O Ministério Público leu a carta e convencido de que foi enviada a pedido da suspeita de homicídio de Luis Grilo, entendeu que o documento continha informação relevante e ordenou a sua apreensão.
Uma nova carta destinada ao amante de Rosa Grilo, que se encontra em prisão preventiva por suspeitas de ser a co-autora do homicídio do triatleta Luís Grilo, foi intercetada pelo estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária (PJ). Segundo noticia o Correio da Manhã esta terça-feira, a cadeia pensa que a carta foi escrita e enviada a pedido de Rosa Grilo.
Depois de ler a carta, e face às suspeitas em relação à mulher do triatleta assassinado, o Ministério Público (MP) considerou que o documento continha informação relevante e mandou apreender o documento de forma a verificar “se existe alguma prova ou o eventual acréscimo de alguma linha de investigação que importe encetar e que possa contribuir para o cabal e pormenorizado esclarecimento da verdade dos factos”.
Segundo a magistrada que está responsável pela investigação, citada pelo CM, a insistência de Rosa Grilo em defender que o marido foi morto por três pessoas “de identidade não completamente apurada” pode levar a que a mesma tente consolidar essa tese, “não obstante tal defesa resultar muito fragilizada pela demais prova recolhida”.
Desde que foi presa, a 29 de setembro, a viúva tem enviado várias cartas a meios de comunicação, a antigos inspetores da Polícia Judiciária e, em novembro, uma primeira carta para António Joaquim que foi intercetada pela diretora do estabelecimento prisional de Tires. Depois de ter, alegadamente, agredido um guarda prisional e recusado entregar uma carta que escrevia para a comunicação social, Rosa Grilo foi proibida de ter papel e caneta na sua posse.
O conteúdo das duas cartas não é conhecido e só será divulgado quando a acusação for deduzida e o processo for aberto às partes. António Joaquim pediu um recurso a questionar a apreensão das cartas e a decisão da medida de coação que o proíbe de contactar com Rosa Grilo, alegando que o MP nunca considerou a hipótese de as cartas o poderem ilibar.