Porta-voz da Casa Branca tenta dar o dito por não dito. Quando disse que tinha sido escutado pelo anterior presidente norte-americano, Donald Trump estaria a referir-se a outra coisa qualquer.
Não uma, não duas, não três. Foram quatro, quatro vezes que Donald Trump acusou Barack Obama de tê-lo “escutado” quando o milionário norte-americano era o candidato do Partido Republicano à presidência norte-americana, no ano passado. Mas, numa revisão histórica a quente, o porta-voz da Casa Branca veio agora dizer que, afinal, foi tudo ilusão. Quando disse que tinha sido “escutado”, Trump não queria dizer “escutado”. Queria dizer seguido, observado, analisado. “Escutado”, afinal, não quer dizer “escutado”. Credível?
Nesta batalha em busca da verdade por entre os “factos alternativos” que a Administração Trump se vai dedicando a polvilhar pela espuma dos dias, vale a pena voltar à origem dos acontecimentos. Neste caso, a origem é o dia 4 de março, madrugada de sábado, o dia em que o presidente norte-americano acordou (ou se preparava para ir dormir), pegou no telemóvel e começou a lançar vagas de acusações contra o seu antecessor na Casa Branca.
Com um intervalo de 27 minutos entre o primeiro e o quarto tweet, Trump escreveu o seguinte:
Não foi só isto. Spicer também disse que, quando se referiu a Obama, Trump estaria a referir-se à Administração Obama de forma genérica e não a acusar Obama de “envolvimento pessoal” nas escutas.
Voltemos aos tweets. Na segunda de quatro publicações, Trump questiona-se sobre se “será legal que um presidente em funções esteja a ‘escutar’ uma corrida para presidente antes de uma eleição?” A expressão é de Trump: “Presidente em funções”. A acusação estava centrada em Barack Obama, não na sua equipa ou nalgum elemento vago da sua equipa.
Depois, nas últimas quatro publicações, Trump acusa Obama de “escutar os [seus] telefones em outubro” e de “escutar os [seus] telefones durante o muito sagrado processo eleitoral”. Mais uma vez: “escutar os telefones”. Foi essa a expressão de Trump. O presidente norte-americano não se referiu a “escutas” no sentido lato mas, sim, num sentido muito concreto.
Aliás, há uma semana, Spicer já tinha considerado que os tweets de Donald Trump “falam por si mesmos”, escusando-se a dar mais explicações sobre as acusações neles contida.
Nesta batalha em busca da verdade por entre os “factos alternativos” que a Administração Trump se vai dedicando a polvilhar pela espuma dos dias, vale a pena voltar à origem dos acontecimentos. Neste caso, a origem é o dia 4 de março, madrugada de sábado, o dia em que o presidente norte-americano acordou (ou se preparava para ir dormir), pegou no telemóvel e começou a lançar vagas de acusações contra o seu antecessor na Casa Branca.
Com um intervalo de 27 minutos entre o primeiro e o quarto tweet, Trump escreveu o seguinte:
Terrible! Just found out that Obama had my "wires tapped" in Trump Tower just before the victory. Nothing found. This is McCarthyism!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 4, 2017
Ainda havia dúvidas? Se havia, Trump publicaria mais dois tweets, ainda mais concretos.Is it legal for a sitting President to be "wire tapping" a race for president prior to an election? Turned down by court earlier. A NEW LOW!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 4, 2017
I'd bet a good lawyer could make a great case out of the fact that President Obama was tapping my phones in October, just prior to Election!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 4, 2017
Pausa para dar a palavra ao porta-voz da Casa Branca. Esta segunda-feira, Sean Spicer disse o seguinte: “Penso que não há dúvidas de que a Administração Obama… que houve práticas de vigilância e outras atividades que ocorreram na eleição de 2016”. Mas a que atividades se referia Trump? “O Presidente usou a expressão escutas em citação para referir-se, de forma genérica, a vigilância e outras atividades“.How low has President Obama gone to tapp my phones during the very sacred election process. This is Nixon/Watergate. Bad (or sick) guy!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 4, 2017
Não foi só isto. Spicer também disse que, quando se referiu a Obama, Trump estaria a referir-se à Administração Obama de forma genérica e não a acusar Obama de “envolvimento pessoal” nas escutas.
Voltemos aos tweets. Na segunda de quatro publicações, Trump questiona-se sobre se “será legal que um presidente em funções esteja a ‘escutar’ uma corrida para presidente antes de uma eleição?” A expressão é de Trump: “Presidente em funções”. A acusação estava centrada em Barack Obama, não na sua equipa ou nalgum elemento vago da sua equipa.
Depois, nas últimas quatro publicações, Trump acusa Obama de “escutar os [seus] telefones em outubro” e de “escutar os [seus] telefones durante o muito sagrado processo eleitoral”. Mais uma vez: “escutar os telefones”. Foi essa a expressão de Trump. O presidente norte-americano não se referiu a “escutas” no sentido lato mas, sim, num sentido muito concreto.
Aliás, há uma semana, Spicer já tinha considerado que os tweets de Donald Trump “falam por si mesmos”, escusando-se a dar mais explicações sobre as acusações neles contida.
Sem comentários:
Enviar um comentário