades de produção e a colectivização do campo. Mesmo Mário Coluna, faleceu sem que pudesse reaver o seu prédio, confiscado no âmbito das nacionalizações. Ou seja, não foi o acordo que devia explicitar o regime económico que se iria implantar. Em Nampula, nas vésperas da independência, corriam rumores de que mal a Frelimo entrasse, tudo seria confiscado por ela, inclusive mulheres (leia-se no livro ddo Professor Yussuf Adam). Estes rumores começaram a ganhar sentido com as primeiras medidas centralizadoras do regime de então. Veja-se de novo na relação conflituosa entre o Estado e as igrejas, ou com as lideranças tradicionais.
    8 hrs · Edited · Like · 5
  • Tres Setas "O que é certo é que nós aceitámos com dignidade essa incumbência, essa tarefa surgia como uma honra e um dever patriótico" extrai do comentario de Orlando Macedo. E na altura me parece que as pessoas entendiam que dever patriotico estava acima de todos os interesses individuais
    8 hrs · Like · 1
  • Alberto Jacinto Mahunja Eu tenho que descordar em parte com "desvalorização" total desta decisão, se calhar se o Egidio Vaz tivesse colocado aqui possiveis alternativas a esta. Mandar estudar fora é claramente uma das melhores mas isso custa seu tempo de formação e a saúde e educação e a própria administração publica n devem esperar. Por isso procurou se uma solução imediata pra segurar as pontas e pôr a máquina a funcionar com os recursos que se tinha disponível. O chato é o facto do aproveitamento político que se faz em torno disso.
    8 hrs · Like · 4
  • Luis Jorge Pott Fraga não mistures tudo...acho bem que os bens fossem nacionalizdos...e as pessoas não partiram todas ao mesmo tempo nem pelas mesmas razões...ago´ra, já não estou de acordo que sejam reprivatizados...
    8 hrs · Like · 1
  • Júlio Mutisse Egidio Vaz vamos reflectir nisto juntos e com alguma serenidade. Diz que foi má a decisão, mas não diz a alternativa que o Estado tinha face a debandada ocorrida. A economia declinou? Acredito que sim e vários outros factores tem que ser avaliados para esse declínio e, elencar só a inexperiência ou falta de preparação das pessoas que foram gerir as empresas pode ser demasiado redutor na compreensão que devemos ter da nossa história colectiva. O alastrar da guerra, a sabotagem infraestruturas, o peso do investimento na defesa e a falta ou escassez de investimento noutros sectores estatais, a conjuntura global etc, tudo isso tem que ser equacionado na avaliação desse declínio, mesmo sem excluir a falta de experiência de muitos gestores.

    Trazes uma reflexão boa mas precisa de alguma serenidade na avaliação da decisão em si, seus impactos etc. 
    Eu comecei a estudar em 1980 às mãos de alguns desses. Lá na minha localidade é possível que não tivesse como ir a escola se alguns desses não tivessem consentido sacrifícios. Olha que os meus primeiros anos de escola, em termos de preparação, foram os melhores de todos e não me considero mal preparado, antes pelo contrário.
    8 hrs · Like · 9
  • Tony Ciprix Ou seja, a violencia revolucionaria que era apregoada e a intolerancia ja manifesta como o caso do Instituto Moçambicano que fez com que alguns jovens promissores fugissem para o Kenia, dali para is EUA, Canadá e outros destinos. Revolucao explosiva, a nao dualidade de poderes e o exigencia do reconhecimento da FRELIMO como único representante(?) do povo. Tudo isso acrescido das práticas pos-independencia, cujos resquicios nao desapareceram passados 40 anos.
    8 hrs · Like · 2
  • Cassamo Ussene Mussagy As pessoa que dizem que valeu a pena sao as que depois que da morte do Samora encheram os bolços,falindo empresas os outros sao os que consiguiram cargos altos.
    8 hrs · Like · 1
  • Antonio A. S. Kawaria Tony, a recusa era punivel. Recordo-me dum colega que fugira/abandonara o curso de professores, mas quando apanharam-lhe na cidade de Nampula, lhe reconduziram ao centro, onde lhe raparam Como se ladrao fosse.
    8 hrs · Like · 4
  • Alberto Jacinto Mahunja Hoje, volvidos 27 anos, temos mais pessoas qualificadas nos mais diversos sectores mas temos a pior qualidade de ensino de sempre. Aqueles mal preparados trabalhavam em condições precárias mas com muita qualidade. Não era possivel não saber ler nem escrever no mínimo na terceira classe agora n entendo a diabolizaçäo dakela geração.
    8 hrs · Like · 2
  • Betty Georges Cap Sr.Egidio,nao o conheço e nunca o vi na minha vida....é muito,muito e muito facil hoje em 2014 criticar ou falar da geraçao de 8 de Março...Mas,permita-me dizer-lhe o seguinte: Sem a geraçao 8 de Março,o Sr.nao teria o Moçambique que tem hoje...A geraçao 8 de Março "aguentou" segurou" o País em pé....talvez,fosse uma geraçao nao bem preparada profissionalmente-mas academicamente eram mais preparados que a actual geraçao....Ps! nao se esqueça de que os estudantes do sexto ou setimo anos na altura eram mais preparados acdemeicamente que os ditos doutores de hoje.....sim,nao se podia recusar às tarefas mas era uma gerçao disposta aos sacrificios para Moçambique....Sr.Egidio- o senhor escreve bem,fala bem o portugues mas nao faça analises superficiaias e de certe forma estupidas....Sem a geraçao 8 de Março,Moçambique estararia paralizado....O senhor critica a geraçao 8 de Março....e a sua geraçao o que fez???....Nao fale de coisas que nao sabe...8 de Março,foi uma geraçao que se sacrificou para o senhor ser aquilo que é hoje...Ingrato! ....
    8 hrs · Like · 2
  • Tony Ciprix Júlio Mutisse, uma primeira alternativa que se tinha à época era o nao endurecimento do discurso e das práticas mesmo no decorrer da luta armada. Os dirigentes queriam construir algo inteiramente novo. Para isso, enfrentaram a pavorosa conclusão platónica: expulsar os mais velhos.
    8 hrs · Like · 2
  • Jorge Baptista Alguineiro Ilustre Egidio Vaz, peço para apresentar neste post em resumo a biografia de yussuf adam
    8 hrs · Edited · Like
  • Egidio Vaz Júlio Mutisse, a tua justificaçãonão é original. É a quela a que te impuseram aos longos dos anos. Eu também penso assim, na maioria dos assuntos. Mas gostaria de sugerir-te alguma calma. Veja a estrutura dos problemas que se seguiram a independência a começar pelos problemas ideológicos.

    1-Ao nível interno: detenção de opositores internos e acantonamento em centros de reeducação
    2-Decretar Moçambique País socialista, marxista-leninista
    3-Surgimento de primeiros focos de instabilidade: 
    De 1975-1977 sairam de Moçambique mais de 200 mil portugueses, de acordo com as estatísticasd de então. A guerra civil só começou em 1977, como pequenos focos de instabilidade. Ela só se desenvolve ao nível nacional na década de 80. Mas antes, a seca e fome , a desorganização da economia e o insucesso das políticas adoptadas são de facto as razões para o colapso. Portanto, ao falares da guerra, faça-o na segunda fase da sua análise. De 1975 a 1977 e de 1977 a 1983 (IV Congresso da Frelimo, II do Partido Frelimo) o Estado passou de revisão em revisão aos seus sucessivos planos económicos, num frenezim contraditório, tentando justificar erros, encetando aberturas aqui e acolá para conter o descarrilamento da economia. Veja também no plano internacional, o entusiasmo com que o país se laçou para a libertação do Zimbabwe, que só nos trouxe prejuizos e compramos a guerra; a forma hostil com o malawi e RSA e a nossa posição com o bloco do leste. Isto tudo foi mau. Foi mau. Só nos trouxe problemas.
    8 hrs · Like · 2
  • Tony Ciprix Betty Georges, vamos debater o facto sem nos desqualificarmos. Cada geraçao têm os seus desafios. Mas isso nao nos impede de fazermos uma avaliação critica da história de modo que ela nao se torne numa tragédia. Seguindo o teu raciocinio, hoje nós devemos tambem cantar hossanas a geracao 8 de Março ao reivindicar privilégios? Depois virá a geracao da viragem, o G40 por ali fora?
    8 hrs · Like · 2
  • Tony Ciprix E foi mau. Os nossos dirigentes sacrificaram o cidadao com essa medida do Zimbabwe e enfrentamento do apartheid. Apoiar sim, mas salvaguardando a integridade dos cidadaos....
    8 hrs · Like · 3
  • Gabriel Muthisse Há muitas maneiras de procurar aplausos fáceis. Egidio Vaz, pessoa muito inteligente, não precisa destes corta - matos. Então pensa que, perante a fuga dos portugueses a solução era mandar toda a gente estudar fora? Tem mesmo a certeza de que a FRELIMO nacionalizou cantinas e pequenas empresas e que essa foi a causa da fuga dos colonos?

    Avalia melhor os teus argumentos, mesmo que isso implica menos ovações. Tu podes.
    8 hrs · Like · 3
  • Júlio Mutisse Egidio Vaz, colocou como marco 1977. Não estou a recuar para 1975. Não estou a ver pelas lentes que me emprestaram, estou a ver os factos como eles são. Em 1980 quando começo a estudar, lá em Madzukane localidade esquecida da Província de Gaza, que professores teria se aquela medida não fosse tomada? Endureceu se o discurso, tomaram se medidas e houve fuga como diz o professor Tony Ciprix e havia que tomar decisões, tomou se a de 8 de Março, num momento delicado em que outra alternativa não havia e, diga-se, devo o ingresso a escola a essa medida. Devo ter tido um professor que vivia numa palhota que tínhamos que reformar anualmente a essa medida.

    O declínio da economia não pode ser achacado unicamente ao chamamento de 8 de Março. Há outras decisões tomadas do ponto de vista politico que concorrem para isso. Há a guerra, a estiagem, a conjuntura global etc. Há que equacionar isso tudo. Concordas?
    8 hrs · Like · 2
  • Gulumba D. Mutemba Aqui a conversa dos conhecedores das coisas. Mas como sou um pouco ousado,tenho a dizer que a história do nosso país é usada como pilares,que sustentam a permancia dos camaradas no poder. Só com a queda do regime,será possivel termos a real história deste país.
    8 hrs · Like
  • Cassamo Ussene Mussagy Quem aparece a falar bem da geraçao 8 de Março???sao os bem sucedidos.é bo percebemos as consequencias disso,o mal que isso troxe...é pratica de nos os Moçambicanos olharmos para o nosso umbigo.Temos que analisar no geral...porque nao se fala da operaçao produçao???porque ai quase nao se encontra ninguem que encheu o bolço....
    8 hrs · Like · 1
  • Egidio Vaz Ilustre Gabriel Muthisse a sua interpelação política - diga-se vem ainda adensar as minhas suspeitas sobre o que pretende. Começa por acusar esta proposta de reflexão como querendo caçar aplausos. Eles, os aplausos não me fazem falta nem me engrandecem. São inúteis quando não forem sinceros. Em segundo lugar faz-me perguntas partindo de uma conclusão sua. Eu não disse que a causa da fuga foi a nacionalização de cantinas e pequenas empresas. Isso também aconteceu. Portanto, o ilustre como beneficiário directo e experiente deste momento deveria nos ajudar a trazer dados, que a muitos faltam. Eu tenho os meus, de fontes secundárias que sustentam o que disse. E parece que muitos também têm dados identicos. Agraço o seu comentário
    8 hrs · Edited · Like · 1
  • Egidio Vaz "O declínio da economia não pode ser achacado unicamente ao chamamento de 8 de Março". Perfeito Júlio Mutisse. Este teu posicionamento é um autêntico martelo à cabeça dos ideologos da Geração 8de Março. Porque eles julgam que a sua prestação contribuiu para o "sucesso". Que sucesso? Qual sucesso?
    8 hrs · Like
  • Jotem Sithole Porque moçambique interviu na independencia do Zimbabwe, a provincial de manica sofreu mais com IAN SMITH do que com a Guerra dos 16 anos, foram destruidas pontes que so viriam a ser reeconstruidas ha 2 anos atras
    8 hrs · Like
  • Betty Georges Sr.Egidio,é facil e muito facil falar do passado...repare bem que viviamos no periodo da "guerra fria"...Para o seu conhecimento os 200 mil portugueses que sairam de Moçambique- a maioria era formada de individuos que nao gostavam de negros como o senhor...Pergunte aos seus pais-se nao sabe....fala de desorganizaçao economica-mas,esquece-se das sabotagens economicas da Rodesia e da Africa do Sul...e voces me dizem que sao doutores....mas,nao focam o assunto de forma academica.....nao façam analises "embebendo-se" em ideologias politicas...Nao defendo a Frelimo,mas tambem ela nao tinha experiencias de governar e estava formada de utopistas...era a forma de pensar na altura...Mas,sabe poruqe Moçambique foi obrigado a manter agora relaçoes com os paises de leste??....Sabe???...Acho que nao!!!!....facil,facil e facil criticar o passado?....O que voces fazem agora?....No nosso periodo nao havia raptos,tanta corrupçao,pouocos bilionarios...voces criticam,falam,escrevem mas o que voces fazem realmente para o bem de todos ?...O que voces fazem????....Doutores de meia-tigela!!!...e analistas extraterrestres!!!!....Nao falem de assuntos que nao sabem-informem-se primeiro
    8 hrs · Like · 3
  • Tony Ciprix Júlio Mutisse, segundo o meu entendimento, o Egidio apresentou uma das variaveis fundamentais para se compreender um problema. Por outro lado, está a desconstruir um mito que tenta enrainzar-se em substituiçao do outro mito o que é mau para um país. Se a decisao foi acertada, no's hoje temos condiçao de avalia-la. Para o Egidio Vaz a decisao foi má. E ele justifica-se: declinio economico, falencia de empresas. Mas entre nós cá, como se explica que ja no IV Congresso havia vozes discordantes em relacao ao modelo economico adoptado no III Congresso, se as decisoes ali tomadas eram todas certas? E mais, no meu entender, houve um voluntarismo revolucionário excessivo que influenciou a tomada de decisoes. Parecia que eramos donos da história, mesmo no contexto desfavoravel de correlacao de forças
    8 hrs · Like · 3
  • Tony Ciprix Gabriel Muthisse, permita-me dizer-lhe que parte do que está sendo colocado aqui faz parte de teses de Doutoramento e dissertacoes de Mestrado.
    8 hrs · Like
  • Júlio Mutisse Egidio Vaz houve apertos na economia em face da concorrência de diversos factores mas, paralelamente, muitos de nós que não teríamos como ir a escola fomos. As estatísticas da educação mostram como o país cresceu com a contribuição desses nesse contexto e fomos comparativamente melhor preparados que muitos de hoje com professores formados. Então, a análise do contributo desse pessoal não deve ser feita em compartimentos estanques, deve ser feita avaliando os muitos sectores onde essa gente deu o seu contributo. A distância de quase 37 anos o país pode reavaliar as coisas em 3d mas quem esteve lá há 37 anos não tinha tudo o que temos hoje e tinha que contar com o que tinha.
    8 hrs · Like
  • Lindo A. Mondlane entao sendo assim, qual era a soluçao?... deixar esses sectores desocupados? quem nao tem cao caça com gato..o governo de entao optou pela soluçao mais viavel naquele momento e de algo se aprendeu....
    8 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse Egidio Vaz, não faço parte da tal geração 8 de Março. Aquando dessa medida, eu ainda estava no primeiro ano do Comércio. Nunca me inclui em nenhuma geração para obter seja o que for.

    Vi na tua argumentação a ideia de que a solução para a fuga massiva de professores era o envio dos alunos para fora. Ora esta ideia não faz sentido, se for agitada como a solução de um problema que afectava todo o país. Em 1977 eu fui para Cuba, num grupo de 1200 alunos. Mas é preciso ver que nem sequer representavamos 5% do estudantado moçambicano. 
    Também, nunca foi política da FRELIMO nacionalizar cantinas e pequenas empresas. Houve, de facto intervencionamento de unidades económicas que não eram estratégicas. Mas este tipo de decisão só ocorreu após o respectivo abandono pelos proprietários. Para não deixar trabalhadores no desemprego.
    Como historiador, embora não no activo (pois pelo que sei é especialista em comunicacao), pode aceder facilmente aos arquivos económicos desse período, para não induzir os encautos em erro.
    Aquela decisão era incontornável. Não havia mais ninguém neste país para ser sargento de polícia, ou para outras coisas vitais para a própria continuidade do Estado. E algumas dessas coisas não podiam ser feitas por cooperantes. Como, por exemplo, comandar uma unidade de guarda - fronteiras em Espungabera.
    8 hrs · Edited · Like · 7
  • Theo Muhacha Nao menos important ee o dito plano prospectivo indicativo, k consistia em erradicar o analfabetismo em 10 anos, plano este ke se tornuo nao concretizado e hoje aparecem disendo k consiguiram combater o analfabetismo k uma aberacao para um povo k paga avultados imposto
    8 hrs · Like
  • Tony Ciprix Gabriel Muthisse, permita-me discordar do arguments da intervençao como consequencia do abandono do respectivo proprietário. É contraria à miopia politica da época que via uma contradicao entre o entendimento que se tinha do socialismo e a existencia da propriedade privada. Fala-se de extensao das conquistas revolucionarias tambem. Se quiser consultar o que se escreveu algures pode ver aquihttp://hdl.handle.net/1843/FAEC-85EKMP
    Este portal está usando o Manakin, uma nova facilidade criada pela Biblioteca da Universidade do Texas A&M. University. A interface pode ser extensivamente modificada pelos "Aspectos" e "Temas" baseado em XSL. Para maiores informações visite: http://di.tamu.edu e http://dspace.org
    BIBLIOTECADIGITAL.UFMG.BR
    8 hrs · Like · 1
  • Júlio Mutisse Professor Tony Ciprix para o Egidio Vaz foi má e ele justifica pegando um factor, como se o 8 de Março, excluídas todas as variantes, justifica tudo. Eu acho que não é só o 8 de Março que justifica são outros factores entre os quais o que ditaram o 8 de Março. Mesmo se assumirmos que este foi mau, péssimo mesmo, haverá que dar crédito até pelo facto de termos beneficiado de serviços de saúde, educação e outros que, se calhar, sem aquela medida podiam ter sido adiados para nós.
    8 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse E depois, Tony Ciprix? Essas tais teses são mais informativas do que a realidade que vivemos na pele? É como dizer que quem faz teses sobre a obra de Craveirinha ou de Malangatana, sabe melhor das obras daqueles do que os próprios autores. Eu vivia aqui, Tony Ciprix. E sou daqui.
    8 hrs · Like · 1
  • Rui Amadeu Um debate acirrado
    8 hrs · Like
  • Tony Ciprix Gabriel Muthisse, informacoes e dados estao ali recolhidas por moçambicanos que tambem viveram aqui. Nao custa cruzar as fontes.Nós todos vivemos aqui tambem e passamos pelas mesmas privacoes. Continuemos com o debate.
    8 hrs · Like · 3
  • Tony Ciprix Júlio Mutisse, e a longo prazo essa decisao foi mesmo acertada? Nao havia uma visao de longo prazo no calor revolucionario de modo a preparar-se para os desafios futuros?
    7 hrs · Like
  • Betty Georges OK!....vamos admitir que o nosso professor catedratico de Sr.Dr.Prof Egidio tenha razao: que a geraçao 8 de Março ,era mal preparada... e incompetente....mas fez algo....e a vossa geraçao o que fez ou o que faz para o bem de Moçambique e dos Moçambicanos...A geraçao 8 de Março fez o que fez por amar esse País...nao por dinheiros....Agradeça pelos menos a geraçao 8 de Março...Poderiao as coisas ser feitas doutra maneira?...claro que sim;mas havia vontade e desejo naquela geraçao de ver um Moçambique melhor para todos...e nao para os poucos....
    7 hrs · Like · 2
  • Zacarias Jemisse Matuassa Eu tive bons professores na Escola Secundaria de Chokwe e na Escola Pre Universitaria de Xai-Xai, frutos desta operacao.
    7 hrs · Like · 1
  • Tony Ciprix Betty Georges, aquela geracao à época tinha clareza e compreensao do que se passava com uma AK47 apontada?
    7 hrs · Like · 1
  • Zacarias Jemisse Matuassa Um desses professores se chama Egidio Rego, natural de Tete e por sinal chara de meu querido amigo Egidio Vaz
    7 hrs · Like
  • Tony Ciprix A justeza de uma decisao nao se pode medir pelas consequencias, penso eu!
    7 hrs · Like
  • Lindo A. Mondlane Tony Ciprix, nao havia AKMs apontadas, havia que entender o espirito daqueles tempos..a maioria queria ajudar..a maioria sentia o pais como sua obrigaçao, eu v gente ir a ceifa de arroz em chokwe, convecida do que fazia, evoltar sem nada, mas satisfeita..nao se deveria escamoteiar nem deturpar os factos..entendo que tudo visto desde a distancia se tende a desenfocar..mas haveria que hever vivido aqueles tempos para entender..
    7 hrs · Edited · Like · 1
  • Tony Ciprix Zacarias Jemisse Matuassa, o que é feito do Egidio Rego hoje ali na UDM? Era sonho dele ser professor de Portugues? Sejamos justos conosco mesmos!
    7 hrs · Like
  • Tony Ciprix Quem era essa maioria, Lindo A. Mondlane? E porque o Xicote e campo de reeducacao para quem recusasse? Quando falo da AK47 me refiro a ditadura e toda a intervencao do SNASP que semeiou o terror e o medo entre os moçambicanos. Cada um via noutro como possivel representante do poder dirigente. E toda a propaganda que combatia os Xiconhocas
    7 hrs · Like · 3
  • Betty Georges Se,hoje a maioria dos ditos estudantes universitarios passa tempo nas faculdades-sentados e "tagarelando" aquela geraçao, tantas e tantas vezes ia às zons rurais para ver como vive a maioria dos moçambicanos e participva em tarefas...e infelizmente uns morreram-Thanks Mr.Lindo por confirmar.....Voces nao teriao o Moçambique de hoje sem a geraçao 8 de Março....e se a geraçao 8 de Março tivesse "pegado" Moçamique politicamente,jamais teria exsitido essa vossa Renamo....e essa actual frelimo
    7 hrs · Like · 1
  • Tony Ciprix Betty Georges, nós teriamos e muito bem o Moçambique, talvez melhor sem aquela geracao. É uma grande falacia essa: se nao fosse isso...nao seria aquilo
    7 hrs · Like
  • Zacarias Jemisse Matuassa Tony Ciprix, pode nao ser agora que temos outras carreiras com mais valor na sociedade pelo nivel de vida que oferecem mas creio que naquela epoca foi mesmo por opcao.
    7 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse Qualquer tese que diga que a FRELIMO nacionalizou cantinas porque essa era a sua estratégia económica só pode ser uma fraude. Não corresponde aos factos.

    Os outros factos que eu disputou são aqueles que: (i) defendem que a decisão foi errada e que ela foi a causa dos problemas que vivemos na saúde, na educação e na economia; (ii) a falta de professores poderia ser resolvida mandando os estudantes para fora do país. 
    Queria chamar a vossa atenção para os acontecimentos de 7 de Setembro e de 21 de Outubro em Lourenço Marques. Esse factos aconteceram em 1974. E, em algumas das suas manifestações, tomaram a forma de uma contenda entre negros e brancos. Estes factos provocaram, nos dias e semanas que se seguiram, um verdadeiro êxodo de pessoas que poderiam ter sido úteis ao país. Esses factos romperam o espírito de confiança que se estava a tentar construir para fundar a nova nação. 
    Devo dizer que grande parte do êxodo que se deu se deveu àqueles factos e não a qualquer nacionalização de cantinas ou pequenas empresas. Acredito, também, que.a intentona dos ultras provocou uma radicalização do discurso do lado da FRELIMO. Levou à percepção (que pode ter sido problematica) de que os brancos poderiam não estar preparados para conviver.
    Ignorar estes factos e culpar nacionalizações pela saída dos colonos é faltar à verdade histórica.
    7 hrs · Like · 5
  • Tony Ciprix Nao custa nada pesquisarmos as memorias dessa geracao, Zacarias
    7 hrs · Like
  • Circle Langa Concordo parcialmente! Concordo com a "teoria" que explica como e porquê o 8 DE MARÇO sucedeu como tal. Concordo com a explicação de se distanciar o declinio económico da guerra porém distancio-me da crítica que o Egidio Vaz ao mesmo "fenómeno", simplesmente por se ter tratado de um MAL NECESSÁRIO. Indubitavelmente foi um mal porém o país estava numa "saia justa" e, ao mesmo tempo, "entre a espada e a parede".
    7 hrs · Like
  • Betty Georges Senhor Tony,tem toda razao....nao foi acaso que certos(muitos) estudantes daquela geraçao abandonaram o País...consequencia:....Moçambique é um dos mais pobres do mundo....Tem toda a razao!...aquela geraçao nao era formada de lambebotas mas sim de verdadeiros patriiotas-nao é por acaso,que hoje em Moçambique o dinheiro tenha mais valor que o ser humano....Muito obrigado...O Sr tem razao....e assim continuem a viver....
    7 hrs · Like · 2
  • Tony Ciprix Sim, Sim, Sim Fraude! Agora sim Gabriel Muthisse, estamos a debater factos com dados. Mas a radicalizacao e a intolerancia nao começou em 1974. Por outro, a falta de experiencia e de preparo de boa parte dos jovens, embora motivados pela revolucao, nao pode ser descartada na analise dos nossos fracassos.
    7 hrs · Like
  • Tony Ciprix Betty Georges, ninguem está aqui a procura de razao. Lambebotas de hoje é o Homem Novo que a geracao 8 de Março foi incumbida de formar. Portanto, assumamos o produto do nosso trabalho.
    7 hrs · Like · 2
  • Tony Ciprix Circle Langa, um país fica numa saia justa do Nada?
    7 hrs · Like · 1
  • Cristiano Daniel Rosario Naene Quanto a mim, esta reflexão que o Egidio Vaz nos propôe se tem mérito, peca pela animosidade que denuncia em relação ao Partido Frelimo. O Egidio num miopismo voluntario recusa-se a ver o virtuosismo dos que naquele contexto tomaram esta medida. Todas as medidas tem o seu lado pernecioso e esta não é excepção, tanto pior se a analise for feita a posterior. Mas os seus méritos são inegaveis. Faz me lembrar os adeptos de bancada, que sempre vêem o que os treinadores não viram.O Egidio que até é dos oradores mais brilhantes da minha geração, peca pelo radicalismo e entusiasmo nas suas estreitadas analises. Mas aceito que tem dado contributos preciosissimos nos debates mais encandescentes aqui do nosso Burgo.
    7 hrs · Like
  • Betty Georges senhores e senhores,a radicalizaçao e a intolerencia na altura nao era originada pela maioria dos moçambicanos ou pela maioria dos quadros da frelimo-mas sim,infelizmente duma minoria bem preparada academicamente...e quem era essa minoria?...a raça branca e moçambicanos de origem asiatica...ao dizer isto,nao me acusem de ser racista-mas na altura era impossivel ter um debate construtivo com individuos como Sergio Viera, jacitno Veloso,Oscar monteiro;Jorge Rebelo,falecido Gulamo...estes senhores eram extremamente fanaticos comunistas...e pouco sabiam do verdadeiro moçambicano...nao se esqueçam que houve muitos jovens da geraçao 8 de Março que foram presos pela Snasp e uns foram enviados aos campos de reeducaçao...Era assim no passado....
    7 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse Nunca ninguém ignorou a fraca preparação dos quadros nos problemas que viemos a ter. O que se está a dizer é que é um monstruoso reducionismo debitar todos os problemas que tivemos/temos na educação, saúde e economia àqueles generosos e românticos jovens.

    Também, o que se está a dizer é que a fuga dos colonos não se deveu às nacionalizações. Os intervencionamentos e posterior nacionalização deveram - se, na maioria dos casos, aos abandonos das empresas pelos seus proprietários. 
    Nós tivemos, na nossa história económica, a figura de Empresa Intervencionada que creio não constar no código comercial. Muitas das empresas que eram consideradas estatais, na verdade, eram intervencionadas. Eu próprio trabalhei numa que se chamava Construtora Regional Sul EE (em formacao), que na verdade era uma amálgama de 9 empresas intervencionamento por abandono dos seus proprietários. 
    Com 21 anos, com pouco mais do que o ensino secundário, vim a ser director nesta empresa que tinha mais de 3000 trabalhadores. Simplesmente porque não havia mais ninguém suficientemente preparado. Criticar e ridicularizar aqueles tempos é muito fácil. É dá aplausos fáceis.
    6 hrs · Edited · Like · 1
  • Egidio Vaz Eu não percebo muito do que aqui se defende o contrário. Então as pessoas tomam as decisões que tomam, sofrem as consequências, ficam na dita saia justa e depois dizem que foi bom!? Quer dizer, a prova de que as coisas estavam mal são os resultados econômicos da primeira década da independência. Estes são mais claros que as nossas bocas carnudas. Porque é que não olhamos para estes resultados? Corremos para acusar a guerra e os outros quando na verdade nós estávamos cientes (ou epilépticos) das opções que tínhamos. Tínhamos opções? Tínhamos pois, ora essa. Quais? O contrário do socialismo nos moldes samorianos. Outros países evitaram guerras, mortes e assassinatos, mesmo sendo socialistas. Tanzânia e Ghana ajudaram-nos no processo da Independência e tínhamos como copiar. Em vez disso fomos copiar o modelo dos soviets de1917!
    7 hrs · Like · 4
  • November Romeo Não acho que tenha sido bom... mas foi feito e foi necessário... De pouco serve julgar e sentenciar hoje em dia.


    Há um elemento que falta nesta analise: O que o Governo Português fez depois dos Acordos de Lusaka que celebravam que o Governo Português iria manter todos seus funcionários no activo em Moçambique para facilitar a transição e impedir o colapso total do País Moçambique agora soberanamente entregue aos Moçambicanos.

    O Governo Português, em Janeiro 1977, declarou que todos os cidadãos Portugueses que eram funcionários de estado na Colonia de Moçambique deveriam fazer "prova de vida" (ou seja, apresentarem-se fisicamente em Portugal) para poderem continuar a receber o seu salario e manter a reforma. 

    Daí resultou o abandono em massa do Sistema de Estado (e outros pois quando uma cabeça de gado começa a correr todos outros seguem incluindo os cabritos e as galinhas).
    7 hrs · Like · 1
  • Gabriel Muthisse Em que é que esses países são diferentes de Moçambique, hoje, Egidio Vaz? Venceram o subdesenvolvimento? Não têm crianças sentando no chão nas suas escolas? Não têm estradas esburacadas e poeirentas? Não possuem um boamming e vibrante mercado informal urbano?

    Estamos a dizer, Egidio, que esses problemas não se devem ao 8 de Março. E, já agora, não se devem ao socialismo.
    E mais, muitos dos países africanos não tiveram o problema da fuga de colonos, simplesmente porque nunca foram países de fixação de colonos. Em África, os colonialistas escolheram muito poucos países como países de fixação - África do Sul, Moçambique, Zimbabwe, Kenya, Argélia e Angola. Se repararem, trata - se daqueles em que houve mais resistência para se irem embora. A história ensina isso.
    7 hrs · Like · 1
  • Antonio A. S. Kawaria Lindo, de que se refere sobre distancia? Nao ser da geracao ou viver fora? É pena que eu nao tenha tempo para participar desta discussao que tem a ver com o que vivi. Ate recordaste-me do governador Daniel Mbaze e a IFA.
    6 hrs · Like
  • Betty Georges Moçambique estava entre a parede e a espada!!!...tinha dois vizinhos-a Rodesia e Africa do Sul que a todo custo destruiam as infra-esttruturas economicas do País...e nao só!....Moçambique apoiva (e bem fazia) a Zanu e o ANC....Qual foi o mal da Frelimo?....de adoptar ideologias que ela propria nao sabia e nao compreendia e que era contraria à cultura moçambicana; tais como guias de marcha,aldeamentos comunais,pena de morte,etc,etc...Outros paises evitaram guerras,mas Moçambique tinha tantos tantos brancos portugueses ex-residentes moçambicanos que queriam destruir Moçambique...Moçambique nao tinha outrs opçoes com os tais brancos....recorde-se de que a actual Renamo chama-se a Africa Livre....e veja bem os objectivos da Africa Livre....
    6 hrs · Like · 1
  • Júlio Mutisse Tony Ciprix no seu penúltimo comentário parece que já entra no trilho do que já digo desde o princípio. Não só a falta de preparação não pode ser descartada, como outros factores que mesmo que tivéssemos os mais qualificados, teriam influência no resultado que tivemos.
    6 hrs · Like
  • Betty Georges Aceitemos ou nao,todos concordamos de que a geraçao 8 de Março algo fez...eu gostaria de pedir a geraçao do Sr.Egidido que faça algo para terminar com esse vergonhoso business de raptos e com a grande corrupçao...fará algo?...ou limitar-se-à simplesmente a criticar a corajosa,patriota e nacionalista da geraçao de 8 de março...Faça algo de concreto para o País e para os Moçambicanos... é facil criticar!!!....
    6 hrs · Like
  • Tony Ciprix Julio Mutisse, o teu ultimo periodo é problematico. Nao sei de facto teriamos esses resultados
    6 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse Os países africanos que não tiveram 8 de Março têm resultados substancialmente diferentes, Tony Ciprix
    6 hrs · Like
  • Betty Georges PS!...quando Moçambiue foi independente em 1975 havia poucos estudantes moçambicanos (de raça negra) que estavam no sexto,setimo e na universidade....mas,com tanto e tanto sacrificio o País nao parou...foi "gatinhando"....hoje,Moçambique tem tantas universidades,tantos jovens formados....Porem,o problema de grande pobreza ainda existe...Quem é o culpado?...Uns dirao que é o de Governo...eu diria,é o problema da nova geraçao,que so pensa em se enriquecer....A geraçao 8 de Março pensava desta forma:...O que eu posso fazer para o governo ou para o País?...A nova geraçao pensa deste modo:...O que o governo pode fazer para mim...
    6 hrs · Like · 1
  • Tony Ciprix Sim, Gabriel Muthisse, melhores ou piores?
    6 hrs · Like
  • Tony Ciprix Nao podemos falar do que teria acontecido se nao fosse o 8 de Marco
    6 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse A resposta que deu é, essencialmente, uma não resposta. Como docente, sabe como responder informadamente a uma pergunta, Tony Ciprix.

    Em que é que os países que não tiveram 8 de Março são melhores que Moçambique?
    6 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse Países africanos, digo
    See Translation
    5 hrs · Like
  • Milton Boane No momento historico dos anos 77 nao era do

    todo escandaloso embarcar-se para uma decisao daquelas, e em parte funcionou sim (com todos seus males, mas deu um grande jeito). Nao acho que se descuta a eficiencia daqueles “profissionais”, mas nao concordo que se escondam os males daquela operacao, sob o risco de nada aprendermos. 
    Ha quem tente comparar o ensino dos anos 80 (assegurado
    pelo 8 de Marco), com o actual descalabro. Olha, isso nao
    deve ser visto como um problema de geracoes, mas sim, de opcoes politicas dos dois momentos. A ma qualidade do ensino hoje nao pode ser atirada ao jovem professor que tambem foi mal formado...e lhe é pedido que apresente uma pauta azulada no fim do ano.
    Alude-se aqui algumas razoes da “fuga” dos quadros. Gostaria de saber que relacao essa fuga teve com a famosa decisao 20/24 (20kg em 24 horas)...ou andei lendo mentiras, e isso nao existiu?
    Desculpem-me o desparate.
    5 hrs · Like
  • Johane Zonjo Mano Egidio Vaz, diz e cito "[...] O sucesso da política da educação (redução em 20% da taxa de analfabetismo de 1975-1982) e saúde (na imunização) não se deveu a 8 de Março. Foi devido ao forte investimento do Estado nestas áreas com a forte ajuda da cooperação internacional: investimento na infraestrutura, meios humanos e técnicos.[...]". Quer isso dizer que as grandes campanhas de vacinacao que foram desencadeadas apos a independencia, a introducao das unidades sanitarias ate a base incluindo o APE (agente polivalente elementar), as campanhas de alfabetizacao no curso diurno e nocturno, etc. foi tudo feito por cooperantes? a quem transmitiam a sua experiencia esses cooperantes?
    5 hrs · Like
  • Muzila Wagner Nhatsave Debate interessante com argumentos apaixonantes. estas de parabéns em trazer este tipo de assuntos para debate e análise . O meu amigo Egidio Vaz mesmo sendo historiador comete um erro grave e que depois vem desembocar em toda a sua conclusão, embora reconhecendo que houve consequências pelo que aconteceu. O erro que me refiro é o classico que se comete quando se está a procura de razão. usa a sincronia que é analisar factos de forma estatica como se de uma fotografia se trata-se, ao invés de fazer uma análise sincrónica onde evidencia-se a dinâmica do processo bem como os contextos em que tais decisões foram tomadas. A pergunta que faço ao meu grande amigo e irmão Egidio Vaz é a seguinte? O QUE DEVERIA SER FEITO? perante um cenário de fuga em massa de quadros portugueses, sabotagem da economia, focos de instabilidade, falta de professores, alto indice de analfabetismo, assimetrias regionais até em termos de acesso a educação. O meu amigo queria que fossem implorar ao brancos pra voltarem? ha uma falsa ideia de que se mandou embora os portugueses de Moçambique.mentira grosseira. quem deveria assegurar o estado então, cooperantes apenas? tu mesmo és fruto dessa decisão, os teus professores que você diz terem visto seus sonhos cortados são dessa geração que foi sacrificada para que hoje tivessemos um país, um sistema de educação. era preciso sim haver sacrificados naquela altura. não tinhamos experiência de governação, exiguidade de quadros, mas o país tinha que andar. o Egidio iria preferir que nós de forma cobarde ignorassemos o sofrimento dos zimbabweanos e sul africanos e compactuássemos com os vizinhos racistas e hostis ao nosso lado? garantir a libertação do zimbabwe e Africa do sul era garantir a nossa propria sobrevivencia como estado. Em 77 cortamos relações economicas com zimbabwe e interditamos o uso dos nossos portos exactamente para asfixia los e a luta avançar. seria contra-senso se continuássemos a deixar passar armas e mantimentos da nossa terra para matar irmãos. poderás ainda perguntar mas se assim pensas o porque de moçambique mesmo com problemas de relacionamento politico com a africa do sul manteve o contrato com os sul africanos no recrutamento de mao de obra(historiador que é veja o sul e trabalho migratório),simples, fonte renda e de ouro para as nossas finanças e que a luta na africa do sul era de levantamento de massas e não guerrilha como no zimbabwe, apesar de acções de sabotagem a activos economicos.tinhamos sim espaço para sentar com o diabo a mesa mas apoiando o ANC politicamente. aqui são contextos de luta diferentes dai tambem estrategias diferentes, mas se bem que as reações foram identicas em termos de agressões recebidas por estes vizinhos. quero com isto explicar a falacia de que deviamos nos manter fora de problemas, era impossivel isso.seria uma negação a nossa razão de luta. outra falácia, Moçambique nunca foi pais marxista leninista, o partido FRELIMO, e que era de orientação Marxista Leninista e sempre negou afirma-se com partido marxista leninista. e a maior virtude que este partido tem é de saber adaptar-se ao tempo e as circunstancias, e não vejo problema nenhum que no 4º congresso se tenham mudado as directrizes, vai ver que foi nesse congresso que se decide a abertura economica, entrada de moçambique no FMI, o que criou grandes desavenças internas, mas era necessário o país enfrentava graves problemas economicos agravado por uma seca, era preciso tomar decisões e tivemos essa coragem. Resumindo Egidio Vaz não nego que tenham havido problemas, mas antes isso do que deixar o país ao deus dará. crescemos como país, construimos um estado.hoje somos um país com bases e se fores justo e honesto verás que este país pelo seus anos de independência andou muito e evoluimos como povo. e a liberdade que gozamos hoje é fruto desta nossa capacidade de se adaptar e questionar as coisas.isto é que nos faz diferentes dos outros. temos um grande sentido de cidadania. sai lá um pouco e veja se outros paises mais velhos que nós estão como nós. A GERAÇÂO 8 de MARÇO foi sacrificada para que tivessemos hoje bases para desenvolvermos. foi custoso o processo sim doloroso até, mas se tu hoje és formado e saiste da tua terra natal e hoje estas aqui é graças a esses sacrificados que na sua maioria foram teus professores. faça uma analise e veja que foram os docentes da uem no teu tempo. hoje somos nós que pegamos o país e somos maioria , mas quem assegurou bem ou mal este país foi essa geração disso não ha duvidas.
    5 hrs · Like · 4
  • Muzila Wagner Nhatsave analise diacronica quis dizer que dá a prespectiva temporal dos factos
    5 hrs · Like
  • Helio Thyago Krpan Boa refelexao caro Egidio Vaz. Profunda e com sentido historico elevado.

    Obrigado pela lucidez do seu contributo Muzila Wagner Nhatsave. 
    Se aumentar algo serei redundante, mas gostava de escrever breves linhas. 
    Sectores educacionais como Universidades e escolas foram delegados a essa geracao sim e com muito esforco deu o seu melhor.
    Empresas como as LAM, CFM, e outras mativeram-se em pe mesmo com falta de recursos humanos altamente qualificados bem como falta de recursos financeiros e com parcos recursos assegurarm a estrutura do pais.
    A banca e muitos ministerios sao o que sao hoje porque muitos desta geracao deixaram seus estudos e aliaram-se ao chamamento da madre patria. 
    Hoje se temos o pais que temos, a crescer e a afirmar-se paulatinamente no cenario internacional, e porque esta geracao deu o melhor de si. Ousou sacrificar parte do seu presente, e talvez hipotecar grande parte do seu futuro para permitir que hoje estudassemos e usufruamos de condicoes melhores. 
    Nem tudo foi bonito e nem tudo foi pacifico durante esta transicao, mas a olhar pelo estagio actual das coisas, cumpre-me de forma particular dizer que esta geracao fe-lo por merecer e e digna da nossa admiracao.
    4 hrs · Like · 4
  • Nuno Pires O 25 de Abril de 1974 abortou um movimento clandestino dos ultras portugueses para declarar uma independência "branca" e formar uma União da África Austral composta pela RSA, Rodésia, Angola e Moçambique. Note-se que eram uma minoria que se radicalizou após o 25 de Abril, formando um "grupo de resistência" a que chamaram F.I.C.O. No entanto, grande parte da população não negra, estava entusiasmada com a perspectiva de um Moçambique independente para todos, sem discriminação de raças, credos ou origem social, como defendia a Frelimo. Só que houve uma deturpação dos acordos de Lusaka e o pânico instalou-se entre toda a comunidade, que foi de algum modo manobrada pelos ultras, do que resultou o trágico 7 de Setembro. Nessa altura já não me encontrava em Moçambique, onde estive, de certa maneira, "exilado" até Julho de 74, mas em conversas que mantive com amigos, que no tempo colonial eram abertamente frelimistas, soube que a maioria dessas 200.000 pessoas (não digo portugueses, porque grande parte sentiam-se moçambicanos) que foram constrangidas a sair do país, fizeram-no porque um ministro de então, de apelido Guebuza, lhes deu 24 horas para abandonar Moçambique... com 20 kg de bagagem. Correm versões contraditórias, mas penso que a expulsão de toda essa gente, teve consequencias trágicas de que ainda hoje se vêem sequelas. Quanto ao 8 de Março, há que ver o contexto em que o país então se encontrava. Entre dois males, escolhe-se sempre o menos mau... e as novas gerações, que têm a vida muito mais facilitada no acesso à formação, deveriam valorizar quem, em péssimas condições, os antecedeu e desbravou o caminho que ora percorrem. Quantos de nós reflectimos que, sem os primeiros celulares que pesavam 5 kilos ou mais, não teríamos as novas versões que nos facultam ter o mundo no bolso?... Honra aos Pioneiros!
    4 hrs · Edited · Like · 2
  • Cachamba Amaral Ha todo merito na publicacao entretanto ha um ponto que nao parece tanto assim quanto diz, passo a transcrever: "Para comecar, a propria secisao foi ma". Discordo completamente tendo em conta que a situacao do momento obrigava a uma ou a decisoes rapidas e corajosas. O pais nao podia parar de forma nenhuma e ha que dar merito por essa coragem. Diferente seria se o Egidio tivesse dito que a forma como a decisao foi executada foi ma ai sim porque nao precisava ser de forma obrigatoria mas de livre aceitacao e deveria sobretudo consiserar as consequencias que a mesma teria nas pessoas obrigadas a cumprir tal decisao e no pais em geral.
    4 hrs · Like · 1
  • Nito Ivo No's o povo deste pais merecemos intelectuais de verdade! Infelizmente Deus nos da o que vemos.

    A decisão 8 de Marco foi sem duvida a mais sabia decisão tomada pelos moçambicanos. Mais apropriada e ajustada a realidade que a decisão da Luta Armada pela Independência Nacional. Esta medida eh baseada na logica de "sim n'os podemos fazer", no's somos proativos, aquela de "não precisamos de contratar um eng para trocar uma lampada". O exemplo de sucesso de medida semelhante foi a China. Os frutos do desenvolvimento que a China colhe hoje são resultado de uma medida exactamente igual a de 8 de Marco (só que ininterrupta). Hoje a China pode fazer tudo sem precisar de estrangeiros (nem de intelectuais). O exemplo que este post gostava que seguíssemos eh o Zimbabwe que manteve Know-how estrangeiro com todas consequências subsequentes que conhecemos.

    A letargia em que a nossa economia se encontra hoje eh resultado da descontinuidade da "filosofia" 8 de Março. Hoje temos um pais que produz uma autentica lixeira de intelectuais, que só fazem barulho e não produzem nada, uma autentica vergonha para o pais. Pessoas que acham que o desenvolvimento se faz com caneta a partir de uma secretaria, pessoas que pensam que quem escreve melhor eh mais útil ao pais que o camponês. Uma verdadeira tristeza!

    Os compatriotas 8 de Março são as pessoas que aprenderam fazendo, com as mãos na massa. Ainda que com empirismo (que alias eh uma parte fundamental do método científico) soube responder os desafios colocados. 

    Bem hajam a todos os compatriotas que fizeram parte desta equipe que deu o pontapé de saída para construção de uma nação com orgulho.
    4 hrs · Like · 2
  • Jonas Deve Cristiano Daniel Rosario Naene Miopismo voluntário ou Miopia?
    3 hrs · Like
  • António Boene Caro Egidio

    Vaz, sou orgulhosamente produto da Geração 8 de Marco, porque a
    partir de 1980 (6* classe) comecei a ter professores desta geração, onde tive um professor na 9* classe que estudava no curso nocturno na mesma escola e classe, e sou parte da "Geração dos Afectados" (as afectações depois da conclusão de um nível escolar - 4*, 6*, 9* e 11*) e fui afecto, depois de concluir a 9* classe, para frequentar o curso de formação de Professores na Manhiça-Chibututuíne. Só lá fiquei 1 ano e no ano seguinte, porque pessoa de desporto, ingressei no INEF onde conclui o meu nível médio. Quando recebi a
    guia de afectação, para a formação em Chibututuíne, o céu caiu-me literalmente na cabeça, chorei tanto porque o meu sonho era ser médico e nunca tinha pensado em ser professor. Os meus pais foram os primeiros a falar comigo e convenceram-me que para eu ter podido concluir a 9* classe, alguém também havia se sacrificado e que agora era a minha vez de sacrificar os meus sonhos para
    contribuir para a formação de outros jovens do país que não tinham
    oportunidade, sequer, de frequentarem o ensino primário, por falta de professores. Confesso que apesar da decisão tomada na altura ter afectado e alterado radicalmente a minha vida, assumi esse meu dever patriótico com paixão, dedicação e entrega total. Como eu, milhares de Moçambicanos foram formados por professores desta geração e alguns sectores chave do país foram dirigidos por compatriotas desta geração. Sem pretensão de os endeusar, mas
    desconsiderar o papel preponderante e determinante que esta geração teve e tem no actual estágio do país, é recusarmos assumir grande parte da história dos últimos 40 anos deste país. Por isso, pelo facto de ter sido formado por professores daquela geração, a todos eles (desconsidero a opção politica ou outra orientação de cada um deles) endereço os meus mais profundos sentimentos
    de solidariedade e reconhecimento pelo papel que tiverem e têm neste país. As decisões politicas tomadas na altura, adequavam-se ao circunstancialismo social, politico, económico e cultural existente na altura, porque hoje as decisões são outras, em função de outras circunstâncias. "PIOR QUE FAZER ERRADO, É NADA FAZER."
    3 hrs · Like · 4
  • António Boene Caro Egidio

    Vaz, sou orgulhosamente produto da Geração 8 de Marco, porque a
    partir de 1980 (6* classe) comecei a ter professores desta geração, onde tive um professor na 9* classe que estudava no curso nocturno na mesma escola e classe, e sou parte da "Geração dos Afectados" (as afectações depois da conclusão de um nível escolar - 4*, 6*, 9* e 11*) e fui afecto, depois de concluir a 9* classe, para frequentar o curso de formação de Professores na Manhiça-Chibututuíne. Só lá fiquei 1 ano e no ano seguinte, porque pessoa de desporto, ingressei no INEF onde conclui o meu nível médio. Quando recebi a
    guia de afectação, para a formação em Chibututuíne, o céu caiu-me literalmente na cabeça, chorei tanto porque o meu sonho era ser médico e nunca tinha pensado em ser professor. Os meus pais foram os primeiros a falar comigo e convenceram-me que para eu ter podido concluir a 9* classe, alguém também havia se sacrificado e que agora era a minha vez de sacrificar os meus sonhos para
    contribuir para a formação de outros jovens do país que não tinham
    oportunidade, sequer, de frequentarem o ensino primário, por falta de professores. Confesso que apesar da decisão tomada na altura ter afectado e alterado radicalmente a minha vida, assumi esse meu dever patriótico com paixão, dedicação e entrega total. Como eu, milhares de Moçambicanos foram formados por professores desta geração e alguns sectores chave do país foram dirigidos por compatriotas desta geração. Sem pretensão de os endeusar, mas
    desconsiderar o papel preponderante e determinante que esta geração teve e tem no actual estágio do país, é recusarmos assumir grande parte da história dos últimos 40 anos deste país. Por isso, pelo facto de ter sido formado por professores daquela geração, a todos eles (desconsidero a opção politica ou outra orientação de cada um deles) endereço os meus mais profundos sentimentos
    de solidariedade e reconhecimento pelo papel que tiverem e têm neste país. As decisões politicas tomadas na altura, adequavam-se ao circunstancialismo social, politico, económico e cultural existente na altura, porque hoje as decisões são outras, em função de outras circunstâncias. "PIOR QUE FAZER ERRADO, É NADA FAZER."
    3 hrs · Like · 1
  • Egidio Vaz Neste debate que está prestes a terminar, gostaria de chamar atenção a dois aspectos, completamente ignorados (de propósito) por alguns dos nossos políticos e académicos aqui envolvidos. O meu propósito ao levantar um assunto tão “consensualizado“ como o do 8 de Março não era de levantar fantasmas do colonialismo, muito menos celebrar o saudosismo de quem quer que seja. Era tão-somente para mostrar como e porquê há necessidade de reescrever a história, baseando-nos em diferentes factos. Ora, muitas vezes nos esquecemos ou selectivamente acreditamos nuns factos e não noutros e por causa dos factos sociais, fazemos vista grossa a uma série de princípios procedimentais, fulcrais para a nossa análise.

    A primeira pergunta que qualquer alienígena faria em relação ao 8 de Março seria: o que fez “fugir” os portugueses ao ponto de desfalcarem a administração local. Ora, esta pergunta não será respondida pelo ministro de então. Muito menos pelas vítimas. Muitas vezes não temos coragem de dizermos o que coreu mal e o que correu bem, só porque estamos hoje vivos e aparentemente melhor que ontem. Porém, nos esquecemos isto TODAS políticas públicas e decisões políticas tomadas naquele tempo como as tomadas neste, têm consequências. E as más políticas, as más decisões tem consequência sobre a maioria. 
    Dizer que o 8 de Março foi uma má decisão política não retira o mérito da independência muito menos é falta de autoestima. É reconhecer que a decisão é corolário lógico de uma governação que sacrificou um conjunto de opções alternativas à custa de um idealismo intangível. 
    Segundo, esta estória que não tem números, locais e datas e mistura tudo num mesmo saco, precisa ainda melhor explicação. Reconheço que neste momento, enquanto ELES estiverem no poder, seria muito difícil derrubar a estória, mas que as marcas do insucesso da tal medida estão indeléveis em todos nós. 
    Respondendo ao Dr Zonjo, importa referir que o tal melhoramento no sector de saúde e educação, precisa também ser esclarecido. Na educação, o sucesso foi em relação a redução dos níveis de analfabetismo em 20%. Isto não equivale a dizer que o sistema de educação avançou no seu todo. Na saúde, precisamos também ser modestos. O que se refere é essencialmente as campanhas de imunização. Em todo caso, houve sim um bom trabalho nestes sectores graças a intervenção de cooperantes internacionais. E Moçambique mereceu menção honrosa por parte da UNICEF e OMS. Dizer isso não significa porém saudar efusivamente a “linha correcta” do guia de então. É reconhecer o que foi bem feito e o que foi mal feito.
    3 hrs · Like
  • Milton Boane " ... lhes deu 24 horas para abandonar Moçambique... com 20 kg de bagagem." 

    Entao os “20kg em 24 horas” sao uma verdade?
    Obrigado pela resposta, #Nuno_Pires. Sendo assim, 8 de Março foi consequencia nao do acaso. Como para alem de ter sido o "sucesso" sempre defendido, teve seus males. Acho que isso nao pode ser negado. Se "PIOR QUE FAZER ERRADO, É NADA FAZER.", significa que nao podemos nos vedar de ver o erro de quem algo fez, so porque fez, pois assim poderemos aprender desse erro, e nao sermos recidentes.
    3 hrs · Like · 1
  • Nito Ivo Milton Boene, a decisão dos de 24 horas+20 kg foi tomada porque os portugueses estavam a levar tudo e mais alguma coisa. Essa foi uma decisão para salvaguardar os interesses dos moçambicanos e não por vingança .
    3 hrs · Like · 2
  • Egidio Vaz Ilustre António Boene, deixe-me citá-lo adequadamente: " As decisões politicas tomadas na altura, adequavam-se ao circunstancialismo social, politico, económico e cultural existente na altura, porque hoje as decisões são outras, em função de outras circunstâncias". Todo debate reside aqui. O ilustre faz uma leitura situacionaista (celebra o que existiu) e não se preocupa em saber se seria possível fazer de outra forma. Eu, pelo contrário, rompo ou tento romper com esta escola, advogando que o 8 de Março é consequencia de uma má política, de resto não nova mas inspirada da experiência, também ela má da Revolução de Outubro de 1917 da então Rússia. Se quiser, posso historia-lo aqui, como Lénin atraves da mobilização e propaganda, organizou os "Kolkhoz " e os "sovkhoz ". E, como mais velho, seria de bom tom aceitar que muito dos modelos NÃO FORAM ELES GENUÍNOS mas importações mal-adequadas à nossa realidade. Aceitar isso abriria espaço para uma reconstrução profícua da nossa história, julgo eu.
    3 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse 200.000 portugueses expulsos pelos famosos decretos ministeriais 24/20!!!!!! Não brinquem com a ignorância das pessoas! A falsificação dos factos deveria ter limites!
    3 hrs · Like · 2

  • Egidio Vaz Ilustre Gabriel Muthisse não, eu desminto isso. EU fui o primeiro a trazer este dado e me referia ao número de portugueses que deixaram o país de 1975 a 1977. O resto não endosso.
    2 hrs · Edited · Like
  • Gabriel Muthisse Veja o comentário de Nuno Pires
    3 hrs · Like
  • Gabriel Muthisse Egidio Vaz, por acaso, o amigo Nuno Pires faz uma contextualização próxima da realidade. Os eventos de 7 de Setembro e de 21 de Outubro de 1974 estiveram na base do grande êxodo.
    2 hrs · Like
  • Egidio Vaz O que atrapalhou os portugueses foi a propaganda dos proprios portugueses, segundo a qual mal a Frelimo entrasse no poder levariam tudo incluindo as esposas. A Frelimo era na altura, tal como ela faz agora, considerada bandidos armados, terroristas e assaltantes, que nada fariam senão saquear, pilhar e matar os portugueses. E eles, com medo abandonaram o país. Na sua retirada saqueavam algumas coisas. Mas atenção, esta história não deve ser generalizada. Houve também da parte do então EStado moçambicano, pouco trabalho de sensibilização. E julgo que a repsonsabilidade tinha que ser dada ao governo de transição, que menos se ocupou de explicar do que viria a acontecer. Ora, o 24/20 foi mesmo tenebroso. Não cabe a mim falar disso aqui e sobre este debate específico.
    2 hrs · Like
  • Cotxima Dionisio Tchuma Machava Post/debate proveitoso
    2 hrs · Like
  • Betty Georges Quem correu com os portugueses foi este Guebuza-se,bem que eu nao seja um pro-Guebuza mas a decisao era justa...pois os tais portugueses nao queriam reconhecer as autoridades moçambicanas e a soberania de Moçambique...O mesmo se diria do Idi Amin Dada de Uganda...correu com os paquistaneses e indianos pois estes (mantinham a economia) do País mas nao queriam ser "ugandeses" e nao participavm nas fileiras da forças armadas e nem de policia..........Sr.Egidio,que critique ou fale mal da geraçao de 8 de Março...mas nao se esqueça de que os jovens desta geraçao nao fizeram os cursos universitarios que eles desejavam mas sim ,acabaram por fazer cursos para manter "em pé" o País....os que queriam ser medicos,acabaram por ser economistas,os que queriam ser advogados acabaram por ser professores,etc etc...esta era uma geraçao de patriotas-verdadeiros patriotas...Infleizmente o trio formado pela falecida Luisa Viera,falecido Kapesse ou Kapece e a oportunista Graça Machel nao esatavm aptos ao Ministerio de Educaçao e Cultura....
    2 hrs · Like · 1
  • Gabriel Muthisse Tenebroso porque, Egidio Vaz? O que tu farias perante casos de sabotagem económica de um país em gestação? Como historiador, devias fugir dos rótulos e dos juízos de valor.
    Prestaste atenção aos discursos anti - racistas de Chissano, de Samora e de outros dirigentes da FRELIMO naquele período conturbado? É só procurares nos jornais da época. 
    Muita dessa gente não estava preparada para conviver, Egidio.
    O relacionamento colono/indígena não tinha sido bom. E muitos temiam vinganças. Já era um pouco adulto na altura e, apesar de haver nascido já depois da fundação da FRELIMO, quando os colonos faziam esforço de parecerem bons, ainda testemunhei casos marcantes e inqualificáveis.
    O Governo de transição fez tudo o que era possível para manter os portugueses aqui.
    2 hrs · Edited · Like
  • Sem comentários: