quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Perspectivas das conversações de paz entre Kiev e Donbass


Hoje, 18:22
Ucrania, Donetsk, tregua, Minsk, negociações
Foto de arquivo

Kiev está torpedeando o processo de normalização na Ucrânia. As conversações em Minsk com representantes de Donbass fracassaram. A videoconferência não chegou a ser realizada. Segundo alguns analistas, tal cenário leva a pensar que a Ucrânia decidiu desistir do diálogo, tencionando abandonar os acordos de Minsk.

Uma reunião do grupo de contato em Minsk não faz sentido, disse Leonid Kuchma, ex-Presidente da Ucrânia, que, nos últimos meses, tem representado as autoridades de Kiev nas negociações com os líderes das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. Há já muito que tais encontros não se realizam. A videoconferência foi cancelada.
Em 10 de dezembro, os representantes de Kiev e Donbass deviam se comunicar por meio do Skype. Mas a parte ucraniana não atendeu a chamada na hora marcada, anunciou Denis Pushilin, representante especial de Donetsk nas negociações em Minsk.
A causa disso se tornou evidente após a declaração de Leonid Kuchma. Se um político dessa craveira, chamado a contribuir para a regularização do conflito, se recusa a falar, deve ter razões para isso. Tal posicionamento é muito deplorável, realçou o deputado da Duma de Estado, membro da comissão parlamentar de assuntos da Comunidade de Estados Independentes (CEI) e Integração Asiática, Vassili Likhachev:
“Tenho a certeza de que o trabalho com base nos acordos de Minsk e nos princípios fundamentais do Direito Internacional, nos seus padrões humanitários, deve ser prosseguido. Hoje, esse seria o único quadro legal e político para o diálogo entre Kiev e Donbass.
Todavia, estou com impressão de Leonid Kuchma estar protelando as conversações, se desviando da solução de problemas concretos. O objetivo é criar condições para a concentração das tropas e a continuação da operação militar no leste da Ucrânia. Esse fato é muito lamentável”.
A primeira ronda de negociações, de que participaram Leonid Kuchma, o embaixador da Rússia na Ucrânia, Mikhail Zurabov, e a enviada especial da OSCE, Heidi Tagliavini, foi realizada em Minsk em 5 de setembro. Naquela altura, o Exército da Ucrânia sofreu uma estrondosa derrota na batalha contra as milícias de Donbass. Para guardar as aparências, Kiev se viu obrigada a entabular as conversações.
O grupo de contato efetuou em Minsk uma série de encontros importantes. Foi elaborado um memorando de cessar-fogo, foram acordadas a retirada de armas pesadas, a troca de prisioneiros e a concessão de um status especial às regiões de Donetsk e Lugansk.
Nessa lista, um único ponto cumprido é a troca de prisioneiros. No período de armistício, o Exército continuava os ataques de artilharia contra os bairros residenciais de Donetsk. A lei de estatuto especial, adotada pela Suprema Rada, foi depois cancelada pelo Presidente. Se iniciou um bloqueio económico. Tudo isso entra em contradição com os acordos de Minsk sem contribuir, de forma alguma, para a solução do conflito.
Perante a situação criada, Donbass e Moscou se pronunciam pela implementação dos acordos alcançados e o restabelecimento do diálogo com Kiev mediante as consultas em Minsk. Para tal será preciso que o governo da Ucrânia venha a revelar vontade política. O presidente Poroshenko havia declarado que em 9 de dezembro seria anunciado um “dia de silêncio”, ou seja, a suspensão do fogo de artilharia pesada. Na sequência disso, naquele dia não houve vítimas. É uma informação que incute otimismo. Tudo é negociável desde que haja boa vontade.
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