A dias, postei qualquer coisa sobre diálogo. Hoje, na mesma sequência, vos quero falar sobre os perigos de expormos a nossa intimidade (diga-se do casal) ao relento. Sou contra qualquer homem que levanta a mão para mulher, não interessam quais são os motivos. Quando uma relação azeda, o melhor caminho a seguir é o do divórcio, sem que, no entanto, haja escaramuças. O diálogo resolve tudo.
Estatisticamente posso até não saber, mas não são poucas as mulheres, em Moçambique, que quando estão em vias de separação dos seus maridos, falam de toda a intimidade do casal para terceiros. Mau…muito mau!
Enquanto a relação era saudável, jamais disseram que o marido é gatuno, mulherengo, não custeia despesas domésticas e tantas outras coisas que só são comportadas pela língua afiada de certas mulheres (pode- se entender também homens).
A intimidade entre duas pessoas é sagrada. Tudo o que acontece dentro das quatro paredes (mesmo que as paredes falem) deve ser guardado em segredo. No baú das melhores memórias. É uma fatia da nossa vida. Não podemos jogá-la ao relento para os cães se aproveitarem.
Vem tudo isto à propósito das recentes declarações de Bárbara Guimarães, uma renomada apresentadora de televisão portuguesa. Para os que gostam de ler, de se informar, sabem que ela se separou do marido, Manuel Maria Carrilho, antigo ministro da Cultura e de quem teve um filho e uma filha , Dinis Maria (2004) e Carlota Maria (2010).
A separação foi em 2013. Porém, ela intentou um processo no tribunal, acusando o então marido de violência doméstica. Não é isso que aqui quero discutir. O facto são os detalhes sórdidos da vida a dois que ela vai despejando à imprensa portuguesa. É a intimidade de ambos que passa a ser do domínio popular.
Ao “Correio da Manhã”, um jornal português, ela revelou intimidades com o seu ex-marido. Disse, por exemplo, que o sexo com o marido era frio e sem carinho.
Meus caros: ela foi casada durante mais de dez anos com Manuel Carrilho. Da relação nasceram dois filhos. Jamais, enquanto o casamento durou, veio a público dizer que o sexo com o marido é frio. Só agora?????
Por outro lado, ambos, ela e o marido, são figuras públicas. Pelo que não lhes dignifica que tenham a sua intimidade jogada fora. É ridículo. A praça pública não é para os derrotados lavarem a sua roupa suja. É para os fortes. A praça pública precisa de heróis, de bons exemplos, de modelos de vida e não de pessoas tacanhas.
Eles têm dois filhos. Que futuro será o deles? Presumo eu (não interessa quem está com a guarda das crianças), que para um bom crescimento delas, devia haver, pelo menos, uma relação cordial entre os pais. Devia haver respeito mútuo, apesar das suas diferenças.
Gosto muito da beleza estonteante de Bárbara Guimarães, e dela, como apresentadora. Mas desta feita, foi longe demais. Vendeu muito cara a sua intimidade. Expôs-se ao ridículo de maneira muito baixa. Parece uma mulher qualquer ignorante…
E é desses exemplos que devemos aprender. Tirar ilações. O caminho da vida é tortuoso. Ninguém sabe viver com mestria, mas podemos (e devemos) tentar.
Nini Satar
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