quinta-feira, 30 de março de 2017

Quase metade da frota da LAM em terra por problemas mecânicos




QUINTA, 30 MARÇO 2017 07:52 CELSO CHAMBISSO



Apenas quatro aviões da LAM asseguram as ligações à escala nacional e regional



Os últimos dias têm sido marcados pela intensificação de reclamações dos clientes das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), perante uma série de eventos que revelam ineficiência dos serviços, com destaque para atrasos e, até, adiamento de voos. Para melhor compreensão das dificuldades da empresa, a vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, deslocou-se à sede da LAM, na tarde de ontem, e, na interacção com a equipa técnica da companhia, constatou um cenário dramático: de uma frota de sete, há apenas quatro aviões a assegurar actualmente as ligações à escala nacional e regional. Os restantes três aviões estão avariados.

Após reunir, à porta fechada, com os responsáveis da companhia, a vice-ministra dos Transportes e Comunicações reconheceu o impacto negativo das limitações da LAM, mas considerou que a situação não é de todo má, a avaliar pelo facto de que os aviões avariados estão já em reparação, factor importante para a salvaguarda da segurança dos passageiros.

“Se o equipamento não reúne condições, por mais que seja o mínimo detalhe, é importante estar em terra. É importante, primeiro, resolver-se o problema, para garantirmos que os nossos passageiros viajem e o façam seguros, portanto, segurança em primeiro lugar”, disse Manuela Rebelo.

Refira-se que a instabilidade da empresa levou o Presidente da Comissão Executiva (PCE) da LAM a viajar em busca de soluções fora do país. “Está em busca de alguns apoios, a ver se melhoramos a questão da nossa frota”, revelou Manuela Rebelo, sem avançar mais detalhes.

São estas fragilidades que justificam a intensificação dos atrasos e adiamentos de voos e que levam ao alvoroço dos passageiros, um pouco por todos os aeroportos do país. E não é para menos: apenas quatro aeronaves estão a dar cobertura a 11 províncias de um território com 799 380 quilómetros quadrados e perto de 26 milhões de habitantes.

Em Fevereiro passado, por exemplo, no Aeroporto Internacional de Maputo, mais de 100 passageiros da LAM viram as suas viagens serem canceladas devido a problemas técnicos nas aeronaves. A nossa equipa de reportagem conversou com passageiros que esperaram pelos voos desde 04h00 de madrugada e que, até ao anoitecer, não tinham qualquer perspectiva de que as viagens iriam concretizar-se, facto que levou à soma de prejuízos: houve quem perdeu produtos previamente despachados devido ao longo tempo de espera pela viagem; houve quem perdeu um dia de trabalho; houve, inclusive, gente que teve de desistir da viagem.

Na altura, a LAM emitiu um comunicado em que assumia que, devido a questões técnico-operacionais, alguns voos estavam a ser realizados de forma condicionada, havendo reprogramações e, em alguns casos, cancelamentos. Mas tranquilizava os clientes com a mensagem de que estava a resolver a situação, embora sem avançar qualquer prazo para a reposição da normalidade.

Ontem, entretanto, a LAM avançou que os aviões com limitações de actividade poderão retomar as operações em poucos dias, já que as equipas técnicas aguardam pelos acessórios importados dos países fabricantes.

Em Janeiro deste ano, lembre-se, através de uma carta, funcionários denunciaram problemas de gestão da companhia, desde atrasos frequentes nos voos, saída massiva de pilotos e pagamento de quantias avultadas para a hospedagem de um dos administradores. 

Na altura, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, leu a missiva dos funcionários e desvalorizou o respectivo conteúdo, com o argumento de que, havendo problemas, devem ser discutidos em fórum próprio. O ministro reiterou que a primeira prioridade do Governo é garantir a segurança dos passageiros, o que passa por uma gestão criteriosa da LAM.



8 h · 

s países, face a situações similares ou menos penosas, ensaiaram com mais ou menos sucesso, reformas sérias no sector e modelos de gestão das companhias de bandeira. Portugal vem testando um há anos, Malawi aliou se a Ethiopian Air Lines, a TAAG em Angola está num processo de reformas seríssimo. Não estou a sugerir cópias, estou a sugerir uma reflexão séria que nos tire do marasmo em que estamos. 
Marlene Manave foi contestada. Depois dela já tivemos outras pessoas a gerirem aquela empresa. O problema é no entanto maior que as pessoas na gestão a cada momento. Acredito que o Governo já sabe disso, há pois que iniciar um processo de reformas que garanta uma revitalização do sector e confiança para um sector e uma empresa com imagem desgastada por estes dias.
PS: A visita da minha camarada Vice—Ministra funcionou como ir fazer show off num funeral. Fez um vukuvuku mediático com vuvuzelas e tudo e, no fim, não disse nada que dê conforto aos usuários da LAM. E, como no funeral, deixou as pessoas a chorarem com mais intensidade. Bom dia camarada. Isso não se faz.






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Comentários

Egidio Vaz A visita da vice não acrescentou nada. Nem na viagem muito menos no verbo. Era ver e vomitar depois.
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Osvaldo Jocitala Eu estou a vomitar até agora!

Helio Banze Egidio Vaz .....muito extremismo......kakakakka

Júlio Mutisse Fiz um Post ontem sobre a LAM e quando, no TJ, se anunciou a visita fiquei ansioso. Queria ouvir algo sério e novo que vá de encontro a situação em que nos encontramos agora, que nos dê conforto e alento para enfrentar o futuro com esperança. Tudo o que ouvi tanto da Vice—Ministra como do PCA do IACM já ouvi antes dos ex Ministros Eng Paulo Zucula e Dr. Gabriel Muthisse e até do Eng. Carlos Mesquita. Portanto, se era só para dar a cara... ok. Veio. E depois? O que é que o Governo está a perspectivar para o sector? E para a empresa?
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Custódio João Sabonete A busca de um protagonismo que de novo nada trás. 
Aquele sítio precisa que sejam tomadas medidas arrojadas, nem que para isso custe muito sacrifício.

Júlio Mutisse Para que é que serviu a visita da Vice Ministra à LAM? O que é que ela constatou? Que medidas vai o Estado e a própria LAM tomar para resolver o problema e repor a confiança dos cidadãos na LAM, seus aparelhos e suas gentes? Os problemas da LAM estão só nos aparelhos avariados? Nos seus gestores? Ou se estendem a problemas operacionais que só seriam minimizados com a frota inteira a funcionar? Qual o tamanho da maça laboral da LAM? A frota escolhido Gera eficiência operacional? Em que medida onera a empresa?
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Adriano Biza Ela nada mais fez do que cumprir um modelo de liderança/gestão que nos é característico historicamente em que ‘governar’ equivale também a ‘visitar’. Acho que deveríamos explorar ao mesmo tempo várias frentes: (i) modernizar a gestão e operacionalização da LAM a níveis de padrões considerados aceitáveis internacionalmente e (ii) abrir ‘de facto’ o espaço aéreo. Na primeira temos que ter a humildade de aceitar apreender, reconhecendo a ‘rudimentalidade’ dos nossos modelos de gestão e operação e na segunda deixarmos de repetir o politicamente correcto de que o espaço aéreo já está há muito liberalizado. Pelo que vi na tv diria que politicamente o espaço aéreo está aberto, mas ao mesmo tempo arranjamos artimanhas técnicas (diga-se, condicionalismos) associadas a um discurso de segurança para eliminar a concorrência e manter o protecionismo na ‘silenciosa’. A questão seria, em que medida tais medidas (passe a redundância) favorecem ou criam um ambiente de facto favorável para real abertura e concorrência?!
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Egidio Vaz Júlio Mutisse, permita-me corrigir o título do post. Não se tratou de uma visita inútil. O título deveria ser "uma Vice-ministra inútil". Vice-ministra inútil faz coisas inúteis. E aí você não precisaria de explicar tanta coisa.
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Kudumba Root E isto também remete para o nosso modelo, historicamente influenciado também como bem disse o Biza, de indicação de membros do Conselho de Ministros. A senhora veio de Inhambane "bem recomendada" (as aspas são pela discrepância desse conceito nos modelos de liderança e gestão CONVENCIONAIS, e naqueles outros que quotidianamente inventamos a cada 5 anos, às vezes nem tantos)
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Egidio Vaz Mavunga tinta (gasta-tinta)

Candido Naca Naca suposicao: julio e vaz nomeados ministro e vice dos transportes. o que fariam face aos desafios?
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Egidio Vaz Eu combatia a corrupção e o resto alinhava-se. Este é o maior mal. Quando dirigentes colocam seus interesses em primeiro resultado em memorandos de entendimento com empresas do ministro e outras promiscuidades.

Júlio Mutisse Mais do que isso procurava sair do barulho. Entregava a busca de soluções reais e práticas aos donos. IGEPE e MEF. É que há demasiada intromissão do MTC no assunto sem ser seu....

Helena Lele pandza's country . Onde pensam que o povo e burro

Helio Banze Júlio Muthisse concordo plenamente consigo, eu quando vi a Vice e depois o diretor da Aviação Civil fiquei mesmo estarrecido em perceber que as lideranças estão mesmo distantes do que deve ser feito. Instituir critérios de licenciamento que constituem uma visivel barreira de entrada de concorrentes e depois dizer que eles é que não estão preparados é vergonhoso e revela falta de objectividade com o essencial perante um sistema de transporte extraordináriamente carro e terrivelmente ineficiente para o paíss.

Edy Tsakane Palmas camarada Júlio Mutisse, não podias ter dito melhor. PS: há muito que copiar os Etíopes no que refere ao transporte, os tipos levam o assunto muito à sério.

Júlio Mutisse Candido deixava de ter protagonismo e instava o IGEPE e o MEF a fazerem o que devem fazer. Sabes o que é?

Alcino Marcos Júlio Mutisse, tens o meu voto a PR em 2019... componha o seu manifesto e vamos a isso 😎

Temos solução lets try, talvez alguem com dinheiro nos apoie já que aqui Política é dinheiro e é ai onde tudo se estraga porque teremos que satisfazer as vontades dos donos do dinheiro e eles sim serão o PR sob a nossa capa...

Nesta fase se passo a assistir infelizmente e apelar que abram o mercado de aviação para exploração para outras companhias aéreas.

Nada mais disse senão amanhã dirão... mas ele era tão bom e jovem 😂😂😂
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Leonardo Chamussa Ga famba gona, como diz o mano Ericino de Salema!

Júlio Mutisse Muito malo como dizemos
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Leonardo Chamussa Que Deus não permita, mas quando cair um avião, e matar muita gente, aí todos vamos acordar! Claro, as mensagens de pesar não vão faltar, para não falar das famosas comissões de inquérito, que nunca trazem nada...

Yolanda Samuel Concordo em número , grau e gênero (Bras) ou género (port)..

Chacate Joaquim Só estou com pena dos trabalhadores e suas famílias. Porque a caminhar - se deste jeito tudo irá sobrar para o mais fraco e sua família e ainda com uma dose da FIR este País precisa de direcção se possível vamos importar já que falta - nos mão -de - obra qualificada mesmo! Ntla.

El Patriota Exacto!

Joao de Sousa Meu caro Julio: sem tirar nem por. Foi isso mesmo. Teatro ao desbarato.

Gildo Mugabe Rhulani Meu caro Júlio Mutisse, nao apague esta mensagem antes que se torne realidade, nao que eu queira que isso aconteca, mas tudo indica que vai acontecer. O GOVERNO MOCAMBICANO, A SOCIEDADE CIVIL, ENTRE OUTRAS INDIVIDUALIDADES, VAO ACORDAR E LIBERAR O ESPACO AEREO NO DIA QUE ACONTECER UMA TRAGEDIA........, guarde estas palavras, repito nao é meu desejo que isso aconteca um dia.

João Carlos Não raras vez e na maioria dos casos as visitas dos nossos dirigentes têm sido despropositadas e inconsequentes. Como se fosse assim, uma praxe. Mais nada. Enquanto o cidadão desespera por medidas e soluções, os dirigentes deambulam em visitas para se inteirar do que já sabe..... Não há consequências

Arao Jose Valoi Até que um dia a tal crise se manifeste doutra forma que nem quero aqui citar. Enfim, o País que nos tem.

Luís Loforte Dói, mas é preciso que se diga. TEXLOM, TEXMOC, TEXMANTA, MADEMO, MARMONTE, LAM, MABOR, MAQUINAG, TPM, PETROMO, MORRERAM VÍTIMAS DA MESMA DOENÇA: requisições e uso sem pagamento pela elite política. Atrever-se a cobrar? Um convite sério a problemas. Um exemplo: quando ainda no activo, na RM, apodaram-me de antipatriota quando condicionei a gravação do Hino Nacional a pagamento devido. Como assim, a RM é do Estado! Amuaram e preferiram gravar na A. Sul, pagando milhares de randes. E agora, como se não os conhecessem, dizem que andam a "auscultar os problemas".

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