23 de Maio 15h41 - 17 Visitas
A chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares, que falava, hoje, numa conferência de impressa, depois da sessão plenária de aprovação da lei de revisão pontual da Constituição da República, diz que a questão da eleição do administrador é uma questão transitória.
“O governador eleito será consultado e o ministro de tutela faz a nomeação, a partir de 2024 começa um processo de verdadeiramente dar poder ao povo a possibilidade de eleger o administrador”.
Soares diz ainda que a Renamo tem todas as condições para, a partir de 2019, ter o ministro de tutela que vai ser aquele que consulta o governador eleito, uma vez que o governador pode ser proposto pelos partidos políticos ou a sair de grupos de cidadãos organizados.
Soares afirmou ainda que, no fim, os governadores serão eleitos como é da vontade da Renamo e de todos moçambicanos e que o processo de descentralização não significa divisionismo. “Nunca pretendemos criar divisão, mas dar uma possibilidade de que tenham o governador a responder às necessidades da população daquela província”.
Já o Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, diz que a proposta foi depositada sem o consentimento do seu partido. No entanto, o seu partido tinha questões a fazer, uma das quais sobre a eleição do administrador.
“O MDM levava oito questões à mesa, ganhou sete e perdeu uma que era em relação aos administradores”. Simango acrescentou que havendo a prorrogativa do governador ser consultado eles serão ouvidos e suas propostas aceitas.
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RENAMIZAÇÃO DA FRELIMO?
Tenho acompanhado que com júbilo e garbo, camaradas meus (entenda-se, da FRELIMO) têm publicitado os habituais telecomícios de Afonso Dhlakama, líder incontestável e inabalável da RENAMO, a respeito das “installment tréguas” com que tem brindado os moçambicanos. O que salta a vista nesses comícios é o facto de Dhlakama dar a entender que os seus correligionários devem saber perdoar a FRELIMO e não agir com ódio! Oh Senhor, assim mesmo está bom?
Quer dizer, a FRELIMO é que deve ser beneficiária de uma clemência por parte da RENAMO, mesmo se sabendo que quem mata, viola e saqueia é ela e não a FRELIMO! Ora nem mais, há aqui uma tentativa de renamizar a FRELIMO que, como membro não posso conceber. Aliás, sempre achei estranho que Afonso Dhlakama fosse quem viesse anunciar os entendimentos com o Presidente Nyusi. Há quem vê nisso um exercício de “empowerment” de Dhlakama, alguém que quando lhe dá na real gana foge para o mato, manda matar, saquear e destruir e no fim diz que deu presente aos moçambicanos porque vê o sofrimento do povo e está sensibilizado pelos constrangimentos dos empresários. Parece-me haver inversão de papéis.
Por outro lado, a renamização da FRELIMO é caracterizada pela ausência da FRELIMO nas bases. Já há bom tempo não vejo os Chefes das Brigadas Centrais de assistência as províncias (também membros da Comissão Política) nas respectivas províncias assistidas, tanto é que boa parte deles são deputados eleitos por esses círculos eleitorais, portanto, com responsabilidades com o seu eleitorado. Assim, como acontecia com a RENAMO, apenas o Presidente do Partido se faz ao terreno, numa espécie de “one man show” a moda Dhlakama. Em contrapartida, a Renamo vai descendo as bases e fazer aquilo que a FRELIMO sabe fazer melhor que ninguém: desdobrar-se as bases. Muito estranho para mim!
Finalmente, num exercício a todos os níveis estranho, flagranteamos quadros da FRELIMO e da RENAMO em troca de propaganda romântica, quais galhardetes de amor e paixão, com declarações de fazer inveja. Em suma, são adversários em campo que parece jogarem para empatarem o jogo. Vale recordar que quando o adversário nos elogia é porque não estamos no bom caminho e da última vez que entre a RENAMO e a FRELIMO houve este “exchanging vows” a FRELIMO esteve a um passo de morar na oposição. Preciso lembrar os resultados de 1999? O adversário não pode ser objecto de carícias, mas alvo a abater numa guerra, naturalmente, com o devido respeito.
Em todo o caso, o que me anima é saber que a FRELIMO, sabiamente inspirada pelo espírito da gesta libertária e pelos briosos combatentes da luta de libertação nacional, as nossas reservas morais, tudo fará para evitar esta renamização a que tem sido imposta!
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