quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Regime sírio acusado de novo massacre

 

Regime sírio acusado de novo massacre
legenda da imagemRegime de Bashar al-Assad acusado de novo massacre na Síria
Sana/ EPA

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) denunciou esta manhã um novo massacre do regime de Bashar al-Assad. Mais de 100 civis terão morrido na passada terça-feira durante um ataque do exército nos arredores de Homs, no centro de país. Um ataque já confirmado pelo jornal Al-Watan próximo do regime sírio.

A organização não-governamental, com sede em Londres, que se apoia numa extensa rede de militantes e de médicos presentes no terreno denuncia que num ataque iniciado pela manhã e que se prolongou por 24 horas "o regime sírio cometeu um novo massacre na terça-feira que causou 106 vítimas, incluindo mulheres e crianças".

O jornal Al-Watan, próximo do regime sírio, escreveu que o exército "conseguiu avançar" nos arredores de Homs, eliminando "homens armados", um termo oficial para designar os rebeldes.
Militantes na zona, citados pelo OSDH, disseram que os rebeldes não estão naquela zona, a cinco quilómetros do centro de Homs. A organização referiu que perto de um milhar de deslocados, que fugiram dos bombardeamentos contra Homs, está no local.
Em comunicado, o OSDH pediu à ONU para enviar urgentemente uma comissão de inquérito para avaliar a situação dos direitos humanos em Homs, que os militantes antirregime apelidam de "capital da revolução", denunciando o "silêncio internacional" sobre esta cidade cercada e bombardeada há meses pelo exército sírio.
Recorde-se que as Nações Unidas denunciaram recentemente uma "proliferação dos crimes de guerra" na Síria, onde mais de 60.000 pessoas morreram desde o início, a 15 de março de 2011, de uma revolta contra o regime de Bashar al-Assad.Russos defendem regime sírio
A Rússia, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, veio hoje considerar, numa conferência na capital do Tajiquistão, uma "blasfémia" a acusação de que o regime sírio estaria por detrás do atentado terrorista na Universidade de Alepo.

"Não se pode imaginar blasfémia maior. Principalmente vindo de um canal televisivo tão respeitado", declarou Lavrov referindo-se à notícia do canal de televisão CNN.

Recorde-se que a secretaria de Estado norte-americana acusou esta manhã as autoridades da Síria de organizarem o ataque à Universidade de Alepo, no passado dia 15, que provocou mais de 80 mortos e cerca de 160 feridos.

Lavrov abordou ainda a possibilidade de entrega dos processos sobre alegados crimes do regime de Assad ao Tribunal Criminal Internacional dizendo que nessa proposta existem "duas lógicas".

"Se se quer muito julgar e condenar alguém, isso é uma lógica. Mas se o principal é pôr fim à violência, é preciso concentrar-se nisso. Todo o resto pode esperar", acrescentou.

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