quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

E depois do acórdão?


Afonso Dhlakama deu uma longa entrevista ao Canal de Moçambique.
Mas, apesar de muito pressionado pelo entrevistador, fugiu sempre a revelar o que pensa fazer se/quando o Conselho Constitucional decretar a vitória do partido Frelimo e do seu candidato Filipe Nyusi.
E Afonso Dhlakama não tem dúvidas de que será esse o veredicto do CC.
Afirmou, no entanto, que não trairá os que votaram nele, se todos os passos legais cumpridos, a fraude continuar. O que quer isto dizer, não sei, porque noutra parte da entrevista reconheceu que, como em outros partidos, há na Renamo uma ala dura, formada pelos generais, que gostaria de actuar pela força. A ver vamos...
Entretanto, não posso deixar de sorrir perante recentes declarações de José Pacheco, o negociador chefe do Governo nas conversações com a Renamo. Sobre a reivindicação da Renamo de partilha dos cargos de chefia nas FADM e na Polícia, Pacheco afirmou que esses cargos não se partilham mas são ocupados devido ao mérito dos que o exercem. E eu sorrio porque, durante os quase dois anos de confrontos militares, recentemente, se houve alguém que demonstrasse mérito foram os homens da Renamo que, em todos os confrontos, desbarataram as forças governamentais, apesar da enorme diferença de meios entre as duas partes.
Parece, portanto, que, de acordo com esse critério, os cargos de chefia nas FADM e na Polícia serão todos ocupados por pessoas provenientes da Renamo.
Outro aspecto em debate no Centro de Conferências Joaquim Chissano é a necessidade de todos os cargos de chefia no Aparelho de Estado serem
ocupados através de concurso público. O que, à primeira vista, parece uma medida excelente. A minha dúvida é sobre quem vai avaliar as provas desses concursos públicos. Porque, tal como nestas eleições, as leis podem ser muito boas mas se quem dirigir os processos estiver de má-fé, a fraude acontece e não há quem a faça parar.
Espero que, pelo menos, vamos aprendendo com o presente para
evitar que as coisas se repitam no futuro.
Machado da Graça, Savana 28-11-2014

3 comentários:

Unknown disse...

E verdade existe tribalismo institucional em todas ongs e empresas mineiras sao pessoas do sul vamos dividir o pais

Unknown disse...

Estamos cansados sendo descriminado acha k o povo do centro e norte esta sastifeito com o regime

Unknown disse...

E verdade existe tribalismo institucional em todas ongs e empresas mineiras sao pessoas do sul vamos dividir o pais