Rui Pinto foi extraditado para Portugal e encontra-se detido preventivamente na zona prisional anexa à PJ, em Lisboa. Este mês, foi um dos vencedores de um prémio europeu para denunciantes.
A eurodeputada socialista Ana Gomes entregou esta quarta-feira na prisão o prémio “whistleblower” a Rui Pinto, jovem português que denunciou alegados esquemas de evasão fiscal no futebol cometidos em vários países, conhecido como “Football Leaks”.
“Acabei de sair de Polícia Judiciária (PJ) onde fui visitar @RuiPinto_FL. Muito interessante conversa sobre #footballleaks e não só, além de permitir entregar-lhe prémio ‘whistleblower’ que lhe foi atribuído por @GUE_NGL no #PE, que Antoine Deltour de #Luxleaks me pediu quer lhe fizesse chegar”, escreveu esta tarde Ana Gomes no Twitter.
Rui Pinto, que foi detido na Hungria, foi entretanto extraditado para Portugal e encontra-se detido preventivamente na zona prisional anexa à PJ, em Lisboa. No dia 16 deste mês, foi um dos vencedores de um prémio europeu para denunciantes promovido pela Esquerda Unitária Europeia (GUE/NGL).
Rui Pinto considerou, numa breve nota divulgada pelos seus advogados, que o prémio europeu para denunciantes que lhe foi atribuído é um reconhecimento do seu trabalho contra a corrupção no futebol. Através da plataforma eletrónica Football Leaks, o hacker começou a divulgar, em 2015, milhares de documentos confidenciais de contratos e transferências do mundo do futebol, que davam conta desses esquemas de evasão fiscal.
Os vencedores foram anunciados pelo GUE/NGL durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Estrasburgo, França, e incluem também o fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, que foi detido na passada quinta-feira pela polícia britânica em Londres, e Yasmine Motarjemi, denunciante dos lapsos de segurança alimentar da Nestlé.
O prémio “Jornalistas, denunciantes e defensores do direito à informação”, que vai na sua segunda edição, premeia anualmente pessoas que divulgaram casos como corrupção ou evasão fiscal. Rui Pinto, atualmente com 30 anos, foi entregue pelas autoridades húngaras à justiça portuguesa em março deste ano e encontra-se em prisão preventiva no âmbito de um inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, no qual o arguido está indiciado por seis crimes relacionados com acessos aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen Sports e com uma alegada tentativa de extorsão a este fundo de investimento.