segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Jornal Português associa imagem de Dhalakama aos males de Guebuza

Guebuza suspeito de receber subornos

Justiça dos EUA abriu um processo por corrupção, de dimensão internacional, que envolve o desvio de milhões de euros de empréstimos a empresas públicas moçambicanas.
Por Francisco J. Gonçalves|01:30
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Armando Guebuza
LUSA
O ex-presidente moçambicano Armando Guebuza é suspeito de ter recebido subornos no caso das dívidas ocultas de Moçambique, um caso que já levou à detenção, na África do Sul, do ex-ministro das Finanças Manuel Chang. 

O caso está a ser investigado pela Justiça dos EUA, que viu vários investidores nacionais burlados, num esquema que passou pelo desvio de verbas elevadas por parte de Chang e vários cúmplices. Em causa estão pelo menos 200 milhões de euros, desviados de empréstimos em nome de empresas públicas moçambicanas e orçados em cerca de dois mil milhões de euros. 

O despacho de acusação norte-americano cita correspondência entre os acusados, caso do libanês Jean Boustani, negociador de empréstimos em nome da Privinvest. Num email de 2011, Boustani refere que "para garantir que o projeto tem luz verde do chefe de Estado [Armando Guebuza] um pagamento tem de ser combinado antes de chegarmos lá". 

Para a oposição moçambicana, a dimensão do caso é um escândalo. "A possibilidade de envolvimento de um chefe de Estado é uma grande deceção para os moçambicanos", referiu José Manteigas, da Renamo, sublinhando ainda as falhas da Justiça nacional: "A nossa PGR ficou impávida e a assobiar para o lado, desde o início. É uma grande vergonha".

"O Estado está a ser capturado por uma rede mafiosa", afirmou, por seu lado, Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), pondo em causa décadas de poder da Frelimo. 

Para já, há cinco acusados. Além de Chang e Boustani, detido na quarta-feira em Nova Iorque, foram detidos e acusados o neozelandês Andrew Pearse, ex-diretor do Credit Suisse, o britânico Surjan Singh e a búlgara Detelina Subeva, também executivos de topo desse banco de investimento suíço.

PORMENORES 
Dúvidas sobre Nyusi 
O atual presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, não surge entre os suspeitos, mas um email citado pela acusação a propósito da negociação de luvas deixa dúvidas no ar. "Para implementação do projeto há agentes cujos interesses têm de ser atendidos, por exemplo, o Ministério da Defesa [liderado então por Nyusi]."

Primeira audiência
A primeira audição do caso está marcada para dia 22, em Brooklyn, Nova Iorque. Além dos 5 suspeitos já detidos há quatro outros moçambicanos cujos nomes não foram ainda revelados.

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