quarta-feira, 24 de abril de 2019

Uma faixa, uma Rota: Nova arma da China contra o ocidente

Uma faixa, uma Rota: Nova arma da China contra o ocidente
Esta opinião é de um leigo em matéria de Relações Internacionais, Direito Internacional e Economia.
Realiza-se na China o segundo fórum "Uma Faixa, Uma Rota", em participam mais de 50 países de todo o mundo. Este projecto, que está formalmente inscrito na Constituição daquele país, visa construir uma rede terrestre, marítima e aérea da ligação da China com os principais mercados.
Isso será feito através de uma malha ferroviária e autoestradas, a ligar a região oeste da China à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas do próspero litoral chinês.
Os chineses estão espalhados pelo mundo, e todos nós os vimos, mas não temos o alcance da sua presença. O crédito chinês, embora reembolsável a longo prazo, é um investimento de dois (le)gumes, pois para além de os países atrapalhados que o buscam terem que pagar, ele cria infraestruturas inseridas neste projecto "Uma Faixa, Uma Rota".
Este projecto não é só económico, mas é uma visão de influência global da China no mundo, criando uma Nova Ordem Mundial liderada pelos chineses, numa guerra aberta com a Nova Ordem Mundial que está a ser imposta pelo ocidente através dos bancos e de instituições de crédito.
Este projecto chinês, sem pressa, é mais lógico que o projecto ocidental, pois o projecto chinês é abrangente, querendo ganhar os meios académicos, imprensa, para al´me do próprio comércio, numa altura em que os Estados Unidos de Donald Trump rasgam compromissos internacionais do clima à migração.
Os chineses tornam lógico o seu projecto porque fingem que se conversa sobre o assunto, enquanto as directrizes já estão desenhadas, e os países abrangidos só tem que segui-las, ao contrário do ocidente que, tendo também as directrizes já feitas, impõe-nas e não finge nada, confiando na força e no isolamento (sanções) ao reguilas.
Citando a LUSA, a nova vocação internacionalista de Pequim suscitou já divergências com as potências ocidentais, que veem uma nova ordem mundial ser moldada por um rival estratégico, com um sistema político e de valores profundamente diferente.
No mês passado, Bruxelas produziu um documento que classifica Pequim como um "adversário sistémico", que "promove modelos alternativos de governação", e apelou a acções conjuntas para lidar com os desafios tecnológicos e económicos colocados pela China.
Washington alerta que os planos chineses subverterão a actual ordem internacional e alargarão a esfera de influência de Pequim - os países aderentes tornar-se-ão Estados vassalos, reféns do crédito chinês, permitindo à China exportar o seu excesso de capacidade industrial ou poluição, fim da citação.
Para conhecimento geral, Moçambique apresenta um pragmatismo suspreendente sobre as infraestruturas que fazem parte deste projecto, porque para além de aceitar um crédito directo como fazem os restantes países, o modelo que Moçambique adoptou é de que empresas chinesas peguem elas esse crédito junto do Estado chinês.
Assim, através de parcerias com empresas moçambicanas, numa visão de investimento estrangeiro, as empresas chinesas ficam responsáveis pela implementação e exploração concessional do empreendimento, que passado um tempo reverte na totalidade para o Estado moçambicano.
Eu acho esta posição de Moçambique pragmática porque os chineses são como água quando se trata deste projecto, e o que se deve fazer para minimizar os estragos da água é inventar um caminho que te beneficie: barragens, drenagens, e nunca, mas nunca mesmo podes fazer um muro.
Em suma, a Nova Ordem Mundial dos chineses vence, de longe, a do ocidente, pela sua simplicidade e capacidade de "facilitar" os países a "ganharem" infraestruturas novas, diferentemente dos outros que a sua Noca Ordem Mundial é só taco e ausência dele.
Nhanisse!
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