sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Banho de sangue da Renamo nas Cidades

Banho de sangue da Renamo nas Cidades
Vozes@Hora da Verdade
Nos últimos tempos temos assistido pela imprensa a vários posicionamentos por parte dos ex-bandidos armados em que na maior parte dos casos “desenterram o machado de guerra” com objectivos de tentarem fazer sentir a existência de um partido que neste momento se afundou, estamos a falar da RENAMO.
No dia 12 de Janeiro (se não estou em erro) o jornal “ O PAÍS “ publicou uma extensa entrevista ao “pai” das sabotagens infra-estruturais conhecido lá nas matas por Bob Charlton (Hermínio Morais ) que dentre várias coisas diz que a RENAMO durante a luta de desestabilização não quis entrar ou ocupar as principais cidades porque evitava banho de sangue nas mesmas e infelizmente não se pronunciou porque a mesma ( RENAMO ) atacava aldeias, vilas e colunas de carros ( colunas essas que transportavam víveres à população) , aldeias e vilas onde também viviam seres humanos em grande parte pés descalços e primeríssimos inocentes, em artigos anteriores referi que este tipo de discursos actualmente ninguém precisa, pois a prática a que se referem parece fácil pois pode não ser tão fácil como querem fazer entender, visto que na década de noventa a RENAMO ninguém que não sabe que??? mais do que fortalecida, encontrava-se enfraquecida (já não tinha retaguardas: a África do Sul e a então Rodésia do Sul) já tinham passado para a História.
No “O PAÍS” no dia 21/01/09, aparece o antigo Chefe-do-Estado-Maior das FADM, ex-Chefe da Contra Inteligência da RENAMO, refiro-me a Mateus Ngonhamo discordando daquele que considera ter sido seu subordinado (Hermínio Morais), Ngonhamo este que diz não ser político mas que as suas declarações são políticas independentemente de ter ou não cartão de algum partido (ninguém já teve acesso à já volumosa carteira ) ou seja, este também faz declarações que só servem para “desenterrar o machado de guerra” onde de entre vários aspectos diz que o massacre de Homoíne quem protagonizou foram as extintas FPLM (Forças Populares de Libertação de Moçambique) imagine-se que apareça um ex-FPLM a contrariar este discurso, haverá desfecho no mesmo? Segundo ele, por obuses de tanques, o que contraria a maior parte das fontes escritas independentes ou seja os tanques a que se refere provavelmente “cuspam” catanas, para decapitar especificamente orelhas, olhos, órgãos genitais por aí em diante, para Ngonhamo a sua RENAMO entrou ou atacou Homoíne para celebrar missa, será que vale a pena falar de Homoíne? Onde do que se sabe foram decapitadas com catanas, baionetas e armas ligeiras cerca de 600 pessoas? Recordo-me que durante, e depois do Acordo Geral de Paz, houve certa corrente que defendia a criação de uma Comissão de Verdade, tendo a RENAMO recusado. O que falta ouvir dos já abastados ex-perdizes é que quem queimou as fábricas de chá no Gurúè (Zambézia) foram os grupos dinamizadores, quando na verdade sabe-se que foram estes senhores assessorados por especialistas sul-africanos (há muitas obras escritas sobre o assunto, vide O Dossier Makwakwa de Paulo Oliveira, que conviveu com a RENAMO, o livro os Contras do Apartheid, cujo autor neste momento não me recordo, mas li este livro) que se encarregavam do manuseamento de explosivos. Eu pelo menos vivi de perto a guerra civil, nela perdemos muitos dos nossos queridos familiares e colegas de carteira que nunca mais veremos. Temos de assumir de antemão que a RENAMO não celebrava missas nem distribuía presentes durante os ataques, saqueava sim e deixava inúmeras vítimas humanas, na sua maioria civis, não gostamos de nos recordar disso mas nunca nos esqueceremos.
Para quem analisa friamente pode concluir que a existência da RENAMO foi absolutamente desnecessária porque os resultados foram desastrosos, de democracia “nhento”. Foi surpreendente a auto-intitulação do já conhecido antidemocrático Afonso Dhlakama quando ironicamente já se assume de Barack Obama de Moçambique, primeiro não há nem sequer algumas semelhanças entre estes dois sujeitos fisicamente e muito menos em perfil, Obama é Obama, Dhlakama é Dhlakama, Savimbi é Savimbi, Nkunda é Nkunda, talvez Dhlakama equipare-se ao seu André Matsangaíssa (autêntico criminoso). O Marechal Samora Machel ensinou-nos a dar adjectivo caso a caso e ninguém pode querer comparar-se a Obama sob o risco de manchar aquela figura limpa em todos os aspectos. O povo moçambicano não precisa de saber qual dos Generais da perdiz matou mais gente, quer sim saber de que maneira se pode combater a
pobreza.

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