Director: Lourenço Jossias | Editor: Nelo Cossa | Maputo, 08 de Maio de 2018 | SAI ÀS TERÇAS |Ano X | Nº 572
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Severino Ngoenha e a morte de Afonso Dhlakama
Nyusi em
saia justa
-... e Raul Domingos, antigo n°2 da Renamo, diz
que a morte de Dhlakama deixa uma incógnita no
processo de descentralização, situação que colocará os
moçambicanos a identificarem-se com a Renamo ou
com a Frelimo”.
Documentos falsos de Bakhir
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2 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
destaques
PRM acolhe mulheres e crianças em fuga
A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou ter acolhido em Nangade, norte do país,
três mulheres que fugiram do esconderijo de um dos grupos armados que tem atacado aldeias
naquela zona da província de Cabo Delgado.
Zuneid Amade Karim, o falso
nome de Bakhir Ayoob
Ponte Maputo/
Catembe inaugurada a
25 de Junho
A ponte Maputo/Catembe
tem inauguração prevista
para dia 25 de Junho próximo,
data em que se assinala
a independência de Moçambique
ocorrida em 1975,
estando a construção deste
projecto que apresenta um
custo superior a 700 milhões
de dólares a cargo da China
Road and Bridge Corporation
(CRBC), com coordenação
do engenheiro Bai Pengyu,
de acordo com a revista
Macao.
Em declarações recentes veiculadas,
o presidente da Empresa
de Desenvolvimento de
Maputo Sul, entidade pública
responsável pelo empreendimento,
garantiu que a ponte
que permite ligar por via
rodoviária as duas margens
da baía ficará concluída em
finais de Junho.
“Quando em Janeiro passado
actualizámos o plano de
trabalho, depois de constatarmos
não ter sido possível
concluir a obra em 2017, definimos
o primeiro semestre
deste ano como novo prazo
para finalizar a construção
da ponte”, disse Silva Magaia,
acrescentando que os
trabalhos executados até
agora correspondem a 97%
do projecto.
A ponte, que será a maior de
vão suspenso em África, faz
parte um de projecto mais
vasto que engloba um conjunto
de vias de acesso em
ambas as margens e estradas,
nomeadamente a que conduz
à Ponta do Ouro, zona balnear
junto à fronteira com a
província do Natal, na África
do Sul, com uma extensão de
170 quilómetros.
O engenheiro Bai Pengyu
disse à revista Macao que a
ponte irá permitir que se dê
início ao desenvolvimento da
zona da Catembe, nomeadamente
para fins comerciais e
habitacionais, contornando o
problema da falta de espaço
para mais construções na cidade
capital. Macauhub
O caso do Bakhir Ayoob e
as suas conexões com a
procuradoria tem barbas
brancas. No ano de 2012,
a ex-PIC, agora SERNIC,
da Cidade da Matola, em
colaboração com DEI (Departamento
de Investigação
e Informação), deteve
o cidadão Bakhir Ayoob,
por fundadas suspeitas
do seu envolvimento em
vários crimes de sequestros.
A então juíza da
instrução criminal,
Helena
Kida, no primeiro
interrogatório
do arguido preso,
ordenou a soltura de Bakhir
mediante termo de identidade
e residência, tendo decidido
pelo confisco do seu passaporte.
Em conferência de imprensa,
Pedro Cossa, na altura porta-voz
do Comando Geral da
PRM, mostrou o desagrado e
discordância da Polícia com
a decisão da juíza da instrução
criminal, tendo dito que
era inacreditável a soltura de
Bakhir Ayoob. Lamentou que
o tribunal tinha deitado abaixo
o trabalho de investigação
de vários meses feito pela Polí-
cia e que tinha culminado com
a recolha de prova indiciária
suficiente que fundamentou a
detenção de Bakhir. Disse claramente
que no processo havia
prova suficiente e irrefutável.
Meses depois, Januário Cumbane,
então Director da PIC,
emitiu dois mandados de captura
contra Bakhir Ayoob, um
em conexão com o crime de
homicídio voluntário qualificado
do cidadão Ahmad Jassat,
da Expresso Câmbios e outro
referente a vários crimes de
sequestros ocorridos na Cidade
de Maputo. Bakhir Ayoob,
ao se aperceber da movimentação
da Polícia com vista a
sua prisão, encetou fuga para
África do Sul. Dois mandados
de captura internacional foram
contra si emitidos nessa altura.
De forma misteriosa, os processos
que ditaram a detenção
de Bakhir Ayoob na Matola,
sofreram a alteração de algumas
actas, retirando-se os factos
que sustentavam acusações
de crimes graves e colocando-se
no seu lugar matéria de
acusação menos grave.
Outrossim, os dois mandados
de captura internacional a que
nos referimos acima, emitidos
pela PIC-Cidade de Maputo,
desapareceram juntamente
com os respectivos processos
e apenas foi encontrada uma
acta com conteúdo irrelevante
e sem nenhum nexo.
Suspeita-se que Bakhir Ayoob
tenha gasto avultadas somas
em valores monetários para
conseguir a sua soltura e o extravio
dos processos criminais
em que era arguido e dos mandados
de captura.
Em Novembro de 2017, Bakhir
Ayoob foi detido na República
da África do Sul, pela Polícia
sul- africana e com ele foram
encontrados 17 passaportes
falsos, 12 Kgs de cocaína e
uma quantidade considerá-
vel de jóias. Quando levado à
juíza de instrução criminal da
África do Sul, Bakhir negou
todas as acusações criminais
que pesavam contra si, confessando
apenas o crime de falsificação
e uso de passaporte falso,
em nome de Zuneid Amad
Karim. Aceitou também que
o bilhete de identidade moçambicano
que ostentava, com
mesmo nome, era falso.
A juíza de instrução criminal
sul-africana negou o pedido
de soltura de Bakhir Ayoob
mediante fiança, argumentando
que os antecedentes deste,
que consistiam no facto de há
2 anos ter sido preso na África
do Sul por uso de um passaporte
falso da Namíbia, prisão
de que beneficiou de soltura,
sob fiança de R 7500, pagos
pela sua esposa, não abonavam
a seu favor, não merecendo
a libertação provisória.
Mas incrivelmente, semanas
depois, a mesma juíza Sul
Africa que tinha negado a libertação
provisória de Bakhir
Ayoob, soltou-o, mesmo sabendo
que estava concedendo
liberdade a um homem que
usava identificação falsa.
Sobre esta soltura, o Dr. Salim
Ebrahim, advogado da Comunidade
Muçulmana da África
do Sul disse acreditar que a
juíza de instrução Sul-Africana
teria recebido muito dinheiro
de Bakhir Ayoob para decidir
pela sua libertação. Este advogado
repudiou a atitude da
juíza que a considerou de lamentável.
Ministério do Interior e PGR em guerra no
“caso extradição de Bakhir Ayoob”
O Comando Geral da PRM
e o Ministério do Interior
(MINT) solicitaram a extradição
para Moçambique
de Bakhir Ayoob para responder
pelos crimes de sequestros
que cometeu em
Moçambique.
Entretanto, o MAGAZINE
Independente soube através
de uma fonte fidedigna do
Ministério do Interior que
havia um verdadeiro jogo
de pugilato entre a Procu-
radoria e o MINT, porque,
enquanto a Procuradoria
se opunha à extradição, o
Ministério do Interior defendia,
a todo o custo o regresso
de Bakhir à Maputo
para responder pelos seus
crimes.
Na edição no 347, do dia
10 de Dezembro de 2013,
na página 4, o Magazine
escreveu” Crime Organizado
está na Procuradoria…”.
Em 2013 vários investigadores
ligados aos processos
do Bakhir contaram ao
MAGAZINE Independente
para informar que a Procuradoria
estava a deturpar
as investigações dos crimes
de raptos, para proteger
este cidadão.
Neste mesmo ano, 2013, em
pleno julgamento de um
processo de raptos, vários
réus apontaram e forneceram
prova bastante ao
tribunal que implicava o
Bakhir de ser o mandante
dos raptos.
O Jornal publicou também
na altura que um dos
réus, que estava em julgamento
no processo referido
no parágrafo anterior, chegou
a afirmar que estava
pronto e em condições de
oferecer prova irrefutável
da responsabilidade criminal
de Bakhir quanto
ao facto de ser mandante
dos raptos. Também escrevemos
que a procuradora
afecta a este processo, Ana
Sheila Marrengula, contra
todas as expectativas não
moveu palha para investigar
as acusações dos réus
deste processo contra o
Bakhir.
Em termos legais, quando
em plena audiência de discussão
e julgamento aparecem
elementos que indiciam
o cometimento de
alguma infracção criminal,
por alguma pessoa que não
seja réu nesse processo, o
representante do Ministério
Público é obrigado
a ordenar a abertura de
processo autónomo, mas
a Procuradora Ana Sheila
Marrengula, eximindo-se
da sua obrigação profissional,
manteve-se impávida
e serena diante de graves
acusações contra Bakhir.
De fonte credível de um
procurador afecto à PGR,
soubemos que os assuntos
criminais envolvendo
Bakhir foram silenciados
junto dos procuradores
com o uso de avultadas somas
em dinheiro.
Pedido de informações por um
tribunal sul-africano
O tribunal sul-africano, que
tramita os processos do Bakhir,
solicitou informações junto à
Procuradoria Geral da Repú-
blica de Moçambique, sobre o
cadastro criminal deste.
A Procuradora Geral da Repú-
blica, Beatriz Buchilli, respondeu
que em Moçambique não
corria nenhum processo contra
Bakhir. Estranha esta resposta
quando se sabe claramente
que correm na PIC-Cidade de
Maputo e na PIC-Cidade da
Matola, agora SERNIC, vários
processos contra o Bakhir, sendo
de homicídio e raptos.
Em relação ao uso de passaporte
falso com o nome de Zuneid
Amade Karim, a Procuradoria
nem sequer disse algo sobre
este crime, apesar de o próprio
Bakhir ter confessado o crime,
cujo passaporte falso está na
posse das autoridades sul-africanas
e moçambicanas.
É óbvio que, em cumprimento
da lei, a procuradoria devia
pedir a imediata extradição de
Bakhir Ayoob, pois o crime de
uso de passaporte falso está
claramente provado.
Aliás, recentemente, a Secção
da Instrução Criminal do Tribunal
Judicial da Cidade de
Maputo, pelo punho da meritíssima
doutora juíza Ludovina
Florbela Marcelino David,
exarou um mandado de captura
internacional com o n°
29/2018, datado de 14 de Fevereiro
de 2018, contra Bakhir
Ayoob, por prática de crimes
de falsificação de documentos
autênticos ou que fazem prova
plena e uso de documento falso.
Mais um motivo para se questionar
a razão por que até hoje
a PGR ainda não solicitou a
extradição do Bakhir.
Entretanto, o Ministério do
Interior está a fazer démarches
para a rápida extradição de
Bakhir Ayoob conforme uma
fonte afecta a este Ministério.
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 3
4 10 de Dezembro 2013
Ouvido em instrução contraditória no Tribunal da Cidade
Trio de raptores acusa
Bakhir Ayoob como mandante
Decorreu na quarta-feira última a instrução contraditória
do processo de raptos, cujos arguidos
são Jafar Mussagy Malache, Momad Hamed Amene
e Remane Abdul Remane, acusados do crime
de associação para delinquir, uso de nomes falsos,
crime de roubo concorrendo com cárcere
privado, sendo que ao último pesa ainda o crime
de uso de armas proibidas. Efectivamente, ao trio
de arguidos pesa a acusação de ter raptado, no
ano passado, José Moreira Alves e Jainudin Norudini
Dali, proprietários da Jomofi Construções e
Padaria Lafões, respectivamente.
Tudo converge na fi -
gura do foragido empresário
Bakhir Ayoob, como
mandante dos dois raptos.
Efectivamente, na própria
quarta-feira, o primeiro arguido
a ser ouvido foi Remane
Abdul Remane, um
antigo instrutor de ginástica
no Hotel Polana. Ele,
contudo, confessou ter participado
nos raptos de José
Moreira Alves e Jainudin
Norudini Dali. Disse que
entre os meses de Março e
princípios de Abril de 2012
foi contactado por Bakhir
Ayoob pedindo-lhe informações
referentes ao proprietário
da Jomofi Construções,
já que ele havia
trabalhado nesta empresa
e tinha alguma afectividade
com o seu patrão. De
facto, o fi lho de José Moreira
Alves, de nome Hugo
Manuel Carvalho Alves, é
esposo da irmã de Abdul
Remane.
No dizer de Abdul
Remane, Bakhir Ayoob
lhe tinha assegurado que
o proprietário da Jomofi
Construções lhe devia
muito dinheiro e se esquivava
a saldar a dívida,
sendo que achou essencial
procurar homens que pudessem
fazer o serviço por
si, para ver se lhe pagava.
Nesta senda, foram apresentados
a Abdul Remane
três indivíduos com os nomes
de Macassara Mariano
Dias (Max), Jorge (Jojó) e
Gabriel (JP), os quais estão
foragidos e em parte incerta.
Foi no mês de Abril do
ano passado que Abdul Remane
disse ter indicado a
residência de José Moreira
Alves a Bakhir Ayoob. Esta
localiza-se no bairro da
Costa do Sol, na rua Dona
Alice. No mesmo mês,
Max, Jojó e JP invadiram
a casa por volta das 23 horas.
Imobilizaram os guardas
e trancaram-nos numa
casa de banho. Minutos depois
chegou o dono da casa
e vinha conduzindo uma
viatura de marca Range
Rover. Logo que entrou foi
ameaçado com uma arma
de fogo, tendo se apoderado
de seu dinheiro, o
equivalente a 100 mil meticais.
Vendaram-lhe a cara
e conduziram-no até ao
bairro de Magoanine “B”,
Quarteirão 42, casa n° 62,
pertencente a Jafar Mussagy
Malache. O papel deste,
segundo Abdul Remane,
foi ceder a casa que serviu
de cativeiro.
Às 6 horas da manhã
que se seguiu ao seu sequestro,
Bakhir Ayoob
ordenou para que a vítima
ligasse ao seu fi lho. Quem
tratou de todos os pormenores
referentes ao resgate,
disse Abdul Remane, foi
Bakhir e Jojó. Em princí-
pio exigiram dois milhões
de dólares norte-americanos.
Todavia, disse não saber,
efectivamente, quanto
dinheiro foi pago, mas sabe
que o valor foi recebido algures
na Rua da França,
junto ao Campus Universitário
da UEM. Foi deixado
por Hugo Alves, o fi lho da
vítima. Sendo que esta viria
a ser solta três dias depois.
Nos princípios de Dezembro
do ano passado,
Bakhir Ayoob voltou a
solicitar Abdul Remane
para um encontro nas proximidades
do Jardim Dona
Berta, bem defronte da loja
“Bakhir Cell Shop”. Na
conversa que tiveram lhe
teria dito que tinha muito
dinheiro às mãos de Intiaz,
cerca de um milhão de dó-
lares, mas este se recusava
a pagar, além de que estava
já a residir na África do Sul.
Sendo assim, a sugestão de
Bakhir Ayoob foi de que se
sequestrasse o pai daquele
como forma de lhe forçar
a pagar o que deve. Haveria
de ser o mesmo Bakhir
a indicar a Abdul Remane
a residência da vítima, algures
nas proximidades da
maternidade do Hospital
Central de Maputo.
No dia 16 de Dezembro
foi já Abdul Remane
que mostrou a Jojó e JP a
sua vítima. Tratava-se de
Jainudin Norudini Dali,
o proprietário da Padaria
Lafões. No mesmo dia, estes
dois estavam munidos
de armas de fogo, uma de
marca Vasta de calibre 7.65
milímetros e outra Macarov
de calibre 9 milímetros.
Pelas 22 horas do dia
18 do mesmo mês, a vítima
conduzia uma viatura Land
Cruiser Prado, com matrí-
cula MMR 65-68. Quando
entrou no seu quintal, logo
lhe foi apontada uma arma
de fogo. Sem delongas, foi
conduzido até ao bairro 25
de Junho, local onde a sua
viatura foi abandonada.
Seguidamente entraram
numa outra da mesma marca,
mas mais tarde o carro
foi recuperado e foi deixado
no bairro de Malhazine,
Rua de Bagamoyo.
Quanto à vítima, seria
levada para o bairro 25 de
Junho, casa n ° 125, arrendada
por Jojó. Nesta
residência, Jainudin Norudini
Dali fi cou até ao dia
seguinte. Depois foi transferido
para o bairro de Laulane,
Quarteirão 40, casa n
° 690. Na madrugada do
mesmo dia, por volta das
três horas, ligaram para a
sua fi lha e informaram-na
que estava tudo bem com
o seu pai.
Abdul Remane, para
este caso também disse
que quem negociou o resgate
foi Bakhir e Jojó, sendo
que pediram um milhão
de dólares. O dinheiro foi
levantado por Jojó sob comando
de Bakhir Ayoob. A
vítima seria liberta por volta
das 22 horas, algures nas
bombas de combustível de
Xincanhanine, no bairro de
Hulene. Remane disse que
de Bakhir recebeu 57 mil
dólares norte-americanos.
Quanto ao arguido Momed
Ahmed, o seu papel foi de
conduzir a viatura da vítima
depois que foi abandonada
no bairro 25 de Junho.
Por outro, o Magazine
está na posse do auto de
perguntas em que Abdul
Remane confessou logo
após a sua detenção o envolvimento
de Bakhir
Ayoob nos dois raptos. A
confi ssão é datada de 31 de
Janeiro de 2013 e Bakhir
ainda se encontrava em Maputo.
Ficou por mais uma
semana, vindo a fugir depois
para lugar incerto.M
Crime organizado na Procuradoria
Alguns agentes da PIC, ligados
às investigações dos sequestros,
ao Magazine, criticaram
o último pronunciamento do
Procurador-Geral da República.
Augusto Paulino, na quinta-feira
passada, disse que “os raptos não
cessarão enquanto não houver
uma profunda purifi cação de fi leiras
dos infi ltrados no nosso seio,
no seio do judiciário e na PRM”.
Para aqueles, o crime organizado
está instalado na Procuradoria,
pois a PIC tem mostrado
serviço. “Prendemos cerca de 25
pessoas ligadas aos raptos. Houve
três julgamentos e na sua maioria
foram condenados a penas pesadas
e temos outros que ainda
aguardam julgamento. Dizemos
que o crime organizado está dentro
da própria Procuradoria porque
a mesma escolhe a cor da pele
do réu e o seu bolso para o levar a
julgamento”, esclareceram.
Disseram que alguns indiví-
duos presos amiúde citaram o
nome de Bakhir Ayoob como
mandante dos raptos, mas nada
se fez. Deram como exemplo o
facto de o procurador Marcelino
Vilanculos ter deduzido uma
acusação na qual omitiu, propositadamente,
o nome de Bakhir,
quando este nas investigações
policiais já vinha envolvido. Aliás,
em Setembro deste ano, durante
o julgamento realizado na
décima secção do Tribunal Judicial
da Cidade de Maputo, o
nome de Bakhir foi associado a
cinco raptos. Quem o envolveu
foi Bendene Arnaldo Chissano
(Angolano) e disse que estava
disponível, se o tribunal assim o
entendesse, a provar que, efectivamente,
Bakhir Ayoob era o
mandante. Contudo, a magistrada
do Ministério Público, Ana
Sheila Marrengula, não moveu
palha, o que leva a concluir que
provavelmente o foragido tenha
pago alguns valores para a sua
protecção.M
de dólares norte-americanos.
Todavia, disse não saber,
efectivamente, quanto
dinheiro foi pago, mas sabe
que o valor foi recebido algures
na Rua da França,
junto ao Campus Universitário
da UEM. Foi deixado
por Hugo Alves, o fi lho da
vítima. Sendo que esta viria
a ser solta três dias depois.
zembro do ano passado,
Bakhir Ayoob voltou a
solicitar Abdul Remane
para um encontro nas proximidades
do Jardim Dona
Berta, bem defronte da loja
“Bakhir Cell Shop”. Na
conversa que tiveram lhe
teria dito que tinha muito
dinheiro às mãos de Intiaz,
cerca de um milhão de dó-
lares, mas este se recusava
a pagar, além de que estava
já a residir na África do Sul.
Sendo assim, a sugestão de
Bakhir Ayoob foi de que se
sequestrasse o pai daquele
ligasse ao seu fi lho. Quem disse Abdul Remane, foi
como forma de lhe forçar
a pagar o que deve. Haveria
de ser o mesmo Bakhir
a indicar a Abdul Remane
a residência da vítima, algures
nas proximidades da
maternidade do Hospital
Central de Maputo.
bro foi já Abdul Remane
que mostrou a Jojó e JP a
sua vítima. Tratava-se de
Jainudin Norudini Dali,
o proprietário da Padaria
Lafões. No mesmo dia, estes
dois estavam munidos
de armas de fogo, uma de
marca Vasta de calibre 7.65
milímetros e outra Macarov
de calibre 9 milímetros.
Pelas 22 horas do dia
18 do mesmo mês, a vítima
conduzia uma viatura Land
Cruiser Prado, com matrí-
cula MMR 65-68. Quando
entrou no seu quintal, logo
sequestrasse o pai daquele
- Acusam investigadores da PIC
DESTAQUES
destaques
General Momade assume o posto de Dhlakama
O tenente-general Ossufo Momade foi a opção da Comissão Política da Renamo para o posto
ora ocupado por Afonso Dhlakama. De acordo com Alfredo Magumisse, da Comissão Política,
Momade deverá segurar as pontas até a realização do Conselho Nacional, em data por anunciar.
Energia poderá voltar a
subir em breve
Depois de dois reajustas em
2016 e 2017, o custo da energia
eléctrica poderá voltar a
subir antes do fim deste ano,
pelo menos no que depender
da Electricidade de Moçambique
(EDM). De acordo
com os administradores da
empresa pública o ideal seria
uma subida de cerca de 9%.
O Administrador Executivo
da Eletricidade de Moçambique
(EDM), Carlos Yum,
sem tomar uma posição disse
tratar-se de uma questão
bastante sensível e que não
depende somente da vontade
da empresa.
De acordo com Yum, a mexida
nas tarifas da electricidade
colocam a empresa num
paradoxo na medida em que
a empresa tem o cunho social
que precisa ser equilibrado
com o comercial para encontrar
o equilíbrio tarifário, até
porque, garantir parâmetros
de eficiência é uma condição
para garantir o investimento
que se precisa para continuar
a melhorar a qualidade da
energia e fornecê-la a cada
vez mais moçambicanos.
“Nós hoje estamos com uma
tarifa de 8 cêntimos contra
10 cêntimos. Matematicamente,
8 não cobre 10. Para
a sustentabilidade financeira
de qualquer negócio é importante
que o que se factura
cubra os custos”, disse Noel
Govene, outro Administrador
Executivo da EDM.
Acrescenta Govene que comparando
Moçambique com
outros países da região, o
País continua a cobrar abaixo
da média até porque ficou-se
5, 6 anos sem mexer
na tarifa.
Respondendo a uma pergunta
de insistência sobre se a
tarifa seria mexida ou não
este ano, Yum preferiu simplesmente
dizer tratar-se de
uma questão muito sensível e
que não depende da vontade
única da EDM, reafirmando
no entanto a necessidade da
eficiência financeira.
Abanês Ndanda
Desaparecimento fisíco do líder da Renamo abre
espaços para incógnitas no diálogo para paz
A morte de Afonso
Dhlakama, líder da Renamo,
na serra da Gorongosa,
aconteceu
num momento em que
o processo de descentralização
decorre de
forma lenta por falta
entendimento no que diz
respeito a eleição dos
administradores. “Morreu
cedo”, afirmou Raul
Domingos, o político que
esteve durante 20 anos
ao lado de Dhlakama. Domingos
reconhece que os
moçambicanos não têm
muitas opções: “ou se
identificam com a Renamo
ou com a Frelimo”.
Nelson Mucandze
S
egundo o programa
da presente sessão
da Assembleia da República,
os trabalhos
parlamentares terminam
já no dia 24 do mês em
curso e não existe avanço quanto
ao processo da proposta da descentralização.
O ponto de divergência centra-se
na eleição dos administradores
das províncias, até a data da
morte de Dhlakama os deputados
da Renamo exigiam que esta
figura fosse indicado pelo governador
provincial, enquanto que
a Frelimo quer que seja indicado
pelo ministério responsável pela
administração estatal.
Apesar deste avanço ter contribuído
para que o Presidente da
República, Filipe Nyusi, ganhasse
“reconhecimento” a nível internacional
na luta pela paz, há
quem entende que o diálogo a ní-
vel mais alto, que terminou com
a proposta da revisão constitucional
(descentralização), peca
por não ter sido testemunhado
por outras forças da sociedade, já
que foram as propostas apresentadas
após ao diálogo pelo telefone,
não existe nenhuma acta que
ilustra os acordos entre os dois
líderes.
A este respeito, Raul Domingos,
disse ao MAGAZINE Independente
que eram negociações difí-
ceis e delicadas e, por causa da
“nossa expectativa podiam parecer
lentas”.
“Não é fácil, porque há pessoas
contrárias a estas iniciativas e
faziam corrente para travar os
passos que estavam a ser dados a
favor dessas negociações. Numa
corrente de prós e contra, o que
se conseguiu foi muito e hoje não
falamos de negociações, falamos
de resultados”, frisou Domingos,
que foi negociador pela Renamo
em Roma.
Sobre as espectativas que se colocavam,
entende Domingos que
Dhlakama não morre com a Renamo,
e mais: “a morte dele vai
galvanizar os esforços de todos
aqueles que em sua volta apoiavam
esta luta. Só se pode esperar
que seus seguidores, aqueles
que são executivos da Renamo,
continuem na mesma linha de
diálogo tal como ele já seguia nos
últimos anos”.
Aliás, esse processo de negociação
tem um histórico que continua
no acordo geral de paz e,
segundo o nosso interlocutor,
passados 20 anos assiste-se um
incumprimento.
“Depois há um conflito e uma
negociação com mais de 100
rondas sem resultados e depois
seguem outros impasses, que incluem
a mediação internacional
até se chegar ao diálogo telefó-
nico dos dois líderes”, disse Domingos.,
antigo número da dois
na Renamo.
Questionado sobre a forma exclusiva
com que o diálogo decorreu,
respondeu que o Presidente
da República, que é também
presidente da Frelimo, vai nessas
negociações representando sua
parte e a Renamo também entra
exprimindo as preocupações
do seu partido, e o povo, de uma
forma ou outra, se identificará
em um dos lados.
“São essas duas agendas que incorporam
todo o povo moçambicano,
é verdade que temos muitos
partidos. Mas não há muitas
alternativas neste momento; ou
estamos mais pertos da Frelimo,
ou estamos mais pertos da Renamo.
Numa situação de conflito
ou de busca de paz, ou é uma
coisa ou é outra”, disse Domingos,
líder do PDD.
Na sua observação, Domingos
referiu que nos últimos momentos
ficou claro que em nome da
democracia, Dhlakama podia dar
sua vida, afinal, vinha doente havia
muito tempo, mas abdicou
da sua própria saúda, da família
e das liberdades até ao ultimo
minuto da sua vida.
“É um grande herói da luta pela
democracia que se perde, homem
de valores, de princípios e
ele mostrou tudo isso. Pela idade
que tinha e pelas condições que
tinha podia ter pego um voo e ir
para o estrangeiro se tratar. Mas
seguro de que precisava terminar
este processo privou-se para dar
prioridade a estas questões de
descentralização, que já estava
a terminar para entrar com as
questões militares”, afirmou o lí-
der do Pangolim.
“A Renamo deve se unir”, disse
estendendo o conselho para outros
partidos que nasceram da
Renamo, a exemplo do Movimento
Democrático de Moçambique
(MDM).
Sobre a gestão do exército da
Renamo, referiu o nosso interlocutlor
que líderes como Dhlakama
não se fazem de um dia para
outro. Aliás, este é dos legados
da Renamo, “uma força que bem
aproveitada nas Forças de Defesa
Nacional so se ganha”, disse o
antigo General do Estado Maior
do exército da Renamo.
“Perdemos um
combatente e um pai”
O presidente do Movimento
Democrático de
Moçambique (MDM), terceiro
maior partido com
assento na Assembleia da
Republica, Daviz Simango,
disse que com a morte
do líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, o Pais perde
um combatente e um pai
e líder.
Simango, citado pela Voz
da América, disse ainda
que Moçambique tem de
se reconciliar consigo mesmo.
Afirmou que o País perdeu
um líder que sempre
serviu à nação. “Perdemos
um líder, perdemos um
combatente, perdemos um
pai, um homem que desde
pequeno compreendeu de
que tinha que servir a nação.
É homem de grande
sacrifício, um homem de
virtudes. Entendeu que
para ele não lhe importava
nem uma regalia, nem
conforto, mas sim, uma
luta por uma causa de um
povo moçambicano”, afirmou
o líder do MDM, que
já foi membro da Renamo.
Para Simango, este espírito
de sacrifício e de sentido
de combatente levou o
histórico dirigente da Renamo
a “não se importar
em dormir, em estar e em
viver em condições extremamente”.
4 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
Raul Domingos
Foto: António Nhangumbe
Morte de Dhlakama deixa
Nyusi numa ‘saia justa’
Mais do que a perda de
um ícone da história
democrática do País tal
como considera Alice Mabota,
a morte de Afonso
Dhlakama, ocorrida no dia
3 de Maio corrente na serra
da Gorongosa vitima
de doença, sobretudo no
actual momento político,
deixa o Presidente da
República numa situação
“bastante complicada”,
conforme explica o filósofo
moçambicano Severino
Ngoenha.
Abanês Ndanda
“O grande
desafio
com que
estamos
confrontados
é que os membros da
Renamo em primeiro lugar
consigam organizar-se e consigam
ter um homem ou um
grupo de homens capaz de
dar continuidade sob ponto
de vista do diálogo político-democrático”,
disse ao nosso
jornal o filósofo Ngoenha.
Afirmou que “o grande perigo
que nós temos, é que o
diálogo não continue ou não
continuem nos mesmos moldes,
mas ainda pior a nível
militar”. Ngoenha desenha inclusive
um cenário de aparecimento
de vários centros de
comando nos homens armados
da Renamo, o que geraria
uma situação de guerra mais
grave e dificilmente controlá-
vel.
Ngoenha percebe que mais do
que a fragilização do diálogo
político, a morte de Dhlakama
fragiliza o próprio Presidente
dentro do próprio partido
que nalgum momento remou
até contra boa parte de seus
partidários para dialogar pessoalmente
com Dhlakama.
“Aqueles que parecem não
estar de acordo com o Presidente,
alguns pautaram pela
morte de Dhlakama pensando
que com a morte dele desaparecia
a Renamo, outro criticava
pelo facto de dialogar com
a Renamo. Neste momento,
a pergunta que se pode fazer
é: se na Renamo não se
consegue criar uma homogeneidade,
com quem é que o
Presidente vai dialogar”, elaborou
o filósofo continuando
no sentido de que: “se isso
fragiliza o debate e mete-nos
em carreira de conflito político
e até militar, também
fragiliza o próprio Presidente
que o único trunfo foi se apresentar
como homem de paz,
mas e agora, vai dialogar com
quem”.
Quanto à sucessão de Dhlakama
na Renamo, Ngoenha
considera que as dificuldades
que se têm ao pensar quem
poderá vir a ser, tem um pouco
a ver com o défice democrático
que se verifica dentro
dos partidos políticos à excepção
da Frelimo.
Já a antiga Presidente da
Liga dos Direitos Humanos,
Alice Mabota entende que “é
difícil dizer o que se pode esperar
com a morte de Afonso
Dhlakama”.
Ela disse que “tudo esperava,
menos isto, é verdade que nos
últimos tempos ele não estava
muito bem, e também pelas
condições em que ele se encontrava”.
“Algumas pessoas estão a
chorar agora, outras felizes,
mas amanha, vão sentir, tal
como aconteceu com a morte
de Machel”, lamentou Mabota
denunciando um cinismo por
parte de pessoas que aparecem
a declarar ‘amores’ por
Dhlakama quando na verdade
desejavam a morte dele.
Mabota refere-se ao facto
de Afonso Dhlakama morrer
numa altura em que já
passava mais de 1 ano sem
guerra para dizer que “não
sei se quem vai suceder terá
a mesma capacidade de sentir
pelo povo e tolerar tal como
Dhlakama o fazia”.
Acrescentou que “não estou
no movimento nem na guerrilha
para saber se haverá uma
pessoa com as qualidades de
liderança e carisma demonstradas
por ele”.
Fazendo uma pequena comparação
com o cenário que se
verificou com a morte de Samora
Machel, Mabota recorda
que “na Frelimo já se podia
pensar tanto em Marcelino
dos Santos, assim como no
próprio Joaquim Chissano”,
mas “na Renamo não vejo
essa pessoa”.
“Moçambique teve dois lí-
deres (políticos) carismáticos,
Samora Machel e Afonso
Dhlakama”, considerou Mabota
para quem tais figuras
deixarão um eterno vazio.
Em contacto com o MAGAZINE
Mabota endereçou uma
mensagem aos membros da
Renamo: “ muita coragem
e que continuem firmes nos
ideais reais da Renamo”.
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 5
Alice Mabota Alice Mabota Foto: Nilton Cumbe
Foto: António Nhangumbe
Terá lugar amanhã (09) na cidade
da Beira o velório público
e oficial de Afonso Dhlakama.
A estipulação bíblica será concretizado
na quinta-feira (10)
quanto o ‘pó’ de Mangunde para
Mangunde voltar no distrito de
Chibabava, província central
moçambicana de Sofala.
O Governo moçambicano anunciou
na sexta-feira transacta a
realização de um funeral oficial
para o falecido líder do maior
partido da oposição em Moçambique,
Afonso Dhlakama.
A decisão, segundo deu a conhecer
a porta-voz do Conselho de
Ministros, Ana Comoana, após
uma sessão extraordinária do
órgão, enquadra-se no âmbito do
cumprimento da lei que aprova
o Estatuto Especial do líder do
segundo partido com assento
parlamentar.
A porta-voz anunciou a nomeação
por parte do Governo
de uma comissão para apoiar a
família de Afonso Dhlakama.
O grupo que é composto pelos
ministros da Justiça, Isaque
Chande, e das Obras Públicas,
Carlos Bonete, bem como a
vice-ministra da Terra, Ambiente
e Desenvolvimento Rural,
Celmira Frederico Pena da Silva.
O Presidente moçambicano,
Filipe Nyusi, decidiu adiar uma
visita de trabalho à Noruega na
sequência da morte do líder da
Renamo.
Em contacto telefónico com
a Televisão de Moçambique,
Nyusi se mostrou consternado
com a notícia da morte e disse que
foram feitas tentativas para levar
Afonso Dhlakama, por via aérea,
para receber assistência médica
no estrangeiro, mas sem sucesso.
O Chefe de Estado moçambicano
pediu para que a morte de Afonso
Dhlakama “não seja usada para
qualquer tipo de aproveitamento”.
“Estávamos num alinhamento
total para resolver os problemas
do País. Fiz todo o esforço para
transferir o meu irmão para fora
do País, mas não consegui. Já era
tarde. Estou muito deprimido,
profundamente chocado, porque
não me deram tempo para agir”,
afirmou Nyusi, indicando que
só ontem soube que Dhlakama
estava doente há uma semana.
6 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
opinião
Silêncio ensurdecedor de Guebuza
Ao fim de três anos de
sucessão geracional na liderança
do Estado moçambicano,
chama-nos
à atenção a postura de
Armando Guebuza, último
estadista da geração
libertadora, marcada por
um silêncio que até certo
ponto pode ser visto como
uma virtude, face ao quadro
em que o antigo estadista
é retratado, sem o
mínimo de gentileza até
devido a um criminoso
condenado em reclusão.
A última alternância na
chefia do Estado, que se
concretizou com a investidura
do Presidente Filipe
Jacinto Nyusi, em
Janeiro de 2015, pode ser
como distinta na história
de Moçambique independente,
em virtude de ter
marcado o fim da geração
do 25 de Setembro na liderança
do país e da Frelimo.
Olhando para as condições
do país não é uma transição
de fácil gestão, pois
qualquer posicionamento
público sujeita-se às mais
diversas leituras, sendo
que por uma questão de
conveniência a tendência
dessas leituras é que sejam
maliciosas.
São mais três anos em que
foi e está sendo notório o
silêncio de Armando Guebuza,
que se tem a virtude
de maturidade e de
prudência, nos privou de
conhecer o seu pensamento,
o que lhe vai na alma,
face às sentenças condenatórias
que se proferem e se
multiplicam, sem direito a
justo julgamento.
O silêncio de Guebuza
pode ter sido determinante
para a firmeza da liderança
de Filipe Nyusi, que
não terá encontrado ruido
algum que pudesse justificar
qualquer perturbação
na sua gestão. Tal como
os anteriores estadistas,
Nyusi lidera o país e a
Frelimo no seu tempo e no
seu contexto.
Guebuza falou quando
necessário, embora tivesse
motivos para falar
muito mais, limitando-se.
na maioria das vezes,
a responder a perguntas
quando interpelado por
jornalistas, sobretudo em
eventos públicos.
Mas não pode haver a
mínima dúvida de que o
silêncio do antigo Presidente
fala bem alto e
guarda-nos muitas surpresas
que um dia as conheceremos,
quando o antigo
líder julgar oportuno, para
dizer da sua justiça. Guebuza
sabe perfeitamente
que saber esperar é uma
virtude e não é a ele que se
deve ensinar o “Pai Nosso”.
É um conhecimento
por justa causa, adquirido
e moldado ao longo de penosas
décadas que começam
em plena juventude,
tal como a maioria dos
nossos libertadores.
Ao longo de muito tempo
nos sentimos pequenos
demais para aparecermos
em público e emitir alguma
opinião sobre o maldito
debate em volta da
figura do antigo estadista,
mas lá está, às vezes o armazenar
por longo tempo
de angústias leva ao último
suspiro precoce, e não
gostaríamos de correr esse
risco.
Sem querermos o ilibar de
eventuais percalços na sua
governação, aliás nem nos
pediu muito menos nos
passou procuração para
esta reflexão, recusa-se
a calar o sentimento em
nós, de que o antigo Presidente
também executou
obra, no seu tempo e no
seu contexto, que ficará
para sempre na história
dos moçambicanos. Não
queremos aqui e agora
defender que não se fale
disto e daquilo que possa
envolver a figura do antigo
estadista, mas tão-somente
que havendo razões
para julgamento, que lhe
seja garantido julgamento
justo e não seja usado
para agendas obscuras,
que buscam o fim único a
neocolonização de Moçambique.
Não se pode proferir sentenças
convenientes absolutamente
injustas, apenas
em cumprimento de agendas
obscuras, pois não há
dinheiro que pague a imagem
de um homem, edificada
por mérito próprio.
A quem de direito se determina
hoje que venha à
praça pública guilhotinar
pessoas a qualquer preço,
pontapeando-se as básicas
normas de justiça, apenas
para mostrar serviço aos
patrões que vão investindo
rios de dinheiro para alimentar
os seus marionetes,
que carregam a cruz do saudosismo
de Moçambique antes
de 25 de Junho de 1975.
Esta meta, de difícil cumprimento
face à nobreza dos
moçambicanos, enquanto
não for atingida, continuarão
na forja bodes expiató-
rios.
E hoje que a Procuradora
Geral da República veio a
público denunciar falta de
colaboração de Estados e
Instituições internacionais
no esclarecimento do processo
das chamadas dívidas
ocultas, o que dirão os mensageiros?
Para eles até pode
não ser matéria de notícia
ou debate, pois tudo quanto
fazem não o fazem por vontade
genuína, mas sim para
garantir um estômago sempre
cheio.
Beatriz Buchil foi mis longe
ao revelar que entre os Estados
e Instituições internacionais
que não querem colaborar
fornecendo informações
solicitadas, até figura alguém
que suspendeu financiamentos
a Moçambique, a
pretexto das chamadas dívidas
ocultas que entretanto
não colaborar no seu esclarecimento.
E o pedido de
informação dura há mais de
dois anos, sendo que o Fundo
Monetário Internacional
tem conhecimento pleno da
situação estranha, mas faz
vista grossa para ajudar a
cumprir o plano da asfixia
económica para forçar a mudança
do regime.
E aqui exigem que o desfecho
seja ainda hoje, e se não
se publica os nomes dos supostos
implicados é porque
se está a esconder algo.
Sobre as chamadas dívidas
ocultas mau grado Afonso
Dlhakama e a Renamo terem
concretizado a ameaça
de guerra, pois acabou legitimando
a decisão oportuna
e soberana de investimento
nas Forças de Defesa e Segurança.
Sem a concretização
da ameaça de guerra
não se sabe lá muito bem se
hoje estaríamos a falar das
malditas dívidas ocultas. A
ameaça de guerra concretizada
abriu portas para tudo
o que se seguiu.
Caricato é questionar a
“marginalização” do Parlamento
nesse processo,
quando bem se sabe que a
ameaça de guerra concretizada
tem também adeptos
com peso significativo nesse
mesmo Parlamento, adeptos
a quem se devia (?) ter solicitado
autorização para o
equipamento das Forças de
Defesa e Segurança, para a
defesa da integridade territorial
e da soberania! São
coisas que só podem acontecer
em Moçambique! Partilhar
com o inimigo a estratégia
de enfrenta-lo!
Vale lembrar que as Forças
de Defesa de Moçambique
foram “reformadas” num
espírito de boa-fé que pesou
no Governo depois do Acordo
Geral de Paz, confiando
na prometida desmilitarização
plena d Renamo, que
entretanto durante décadas
logrou fazer o boi dormir,
mantendo a sua máquina de
guerra intacta com direito
a rejuvenescimento permanente!
Não negamos que nesse investimento
não terá havido
desvios de aplicação. O que
defendemos são sentenças
precoces, sem julgamento,
em pleno Século XXI. E se
houve desvios de aplicação
não é líquido concluir que
este e aquele foram os responsáveis
sem o competente
julgamento, porque o que
parece pode não ser.
Haverá que saber esperar e
confiar nas instituições, porque
como defendemos, saber
esperar é uma virtude. As
instituições não devem ser
confiadas apenas quando ilibam
companheiros de certos
ilícitos cometidos n exercí-
cio da liberdade de expressão
e de imprensa.
A verdade inevitável é que
um dia Guebuza vai quebrar
o longo silêncio ensurdecedor
e saberemos de
tudo o que lhe vai na alma,
dizendo da sua justiça. Disso
temos a certeza absoluta,
pode-se escrever.
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08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 7
A Renamo e os desafios
depois de Dhlakama!
Os irmãos Nyusi e Dhlakama
jossiasgira@gmail.com
A morte por doença, do líder
da Renamo, Afonso Dhlakama,
na passada Quinta-feira, coloca
desafios enormes à Renamo e a
sociedade moçambicana no geral.
Dhlakama foi o construtor vivo
de uma organização de guerrilha
que desde 1977 sempre esteve
presente como actor político fundamental
no contexto nacional.
Foi Dhlakama, com estilo típico,
que moldou uma máquina militar
que se espalhou pelo Centro,
Norte e Sul do País, fazendo
pressão para mudanças políticas.
Inicialmente, teve amparo do
Apartheid na África do Sul e na
Rodésia, mas anos mais tarde
soube sobreviver e adaptar-se a
várias fases da luta, angariando
fortes apoios populares no interior
do País.
Com defeitos ou sem eles, foi
Afonso Dhlakama que forçou o
Governo a negociar um acordo de
Paz em Roma e liderou a Renamo
num longo e penoso processo de
transformação de movimento de
guerrilha para partido político.
Esse processo ficou pelo caminho,
assim como ficou pelo
caminho a consolidação da paz
e da reconciliação nacional entre
os moçambicanos. A morte
de Dhlakama, semana passada,
coloca, pois desafios à Renamo
que terá que continuar o caminho
da paz iniciado por Dhlakama em
Roma e o caminho da democratização
do País que afinal não é
um processo acabado.
Afonso Dhlakama dirigiu à Renamo
com mão de ferro, misturando
disciplina política e militar. O
seu estilo de líder centralizador,
criou mazelas de fabrico ao
movimento ou partido e depois
das exéquias fúnebres do líder,
irá começar a longa marcha pela
estruturação e organização da
Renamo, que quanto a nos e uma
instituição muito forte, mas que
tem fragilidades organizacionais
visíveis mesmo a olho nu.
Caberá à nova liderança da Renamo,
sobretudo ao seu novo
Presidente, continuar a agenda da
Renamo iniciada por Dhlakama e
essa agenda e clara e bem conhecida
quer a nível nacional quer a
nível internacional.
O homem que irá carregar o fardo
da direcção da Renamo terá pela
frente a conclusão do famoso pacote
de descentralização que foi
bem iniciado, produziu consensos
que agora jazem nos gabinetes
da Assembleia da República a
espera de homologação.
O novo líder da Renamo não terá
outro caminho que não concluir
o dossier sobre a desmobilização
e integração dos guerrilheiros
armados da Renamo que se
espalham por varias bases do
território nacional. E terá como
prioridade organizar a Renamo
para as eleições autárquicas de
2018 e gerais do próximo ano.
Portanto esta clara a missão do
futuro homem forte da perdiz.
E ele será obrigado a leva-la a
bom porto, sob pena de trair
os ideais e objectivos da luta de
Afonso Dhlakama sobretudo dos
últimos anos.
Conhecemos as facções que se
digladiam na Renamo. Conhecemos
as fragilidades da organização
que sobreviveu ate agora
graças ao carisma do líder que
carregou ate a morte o peso de
uma maquina politica complexa,
sem meios e sem bases materiais
de apoio.
Mas a Renamo terá que ter também
o apoio e compreensão da
sociedade moçambicana. O povo
terá que continuar a entender os
dilemas da Renamo, encorajando
todos os passos que visam a paz
e a estabilidade. A Renamo e um
partido politico moçambicano,
que enferma da dificuldade
genética de ter surgido de uma
guerrilha. Essa transformação
ainda não e missão terminada e
cabe a todos os moçambicanos
encoraja-la e compreende-la. A
Comunidade Internacional terá
que dar a sua mão para que esta
missão seja concluída com êxito.
O Governo moçambicano, liderado
pelo Presidente Nyusi, terá que
se concentrar na nova Renamo
pós-Dhlakama, estudando-lhe e
seguindo-lhe as peugadas num
contexto mesmo de reinvenção.
A Renamo acaba de ficar órfão
de pai e caberá ao Governo dar
ombro solidário a este órfão, pois
pode ficar desmandado e criar
danos a paz e a agenda que era
então seguida por Nyusi e por
Dhlakama.
O passado passou. O líder ja nos
deixou. Nos últimos anos, ele estava
comprometido com a paz e
com a reconciliação nacional dos
moçambicanos. Tinha uma agenda
clara com o Presidente Nyusi.
Que o seu sucessor siga essa agenda,
mantendo a paz, concluindo
o pacote da descentralização e
desmobilizando e reintegrando
os homens armados da Renamo.
Caso se desvie destes objectivos,
será certamente um traidor a causa
da Renamo e do seu líder. Estaremos
atentos ao futuro homem
forte da Renamo, que não terá
missão fácil nem facilitada, mas
que herda um partido com agenda
construída no sacrifício e na
paciência, em nome da paz e da
unicidade do território nacional.
Desejamos que ao lado da campa
da sua mãe, em Mangunde, a
memória de Afonso Dhlakama
repouse em paz.
editorial
O Presidente da República, Jacinto
Filipe Nyusi, continua a
surpreender pela positiva no seu
relacionamento com o maior
partido da oposição para a busca
efectiva da paz e reconciliação.
As intervenções e os silêncios de
muitos dos seus camaradas à volta
dos acordos alcançados com o líder
da Renamo, Afonso Dhlakama,
justificam a percepção de que
alguma ala dura do seu partido estaria
menos convencida e satisfeita
com os acordos para o bem do seu
partido. Na verdade, em tempos
de crise nacional (política, financeira
e económica), os interesses
pessoais e partidários devem ser
subalternizados a favor dos do
povo e da nação se se pretender
resolver, efectivamente, os seus
problemas. Entende-se, mesmo
assim, que não deixem de existir
muitos membros que assumem o
seu partido como país e povo e ali
onde julguem que alguma medida
satisfaça o adversário seja por eles
considerada contra o seu partido,
antipopular e antipatriótica. É a
retoma deles do chavão de que
quando o inimigo nos apoia é
porque estamos a favorece-lo e
estamos estrategicamente errados.
Efectivamente, os resultados alcançados
das conversações pessoais
entre os dois líderes são de interesse
nacional e do povo e nisso nãodeviam
ser questionados em termos
partidários por quem se julgue
patriota e que coloque os interesses
do povo e do país acima de tudo.
A razão de admiração ao Presidente
Nyusi é de reconhecer e
afirmar directa e publicamente a
contribuição do seu par, Afonso
Dhlakama, para o alcance destes
resultados. Mais ainda, com morte
deste líder, o Presidente Nyusi,
numa puxada de orelhas àqueles
que ainda podem querer aproveitar
o desaparecimento do Presidente
Dhlakama para lhe retirar o mérito
para a paz e democratização do
país, interveio informalmente por
via telefónica para o canal da TVE
num momento em que se debatia o
futuro após a morte de Dhlakama
e em que um dos painelistas não
conseguia conter a sua raiva contra
o falecido líder e seu partido
e projectava sinais de exclusão e
violência, numa demonstração
clara da existência e pertença a uma
ala dura que vai reagir para sabotar
os esforços do Presidente Nyusi.
Nessa chamada telefónica para esta
emissora televisiva pública(TVM),
o Presidente da República e da
Frelimo transmitiu todo o seu
sentimento de mágoa, pesar, reconhecimento
e admiração por
Afonso Dhlakama como patriota
e elemento chave para a democratização
do nosso país. Ao chamar
de “irmão” a Afonso Dhlakama,
um termo que sempre foi utilizado
pelo falecido e que nenhum outro
líder da Frelimo o havia utilizado,
é de se entender o seu esforço para
reeducar muitos , aqueles que podem
aceitar uma AVC do que uma
amizade com aquele a quem continuam
a chamar de bandido armado,
assassino ecriação dos serviços
secretos rodesianos e ao serviço
do apartheid. O visível apoio popular
que este partido granjeia de
milhões de moçambicanas (a que
aquele painelista considera de uma
“franja de moçambicanos”) não
os demove politicamente das suas
convicções dos tempos passados.
O Preside Nyusi, ao afirmar que a
oposição não faz mal a ninguém e
que é uma necessidade para o bem,
aquele painelista e outros tantos
não podem acolher satisfatoriamente
essa mensagem pacificadora
do seu Presidente do partido, o que
foi testemunhado pelos contínuos
disparos do mesmo painelista
contra a oposição ao ponto de
exigir uma prontidão combativa
dos militares governamentais,
numa atitude de autopromoção a
comandante em chefe das forcas de
defesa e segurança. Para quê uma a
afirmação de uma imagem belicista
num contexto de luto, de trégua e
de acordos pacificadores assinados
pelos dois líderes?O que se ilude
que se possa estar a engendrar
nesta ocasião? Quem afinal pode
aproveitar este momento para
sabotar os acordos alcançados?
Tudo isto pressupõe a existência
de muitos membros deste partido
que podem reagir negativamente
e sabotar os resultados alcançados,
o que nos faz desejar que o
Presidente Nyusi continue com
o mesmo espirito e o mesmo punho
sobre os seus para que não
se aproveitem da morte do líder
da Renamo para fazer recuar os
grandes passos dados. Bem reafirmou
na chamada telefónica o
Presidente Nyusi de que o país não
pode parar, citando as palavras do
seu irmão Dhlakama.
Neste ambiente, resta-nos desejar
sucesso e sorte para que os esforços
do Presidente Nyusi não sejam sabotados
pelos seus e não pela Renamo,
como o painelista e outros seus
amigos pretendem sugerir pois
estes acordos que beneficiam o país
e o povo, beneficiam igualmente
a Renamo. Também beneficiam
a Frelimo para quem coloque os
interesses do país acima de tudo,
especialmente do povo, quando
efectivamente, o povo é seu patrão.
Moçambique ainda enfrenta mais
crise e se compreende a voz embargada
do Presente Nyusi pela
morte do seu irmão Dhlakama
pois este contribuiria positiva e
pacificamente para a saída desta
crise, mesmo das dividas ilícitas.
Alberto Lote Tcheco
8 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
opinião Voz do Povo
Olhar fotográfico
Corrupção e baixo salário na actuação da PRM
Maria Boca
Não basta exigir boa actuação
da Polícia com o salário magro e
atrasado que os agentes auferem.
Quando o polícia interpela um cidadão
e este, durante a patrulha,
não levar apresentar o seu BI, então
o agente exige-lhe para falar
como homem. Este comportamento
deve-se ao baixo salário que aufere
o polícia.
Telia Manuel
A actuação da Polícia é razoável,
embora haver com urgência
necessidade de capacitar os agentes
da lei e ordem, de forma responder
qualquer tipo de crime. A
Polícia deve sofisticar os métodos
para aferir a proveniência do armamento
que os gatunos usam no
momento do crime, embora saber-se
que o polícia é que dá armamento
ao criminoso.
Mário Massingue
É preciso que população colabore
para que a Polícia actue bem.
Há situações em que população faz
uma denúncia sobre a criminalidade,
mas a Polícia não aparece e se
aparece apreende o criminoso e horas
depois solta o. Há bairros que a
partir das 20h00 é proibido circular
sob pena de ser atacado ou morto
pelos malfeitores.
Ramos Casimiro
A Polícia está trabalhar de forma
a responder às necessidades da população,
embora há falta de incentivo,
progressões e baixo salário na
Corporação. Vezes sem conta, somos
confrontados com informações,
segundo as quais a Polícia está a
trabalhar para neutralizar criminosos,
mas nunca esclarece. Para reverter
este cenário.
Nilton Cumbe
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Redacção: António Zacarias,
Alfredo Langa, Aida Matsinhe,
Elísio Muchanga, Nelson
Mucandze, Abanês Ndanda e
Adelina Pinto
Fotografia: Nilton Cumbe
e António Nhangumbe
Correspondente:
António Zacarias
(Inhambane - 82 79 81 590),
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08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 9
Dhlakama: “Quando isto der torto, eu vos
levo comigo e vamos embora” Foto: Nelo Cossa
Corria o ano de 1992 e
era Agosto. Eu andava
exausto com Roma, cidade
que percorria de lés a
lés nos intervalos muitas
vezes sem resultados das
conversações dos fratelis
moçambicanos. A minha
filha Iracema que iria
nascer naquele mês de
Agosto era uma grande
pressão para eu regressar
a Maputo. Roma me havia
cansado e o Presidente
Guebuza, meu amigo, me
havia dito: espera pela
cimeira.
Lourenço Jossias
Depois de uma
cimeira para
todos os efeitos
louváveis
entre o Presidente
Joaquim Chissano e
o líder da Renamo Afonso
Dhlakama (a primeira), decido
ir “cravar” uma entrevista
ao chefe da guerrilha.
Negociei directamente com
ele a entrevista depois da
assinatura da declaração
conjunta na Vila Madamme
e Dhlakama, sem hesitar,
disse-me: “apareça
amanhã no meu hotel”.
Dia seguinte ao da cimeira,
faço-me a recepção e anuncio-me.
Vinte minutos depois,
desce as escadas com
os seus seguranças vestidos
de fatos. Um protocolo
italiano facilita-me a missão
e fomos sentar numa
mesa em volta de piscina.
Fiz-lhe a primeira entrevista
para o mediaFAX.
Depois de quebra-gelo, ele
me pergunta donde sou e
respondo que sou de Massinga,
Inhambane. “Conheço
Massinga. Quando abri
as frentes do Sul, passei
por lá com minha gente”,
respondeu-me. Pedi lhe a
brincar que decretasse tré-
guas por lá, pois meus pais
estavam a sofrer da guerra
enquanto nós bebíamos vinho
italiano naqueles dias.
Respondeu-me o comandante
da guerrilha que não
ia fazer isso, pois a guerra
não “é jogo de futebol que
tem intervalos”. “Ou acaba
ou continua”, “Não podemos
brincar com o povo”,
até porque nem em Mangunde
terra dos meus pais
não decretei tréguas e nunca
vou decretar”...
Este era o meu primeiro
contacto com Dhlakama,
em pessoa, no exterior. Em
Roma em paz e no País em
guerra. Tremi muito nesse
dia mas depois passou com
anedotas de ambos que ainda
mantenho.
Em 1994, fiz parte do batalhão
de jornalistas que lhe
foi receber no Aeroporto
quando se fez a cidade pela
primeira vez, numa confusão
danada que se saldou
em montras do aeroporto
partidas. Nas noites que se
seguiram em negociações
de difícil digestão com Joaquim
Chissano no Clube
Militar, nos cumprimentá-
vamos e ele sempre respondia-me:
“esta difícil mas
vai dar”.
Na campanha eleitoral de
1994, a primeira para um
tipo novo de eleições, fui
destacado para cobrir a sua
campanha na Zambézia e
em Nampula. Depois de
uma seca em Mocuba, lá
veio ele com uma frota de
aviões da ONUMOZ a exibir
o charme, atrasado uns
4 dias.
Percebi então que o homem
não era dado a disciplina
em termos de horário. Era
no entanto atento ao trabalho
dos repórteres e aos
detalhes da segurança. Era
o tesoureiro em chefe, com
dólares e meticais, rands a
altura das suas numerosas
necessidades. Foi na altura
que se noticiou que havia
uma bomba no quarto
de Joaquim Chissano, foi
numa altura em que infelizmente
os dois candidatos
se cruzaram numa mesma
região, provocando tensão
desnecessária, mas ele serenou-nos.
“Calmem. São
brincadeiras de política”.
Em Nampula, num distrito
creio Malema, depois de
um comício de campanha,
o helicóptero do líder foi
apedrejado por apoiantes
radicais da Frelimo. Partiram-lhe
os vidros e houve
alvoroço danado. Calmamente,
na sala Vip do Aeroporto
em Nampula, ao
cair da noite, o líder nos dá
“briefing”.
Eu, que já era seu conhecido
lhe abordo. “Aquilo
não está a dar. Os meus
colegas e eu próprio estamos
com medo”. Dhlakama
sorri e diz que aquilo “não
era nada”. “É política”.
“Quando a coisa der torto
eu vou vos dizer e vou vos
levar comigo. E por isso
que ando com estes aviões
todos”. Dhlakama nos serenou
mas eu insisti que se
continuar assim, “nós é que
vamos embora”.
Percebeu o medo e convidou-nos
para uns drinks
na sua casa onde chegamos
perto das 21 horas exaustos.
Ele pessoalmente a
servir umas latas de cerveja
quentes e refrescos. A
minha malta a não beber e
a querer ir embora. E mais
um diálogo: “Jossias não
estão a beber porque?”.
“Presidente a cerveja está
quente”, respondi-lhe eu.
Atónito, o líder da guerrilha
diz: “Ai é? Não bebem
só por isso? Nós em
Maringwe bebemos assim
quente....e a nossa vem do
Malawi...”.
Num outro dia, numa outra
altura, há a depressão que
não me lembro do nome
em Tumbine, Milange na
Zambézia. Lá fui eu destacado
para ir com ele distribuir
uns mantimentos. Um
Dhlakama comprovativamente
inimigo do relógio
chega ao aeroporto de Mavalane
as 11 quando devíamos
arrancar 8.30.
A avioneta era de uns 24
lugares. Ele, eu, uns 8 seguras,
creio o Uluku...Chegamos
a Beira depois de
uma viagem de grande cavaqueira.
Ele calmo e sem
pressas a conversar com as
suas bases que lá foram o
cumprimentar em transito.
Os pilotos, uns jovens sul-africanos
a pressionar que
está a ficar tarde, que Milange
é zona montanhosa e
o tempo está mau...
“Jossias, deixa esses brancos.
Não sabem nada. Eu
pago o avião e vão nos levar”...
Falaram de taxas
que não estavam previstas
para Beira e ele responde
que ele resolve tudo...
A caminho de Milange,
chuva com trovoadas e eu
a pensar já na minha mãe.
Ele nota e diz: “Jossias,
estás com medo. Deixa lá.
Eu conheço ali em baixo.
Tem nossas bases a direita,
nossas bases a esquerda.
Eu também sei pilotar
avião. Havemos de chegar
bem....”.
E chegamos cerca das 18
a Milange. Demos uma
volta para ver Tumbine,
distribuímos viveres e a
luz de velas, com pilotos
jovens nervosos, zarpamos
para Beira. Não era previsto
aqui dormirmos mas
a voz do comando a chegada
a Beira disse: Pilotos
dormem no sitio x, Jossias
vai para Embaixador, eu
também e as 22 vamo-nos
encontrar no 2+1 coisa parecida.
Aquela foi a nossa noite
eu e Dhlakama. Provou vinhos
que devolvia logo a
seguir porque não sabiam
bem. Depois demos uma
volta pela noite beirense
eu no seu jeep. E ingénuo
eu pergunto: “O Sr. em
Maputo a queixar-se de
ameaças a sua segurança,
aqui nos copos numa boa?”
Ele responde: “Jossias, deixa
lá isso. E política. É
para meu irmão Chissano
não brincar comigo. Aqui
é minha terra ninguém
me faz nada”. Era altura
que ao chegarmos a Maputo
declarou que a Renamo
boicota as autárquicas
creio de 97...
E quase 5 horas fomos a
loung do Embaixador. Bater
papo. Beber copos e relaxar.
Querem mais? Paguem
pela crónica...
Esse Dhlakama que ameaçava
paralisar isto em
24 horas, aparentava ser
bom ser humano. Tinha o
lado humano que as vezes
escondia o lado belicista e
militar. Esse lado dele eu
nunca gostei e já lhe disse
várias vezes. Também já
lhe disse várias vezes que
o facto de ele não permitir
alternância na liderança
da Renamo, lhe retirava
o meu apoio político. Mas
conversávamos bem.
Em Outubro passado,
quando perdi o meu irmão,
em pessoa e a partir das
matas me ligou a exprimir
condolências. Ele acabava
de perder a filha e comentou:
“Jossias, a morte
é sempre uma desgraça.
Eu sei o que é isso porque
acabo de perder a minha
filha”.
É esse Dhlakama, outro,
que conheço. O general de
quatro estrelas que as vezes
foi aos copos comigo e
mandava as fava os pilotos
medrosos. Paz a sua alma.
Pelo menos garantiu-nos
a paz. Que o seu sucessor
termine com a missão iniciada.
10 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
nacional
Parlamento suspende plenária
A Assembleia da República de Mocambique vai suspender esta semana os trabalhos da plenária de
modo a permitir a participação dos deputados nas exéquias de Afonso Dhlakama, líder da Renamo,
falecido na quinta-feira, na Serra da Gorongosa, província central de Sofala, vítima de doença.
Maputo prepara
legislação sobre
circulação de pessoas e
bens na CPLP
A capital moçambicana,
Maputo, acolhe nos dias
9 e 10 de Maio corrente,
a primeira Conferência
Económica do Mercado
da Comunidade dos Paí-
ses de Língua Portuguesa
(CPLP).
Este evento é organizado
em parceria com a Confederação
Empresarial da
CPLP e a Confederação das
Associações Económicas de
Moçambique (CTA), e tem
como objectivo principal
preparar a legislação que
permita maior liberdade de
circulação de pessoas, bens,
capitais e serviços, entre os
países da CPLP.
Estarão envolvidos nestes
trabalhos as maiores Sociedades
de Advogados destes
países - para garantia de
observação de todas as normas
legais respeitantes aos
nove (9) países membros.
A proposta observará quatro
acordos multilaterais a
saber: dois de Facilitação
de Investimento - Dupla
Tributação e Protecção ao
Investimento; constituição
de Empresas de Capital estrangeiro
dentro da CPLP
(idênticas às nacionais);
Acordo para Livre Circulação
de Empresários, os chamados
Vistos de Negócios;
constituição de um Tribunal
Arbitragem e de Mediação
da CPLP de modo
a evitar que se recorra aos
tribunais internacionais -
como se tem feito - para resolução
dos conflitos; Serão
ainda elaboradas normas
para constituição de um
Manual de Ética e «Compliance»
das Empresas da
CPLP.
As resoluções desta Conferência
irão ajudar os governos
de cada país membro a
elaborar legislação que permita
a chegada a um mercado
muito maior de todas
as empresas que já têm tido
um papel importante no desenvolvimento
económico
da comunidade lusófona
População recusa reabilitação das
casas pela Vale em Moatize
A população de Chipanga
reassentada no bairro 25
de Setembro, na vila de
Moatize em Tete, recusou-se
em reunião popular
ocorrida quinta-feira,
3 de Maio corrente que
a reabilitação das suas
casas seja feita por empresas
contratadas pela
Vale Moçambique. Porque
a mineradora Vale já havia
iniciado com o projecto
de reabilitação de 10
casas em 2017, as 290
famílias ali reassentadas
rejeitaram a continuidade
deste trabalho, gerando
assim, um impasse entre
as partes.
António Zacarias
Em reunião havida
no Centro
de apoio comunitário
daquele
bairro, Horácio
Gervásio da Vale Moçambique,
determinou para esta
Quinta-feira, 10 de Maio, a
data para mais uma ronda
negocial na qual tenta-se estabelecer
a modalidade de
reabilitação das casas daquele
bairro.
A agenda negocial entre a
Vale e a comunidade surge
por haver sido forçada pela
população a paralisação da
reabilitação daquelas casas
em 2017, devido a má qualidade
detectada pelos proprietários.
Aliás, a paralisação foi
forçada quando já estava a
terminar um lote de 10 casas,
através de uma empresa que
foi igualmente desclassificada
pela população.
Sobre a mesa de negociações
estão dois pontos sendo
a reabilitação directa pela
Vale, que foi rejeitada e o
pagamento de um valor em
dinheiro para que sejam os
proprietários a contratar de
forma independente quem
deve reabilitar as suas casas.
A Vale, segundo Horário
Gervásio reserva-se ao direito
de proceder como a comunidade
pretende, mas com rigor
quanto ao tipo de casa e
o estado de degradação. Na
última reunião do dia 3 a comunidade
estava muito agitada.
De longe, não se busca
consenso quanto a reabilitação
das casas do bairro 25 de
Setembro.
No sei site na internet, a
Vale dá a conhecer que é
uma mineradora preocupada
com o ambiente e com a
sustentabilidade dos seus negócios.
Além de investir em
alta tecnologia nas operações
como forma de causar o menor
impacto ao ambiente, a
mineração e a recuperação
das áreas mineradas ocorrem
de forma simultânea. Revela
ainda que o programa de
vegetação das áreas mineradas
é reforçado com o plantio
de mudas de árvores nativas
como forma de devolver o
terreno ao seu habitat original.
Paralelamente, nessa fonte a
Vale reaproveita cerca de 80
por cento da água utilizada
na usina no processo de beneficiamento
do carvão, para
além de adoptar ainda a tecnologia
de ponta para antecipar
e controlar possíveis
emissões atmosféricas de partículas
respeitando integralmente
os requisitos legais.
Aliás, em Chipanga donde
proveio a comunidade reassaentada
pela Vale no bairro
25 de Setembro, foi experimentado
globalmente,
com grande êxito, o carvão,
tendo sido considerado marca
de carvão de classe mundial
produzido pela Vale na
maior mina a céu aberto
em Moçambique, a mina de
Moatize. A marca “Chipanga
Premium HCC”, tem baixo
valor de humidade total que
resulta em ganhos significativos
no processo de coqueificação.
É usado como fonte
de energia nas indústrias,
para produzir ferro, aço e cimento.
O carvão de Moatize
está bem posicionado internacionalmente
para abastecer,
com custo competitivo,
os mercados globais da Ásia,
Europa e ainda o Brasil.
Segundo este site, a mina de
Moatize possui uma capacidade
de 11 milhões de toneladas
por ano, oque representa
uma capacidade instalada
actualmente de produção de
carvão da mina de Moatize,
na província de Tete. Para
melhor responder à demanda
de processamento de carvão,
a Vale investiu na construção
da maior central de enriquecimento
de carvão do país.
Rui Vasconcelos Caetano,
director da Associação de
Apoio e Assistência Jurídica
às Comunidades, AAAJC,
defende que a Vale deve
salvaguardar o direito das
comunidades. Não existe A
descreve que AAAJC assessorou
a comunidade de 25 de
Setembro, em Moatize, que
beneficiou-se do reassentamento
urbano. Foi através
da elaboração de uma petição
dirigida a Ministra dos
Recursos Minerais e Energia.
Nessa petição denunciou irregularidades
perpetradas
pela Vale Moçambique no
processo de reassentamento
e indemnizações das famílias
retiradas em Chipanga, zonas
abrangidas pelo projecto
de exploração de carvão
mineral. Essa petição foi feita
com o conhecimento da
Assembleia da Republica,
que prontamente respondeu
através da carta ref.ª 015/
GPAR/2016, datada de 30
de Dezembro de 2016 e assinada
pela Presidente da Assembleia
da Republica, Veró-
nica Macamo.
Na sequência do seguimento
das reivindicações apresentadas
pela comunidade de 25
de Setembro, a empresa Vale
Moçambique contratou a empresa
“Pro Air Construções”
para proceder a reabilitação
de 10 casas que apresentam
deficiências notáveis. Contudo,
até ao momento foram reabilitadas
apenas 7 casas e o processo
ficou paralisado devido a
má qualidade da reabilitação.
Rui Caetano denuncia que em
Moatize, entre 2009 e 2011,
foram reassentadas cerca de
1365 famílias, cerca de 750 das
quais foram integradas na comunidade
de Cateme e outras,
em número significativo, foram
reassentadas na Unidade
6 do Bairro 25 de Setembro.
O reassentamento das famílias
afectadas pela exploração de
carvão mineral pela empresa
Vale Moçambique, sobretudo
na comunidade de Cateme, é
tido como a mais visível referência
de um reassentamento
injusto, inquinado de diversas
ilegalidades e ofensivo dos direitos
fundamentais das comunidades
locais.
Em tempos, a Vale Moçambique,
nem aceitava dialogar
com as comunidades afectadas.
Mais tarde decidiu manter
encontros com as comunidades
de Ntchenga e Cancope,
em consequência da pressão
exercida por organizações da
sociedade civil parceiras da
AAAJC, com destaque especial
para o “Articulação Internacional
dos Atingidos pela
Vale”.
Rui Vasconcelos Caetano, director executivo da AAAJC
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente SUPLEMENTO 11
SUPLEMENTO Savana 27-04-2018 1
SOCIEDADE
Celebrando 15 anos da ponte
para os profissionais de sucesso
12 SUPLEMENTO Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
2 Savana 27-04-2018 SUPLEMENTO
Há 15 anos surgia no
país, a Universidade
que veio estabelecer
“a ponte para os profissionais
de sucesso”.
Trata-se da Universidade Técnica
de Moçambique (UDM), que
emergiu para responder as necessidades
do país na área formativa,
num contexto em que poucas
se “aventuravam” para lecionar
cursos de engenharia.
Introduziu a especialização nos
cursos que lecciona como forma
de atender as exigências do mercado,
direcionando o estudante
para o saber o fazer.
Os números falam por si; a Universidade
começou as suas actividades
em 2003, com dos 62
estudantes distribuídos em cinco
curso, ambos ao nível da licenA
inovação foi preponderante
ciatura. São eles, licenciatura em
Engenharia de Gestão Ambiental,
tendo sido a primeira instituição
a oferecer este curso no país; Engenharia
em Gestão Industrial.
Na área das ciências sociais tinha
a licenciatura em Administração
e Gestão bem como a licenciatura
em Ciências Jurídicas.
Actualmente conta com 2935
estudantes dos quais são 48%
mulheres, distribuídos em três
faculdades, nomeadamente: Faculdade
de Ciências Tecnológicas,
Faculdade de Ciências Jurídicas e
Faculdade de Ciências Económicas
e Sociais.
Do total de inscritos, 2.547 frequentam
13 cursos de licenciatura,
79 no pós graduação, 304 no
mestrado e 23 no doutoramento.
O administrador da UDM, Jorge
Pondeca que faz um balanço positivo
dos 15 anos de existência da
instituição, explica que, para tornar
o projecto em realidade, foi
preponderante o papel exercido
pelo primeiro reitor da instituição
o Prof Doutor Fernando Ganhão
que com a sua experiência, sabedoria
e criatividade deu um valioJorge
Pondeca
Mensagem do magnífico Reitor da UDM, Prof Doutor Severino Ngoenha
Fazer mais e melhor
Este ano, nós celebramos os 15
anos da fundação da UDM. O
estado moçambicano desde a independência
apostou na massificação
do ensino, dum lado, para
dar sentido a independência que
acabávamos de alcançar e doutro,
porque confiamos no saber e na
educação como bases para o desenvolvimento
de Moçambique,
como aliás fizeram todos países
do continente desde as independências
da década 1960.
A massificação significou abrir
escolas a todas crianças de Moçambique
em todos os lugares
onde se encontravam. Essa massificação
do ensino primário foi
depois seguida duma massificação
a nível secundário.
Esse processo foi um dos mais
importantes que Moçambique
realizou e foi duro, porque depois
da independência os poucos professores
formados que nós tínhamos,
maior parte dos quais eram
portugueses abandonaram Moçambique.
Então, nós tínhamos
que massificar sem ter o pessoal
suficientemente formado para levar
acabo essa missão. Era uma
grande aporia e nós tínhamos que
fazer um milagre e fizemo-lo o
milagre. Para isso sacrificamos
toda uma geração por uma causa
superior. É toda a geração de
8 de março, na qual todos participamos.
Fechamos as escolas do
6º e 7º anos levamos muitos moçambicanos
a abandonar o que
eram sonhos individuais deles
para realizarmos um bem maior,
um bem colectivo e um bem nacional.
Mas estes 30 ou 40 anos de
continua massificação do ensino
primário e secundário tinha que
desaguar necessariamente numa
outra massificação que era do
ensino superior. Dum lado para
satisfazer os desejos individuas
das pessoas, para realizar os sonhos
das famílias, mas doutro,
porque hoje é intrinsecamente
e indispensável necessário uma
educação sempre mais forte, sempre
mais elevada para satisfazer
os desafios nacionais de Moçambique
no contexto interno, no
contexto regional, mas também
no contexto internacional. Como
aconteceu em 1975 e 1976 Moçambique
tinha a necessidade de
massificar, mas não tinha condições
sozinho como Estado para
levar acabo esta missão e se justifica
que tenham nascido instituições
privadas, cujo objectivo não
era concorrencial ao Estado.
O objetivo era ajudar o Estado
numa missão que o Estado não
conseguia levar acabo sozinho.
A imergência do ensino superior
privado tem que ser visto como
uma colaboração, uma iniciativa
de privados que visava ajudar o
Estado a cumprir a sua missão,
satisfazer as vontades os anseios
dos indivíduos, das famílias e
preparar potenciais moçambicanos
formados a fazer face ao estado
actual do desenvolvimento
em que Moçambique se encontra.
É neste contexto e neste prospecto
paradigmático que também
nasceu a UDM, com uma particularidade,
dado que o assento da
nossa formação foi sempre metido
nas humanidades e mais tarde
com o nascimento da faculdade
pedagógica, na formação pedagógica
de professores. A UDM
nasce com uma vocação técnica e
ainda hoje mais de 50% dos nossos
estudantes estão ligados ao
ensino técnico e nós escolhemos
como disciplinas para esse ensino
técnico aquelas matérias que
respondiam ao estado do desenvolvimento,
da descoberta dos
recursos, do desafio com que Moçambique
estava confrontado.
Por isso depois das engenharias
diferentes, nós abrimos cursos
ligados a questão de energia ou
e ainda mais recentemente as
questões de petróleo. Claro que
dificuldades, temos dificuldades
de professores formados nessas
matérias, temos dificuldades de
material didático, dificuldades de
laboratório que são extremamente
importantes, mas temos duas
alternativas: Num momento de
dificuldade abandonar o barco,
nesse momento deixar famílias,
deixar indivíduos ou pensarmos
que não obstante as dificuldades
vamos avançar.
Os maiores desafios que nós temos
são de sempre sermos os
melhores, melhores na oferta que
fazemos aos estudantes, na preparação
que nós damos para que
eles estejam em altura de responder
aos desafios nacionais, regionais
e internacionais. Por isso, os
desafios principais são, acolher
sempre os estudantes que chegam,
tendo em conta as dificuldades
que podem trazer na formação
precedente, mas mete-los em
condições de ultrapassar as dificuldades
para poderem engrenar
no sistema do ensino superior.
Deste modo, o primeiro desafio é
pedagógico, nós metemos como
pedagogia de base em tudo aquilo
que é nosso ensino, um ensino
centrado sobre o estudante. Nós
temos no processo de ensino professores
que são bons, extraordinários
os outros é que são meio
bons, tem dificuldades, mas porquanto
o professor possa ser bom
se o estudante não se aplicar, se
não for ele o protagonista, quer
dizer que a transmissão do ensino
não vai atingir o objectivo a
que se propõe. Meter a pedagogia
centrada no estudante significa
que o professor torna-se uma espécie
de sinaleiro que mostra o
caminho no qual o condutor do
autocarro tem que seguir, mas
que quem conduz o carro é o pró-
prio estudante.
Esta é a primeira e grande revolução
pedagógica que temos que
introduzir, primeiro para que o
professor saiba que a função dele
é ser coach como dizem os anglo
saxónicos ou sinaleiro, mas sobretudo
que o estudante entenda
que não pode limitar-se a críticas
externas daquilo que o professor
sabe e faz ou não sabe ou não faz,
mas que ele é protagonista principal.
Se você olhar para aquilo que
aconteceu nos últimos 40 anos,
nós como professores, até pedagogicamente
com deficiências, fomos
capazes de criar, de produzir,
de fazer sair pessoas que quando
saem de Moçambique e vão para
fora são completamente competitivas
e concorrenciais. Isso acontece
exactamente porque o estudante
assumiu que o protagonista
principal do ensino era ele. E isto
é o que fizemos na escola primária
e secundária temos que produzir
nas nossas escolas tendo em conta
sempre as deficiências que nós
temos, por isso mesmo ligado a
pedagogia e ao estudante nós temos
uma formação continua que
nós fazemos ao nosso corpo professorado
em duas maneiras: Primeiro,
um pouco para responder
as directivas da Comissão Nacional
de Avaliação e Certificação
do Ensino Superior (CNAC), nós
obrigamos todo o nosso professor
que só tinha uma licenciatura, tenha
uma formação de mestrado,
por isso abrimos cursos de formação.
Fizemo-lo com ajuda de professores
de instituições públicas
e privadas e também com uma
colaboração internacional. Em segundo
lugar, nós fazemos cursos
de reciclagem sistemática aos sá-
bados para os nossos professores
para estejam em altura e com metodologias
modernas, com ensino
autovisual, métodos renovados.
Lutamos pata laboratórios trabalhando
com laboratórios que
existem ou tentando comprar até
com ajuda de empréstimos externos
aquilo que é material didático
necessário para nossa formação.
Apostamos na formação de professores
na melhoria das condições
dos estudantes.
O objectivo da UDM nos próximos
anos é de estar a altura de
responder aos desafios pedagó-
gicos internos da instituição na
transmissão do conhecimento, é
preparar os estudante para que
estejam a altura de participar na
luta para o desenvolvimento do
país, na luta pela inserção de Moçambique
nos mercados regionais
e internacionais, mas ao mesmo
tempo responder aos desafios
que as famílias se fazem apostando
na formação numa instituição
como a nossa, para que as condições
de vida delas como famílias
e dos filhos que eles tem possam
melhorar sistematicamente.
Este é o desafio da nossa instituição,
este é o objectivo que nos
propormos para os próximos
anos. A UDM está em pleno crescimento,
está numa metamorfose
constante, ela vai mudar sob ponto
de vista pedagógico no incremento
da qualidade da oferta,
no incremento dos cursos que
respondam as necessidades do
desenvolvimento do país. Nos
propomos a fazer sempre mais e
sempre melhor.
so contributo na implantação dos
alicerces da Universidade. Destaca
a introdução das licenciaturas
orientadas ao mercado de emprego,
que no seu entender constituíam
a marca da Universidade.
Segundo Pondeca, aquele tipo
de licenciatura permite que o estudante
conclua a formação com
uma determinada especialização.
Tomou como exemplo o curso de
Ciencias Jurídicas, para esclarecer
que o estudante que pretendesse
seguir a carreira de advogado,
a partir do quinto semestre era
submetido a especialização denominada
jurídico forense. Cada
curso foi alvo de reflexão para
estabelecimento da respectiva especialização.
“Este modelo foi uma das grandes
inovações e resolveu um problema
que os graduados tinham.
Evitámos formar generalistas
que é o que existe em abundância
no mercado”, observou.
Assim, o mercado viu na UDM
uma instituição que ia ao encontro
das exigências do mercado
para o preenchimento das suas
necessidades formativas. Pondeca
diz reconhecer que o processo
de ensino e aprendizagem nunca
é acabado, pelo contrário está em
continua construção e a pergunta
que não quer calar é: como é que
podemos nos constituir numa
permanente ponte dos profissionais
de sucesso?.
A resposta, de acordo com o administrador,
tem sido encontrada
adoptando estratégias, tácticas e
todo um conjunto de mecanismos
que concorram para o efeito.
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente SUPLEMENTO SUPLEMENTO 13 Savana 27-04-2018 3
Numa altura em
que o país regista
um boom de
recursos naturais,
o que não tem encontrado
grandes respostas nas
instituições de ensino, os
cursos das engenharias (
faculdade das ciências tecnológicas)
são os mais procurados
na UDM, o que faz
com que 55% dos 2.935 estudantes
inscritos no presente
ano académico estejam a
frequenta-los. Confrontado
com esta situação o director
académico da UDM, Augusto da Silva Hunguana
diz que a sua instituição tem estado na
vanguarda e ocupa um espaço distinto, procurando
sempre inovar os seus cursos de forma
muito peculiar para responder os desafios
do desenvolvimento do país.
Refere que nesse processo a instituição procura
sempre antever os problemas e gerar neles
uma plataforma de oportunidades para ir respondendo
a parte dos problemas gerados até
pelo próprio desenvolvimento. Prova disso,
aponta a implementação de cursos híbridos
logo na sua abertura, destacando os cursos de
engenharia ambiental e gestão de desastres
que inicialmente as turmas não tinham mais
de 10 estudantes ( eram cursos apoiados financeiramente
por outros mais procurados como
as da ciências jurídicas), engenharia e gestão
industrial que de principio não eram percebidos
como cursos de engenharia, mas que hoje
se tornaram em bandeira e tem quadros no
mercado a resolverem problemas que se julgava
serem menos importantes.
Hunguana adverte que o ensino não pode
se resumir aos recursos naturais que tanto se
fala, isto porque se não forem acompanhados
ou apoiados por outras áreas podem não ter
o merecido valor. Fala por exemplo, da necessidade
de se reflectir em torno de um novo
paradigma para os cursos das ciências jurídicas,
ou seja, repensar num direito que possa
também criar mais valias a exploração dos recursos
naturais, a componente logística que
pode estar associada a exploração dos recursos
naturais, a componente social, quando se
abordarem os processos de reassentamento da
população que habita no local ou nos limites
onde estão incorporados esses
recursos naturais. Deste modo,
aponta que a UDM está a refletir
e desenhar novas formas
de dar resposta por via dos
curricula dos cursos, sejam
eles por orientações que devam
ser criados ou pelos planos
temáticos e ou analíticos
das disciplinas. Avançou que
a UDM vai brevemente aprovar
o seu portfólio de linhas
de investigação e extensão, e
grande parte dos desafios vão
poder ter respostas nos vários
projectos.
No entanto, Hunguana que é também coordenador
do Gabinete de Gestão de Qualidade
Pedagógica na UDM, referiu que os cursos
oferecidos pela instituição são transversais e
bietápicos, pois no início há uma formação bá-
sica e terminam com uma orientação. Isto visa
responder ao repto governamental no sentido
de providenciar cursos que visam alavancar o
sector produtivo.
Sublinhou o investimento que a instituição
faz na parte final dos planos de estudos
(currículos), ou seja procurando fazer com o
estudante tenha ferramentas essenciais que
lhe permitam ter uma flexibilidade no campo
profissional. Exemplifica com o curso de licenciatura
em engenharia ambiental e gestão de
desastres que seguiu essa linha, e hoje colocou
graduados a trabalharem no campo da agricultura
com ferramentas municiadas no curso
do ambiente.
Entende Hunguana, que a abertura de novos
cursos está sujeita ao estudo que no momento
está sendo feito, cujo objectivo é identificar
áreas que ainda não estão a ser respondidas
mas cruciais para o desenvolvimento dos vá-
rios sectores prioritários de Moçambique.
Disse que o país tem sido ciclicamente assolado
por desastres ou catástrofes de índole ambiental
que vão criar outros tipos de problemas
de âmbito socio cultural e demográfico.
Nesses casos, prosseguiu, precisamos casar
cursos híbridos que resultem de uma combinação
dos cursos de engenharia com as da
área económica social e até mesmo jurídica.
Ao encontrarmos soluções a essas situações
estaremos a dar respostas as preocupações governamentais
e da sociedade no geral.
Acasalar recursos naturais
com outros cursos
A conquista do espaço
num mercado de ensino
bastante renhido como
o nosso leva o seu tempo,
mas também, é preciso acima
de tudo saber manter o nome, o
que exige um permanente exercí-
cio de auto avaliação. A UDM não
foge a regra, com 1.200 graduados
(57% mulheres) disponibilizados
ao mercado, uns assumindo posições
de chefia e de lideranças
outros não, a Universidade tem se
empenhado na avaliação permanente
dos seus formados. Segundo
o director académico, Augusto
da Silva Hunguana, a avaliação
consiste em duas vias. A Primeira
reside na autoavaliação dos cursos
internamente, onde se afere
a qualidade por cada indicador
base e estabelecido no Sistema de
Gestão de Qualidade Pedagógica
da UDM.
O segundo é externo e passa por
analisar os relatórios dos estágios
dos nossos estudantes, e também
o grau de inserção e performanPerfeição
é uma constante em construção
ce dos mesmos no mercado de
emprego. Quando as instituições
das quais acabam sendo nossas
parceiras, procuram empregar
os nossos graduados ou mesmo
enviar seus colaboradores para se
formarem na nossa Universidade,
esta é também uma evidência que
pode indicar a qualidade dos nossos
serviços. Entende Hunguana
que participação dos estudantes
da UDM em concursos externos,
onde alguns acabam ficando em
posições de destaque, serve também
como barómetro de avaliação,
sem deixar de lado o facto de
muitos deles se verem envolvidos
em projectos inovadores e de empreendedorismo.
Um terceiro elemento é que durante
o processo de entrevistas
para os novos ingressos, grande
parte dos que entram, de acordo
com director académico vem com
indicação de um familiar próximo,
colega ou mesmo pelo seu
serviço. Este sinal pode estar a
significar um reconhecimento e
referência dos nossos serviços em
termos de qualidade e aceitação.
Outro indicador que referenciou
são os acordos institucionais onde
a instituição recebe o feedback do
seu processo de ensino e aprendizagem.
Não obstante este quadro
bastante encorajador, Hunguana
diz não pretender com isto dizer
que é só um mar de rosas, reconhece
que há ainda muitos desafios
para continuarem a elevar
a qualidade, tanto mais que este
processo de preocupação com a
qualidade é infinito.
O Conselho Nacional de Avaliação
da Qualidade do ensino Superior
(CNAQ) tem sido a entidade
governamental que tem dado
um grande impulso na cultura da
qualidade, procurando desenvolver
e sistematizar todos barómetros
de aferição da qualidade das
instituições do ensino superior e
no caso particular, a UDM.
Assinalou Hunguana que de momento
o Reitor, Professor Severino
Ngoenha está a trabalhar num
projecto que vai fazer com que os
antigos estudantes da UDM se
agrupem numa associação pertencente
a instituição para materializar
projectos científicos sociais
e que beneficiem a sociedade
moçambicana. Neste momento
está em processo a elaboração dos
estatutos e parte normativa para
efeitos de legalização.
Dez anos depois de ter introduzido
cursos de licenciatura, a
Universidade decidiu complementar
a sua missão de
ensino e aprendizagem promovendo a
extensão e investigação.
É neste quadro que em 2013, introduziu
cursos de mestrado, em 2017 o curso de
doutoramento como forma de promover
a pesquisa para o desenvolvimento do
país em diversas frentes.
A área dos Direitos Humanos, Boa Governação
e Desenvolvimento Economico
foi eleita para estrear quer o mestrado e
tem a sua continuação no doutoramento.
Para Luca Bussotti, director dos cursos
de pós graduação, tomando como base
o tempo de existência da Universidade
julga que a mesma já atingiu a maturidade
suficiente para apostar em cursos de
doutoramento. Aclarou que o curso conta
com a colaboração de renomados professores
como a britânica Teresa Smart e
o norte americano Joseph Hanlon, para
além de contar com um acordo especifico
com a Universidade italiana de Tor
Vergata. Afirma que esse acordo permitiu
sessões de troca de experiência entre
as duas instituições em 2017, faltando
de momento o intercâmbio entre os estudantes
e publicações conjuntas, factos
para os quais já se está a trabalhar apesar
da escassez dos recursos.
Abordando o contributo da academia
para o desenvolvimento do país na
componente de investigação, destacou
o programa Peri-Peri que originou algumas
publicações em revistas científicas
internacionais, cujo ponto mais alto foi a
difusão da informação sobre o risco relacionado
com os desastres naturais, principalmente
nas províncias de Inhambane
e Sofala, envolvendo vários actores
sociais e políticos ao nível dos diferentes
distritos.
É que no âmbito da investigação a academia
tem como objectivo contribuir para
a criação de uma consciência crítica dos
problemas e oportunidades do país e da
região, pelo que dadas as condições climatéricas
do nosso país que de forma cí-
clica nos submetem a calamidades a Universidade
entendeu que era pertinente
Crescer ainda mais
Luca Bussotti
apostar nesta área de modo a elevar
o nível de raciocínio que contribua
para adopção de práticas ambientalmente
saudáveis.
Para os próximos tempos, a Universidade
projecta a introdução de um
curso de ciber segurança. Para Jorge
Pondeca que avançou que os estudos
nesse sentido estão numa fase bem
avançada, justifica a pertinência do
curso aos desafios com quais o mundo
das tecnologias de informação e
comunicação tem confrontado os cidadãos
dia após dia. Ressalvar que
recentemente a rede social facebook
gerou muita polemica pelo facto de
se ter violado a privacidade dos internautas
para propaganda política.
Precisou o administrador da UDM
que estão a trabalhar neste sentido
quer internamente quer com outras
instituições para a construção deste
curso de ciber segurança. Aponta
que o curso vai também ao encontro
da política governamental que tem
se esforçado em criar legislação para
promover segurança naquele mundo,
porque a sua ausência pode gerar
consequências cujas proporções
são desconhecidas.
14 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
4 Savana 27-04-2018 SUPLEMENTO
Coube a Faculdade das
Engenharias da UDM
organizar o ponta pé
de saída das comemorações
dos 15 anos da instituição,
cujas actividades se espera
que se prolonguem ao longo do
ano.
A instituição decidiu juntar o
útil ao agradável, num dia em
que para além das festividades
foi aberto o ano académico, cuja
oração de sapiência foi proferida
pelo Professor Doutor Sérgio
São Bernardo, com o tema:
Desafios sociais das universidades:
o caso da Universidade
do Estado da Bahia (UNEB),
uma das maiores instituições
públicas de ensino superior do
Brasil.
Experiências laboratoriais
Num dia inesquecível foram
promovidas ainda actividades
desportivas, feira de saúde, de
livro, gastronómica, teatro, declamação
de poesia e música ao
vivo proporcionada com Roberto
Isaías que fez vibrar a plateia
com o seu vasto e rico repertório.
Um dos momentos mais
aguardados foi o da apresentação
pelos estudantes do curso
de Gestão de Energias Renová-
veis e Recursos Petrolíferos de
experiencias laboratoriais como
forma e evidenciar a formação
que recebem no curso.
Com recursos a laboratórios
virtuais os estudantes mostraram
como se desenrola o processo
de extração de petróleo
numa bacia sedimentar.
Com recurso a tecnologia de
ponta os estudantes exibiram
as diferentes fases desde a sondagem
a perfuração do poço, a
extração do petróleo através do
separador trifásico horizontal
que isola o óleo, gás e água que
surgem durante o processo de
extração do petróleo até à sua
transformação em derivados
de crude.
Outra amostra foi a de uma estação
de tratamento de águas
residuais e produção de energia
a partir de um sistema fotovoltaico
para o abastecimento doméstico
com destaque para um
projecto de criação de pintos ou
para um sistema de irrigação
de pequena escala.
A construção de um campus
universitário constitui
o principal desafio
de momento para
a instituição que neste momento
funciona em três edifícios arrendados.
Enalteceu Jorge Pondeca a
importância de um campus para
melhoria dos serviços que a Universidade
presta ao público, mas
por se tratar de um assunto de
longo prazo, optou por se concentrar
nos desafios de médio e
curto prazo. Falou da necessidade
de melhorar cada vez mais a
qualidade do ensino e aprendizagem
que deve passar pela criação
de meios que concorram para o
efeito. Uma delas é a formação
do corpo docente que segundo a
nossa fonte é um desafio do país
que UDM apanha por tabela. Disse
que a sua instituição está envidado
esforços nesse sentido, oferecendo
cursos de formação para
docentes universitários. Citou o
mestrado em Docência e Gestao
de Ensino Superior leccionado
na UDM, cuja vocação é formar
docentes universitários, que o
considera como sendo de capital
importância para alimentar as
academias do país.
“Ao longo dos 40 anos de independência
do país houve um
longo trabalho de formação de
professores, só que estava dirigido
para os níveis primário e
secundário. O superior foi um
pouco esquecido e não houve
um grande trabalho. Espero que
o que está fazendo a UDM seja
uma das contribuições e o Estado
irá de maneira clara e incisiva levar
acabo um plano de formação
mais abrangente”, disse.
Enquanto olha com esperança a
consolidação da formação do corpo
docente que constitui um dos
principais activos no processo de
ensino e aprendizagem, apontou
o desafio de aquisição de laboratórios
que se mostram ser de capital
importância.
Mas, congratula-se com o nível
de apetrechamento da UDM em
laboratórios que também são
uma componente imprescindí-
vel na melhoria da qualidade do
Sonhamos com um campus próprio
ensino. Referiu que ano passado
a Universidade adquiriu um laboratório
para área das energias
renováveis destinado aos cursos
de engenharia e gestão de recursos
renováveis e petróleos. Neste
laboratório o estudante acompanha
de forma virtual como é feita
a exploração daqueles recursos
de forma sustentável. Mencionou
ainda a aquisição de um laboratório
de simulação empresarial
que permite que os estudantes
tenham, ainda no decurso da sua
formação, acesso ao ambiente virtual
de criação e exploração de
um negocio com todas suas componentes
envolvidas.
“O nosso objetivo é que a partir
deste laboratório todo estudante
tenha a oportunidade de incubar
o seu negocio ainda na fase da
formação académica. Trata-se de
uma espécie de start up. A simulação
empresarial atende primeiramente
as necessidades dos cursos
de gestão, mas também das
engenharia e ciências jurídicas
porque todos eles tem a componente
gestão”, assinalou.
Nos antecipamos a crise
A crise económica e financeira
que devasta o país desde 2015,
também teve o seu impacto nas
instituições de ensino, cuja sustentabilidade
depende das propinas
dos estudantes. A UDM diz
que se antecipou a crise adoptando
estratégias que facultassem os
estudantes o cumprimento das
suas obrigações.
O administrador da UDM é de
opinião que a escassez dos recursos
sempre existiu, porque mesmo
nos momentos designados de
vacas gordas, estudantes houve
que apresentavam dificuldades
de honrar com o seus compromissos.
Nesta linha de pensamento
diz que se apostou num diálogo
permanente e aberto com os estudantes
e respectivas famílias
para que em caso de dificuldades
em saldar as propinas se aproximassem
ao departamento de contabilidade
para em conjunto desenharem
as melhores propostas.
“Cada estudante apresenta o seu
plano de pagamento que resulta
de uma reflexão sobre a vida dele
ou da restruturação das suas despesas.
Na contabilidade há um
sector que se dedica a atender essas
casos, e fazemos um jogo para
encontrar o ponto de harmonia.
A negociação é feita tomando em
conta as necessidades da Universidade
para que se mantenha em
funcionamento plenamente”, explicou.
Tendo de seguida apontado que
casos há de estudantes que em
situação normal não teriam concluído
a formação. Este modelo
ajudou em parte a manter estudantes
durante os pico da crise,
pois como se sabe ninguém ficou
imune.
Estudantes do curso de engenharia
Feira de engenharia
Experiência laboratorial
SUPLEMENTO
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 15
english
Cocaine intercepted en route to Beira
According to reports in the South African media, members of the South African Police Service crime
intelligence and South African Revenue Service on Monday intercepted a suspect at O.R. Tambo
International Airport in Johannesburg.
Minister bars media
from inspections
The Mozambican Minister of Industry
and Trade, Ragendra de
Sousa, has suspended key operations
of the National Inspectorate
of Economic Activities (INAE)
because they were being accompanied
by the media.
Speaking to reporters on Wednesday,
Sousa said “We should not
take the press on our supervisory
and inspection activities. This is
routine government work which
does not need the presence of
the media, and so I have ordered
the suspension of the operation
because of the way it was being
conducted”.
He was referring to “Operation
Kulaya”, which was specifically
looking at whether products on
sale to the public are appropriately
labelled, and whether the
instructions that key foodstuffs
(such as grains, vegetable oil and
salt) can only be sold if they are
fortified with micro-nutrients are
being obeyed.
The operation was carried out
not only by INAE, but also had
the cooperation of the Ministry
of Health, the National Institute
of Norms and Quality (INNOQ),
and municipal authorities.
For many months INAE has
been undertaking highly publicised
inspections which have
led to the temporary closure of
many restaurants, bakeries, slaughterhouses
and other commercial
establishments because of
gross violations of basic norms of
hygiene. The presence of the media,
and particularly of television
crews, has dramatically shown
the Mozambican public the filthy
conditions under which food is
handled in these places.
Now Sousa wants to shut all this
down, apparently because it violates
the rules of his Ministry.
“The operation was planned in
the Ministry, where very specific
guidelines were drawn up”, he
said. “But everything we’re seen
on television, for example, was
not decided here”.
He questioned the presence at
INAE inspections, not only of the
press, but also of the fire brigade
– although inviting members of
the body in charge of public safety
to attend inspections seems
entirely logical. AIM
Mozambique slips down press
freedom rankings
Mozambique has slipped six
places in the press freedom
rankings drawn up every year
by the international NGO, Reporters
without Borders (RSF).
Mozambique fell from 93rd position
in the rankings in the 2017
RSF index, to 99th in the 2018
index, published this week. But
Mozambique’s score, on which
the rankings are based, is virtually
unchanged – 31.05 in 2017
and 31.12 in 2018.05.04.
RSF explains that the score is
compiled from responses by
experts (media professionals,
lawyers and sociologists) to a
questionnaire distributed online
and translated into 20 languages,
combined with quantitative
data on abuses and violence
against journalists. A team of
specialists keeps a tally of all
known abuses against media outlets
and professionals, relying
on a network of correspondents
in 130 countries.
Among the factors that go into
calculating a country’s score, in
addition to abuse and violence,
are pluralism in the media,
media independence, self-censorship,
and the legislative framework
for reporting.
A perfect score would be zero,
and a few countries in northern
Europe approach this – Norway
is top of the index with a score
of 7.63, followed by Sweden
with 8.31 and Holland, with
10.01.
At the other end of the index
are countries whose score approaches
100, and are regarded
as hellholes for journalists. As
usual, North Korea comes bottom
of the 180 countries classified,
with a score of 88.87. The
roll-call of disgrace also includes
Eritrea (84.24) and Turkmenistan
(84.2).
The African country with the
best score is Ghana (18.41, putting
it in 23rd position), followed
by Namibia (20.24, 26th
place), and South Africa (20.30,
28th).
Mozambique’s near static score
means that six countries that
were below it in the 2017 index,
improved enough to overtake it.
They are Tunisia, East Timor,
Liberia, Kenya, Panama and
Lebanon.
RSF comments on Mozambique
that “At an event marking
World Press Freedom Day in
2017, President Filipe Nyusi’s
government recognized the importance
of the role played by
journalists in promoting democracy
and promised to guarantee
a favourable environment
for the freedom to inform. The
media nonetheless suffer from a
lack of resources and training.
Journalists and media who upset
the authorities continue to
be exposed to threats and intimidation,
with the result that
self-censorship is widespread,
especially in rural zones”.
But no Mozambican journalists
or other media professionals
were killed in 2017, the
period covered by the latest
index.AIM
The Mozambican government
has granted Afonso
Dhlakama, leader of the
main opposition party,
the rebel movement Renamo,
who died on Thursday,
an official funeral.
The decision emerg
e d f r o m a n
extraordinary
meeting of the
Council of Ministers
(Cabinet) held on Friday
night.
The government spokesperson,
the Deputy Minister of
Culture and Tourism, Ana
Comoana, gave no details
of the plans for the funeral,
but said that a government
commission, headed
by Justice Minister Isaque
Chande, has been appointed
to discuss all necessary
support with the Dhlakama
family and with Renamo.
The official funeral is not
a favour, but is covered by
the 2014 law on the rights
and duties of the leader of
second most voted party
(in other words, the leader
of the opposition, although
this term is not used). The
law gives the leader of the
second party the right to an
official funeral, with state
honours.
Comoana also announced
that, in order to deal
with the consequences of
Dhlakama will receive
official funeral
Dhlakama’s death, President
Filipe Nyusi has postponed
his state visits to
Norway and Finland.
According to a report in
the online edition of the independent
daily “O Pais”,
the Dhlakama family has
announced that the funeral
will take place next
Wednesday in Dhlakama’s
birthplace, Mangunde, in
Chibabava district, in the
central province of Sofala.
Dhlakama’s father is the
regulo (traditional chief) of
Mangunde.
Renamo has so far said nothing
about who will succeed
Dhlakama as President
of the party. The implications
Dhlakama’s death might
have for the peace talks
that he was holding with
Nyusi are also currently unclear.
The Renamo Political Commission
met in Beira on
Friday and issued a call for
“calm and courage” to Renamo
members and to the
public at large.
Dhlakama’s body was transported
over land from the
military base in Gorongosa
district, where the Renamo
leader had been living since
late 2015, and arrived in
Beira before dawn on Friday
morning. The body is currently
in the morgue at Beira
Central Hospital.AIM
Foto: Nilton Cumbe
Foto: Nilton Cumbe
16 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
economia
PME beneficiam de fundo dos Emirados Árabes Unidos
Cinco de um total de 18 Pequenas e Médias Empresas de Moçambique, que operam nos sectores agrí-
cola e industrial, preenchem os requisitos para obter financiamento de um fundo dos Emirados Árabes
Unidos de apoio ao desenvolvimento, anunciou a Confederação das Associações Económicas.
FIDA atribui 120 milhões
de dólares para pequenos
produtores agrícolas
O Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola
(FIDA) vai doar 120 milhões
de dólares (100 milhões
de euros) a Moçambique
para apoio durante sete
anos a pequenos produtores
agrícolas, anunciou semana
passada, em Maputo, aquela
agência das Nações Unidas,
citada pela Lusa.
A verba será aplicada em
todo o país, na sequência
de uma primeira iniciativa
lançada em 2012, o Projecto
de Desenvolvimento de
Cadeias de Valores (ProSul).
O programa “está a ser
executado muito bem e
estamos a colocar um dinheiro
adicional neste novo
projecto, chamado Procava,
que vai replicar todas as
coisas boas do ProSul para
o país inteiro”, referiu Robson
Mutandi, representante
e director do FIDA em
Moçambique, citado pela
Agência de Informação de
Moçambique (AIM).
A FIDA pretende que os
pequenos produtores agrí-
colas tenham um aumento
sustentável do rendimento
a partir do incremento de
volumes de produção e melhores
ligações ao mercado.
O Procava vai intervir em
três cadeias de valor: hortícola,
mandioca e carnes
vermelhas.
O responsável do FIDA
anunciou uma outra doação
no valor de 50 milhões de
dólares direccionada para o
Ministério do Mar, Águas
Interiores e Pescas, a partir
de Junho de 2019.
Ragendra de Sousa quer empresas da
China em Moçambique
Inspecção do Trabalho suspende 6
tanzanianos ilegais da Nagi Investimentos
Um total de seis cidadãos estrangeiros
acabam de ser suspensos
pela Inspecção-Geral
do Trabalho, Delegação da
Cidade de Maputo, após terem
sido encontrados a exercer
as suas actividades sem a
observância das regras estabelecidas
legalmente em Moçambique
sobre essa matéria.
Trata-se de cidadãos de nacionalidade
tanzaniana que
tinham sido recrutados ilegalmente
pela empresa transportadora
rodoviária Nagí
Investimentos, para virem
trabalhar em Moçambique,
mas sem nenhum documento
autorizando nesse sentido,
pelas autoridades competentes,
mais concretamente da
Administração do Trabalho.
Face à flagrante situação,
ou seja, a violação da Lei nº
23/2007, de 1 de Agosto (Lei
do Trabalho), mais concretamente
ao respectivo Regulamento
aprovado pelo Decreto
37/2016, de 31 de Dezembro,
sobre os mecanismos para a
contratação de mão-de-obra
estrangeira em Moçambique,
a empresa Nagí Investimentos
será multada, nos termos
da legislação laboral em vigor,
para além da suspensão
imediata de todos os trabalhadores
estrangeiros ora surpreendidos
em situação ilegal
a exercerem as suas actividades.
A descoberta destes trabalhadores
ilegais aconteceu
durante uma acção inspectiva
levada a cabo em finais
de Abril passado àquela empresa
que actua no ramo dos
transportes rodoviários em
Moçambique, com carreiras
inter-provinciais e regionais
norte-centro e vice-versa.
O recrutamento de trabalhadores
sem a base legal, por
parte de algumas empresas,
tem vindo a preocupar tanto
o Governo da Cidade de Maputo,
como central, através
do Ministério do Trabalho,
Emprego e Segurança Social,
razão pela qual tem estado a
promover palestras e outras
acções de assessoria, visando
a consciencialização das
empresas sobre a necessidade
de observância desta
obrigatoriedade legal, na
perspectiva de uma melhor
organização do mercado laboral,
inclusive pelo facto
de algumas dessas contratações
não se apresentarem
incontornáveis para a sua
efectivação, por se enquadrarem
fora das balizas estabelecidas
pelo mecanismo
acima referenciado, inclusive
pela própria Lei do Trabalho.
Moçambique tem boa
localização geográfica,
terreno, população jovem
e recursos naturais,
nomeadamente minerais,
que são excelentes vantagens
para as empresas
da China se estabelecerem
no país, disse à
revista Macao o ministro
da Indústria e Comércio
Ragendra de Sousa.
Na entrevista à
Macao, o ministro
lembrou ainda
que há muito
espaço para
novos investidores em Moçambique
em sectores produtivos
destinados ao mercado
interno e à exportação, mas
reafirmou quer a agricultura
é uma das mais importantes
áreas de desenvolvimento
do país e que não pode ser
esquecida.
Ragendra de Sousa frisou
que Moçambique está preparado
para receber parques
industriais da China que se
queiram estabelecer no país,
mas lembrou que as empresas
que vierem para Moçambique
“têm de produzir
para o mercado doméstico
sem esquecerem o da exportação.”
O ministro recordou que a
China está num processo de
transformação e deslocação
de indústrias e Moçambique
pode beneficiar dessa estratégia.
“A nossa localização é uma
mais-valia porque faz de
Moçambique uma ponte entre
a Ásia, o resto da África
e o mundo”, frisou o ministro
Ragendra de Sousa.
Sousa defendeu esta sua
posição ao afirmar que da
Ásia para a Europa quem
não utilizar o Canal de Suez
tem de passar por Moçambique.
O ministro da Indústria e
do Comércio lembrou que a
exploração de gás e de carvão
pode fazer com que o rendimento
per capita da população
aumente de 400 para
3000 dólares.
“O facto de existirem reservas
de minério de ferro com
possibilidades de exploração
nos próximos 150 anos poderá
permitir que se criem indústrias
pesadas em Moçambique
porque teremos energia e gás,
além do minério”, disse.
Referindo-se à próxima presença
de Moçambique na Feira
Internacional de Macau em
Outubro deste ano, Ragendra
de Sousa disse que o objectivo
“é mostrar o que temos e internacionalizar
cada vez mais
a nossa economia de modo a
que os empresários moçambicanos
possam fazer parcerias
e negócios.”
Macauhub
Foto: Nilton Cumbe
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 17
Cotur premiada melhor agência de viagens
pela Turkish Airlines
PUBLICIDADE
A Empresa Nacional moçambicana
de Hidrocarbonetos
(ENH) contratou terça-feira as
companhias Lazard Frères SAS
e Lion’s Head Global Partners
para angariar dois mil milhões
de dólares que serão aplicados
em dois projectos de exploração
de gás natural na bacia do Rovuma,
norte de Moçambique.
Em entrevista à agência financeira
Bloomberg, o presidente
do Conselho de Administração
da ENH, Omar Mithá, adiantou
que a empresa vai iniciar
neste mês os contactos com
os potenciais investidores ao
abrigo de várias reuniões a serem
realizadas na Ásia, Médio
Oriente e África do Sul, tendo
acrescentado que este capital é
“extremamente urgente”.
A Lazard Frères SAS vai prestar
aconselhamento no que se
refere ao projecto Área 4, que
está a ser desenvolvido pela italiana
ENI; a Lion’s Head Global
Partners no projecto Área
1, operado pelo grupo norte-americano
Anadarko Petroleum;
e a ENH irá ainda contratar
o banco francês Société
Générale para este último projecto.
A companhia petrolífera moçambicana
tem uma participação
de 10 por cento no projecto
operado pelo grupo ENI e de
15 por cento no projecto da
Anadarko Petroleum.
ENH prevê angariar dois mil milhões de
dólares para projectos de gás
A Cotur, maioria agência
de viagens moçambicana,
foi, há dias, distinguida
como a melhor em solo
pátrio pela Turkish Airlines.
A premiação aconteceu
em Maputo, numa
cerimónia organizada para
o efeito.
Oreconhecimento
da Cotur resulta
do desempenho
referente ao ano
de 2017, essencialmente
medido pelo número
de viagens tratadas.
A ligação de Moçambique com
o Mundo, através da companhia
turca, que acontece desde 2015,
torna a Turkish Airlines na segunda
companhia aérea europeia
a assegurar as viagens.
Até 2015, a portuguesa TAP era
a única companhia com ligações
directas entre Moçambique e a
Europa, uma vez que as Linhas
Aéreas de Moçambique (LAM)
permaneciam na lista negra das
companhias impedidas por Bruxelas
de sobrevoar o espaço europeu.
“Este prémio é sem dúvidas um
reconhecimento à nossa dedicação,
esforço e trabalho árdua
da equipa e dos diferentes departamentos
da Cotur”, frisou
Muhammad Abdullah, director
executivo da COTUR.
Abdullah salientou ainda que “os
prémios nos deixam satisfeitos,
mas também motivados para
servir cada vez melhor os nossos
clientes”.
A COTUR foi recentemente
galardoada pela Transportadora
Aérea de Portugal (TAP),
companhia portuguesa de bandeira,
cujo prémio surge no
âmbito da primeira edição dos
“TAP Awards” que decorreu
nas caves da Real Companhia
Velha, em Vila Nova de Gaia,
Portugal.
Depois de ter sido reconhecida
pela South Africa Airways
como melhor agência para
África Austral, desta vez, a
COTUR elevou o nome de
Moçambique no ramo do turismo,
ao ser distinguido como
maior agência da TAP para
o continente africano, tendo
o prémio sido entregue a
Muhammad Abdullah.
A COTUR expressa o compromisso
de continuar o processo
de melhoria de prestação de
serviços, tendo o Noor-Momade,
Presidente do Conselho de
Administração da Cotur, referido
que a instituição já venceu
vários prémios, mas que
ser reconhecido à nível continental
é um orgulho para Moçambique.
Foto: António Nhangumbe
18 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
Magazinadas Texto: Alfredo Langa
Fotos: António Nhangumbe
Ganhamos no campo e
no convívio...
Os trabalhadores da Malala Holding, mesmo com a crise económica
que resiste pertencer ao passado, confraternizaram pela passagem
do Dia Internacional do Trabalhador, o 1° de Maio. A data, que
também é de reflexão sobre os direitos dos trabalhadores, mereceu
uma celebração especial, embora uma parte dos colegas da Malala
Holding, proprietária do jornal MAGAZINE Independente, não esteve
presente porque a empresa não pode parar. Naquele dia, a equipa de
futebol da Malala Holdings, logo pela manha, deu o gosto no pé, com
uma grande partida de futebol.
Por motivos de excesso de peso e lesões, a equipa esteve desfalcada. Não
equiparam, o PCA, Director e o Editor do MAGAZINE Independente. Mas
em futebol só dá falta quem não está. A Malala FC ganhou por 5-3 a uma
formação mista de residentes próximos ao Estádio da Machava, município da
Matola. Já pela tarde, com a chuvinha a baptizar o dia, também ganhou-se no
tacho da boa gastronomia moçambicana, e não só. A dupla Nilton Cumbe e
António Nhangumbe registou os bons momentos de alegria dos trabalhadores
da Malala Holding...
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 19
Aniversariantes
Envie a tua foto e mensagem até às 12 horas de cada quarta-feira, ou contacte Adelina Pinto pelos
telemóveis 827870008, 820152830 e 847684840 ou ainda pelos e-mails: adelinap33@gmail.com ou jornalmagazineinde@gmail.com
Hoje, queremos transmitir
com alegria
a pura e sincera
amizade, manifestando
a gratidão
que temos pelas
coisas boas que
fizeste durante
anos. Sem dúvida,
és a pessoa
que sempre compartilhamos
contigo
na comunicação social,
coisas boas por isso, queremos agradecerte
e mostrar-te o como é bom participar
no teu aniversário. Parabéns. De colegas.
O tempo voa quando
somos felizes, pois
hoje estás completando
mais
um aniversário.
Mas o que importa
mesmo é
que continues
essa pessoa que
não ti cansas de
enfrentar dificuldades.
Por esta ocasião
nada melhor dizer
para que desfrutes o teu dia, dos abraços
que todos que ti rodeia e que o teu coração
se encha de alegria e ilusão. Para que essa
data fique na memória de todos.
Hoje, é dia de grande
festa e de recordação
de todas as
e m o ç õ e s q u e
se viveu por
todo esse tempo.
Uma nova
história, está
preste a ser contada
e completar
a tua felicidade,
numa amizade infinita
que surgiu. O aniversário,
na vida de alguém, é sempre
um marco importante. Parabéns.
Um ciclo está se fechando,
espero que tenhas
alegria, aprendizagem
e lindos episó-
dios para guardar
na galeria das recordações.
Desejo
que hoje comeces,
da melhor forma,
mais um ano de vida.
Comemorar um aniversário
é motivo para
muita alegria e gratidão,
não só para quem aniversaria, mas
também para todos que a amam.
Sandra
Goncalves
Sandra, podermos comemorar
o teu aniversário, o teu sorriso
é tudo o que precisamos
para sermos felizes e sabemos
que enquanto tivermos
isso, somos capazes
de enfrentar qualquer
tempestade, porque a
nossa relação como colegas
nos cria forças para
tudo. O teu bem-estar e a tua
felicidade são os nossos objectivos
principais na vida, porque
queremos ver-te bem. Feliz aniversário.
Vim aqui para “curtir” o
teu dia! E Desejo diversos
“likes” em todos
os momentos da tua
vida! Muita saúde,
muito amor, muitas
alegrias, risos,
momentos de tristezas
com muito apoio
de pessoas amadas
e sucesso em tudo o
que tu colocares as tuas
energias. Feliz Aniversário! De António.
Tass sitoe
Ana
A cada hora que passar não
a conte pelos ponteiros de
relógio, mas sim, pelo
pulsar do teu coração.
Aprecie o teu jardim
pelas flores, nunca
pelas folhas caídas.
Viva cada minuto da
tua vida como se fosse
o viver eternamente. Ao
longo da tua existência
conte a tua idade pelos amigos
que conquistas e nunca
pelos anos que vives.
Sei que estou longe,
mas neste verso
tu vais receber
meus parab
é n s . N ã o
importa a distância,
o meu
carrinho por
ti vai navegar
pela rede só
para te dizer Feliz
Aniversário! Es- tou
aqui e tu aí, mas eu não me esqueci
deste dia maravilhoso. Viva de forma
profunda o que a vida tem de bom
para te oferecer. Felicidades! De
António.
Lurdes
Amaral
Manuel
Amiro
20 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
cultura
Marcelo Panguana publica “Os Peregrinos da Palavra”
Será publicado nesta terça-feira, na 82ª Feira do livro Minerva, em Maputo, o livro denominado “Os
Peregrinos da Palavra” do autor Marcelo Panguana, Os escritores, nas longas conversas que desfilam
neste livro, partilham as suas ideias, inquietações, debitam propostas, sonham uma sociedade cultural e
socialmente mais justa.
Bento Sitoe lança
Dicionário Português -
Changana
Será lançado, amanhã no Centro
Cultural Português, o Dicionário
Português – Changana, da autoria
do Professor Bento Sitoe, sob
a chancela da Texto Editores. A
apresentação da obra será feita
pelo Professor Armindo Ngunga,
vice-ministro da Educação e Desenvolvimento
Humano.
Depois do Dicionário Changana-Português,
publicado em 1996,
este é o primeiro Dicionário Português-Changana
produzido por
um falante nativo de Changana.
O Dicionário Português-Changana,
resultado da pesquisa na área
de Lexicografia bilingue, levou
quase duas décadas a compilar,
num trabalho que envolveu 4
pesquisadores dirigidos pelo seu
autor e 36 falantes nativos de
Changana espalhados pelo território
nacional onde a língua é
maioritariamente falada, nomeadamente
as províncias de Maputo
e Gaza.
O Dicionário Português-Changana
tenta conciliar diversos objectivos,
nomeadamente ao fornecer
o falante de Português os
meios necessários para exprimir
em Changana, oralmente ou por
escrito, algo que tenha formulado
em Português, e vice-versa e
fornecer ao falante de Changana
os meios necessários para compreender
o que ouve ou lê em
Português e vice-versa.
Deste modo, para ajudar os
falantes nativos de Changana
no sentido de produzirem textos
em Português, o dicionário
integra frases ilustrativas com
a respectiva tradução. Como o
dicionário visa também os não
falantes de Changana na compreensão
e produção de textos
em Changana, para além dos
significados e/ou definições,
faz uso combinado de glosas,
rótulos e frases ilustrativas do
emprego das palavras em estudo.
Estudantes e professores da
Educação Bilingue e da Formação
de Professores, jornalistas e
escritores, tradutores e outros
profissionais de língua, investigadores
que lidam com textos
nestas línguas, bem como o
público em geral, reclamam
este tipo de Dicionário.
Xiquitsi celebra cinco anos de
existência com cinco concertos
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A Associação para o Desenvolvimento
Cultural Kulungwana
inicia, a partir de amanhã com o
término agendado para o final de
semana, a temporada de Música
clássica Xiquitsi 2018, como forma
de abrilhantar. O concerto contará
com artistas de outros países.
Adelina Pinto
Adirectora artística, Kika
Materula disse que os
cinco anos do Xiquitsi
transformaram a vida
musical do País à medida
em que o projecto foi contribuindo fortemente
para formação de compositores
e realização de concertos inéditos com
músicos tradicionais com orquestra clássica.
“Formamos uma orquestra juvenil
e temos hoje, inclusive, uma orquestra
infantil experimental e um coro”.
Foram vários os concertos organizados
neste país, não só no âmbito da Temporada
de Música Clássica como a convite
de várias empresas e instituições.
Os cinco anos do Xiquitsi é um sinal
de muito crescimento, aprendizado e
vitórias. Foi um sonho, tomar a música
clássica nacional em realidade e que
hoje tornou se uma realidade”, defendeu
Materula.
“Sem esse apoio, não poderíamos estar
a trazer os músicos que têm estado a
performar os nossos alunos e não conseguiríamos
sequer apoiar os alunos
com as aulas e não teríamos os espaços
e instrumentos para as lições”, disse a
artista.
Um momentos que marcaram a história
do Xiquitsi e do País nos últimos anos
foi a criação da orquestração da música
nacional. Nisso, o projecto fez música
com vários autores da praça,
como os irmãos Willy e Aní-
bal, Banda Kakana, Gabriel
Chiau, Hortêncio Langa e
sem descartar a linda voz
da Xixel. No mesmo espírito
criativo, Xiquitsi orquestrou
músicas de grandes
escritores moçambicanos e
de língua portuguesa: Paulina
Chiziane e Mia Couto,
e usou a voz de Calane da
Silva para cantar poesia.
O Xiquitsi tem, neste momento,
cerca de 200 alunos,
distribuídos entre os naipes
(grupos) de violino, viola,
violoncelo, contrabaixo,
obué, clarinete e percussão.
Tem também uma classe que
abriu este ano, em parceria
com a banda Timbila Muzimba,
que está a leccionar
os alunos, com um professor
moçambicano radicado em
Portugal, Aldovino Munguambe.
Materula garante que pelo
projecto tem passado vários
alunos de diferentes bairros e
tem alcançado toda a cidade
de Maputo.
A série de Maio, para além
de celebrar os cinco anos do
projecto, vai dedicar momento
musical ao Maestro José
António Abreu, por ser fundador
do projecto que inspira
o Xiquitsi em Moçambique.
Como forma de celebrar os
cinco anos, Xiquitsi promete
realizar cinco concertos.
Foto: Nilton Cumbe
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 21
COMPRA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS
A BOLSA DE MERCADORIAS DE MOÇAMBIQUE (BMM) informa a
todas entidades públicas e privadas, camponeses e comerciantes individuais,
associações de camponeses e o público em geral que possui uma lista de parceiros
interessados em adquirir os seguintes produtos agrícolas:
1. MILHO
2. SOJA
3. GERGELIM
4. FEIJÃO MANTEIGA
5. FEIJÃO CATARINA
6. FEIJÃO BOER
Neste contexto, todos aqueles que tiverem os produtos acima descritos em
quantidades iguais ou superiores a 50 TONELADAS, que pretendam vender,
poderão entrar em contacto com a BMM através dos seguintes contactos:
Telefone: +258 84 4405665 ou pelo +258 84 6174249 - Direcção de Negó-
cios, Estudos e Estatística.
Email geral: nmanjate@bmm.co.mz
cmassingue@bmm.co.mz
bmmcompras@gmail.com
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22 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018
Abdul Omar afastado do Têxtil do Púnguè
Abdul Omar escolhido ainda este ano para treinar o Têxtil do Púnguè, na presente época e com o objectivo
conduzir a equipa ao Moçambola 2019, foi afastado do comando técnico por alegada indisciplina e agitação
dos jogadores para uma greve. desporto
Mambas a caminho da
COSAFA-2019
A África do Sul acolhe, de 27
de Maio a 6 Junho, o torneio
regional COSAFA-2018 e a seleção
de Moçambique (Mambas)
ficou inserida no grupo
“A”, juntamente com Madagáscar,
Seychelles e Comores.
O primeiro adversário dos
Mambas, treinados por Abel
Xavier, é a selecção do Madagáscar,
a 27 de Maio, para
dois dias depois medir forças
com as Comores, terminando
a primeira fase defrontando as
Seychelles, no dia 31.
Com este torneio os Mambas
vão se preparando para os jogos
de qualificações que se avizinham.
Entretanto, os Mambas, que
deveriam receber a Guiné-Bissau
e a Namíbia em Março, na
dupla jornada, só vão defrontar
os guineenses em Setembro,
nomeadamente entre 3 a
11, em Maputo, a contar para
a segunda jornada.
A terceira e a quarta jornada
serão disputados no mês de
Outubro, sendo que a terceira
será entre os 8 a 11 de Outubro
e a quarta jornada de 12
a 16 do mesmo mês. Nesta
jornada os Mambas terão pela
frente a Namíbia, nomeadamente,
em Maputo e Windhoek.
O ano de 2018 termina com a
quinta jornada, marcada para
a semana de 12 a 20 de Novembro,
na qual o combinado
nacional vai disputar a partida
diante da Zâmbia, em Maputo.
São alterações que de uma ou
de outra forma vão implicar
a alteração do calendário das
selecções nacionais, relativamente
aos seus compromissos,
oficiais como particulares,
inicialmente agendados para
2018, uma vez que os jogos
das selecções para este ano já
terminaram.
Recorde-se que a esta altura,
após a disputa da primeira
jornada, Moçambique e Guiné-Bissau
lideram o grupo
K de qualificação ao CAN2019,
após vitórias diante da
Zâmbia e Namíbia, respectivamente.
Ferroviário de Maputo cada vez
mais líder no Moçambola
Desporto motorizado atrai
munícipes na Matola
A equipa do Ferroviário
de Maputo é líder isolado
do Moçambola, com
dezoito pontos, fruto de
uma grande vitória diante
do Costa do Sol, por uma
bola a zero. A presente
jornada não contou com
a partida da UDS e Liga
Desportiva de Maputo,
uma vez que a primeira
encontra-se a disputar a
taça CAF.
Alfredo Langa
O Moçambola
está cada vez
mais ao rubro
com resultados
a cada jornada
surpreendentes e electrizantes.
No arranque da 8ª jornada o
Ferroviário de Maputo venceu o
Costa do Sol, por uma bola sem
resposta, assumindo por completo
a liderança da prova com 18
pontos.
Na presente jornada não tivemos
a partida entre a UDS e Liga
Desportiva de Maputo. A UDS
encontra-se a disputar a Taça
CAF.
Nas partidas de Domingo, tivemos
um grande resultado. O
Desportivo de Nacala bateu o
Ferroviário de Nacala, por 4-1,
tornando-se o resultado mais gordo
do certame. O 1° de Maio de
Quelimane recebeu e perdeu com
Decorreu no pretérito sá-
bado, no espaço do Estádio
da Machava, no
Município da Matola, a
primeira edição do desporto
motorizado, cujo objectivo
visa incentivar os jovens
a abraçar a referida
modalidade.
Um público estimado em
cerca de 1000 espectadores
entre crianças e adultos foi
testemunhar o roncar dos
motores.
O evento evolveu 40 pilotos
dentre eles estavam os
nomes sonantes da praça
desportiva. Na classificação
final, Zein Hussen esteve
em primeiro lugar,
seguindo Zenil Satar e Farid
Cassamo como terceiro
classificado.
Segundo Vance Massinga,
sócio da Associação Matola
Motor Clube, a ideia
visa incentivar o desporto
motorizada no País. Os
desafios foram vários, primeiro
a questão da logística,
preparação das bancadas,
acesso a viaturas para
dar os pilotos.
O vencedor da prova Zein
Hussen mostrou-se satisfeito
pelo primeiro lugar,
prometendo mais trabalho.
Por seu turno, o presidente
do Município da Matola,
Calisto Cossa, enalteceu o
evento tendo dito que “ é
uma boa iniciativa do desporto
motorizado”.
António Nhangumbe
o Chibuto FC, por 0-1, enquanto
que o Maxaquene teve um bom
resultado na fuga a despromoção,
tendo recebido e vencido a ENH
de Vilankulos, por 2-0.O Sporting
de Nampula empatou com o Ferroviário
da Beira a uma bola. A
equipa candidata a sensação da
prova a UP de Manica ganhou o
Ferroviário de Nampula, por 3-2.
Assim ficou a classificação: Ferroviário
de Maputo (18 pontos).
Clube do Chibuto (15); UD Songo
(menos um jogo) 13 pontos;
Textáfrica do Chimoio (13); Ferroviário
de Nampula (12); Ferroviário
da Beira (12);
Liga Desportiva de Maputo (menos
um jogo) 11 pontos; UP Manica(
11). Maxaquene (9); Costa
do Sol (9); Desportivo de Nacala
(8); Ferroviário de Nacala (8);
ENH de Vilankulo (8); Incomá-
ti de Xinavane (8); 1º de Maio
de Quelimane (7) e Sporting de
Nampula(6) pontos.
Zein Hussen, vencedor
Foto: António Nhangumbe
Foto: António Nhangumbe
08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 23
antonio.marques17@hotmail.com
``Longo Alcance`` na R.M. Desporto, 93.1 Maputo, 98.1FM Inhambane,
99.2FM Beira, 88.5 Manica e Tete, 93.6FM Nampula, Domingo
das 18.00horas às 19.00horas e em todo o mundo no site:
www.radiosonline.sapo.mz
Xi! Como é bom estar convosco
A condução distraída ultrapassa o risco da condução em estado de embriaguês, como a principal
preocupação de segurança dos utentes na estrada.
Isso deixa governos, seguradoras e pais em busca de uma cura!
Uma pesquisa recente nos EUA, envolvendo mais de 700 motoristas, revela que 63% dos
entrevistados tem mais medo de motoristas distraídos na estrada do que dos motoristas intoxicados
(37%).
Além disso, apesar da preocupação com o aumento da condução distraída, as descobertas
mostram que as leis e os procedimentos na actualidade, não estão motivando os consumidores
a conter esse comportamento de risco e enfrentar a crise com alguma solução preventiva eficaz.
Esta pesquisa também descobriu que 75% dos motoristas vêem outros motoristas usando seus
telefones enquanto dirigiam todos os dias.
Enquanto 45% vêem distracções de telefone na estrada várias vezes por dia.
“Estes números ilustram a gravidade da epidemia de condução distraída e destacam a necessidade
urgente de uma nova abordagem.
Importa combater a condução distraída através da tecnologia e dos incentivos ao consumidor
para motivar a modificação do comportamento “, ...diz Sam Madden, co-fundador e cientistachefe
da Cambridge Mobile Telematics.
Quando perguntado sobre como reduzir o uso do telefone durante a condução, os entrevistados
dizem que as leis contra o uso de celulares dão menos incentivo (39%).
Há também uma maior motivação porque os motoristas recebem descontos de fornecedores
de seguros (79%).
Alternativamente, recebem recompensas como cartões-presente ou promoções (59%).
As tecnologias de telemática de smartphone podem permitir monitorar e relatar o comportamento
de condução de risco, incluindo o uso de telefones durante a condução.
Assim, enquanto os smartphones podem realmente fazer parte do problema de condução
distraído, eles também são parte da solução.
Destaca-se a necessidade urgente de novas abordagens para combater a condução distraída
através da tecnologia e incentivos ao consumidor para motivar a modificação do comportamento.
Outros principais achados da pesquisa incluem:
Compartilhar hábitos de condução e desempenho com familiares e amigos é uma motivação
maior para melhorar os hábitos de condução seguros para 60% dos motoristas.
Chamadas telefónicas (32%), mensagens de texto (30%) e navegação (27%) são algumas das principais
distrações de drivers na pesquisa. Supera apenas a distracção de outros passageiros (44%).
Em nossa opinião técnica, por ora, e salvo melhores indicadores sempre em estudo, o recurso
a uma intensa e regular Formação Avançada Preventiva, Defensiva e Especializada, ajuda
a minimizar estes críticos comportamentos dos Condutores, enquanto somos consumidores
exagerados em abuso dos dispositivos electrónicos de comunicação durante a condução!
Da autoria do Sr. Eng. Carlos Sousa
Leia se faz favor: Realizou-se no passado dia 06 de Maio de 2018, a 1ª Prova do Campeonato
de Drag Racing ATCM 2018, no Autódromo do ATCM, que contou com a seguinte classificação:
DISTRAIDOS VS. CONDUTORES
ALCOOLIZADOS
Afonso Dhlakama tinha
paixão pelo desporto
Na semana passada, caiu
como bomba a notícia da
morte de Afonso Dhlakama,
histórico líder da Renamo.
Tinha 65 anos. Informações
que circulam indicam
que o líder da Renamo terá
morrido na serra da Gorongosa,
na província de Sofala,
em Moçambique, vítima de
uma “crise de diabetes” . A
secção desportiva do MAGAZINE
Independente recorda
o lado desportivo de
Afonso Dhlakama, que marcou
o País e a nata desportiva.
Ora vejamos: em 2015
o líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, ofereceu 10 mil
meticais ao histórico clube de
Moçambique, o Desportivo
de Maputo, na cidade de
Quelimane, depois da vitó-
ria conquistada diante do
Ferroviário local por 1-0.
Foi um gesto que marcou
a muitos adeptos desportivos
do País, em particular
a raça alvi negra. Naquele
exacto momento, o Desportivo
de Maputo, atravessava
uma crise financeira. O
valor oferecido pelo líder
da Renamo, foi bem acolhido,
uma vez que na altura
o técnico principal,
Dário Monteiro, disse que
os jogadores estavam a alguns
meses sem ver a cor
dos seus ordenados. Coube
ao médio Carlitos, agora a
jogar no Ferroviário de Nacala,
na altura era o mais
velho do plantel, receber o
valor das mãos do líder do
maior partido da oposição.
Descanse em paz líder!
Alfredo Langa
Afonso Dhlakama oferecendo dinheiro aos jogadores do desportivo
O presidente da Federação
Moçambicana de xadrez,
FMX, Domingos Langa, foi
convidado para compor a
Comissão de Apelo no campeonato
Africano de xadrez a
ter lugar na Zâmbia, em Livingston,
de 12 a 22 de Maio
do presente ano.
A delegação moçambicana
será chefiada pelo vice-presidente
para as finanças,
Adilson Ferrão. No
grande evento de xadrez
africano, Moçambique far-se-á,
representar com os
dois melhores xadrezistas
da actualidade, Donaldo
Paiva e Vânia Vilhete. Ambos,
campeões nacionais
de 2017.
Domingos Langa na Comissão
de Apelo na Zâmbia
Legenda: Domingos Langa, presidente da FMX
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Barulho entre sócios no Benfica de
Nampula chega ao Tribunal
Rua da Concórdia (Oliveira) n°38; 1° andar único, no bairro da Malhangalene “A”, na cidade de Maputo.
A direcção do Benfica
de Nampula remeteu
uma providência cautelar
ao Tribunal Judicial
da Cidade de Nampula,
contra um grupo de só-
cios que querem Abdul
Hanane fora do clube,
pelo que, num prazo de
oito dias, deverá provar
em tribunal, se, de
facto, tem legitimidade
e são sócios para convocar
uma assembleia
geral.
Alfredo Langa
Ainda não há
paz no Benfica
de Nampula.
A massa
associativa
e simpatizantes do clube
exigem a realização da Assembleia
Ordinária para
eleição do novo corpo directivo
da colectividade.
Um grupo que se identificou
como sócios do clube,
encabeçado por João
Baptista, diz querer ver o
clube a voltar aos tempos
de glória e acusam o presidente
Abdul Hanane de ter
transformado o clube em
propriedade pessoal.
Os mesmos que se identificam
como sócios e simpatizantes
do Benfica de
Nampula reuniram-se recentemente
mais uma vez
para concertar posições a
volta das suas reivindicações.
Dizem se insatisfeitos com
a prestação do clube e defendem
a realização de
uma assembleia para eleição
do novo corpo directivo
da colectividade.
O actual presidente do
Benfica de Nampula, Abdul
Hanane, em curta entrevista
com o MAGAZINE
Independente, em
Nampula, reagiu afirmando
que “ esse grupo liderado,
por João Baptista,
não é sócio do Benfica de
Nampula, não pagam cotas
à 12 anos.
Acrescentou que “ neste
momento, o Benfica de
Nampula remeteu uma
providência cautelar no
Tribunal Judicial da Cidade
de Nampula, onde
esses ditos sócios, deverão
provar se de facto
tem legitimidade para
convocar assembleia. O
que eu sei é quem deve
fazer é o nosso presidente
da mesa. Na secretária do
clube não entrou nenhum
documento a solicitar
AG”.
O presidente Abdul Hanane
avança que “estou
disponível a deixar o cargo.
Mas de forma legal e
esses não sócios que estão
a fazer confusão, pelo que
vão nos indemnizar por
difamação, insultos. Até
nos chamarem de ladrões.
Eles tentaram enviaram
cartas para o Governador
de Nampula e à Direcção
da Juventude e Desportos
de Nampula, mas estes
dois organismos reme -
teram a esses não sócios
para resolver no espaço
geográfico do clube. Agora,
eles não tem meio legal,
apostam em criar barulho
e desestabilização.
Nós aguardamos o posicionamento
do tribunal”.
Entretanto, o Benfica de
Nampula é um dos mais
antigos e representativos
clubes, não só de Nampula,
mas da região Norte
do País. E este ano
cedeu alguns jogadores
para reforçar o Sporting
de Nampula, que está a
disputar o Moçambola da
presente época.
Abdul Hanane, o contestado presidente do Benfica de Nampula
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