quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Ossufo Momade: o primeiro presidente genuinamente eleito

Ossufo Momade: o primeiro presidente genuinamente eleito

Nem o próprio Afonso Dhlakama, nem Joaquim Chissano, nem Armando Guebuza, nem Filipe Nyusi, nem Yaqub Sibindy, nem Raul Domingos, nem Daviz Simango, etecetera, foram algumas vez eleitos democraticamente, e de forma genuína, em qualquer congresso. Ou seja, nunca houve um pleito eleitoral interno verdadeiro a nível dos partidos políticos neste chão chamado Moçambique. Normalmente, as eleições à presidência dos partidos, que têm decorrido nos congressos, são simplesmente um teatro, nalgumas vezes bem ensaiados, noutras nem por isso. 

Ossufo Momade é, a partir de hoje, o primeiro presidente de um partido político nacional a disputar votos de verdade. Por isso, a Renamo escreve mais uma página na História Universal como o primeiro partido político moçambicano a eleger democrática e genuinamente o seu presidente. Este VI Congresso da Renamo é histórico. Não quero aqui incluir os congressos da Frelimo socialista. Não sei, ao certo, se Mondlane e Samora, por exemplo, foram eleitos de verdade. É que a história deste partido tem sido revisada a cada dia que já nem se sabe distinguir a verdade da mentira. 

Olha, não quero com isso dizer que os outros congressos, deste e daquele partido, não foram democráticos. Nada disso. Estou a falar da democracia de disputa de votos na urna, onde os votos são divididos entre os concorrentes. Aliás, neste VI Congresso houve concorrentes, houve candidatos. Houve votação de verdade. Na hora de anúncio dos resultados, o coração de cada concorrente bateu rápido, os concorrentes roeram as unhas, houve ansiedade, houve nervosismo, houve aquele friozinho na barriga. Não foi um daqueles eventos de aleluias e hosanas ao Delfim e de legitimação de acordos dos bastidores. Ninguém tentou oferecer tractor e suas alfaias aqui. 

Isto é, de facto, inédito. Normalmente, os congressos são meros encontros de confirmações de cargos. Ninguém concorre com ninguém de verdade. Não há disputa. Os candidatos costumam ser únicos, ou porque os outros desistem à última hora ou porque apanham disenteria ou porque recebem, nos bastidores, uma iluminação divina de apoiarem um só concorrente. As vontades dos congressistas, normalmente, são por aclamação. Isto é, todos acordam e decidem gostar de um gajo só. Os congressos costumam ser "show de talento" de hipócritas. 

Neste VI Congresso da Renamo os congressistas distribuíram o seus votos para todos os concorrentes e venceu quem conseguiu a maioria. E democracia é isso mesmo: liberdade de expressão e de manifestação. Só espero que esse espírito prevaleça na Renamo e que os demais partidos imitem. Isso é importante para a nossa democracia interna e externa.
A verdade nunca Morre

Torcendo pelos nossos gatunos

Hoje, a partir das 10 horas, no palacete da Ponta Rocha, a conversa será mais ou menos assim: 

- Puto, ouvi dizer que tens uma ou duas listas enormes de 16-18 gatunos, sei-lá. 

- Ya, na verdade, mô cota, não são listas de verdade. É só para distrair um pouquinho. Como esses dias a brincadeira que está a bater aqui na zona é essa de gatunos não-gatunos, então, inventamos essa cena aí. 

- Mas, posso ver essas listas?... Quem sabe encontre aqueles gajos que os gringos estão a procurar. 

- Ééééé não, mô cota!... Não posso fazer isso. Alguns estão nessas listas, mas não posso fazer isso. Não posso trair o meu povo. Como te disse antes, esses gatunos são nossa relíquia. É uma coleção. Foram anos de muito trabalho. Eu apenas (de)lapidei, mas o trabalho arqueológico já vinha sendo feito faz tempo. É um kit completo, mô cota. 

- Poxa, então a coisa é séria mesmo!?! 

- Nem me fales, cota... Nem me fales... Muito séria mesmo. É por isso que te chamei... Preciso daquela peça chinesa aqui de volta, mô cota. 

- Eiii, puto... Vai ser difícil. Os gringos já sabem que aquela m*rda está comigo. Antes do dia 22 tenho de entregar aquilo. 

- Cota, em nome da nossa amizade, não faz isso. Não vamos estragar anos e anos de muita amizade por causa desses gringos... Anos de muito companheirismo. Meus cotas disseram que vos ajudamos maningue no tempo dos "waites". 

- Poxa, miúdo... Estás a me colocar em saia justa, puto. 

- Tens que ver, tio. Esse tabuleiro não vale nada sem aquele chinês. É a peça fundamental do kit todo. Digamos que é o gatuno-chave. E pior: assim que os restantes gatunos viram vocês fazendo dançar o gajo daquela maneira para cima para baixo, ora no solo ora no subsolo,  os gajos desapareceram, sumiram, ficaram mudos... Têm medo até de atender chamadas. Assim corremos o risco de perder a coleção toda. Vão fugir. Vão se esconder. 

- Chiça! A coisa tá preta heim. 

- E depois, veja só, tio: aquele gajo lá sozinho vão vale grande coisa também. O gajo já perdeu o brilho... Ficou todo murcho, amuado, matreco. O melhor sorriso dele não convence nem a pior puta do semáforo. Nem com sumo de maracujá vocês conseguiram ressuscitar o gajo. É depressão aquela cena. 

- Valer vale, sobrinho. Os americanos querem o gajo assim mesmo e pagam bem. Acho que querem colocar o gajo numa outra coleção de gatunos internacionais com nomes de artistas de cinema lá em Nova Iorque. 

E a lenga-lenga continua. E nós cá deste lado, pelo amor que nutrimos pelos nossos ladrões e pela nossa pátria, vamos torcendo pelo regresso do nosso gatuno. O gatuno-chave do nosso tabuleiro de gatunos de estimação. É uma relíquia nacional. É um jogo completo. Deve ser bem guardado, tudo junto. Levou anos a (de)lapidar. Fruto de trabalho árduo. Deve ser bem conservado no nosso museu. As futuras gerações têm de conhecer. São nossos gatunos! Muito nossos!

#Wewantourgatuno

#Queremosonossogatuno

#Nãoqueremosdiscutircomninguém
A verdade nunca Morre
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