quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Chissano diz que Nyusi teve uma atitude correcta no caso das “dívidas ocultas”


Joaquim Chissano diz, numa entrevista publicada ontem no “Notícias”, que Filipe Nyusi teve uma atitude positiva no caso das “dívidas ocultas”, nomeadamente mostrando-se sempre aberto para o “esclarecimento da verdade”: “Eu creio que o Presidente Nyusi foi muito aberto para este processo. Ele disse que ‘eu quero que isto seja investigado’. Parece que a Procuradoria Geral da República havia dito que não tinha condições técnicas para prosseguir a investigação, porque o assunto era muito complexo. E Nyusi disse: ‘então recorra-se forças exteriores’. Eu penso que o Presidente Nyusi devia ser apoiado pelas démarches que fez. Não devia ser afectado negativamente. Antes pelo contrário, devia afectá-lo positivamente”.

Para Chissano, Nyusi mostrou-se aberto ao esclarecimento do caso, tendo inclusivamente recomendado à PGR a recorrer ao exterior para a investigação do problema. Dissertando sobre o papel das autoridades de justiça, a nível nacional e tendo em conta a percepção de que há uma forte interferência do poder politico, o ex-PR afirmou que “as nossas autoridades aqui ainda têm espaço para fazer o que lhes compete. E o presidente Nyusi tem as mãos livres para que isso aconteça”.  

O escândalo das dívidas ilegais que privaram a liberdade de Manuel Chang, na África do Sul, antigo ministro das Finanças e membro da Frelimo, é visto por Chissano como um motivo para o partido “sentar-se e reinventar-se. Nós somos toda uma massa de militantes que terá de sentar e rejuvenescer o partido. Como se diz, purificar o partido ao máximo possível porque essas coisas de partidos não são muito fáceis”. 

Avaliando os 4 anos do consulado de Nyusi, Chissano disse que a actual governação foi marcada por acções que demonstraram um grande compromisso com o povo. “É que ele fez o seu máximo para cumprir as promessas da sua campanha eleitoral e, sobretudo, as afirmações que ele fez na tomada de posse. Ele pôs a paz à frente de tudo porque considerou que a paz é básica, é essencial para o desenvolvimento do país, para o desenvolvimento do homem e da mulher moçambicana”. (Carta)
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