quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

O regime da Frelimo, conhecido pelas suas ligações ao submundo do crime organizado, está sob vigilância dos radares americanos.

Moçambique e o Outro Pedido de Extradição para os Estados Unidos
O regime da Frelimo, conhecido pelas suas ligações ao submundo do crime organizado, está sob vigilância dos radares americanos. Antes do caso de lavagem de dinheiro e outros crimes que culminaram na detenção do ex-ministro moçambicano das finanças no aeroporto O. R. Tambo em Joanesburgo, houve um outro que teve como palco a cidade portuária de Mombaça no Quénia. Em evidência, a ligação de Moçambique ao caso. O nome de Sulemane Bachir, narcotraficante procurado nos Estados Unidos, esteve igualmente em evidência – depois da PGR moçambicana ter declarado o financiador do Partido Frelimo de inocente.
Pormenores do caso passado em Mombaça estão disponíveis no portal electrónico do Departamento da Justiça dos Estados Unidos.*
Funcionários da agência americana de combate ao tráfico de drogas, DEA (ou Drug Enforcement Agency), fazendo-se passar por narcotraficantes, estabeleceram contacto com Aktash Akasha Abdalla, mais conhecido por “Baktash Akasha,” e Ibrahim Akasha Abdalla, em Mombaça. Os irmãos Abdalla propunham-se exportar heroína e metanfetamina para os Estados Unidos. Em colaboração com a polícia queniana, a DEA conseguiu neutralizar Aktash Abdalla e Ibrahim Akasha Abdalla depois dos dois irmãos terem vendido 99 kg de heroína e 2 kg de metanfetamina aos supostos narcotraficantes da agência americana.
A metanfetamina, popularmente conhecida como cristal quando produzida clandestinamente, é uma droga sintética estimulante cujos efeitos manifestam-se no sistema nervoso central e periférico. A metanfetamina tem-se popularizado como droga de abuso devido aos seus efeitos agradáveis, intensos e de longa duração tais como a euforia, aumento do estado de alerta, da auto-estima, do apetite sexual, da percepção das sensações e pela intensificação de emoções.
Durante os interrogatórios, os narcotraficantes revelaram que juntamente com Muhammad Asif Hafeez, também conhecido por “Sultan”, pretendiam montar uma fábrica clandestina de metanfetamina em Moçambique. O produto seria escoado para a Europa e Estados Unidos através da África do Sul. O plano fracassou depois de autoridades policiais terem apreendido aproximadamente 18 toneladas de efedrina na fábrica Avon Lifesciences em Solapur, Índia. Muhammad Asif Hafeez, juntamente com Aktash Abdalla e Ibrahim Akasha Abdalla, pretendia usar a efedrina para o fabrico de metanfetamina em Moçambique. A efedrina é um composto químico cristalino.
O processo de extradição de Aktash Abdalla e Ibrahim Akasha Abdalla, de Mombaça para os Estados Unidos, demorou cerca de 3 anos, acabando os dois narcotraficantes por comparecer perante um tribunal de Nova Iorque em 2017. Antes, tentaram subornar juízes e agentes policiais quenianos. A sentença do tribunal de Manhattan em Nova Iorque estava prevista para o corrente mês.
Na imagem, os irmãos Abdalla à chegada a Nova Iorque.
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