06/07/2007
Mais um esclarecimento enviado pelo Autor de "A OPÇÃO PELA ESPADA" sobre a Fundação da Renamo que parece ter sido esquecido por todos os seus componentes:
Muitos estavam a dormir ou procurando acumular benesses com a saída dos portugueses enquanto a História ia sendo construída e agora, por vaidade ou cobiça, pretendem pegar uma carona no trabalho alheio. Chega de mistérios, de procurar chifres em cabeça de cavalo! Não se trata de um filme de aventura, repleto de grandes momentos. Apenas homens inconformados com a triste situação de um país adoptivo e com coragem suficiente para reagir a tal. Os fundadores da Resistência estão vivos em sua maioria e devem estar em Portugal, pois do grupo original de oito combatentes, seis eram portugueses, um "misto" moçambicano e eu.
Os primeiros contactos foram entre ex-comandos da FNLA que, oriundos de Moçambique, se refugiaram na Rhodesia e eu, retornado ao Brasil. As cartas são de Junho de 1976. O primeiro panfleto que leva o nome da Resistência foi dactilografado e rodado em "estênsil", formato A4, pelo Guedes, português, funcionário do governo rhodesiano e lançados pela primeira vez em Moçambique no combate onde Rui foi ferido gravemente e capturado. A data de sua captura, que não me recordo, mas que foi amplamente divulgada, marca aproximadamente um mês de vida da Resistência Moçambicana. Combatentes do primeiro grupo que foram importantes em sua criação : Manuel Godinho e Póvoa, ambos portugueses e provavelmente residindo em Portugal, além do Guedes, responsável pelos contactos em Salisbury e com o Brasil. E sinto muito, já que nossa Resistência, criada guerreira e que assim deveria continuar, perdeu-se nos meandros das políticagens corruptas e vaidades pessoais.
Descrevo aqui como foi o "histórico e misterioso"nascimento do nome do Movimento: um brasileiro sentado na varanda da Coimbra Boarding House, em Salisbury, bebendo sua segunda cerveja Lion e pensando no texto do primeiro panfleto...E nunca vi, nem por perto, o actual presidente da Renamo. Não fez parte dos fundadores, todos portugueses ou descendentes, com dois africanos incorporados, cedidos pelos rhodesianos. Após o fracasso da primeira missão, André juntou-se ao grupo e logo se destacou entre os demais pela sua capacidade de liderança. Mas sem o apoio do Special Branch, que vigiava nossos passos e depois nos abrigou nada conseguiríamos, aliás como toda guerrilha, inclusive a Frelimo, que tinha a Tanzânia como sua "Rhodésia".
E para não ser confundido com a escumalha que pega carona na história, uma olhada mais detalhada na foto da capa de "A opção pela espada" pode ser mais esclarecedora: na fronteira Rhodésia-Moçambique, estou à frente de meu grupo, seguido de meu segundo em comando. Podem identificá-lo? É o bravo André, que assumiria com minha saída e impulsionaria o Movimento. Atrás dele, dois portugueses, Alex e Silva; depois, os dois africanos do Special Branch. E é só. A História tem que ser feita de verdades, boas ou más, para evitar que, em se mantendo omissões ou mistérios, permitam que aventureiros dela tentem lançar mão...
Pedro Marangoni
A imagem a que o texto se refere:
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2007/07/fundao-da-renam.html
Sobre este livro visite:
http://www.macua.org/livros/opcaoespada.html
Muitos estavam a dormir ou procurando acumular benesses com a saída dos portugueses enquanto a História ia sendo construída e agora, por vaidade ou cobiça, pretendem pegar uma carona no trabalho alheio. Chega de mistérios, de procurar chifres em cabeça de cavalo! Não se trata de um filme de aventura, repleto de grandes momentos. Apenas homens inconformados com a triste situação de um país adoptivo e com coragem suficiente para reagir a tal. Os fundadores da Resistência estão vivos em sua maioria e devem estar em Portugal, pois do grupo original de oito combatentes, seis eram portugueses, um "misto" moçambicano e eu.
Os primeiros contactos foram entre ex-comandos da FNLA que, oriundos de Moçambique, se refugiaram na Rhodesia e eu, retornado ao Brasil. As cartas são de Junho de 1976. O primeiro panfleto que leva o nome da Resistência foi dactilografado e rodado em "estênsil", formato A4, pelo Guedes, português, funcionário do governo rhodesiano e lançados pela primeira vez em Moçambique no combate onde Rui foi ferido gravemente e capturado. A data de sua captura, que não me recordo, mas que foi amplamente divulgada, marca aproximadamente um mês de vida da Resistência Moçambicana. Combatentes do primeiro grupo que foram importantes em sua criação : Manuel Godinho e Póvoa, ambos portugueses e provavelmente residindo em Portugal, além do Guedes, responsável pelos contactos em Salisbury e com o Brasil. E sinto muito, já que nossa Resistência, criada guerreira e que assim deveria continuar, perdeu-se nos meandros das políticagens corruptas e vaidades pessoais.
Descrevo aqui como foi o "histórico e misterioso"nascimento do nome do Movimento: um brasileiro sentado na varanda da Coimbra Boarding House, em Salisbury, bebendo sua segunda cerveja Lion e pensando no texto do primeiro panfleto...E nunca vi, nem por perto, o actual presidente da Renamo. Não fez parte dos fundadores, todos portugueses ou descendentes, com dois africanos incorporados, cedidos pelos rhodesianos. Após o fracasso da primeira missão, André juntou-se ao grupo e logo se destacou entre os demais pela sua capacidade de liderança. Mas sem o apoio do Special Branch, que vigiava nossos passos e depois nos abrigou nada conseguiríamos, aliás como toda guerrilha, inclusive a Frelimo, que tinha a Tanzânia como sua "Rhodésia".
E para não ser confundido com a escumalha que pega carona na história, uma olhada mais detalhada na foto da capa de "A opção pela espada" pode ser mais esclarecedora: na fronteira Rhodésia-Moçambique, estou à frente de meu grupo, seguido de meu segundo em comando. Podem identificá-lo? É o bravo André, que assumiria com minha saída e impulsionaria o Movimento. Atrás dele, dois portugueses, Alex e Silva; depois, os dois africanos do Special Branch. E é só. A História tem que ser feita de verdades, boas ou más, para evitar que, em se mantendo omissões ou mistérios, permitam que aventureiros dela tentem lançar mão...
Pedro Marangoni
A imagem a que o texto se refere:
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2007/07/fundao-da-renam.html
Sobre este livro visite:
http://www.macua.org/livros/opcaoespada.html
Comandante Pedro, obrigado pelos ensinamentos, pelos livros que li de sua autoria e por ter feito parte daquela equipe de bons homens a qual me reservo revelar o local e o protegido.
Legião pátria nostra...força e honra
Adriano- SP
Resistência Nacional Moçambicana, poderá adquirir atravez do telemovel N. 963 262 044.
A partir da primeira quinzena de Janeiro 2009, vai estar à venda em algumas papelarias, nessa altura darei essa informação.
Um bom Ano
Carlos Guedes
É de lamentar que pessoas, sem conhecimento dos factos, falem sobre assuntos e pessoas, que lutaram a favor do ocidente, contra o comunismo, para que hoje em Moçambique, haja liberdade e alguma democracia.
Esses bravos homens,que deram início á formação da Resistência Nacional Moçambicana, deveriam ser respeitados e considerados como heróis que foram.
Para que conste na história de Moçambique, eu, Rodrigo Carlos Guedes, também um dos fundadores da R.N.M.,em conjunto com um amigo jornalista, escrevemos um livro baseado em factos reais,com o título "Memórias de um Combatente" e a verdade sobre a fundação da Resistência Nacional Moçambicana.
O livro terá o seu lançamento no dia 13 de Dezembro, em Oeiras, num almoço de confraternização com ex-residentes da cidade da Beira e Vila Pery, entre 150 a 200 pessoas (em frente á estação de Oeiras, no restaurante junto á praça de táxis).
Algarve 05/12/2008
Aguardamos!
Seus comentários sérios acrescentam informações preciosas à história de Moçambique,país que pela sua juventude,ainda a constroi.Rui Silva,se não me engano,possuia também o sobrenome Monteiro,não tinha o perfil de combatente,era um caçador guia moçambicano que a nós se uniu por uma profunda e comovente razão:a saudades de suas terras de Moçambique.Foi o primeiro a morrer pela Resistência e por única responsabilidade minha,que determinara que nenhum ferido poderia atrasar a progressão e ameaçar a sobrevivência do grupo.Era preciso,nos primeiros passos do grupo escapar do aniquilamento,visto sermos poucos e a regra também se aplicava a mim,sendo designado um segundo para assumir caso fosse ferido e não pudesse prosseguir.São factos como este que nos endurece e que fazem com que saíamos do "túmulo"do passado para protestar contra os aventureiros que querem aassumir nossos feitos,forjados com sangue e sacrifícios.Agradeço em nome dos que morreram em defesa da liberdade,pela sua integridade em busca da verdade.Minha resposta aos seus comentários poderá ser obtida através do Sr Gil,se não publicada.
pedro marangoni
Tanto esta lei como a que instituiu o T.M.R. foram introduzidas após a captura de Rui Silva, isto é, tinham efeitos retroactivos.
Ambas as leis só viriam a ser aprovadas pelo parlamento moçambicano depois das primeiras execuções por fuzilamento, ou seja, em Junho de 1979.
Foi relator dos dois projectos-lei o Dr. José Óscar Monteiro, o mesmo que aparece na imagem recentemente reproduzida neste Blog. (ver “Advogado baleado em serviço numa esquadra da Polícia”).
Como outras "maravilhas" do sistema jurídico moçambicano, as duas leis foram aprovadas, sem terem sido revistas na generalidade e na especialidade, pelos augustos* que desempenhavam o papel de deputados.
* augustos = designação jocosa dada na altura aos membros da augusta Assembleia, dita Popular.
E é pena, que em plena democracia moçambicana, algumas pessoas não coloquem os seus verdadeiros nomes nos comentários que aqui colocam. Têm medo de quê?
Fernando Gil
Eu sou da Beira e na altura com algumas pessoas de confiança estavamos a ficar fartos da ditadura da capital em 1976 e criou-se um grupo anónimo que discutiamos o que fazer contra a situação mas a favor da independencia.
Uma vez que este combate ocorreu em Manica em Janeiro de 1977, é fácil concluir que a Resistência Moçambicana (ou Remo) é posterior à Resistência Nacional Moçambicana (ou Renamo), cuja génese está intimamente ligada à Voz da África Livre.
Tal como referi antes, o conceito de “Resistência” surgiu logo a seguir a Agosto de 1976, sendo referido amiúde nas emissões daquela estação de rádio. Foi em Novembro de 1976 que a emissora se referiu pela primeira vez à Resistência Nacional Moçambicana, nas vésperas da primeira acção armada que André Matsangaíce viria a lançar em Sofala, embora sem sucesso.