terça-feira, 8 de maio de 2018

Severino Ngoenha e a morte de Afonso Dhlakama Nyusi em saia justa

Director: Lourenço Jossias | Editor: Nelo Cossa | Maputo, 08 de Maio de 2018 | SAI ÀS TERÇAS |Ano X | Nº 572 PUB Mais uma plataforma para que o seu anúncio chegue mais longe Contamos desde já com aplicativo móvel www.magazineindependente.com www.facebook.com/magazineindependente Para mais informações contacte o endereço abaixo. Severino Ngoenha e a morte de Afonso Dhlakama Nyusi em saia justa -... e Raul Domingos, antigo n°2 da Renamo, diz que a morte de Dhlakama deixa uma incógnita no processo de descentralização, situação que colocará os moçambicanos a identificarem-se com a Renamo ou com a Frelimo”. Documentos falsos de Bakhir PUBLICIDADE 50,00MT 2 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 destaques PRM acolhe mulheres e crianças em fuga A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou ter acolhido em Nangade, norte do país, três mulheres que fugiram do esconderijo de um dos grupos armados que tem atacado aldeias naquela zona da província de Cabo Delgado. Zuneid Amade Karim, o falso nome de Bakhir Ayoob Ponte Maputo/ Catembe inaugurada a 25 de Junho A ponte Maputo/Catembe tem inauguração prevista para dia 25 de Junho próximo, data em que se assinala a independência de Moçambique ocorrida em 1975, estando a construção deste projecto que apresenta um custo superior a 700 milhões de dólares a cargo da China Road and Bridge Corporation (CRBC), com coordenação do engenheiro Bai Pengyu, de acordo com a revista Macao. Em declarações recentes veiculadas, o presidente da Empresa de Desenvolvimento de Maputo Sul, entidade pública responsável pelo empreendimento, garantiu que a ponte que permite ligar por via rodoviária as duas margens da baía ficará concluída em finais de Junho. “Quando em Janeiro passado actualizámos o plano de trabalho, depois de constatarmos não ter sido possível concluir a obra em 2017, definimos o primeiro semestre deste ano como novo prazo para finalizar a construção da ponte”, disse Silva Magaia, acrescentando que os trabalhos executados até agora correspondem a 97% do projecto. A ponte, que será a maior de vão suspenso em África, faz parte um de projecto mais vasto que engloba um conjunto de vias de acesso em ambas as margens e estradas, nomeadamente a que conduz à Ponta do Ouro, zona balnear junto à fronteira com a província do Natal, na África do Sul, com uma extensão de 170 quilómetros. O engenheiro Bai Pengyu disse à revista Macao que a ponte irá permitir que se dê início ao desenvolvimento da zona da Catembe, nomeadamente para fins comerciais e habitacionais, contornando o problema da falta de espaço para mais construções na cidade capital. Macauhub O caso do Bakhir Ayoob e as suas conexões com a procuradoria tem barbas brancas. No ano de 2012, a ex-PIC, agora SERNIC, da Cidade da Matola, em colaboração com DEI (Departamento de Investigação e Informação), deteve o cidadão Bakhir Ayoob, por fundadas suspeitas do seu envolvimento em vários crimes de sequestros. A então juíza da instrução criminal, Helena Kida, no primeiro interrogatório do arguido preso, ordenou a soltura de Bakhir mediante termo de identidade e residência, tendo decidido pelo confisco do seu passaporte. Em conferência de imprensa, Pedro Cossa, na altura porta-voz do Comando Geral da PRM, mostrou o desagrado e discordância da Polícia com a decisão da juíza da instrução criminal, tendo dito que era inacreditável a soltura de Bakhir Ayoob. Lamentou que o tribunal tinha deitado abaixo o trabalho de investigação de vários meses feito pela Polí- cia e que tinha culminado com a recolha de prova indiciária suficiente que fundamentou a detenção de Bakhir. Disse claramente que no processo havia prova suficiente e irrefutável. Meses depois, Januário Cumbane, então Director da PIC, emitiu dois mandados de captura contra Bakhir Ayoob, um em conexão com o crime de homicídio voluntário qualificado do cidadão Ahmad Jassat, da Expresso Câmbios e outro referente a vários crimes de sequestros ocorridos na Cidade de Maputo. Bakhir Ayoob, ao se aperceber da movimentação da Polícia com vista a sua prisão, encetou fuga para África do Sul. Dois mandados de captura internacional foram contra si emitidos nessa altura. De forma misteriosa, os processos que ditaram a detenção de Bakhir Ayoob na Matola, sofreram a alteração de algumas actas, retirando-se os factos que sustentavam acusações de crimes graves e colocando-se no seu lugar matéria de acusação menos grave. Outrossim, os dois mandados de captura internacional a que nos referimos acima, emitidos pela PIC-Cidade de Maputo, desapareceram juntamente com os respectivos processos e apenas foi encontrada uma acta com conteúdo irrelevante e sem nenhum nexo. Suspeita-se que Bakhir Ayoob tenha gasto avultadas somas em valores monetários para conseguir a sua soltura e o extravio dos processos criminais em que era arguido e dos mandados de captura. Em Novembro de 2017, Bakhir Ayoob foi detido na República da África do Sul, pela Polícia sul- africana e com ele foram encontrados 17 passaportes falsos, 12 Kgs de cocaína e uma quantidade considerá- vel de jóias. Quando levado à juíza de instrução criminal da África do Sul, Bakhir negou todas as acusações criminais que pesavam contra si, confessando apenas o crime de falsificação e uso de passaporte falso, em nome de Zuneid Amad Karim. Aceitou também que o bilhete de identidade moçambicano que ostentava, com mesmo nome, era falso. A juíza de instrução criminal sul-africana negou o pedido de soltura de Bakhir Ayoob mediante fiança, argumentando que os antecedentes deste, que consistiam no facto de há 2 anos ter sido preso na África do Sul por uso de um passaporte falso da Namíbia, prisão de que beneficiou de soltura, sob fiança de R 7500, pagos pela sua esposa, não abonavam a seu favor, não merecendo a libertação provisória. Mas incrivelmente, semanas depois, a mesma juíza Sul Africa que tinha negado a libertação provisória de Bakhir Ayoob, soltou-o, mesmo sabendo que estava concedendo liberdade a um homem que usava identificação falsa. Sobre esta soltura, o Dr. Salim Ebrahim, advogado da Comunidade Muçulmana da África do Sul disse acreditar que a juíza de instrução Sul-Africana teria recebido muito dinheiro de Bakhir Ayoob para decidir pela sua libertação. Este advogado repudiou a atitude da juíza que a considerou de lamentável. Ministério do Interior e PGR em guerra no “caso extradição de Bakhir Ayoob” O Comando Geral da PRM e o Ministério do Interior (MINT) solicitaram a extradição para Moçambique de Bakhir Ayoob para responder pelos crimes de sequestros que cometeu em Moçambique. Entretanto, o MAGAZINE Independente soube através de uma fonte fidedigna do Ministério do Interior que havia um verdadeiro jogo de pugilato entre a Procu- radoria e o MINT, porque, enquanto a Procuradoria se opunha à extradição, o Ministério do Interior defendia, a todo o custo o regresso de Bakhir à Maputo para responder pelos seus crimes. Na edição no 347, do dia 10 de Dezembro de 2013, na página 4, o Magazine escreveu” Crime Organizado está na Procuradoria…”. Em 2013 vários investigadores ligados aos processos do Bakhir contaram ao MAGAZINE Independente para informar que a Procuradoria estava a deturpar as investigações dos crimes de raptos, para proteger este cidadão. Neste mesmo ano, 2013, em pleno julgamento de um processo de raptos, vários réus apontaram e forneceram prova bastante ao tribunal que implicava o Bakhir de ser o mandante dos raptos. O Jornal publicou também na altura que um dos réus, que estava em julgamento no processo referido no parágrafo anterior, chegou a afirmar que estava pronto e em condições de oferecer prova irrefutável da responsabilidade criminal de Bakhir quanto ao facto de ser mandante dos raptos. Também escrevemos que a procuradora afecta a este processo, Ana Sheila Marrengula, contra todas as expectativas não moveu palha para investigar as acusações dos réus deste processo contra o Bakhir. Em termos legais, quando em plena audiência de discussão e julgamento aparecem elementos que indiciam o cometimento de alguma infracção criminal, por alguma pessoa que não seja réu nesse processo, o representante do Ministério Público é obrigado a ordenar a abertura de processo autónomo, mas a Procuradora Ana Sheila Marrengula, eximindo-se da sua obrigação profissional, manteve-se impávida e serena diante de graves acusações contra Bakhir. De fonte credível de um procurador afecto à PGR, soubemos que os assuntos criminais envolvendo Bakhir foram silenciados junto dos procuradores com o uso de avultadas somas em dinheiro. Pedido de informações por um tribunal sul-africano O tribunal sul-africano, que tramita os processos do Bakhir, solicitou informações junto à Procuradoria Geral da Repú- blica de Moçambique, sobre o cadastro criminal deste. A Procuradora Geral da Repú- blica, Beatriz Buchilli, respondeu que em Moçambique não corria nenhum processo contra Bakhir. Estranha esta resposta quando se sabe claramente que correm na PIC-Cidade de Maputo e na PIC-Cidade da Matola, agora SERNIC, vários processos contra o Bakhir, sendo de homicídio e raptos. Em relação ao uso de passaporte falso com o nome de Zuneid Amade Karim, a Procuradoria nem sequer disse algo sobre este crime, apesar de o próprio Bakhir ter confessado o crime, cujo passaporte falso está na posse das autoridades sul-africanas e moçambicanas. É óbvio que, em cumprimento da lei, a procuradoria devia pedir a imediata extradição de Bakhir Ayoob, pois o crime de uso de passaporte falso está claramente provado. Aliás, recentemente, a Secção da Instrução Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, pelo punho da meritíssima doutora juíza Ludovina Florbela Marcelino David, exarou um mandado de captura internacional com o n° 29/2018, datado de 14 de Fevereiro de 2018, contra Bakhir Ayoob, por prática de crimes de falsificação de documentos autênticos ou que fazem prova plena e uso de documento falso. Mais um motivo para se questionar a razão por que até hoje a PGR ainda não solicitou a extradição do Bakhir. Entretanto, o Ministério do Interior está a fazer démarches para a rápida extradição de Bakhir Ayoob conforme uma fonte afecta a este Ministério. 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 3 4 10 de Dezembro 2013 Ouvido em instrução contraditória no Tribunal da Cidade Trio de raptores acusa Bakhir Ayoob como mandante Decorreu na quarta-feira última a instrução contraditória do processo de raptos, cujos arguidos são Jafar Mussagy Malache, Momad Hamed Amene e Remane Abdul Remane, acusados do crime de associação para delinquir, uso de nomes falsos, crime de roubo concorrendo com cárcere privado, sendo que ao último pesa ainda o crime de uso de armas proibidas. Efectivamente, ao trio de arguidos pesa a acusação de ter raptado, no ano passado, José Moreira Alves e Jainudin Norudini Dali, proprietários da Jomofi Construções e Padaria Lafões, respectivamente. Tudo converge na fi - gura do foragido empresário Bakhir Ayoob, como mandante dos dois raptos. Efectivamente, na própria quarta-feira, o primeiro arguido a ser ouvido foi Remane Abdul Remane, um antigo instrutor de ginástica no Hotel Polana. Ele, contudo, confessou ter participado nos raptos de José Moreira Alves e Jainudin Norudini Dali. Disse que entre os meses de Março e princípios de Abril de 2012 foi contactado por Bakhir Ayoob pedindo-lhe informações referentes ao proprietário da Jomofi Construções, já que ele havia trabalhado nesta empresa e tinha alguma afectividade com o seu patrão. De facto, o fi lho de José Moreira Alves, de nome Hugo Manuel Carvalho Alves, é esposo da irmã de Abdul Remane. No dizer de Abdul Remane, Bakhir Ayoob lhe tinha assegurado que o proprietário da Jomofi Construções lhe devia muito dinheiro e se esquivava a saldar a dívida, sendo que achou essencial procurar homens que pudessem fazer o serviço por si, para ver se lhe pagava. Nesta senda, foram apresentados a Abdul Remane três indivíduos com os nomes de Macassara Mariano Dias (Max), Jorge (Jojó) e Gabriel (JP), os quais estão foragidos e em parte incerta. Foi no mês de Abril do ano passado que Abdul Remane disse ter indicado a residência de José Moreira Alves a Bakhir Ayoob. Esta localiza-se no bairro da Costa do Sol, na rua Dona Alice. No mesmo mês, Max, Jojó e JP invadiram a casa por volta das 23 horas. Imobilizaram os guardas e trancaram-nos numa casa de banho. Minutos depois chegou o dono da casa e vinha conduzindo uma viatura de marca Range Rover. Logo que entrou foi ameaçado com uma arma de fogo, tendo se apoderado de seu dinheiro, o equivalente a 100 mil meticais. Vendaram-lhe a cara e conduziram-no até ao bairro de Magoanine “B”, Quarteirão 42, casa n° 62, pertencente a Jafar Mussagy Malache. O papel deste, segundo Abdul Remane, foi ceder a casa que serviu de cativeiro. Às 6 horas da manhã que se seguiu ao seu sequestro, Bakhir Ayoob ordenou para que a vítima ligasse ao seu fi lho. Quem tratou de todos os pormenores referentes ao resgate, disse Abdul Remane, foi Bakhir e Jojó. Em princí- pio exigiram dois milhões de dólares norte-americanos. Todavia, disse não saber, efectivamente, quanto dinheiro foi pago, mas sabe que o valor foi recebido algures na Rua da França, junto ao Campus Universitário da UEM. Foi deixado por Hugo Alves, o fi lho da vítima. Sendo que esta viria a ser solta três dias depois. Nos princípios de Dezembro do ano passado, Bakhir Ayoob voltou a solicitar Abdul Remane para um encontro nas proximidades do Jardim Dona Berta, bem defronte da loja “Bakhir Cell Shop”. Na conversa que tiveram lhe teria dito que tinha muito dinheiro às mãos de Intiaz, cerca de um milhão de dó- lares, mas este se recusava a pagar, além de que estava já a residir na África do Sul. Sendo assim, a sugestão de Bakhir Ayoob foi de que se sequestrasse o pai daquele como forma de lhe forçar a pagar o que deve. Haveria de ser o mesmo Bakhir a indicar a Abdul Remane a residência da vítima, algures nas proximidades da maternidade do Hospital Central de Maputo. No dia 16 de Dezembro foi já Abdul Remane que mostrou a Jojó e JP a sua vítima. Tratava-se de Jainudin Norudini Dali, o proprietário da Padaria Lafões. No mesmo dia, estes dois estavam munidos de armas de fogo, uma de marca Vasta de calibre 7.65 milímetros e outra Macarov de calibre 9 milímetros. Pelas 22 horas do dia 18 do mesmo mês, a vítima conduzia uma viatura Land Cruiser Prado, com matrí- cula MMR 65-68. Quando entrou no seu quintal, logo lhe foi apontada uma arma de fogo. Sem delongas, foi conduzido até ao bairro 25 de Junho, local onde a sua viatura foi abandonada. Seguidamente entraram numa outra da mesma marca, mas mais tarde o carro foi recuperado e foi deixado no bairro de Malhazine, Rua de Bagamoyo. Quanto à vítima, seria levada para o bairro 25 de Junho, casa n ° 125, arrendada por Jojó. Nesta residência, Jainudin Norudini Dali fi cou até ao dia seguinte. Depois foi transferido para o bairro de Laulane, Quarteirão 40, casa n ° 690. Na madrugada do mesmo dia, por volta das três horas, ligaram para a sua fi lha e informaram-na que estava tudo bem com o seu pai. Abdul Remane, para este caso também disse que quem negociou o resgate foi Bakhir e Jojó, sendo que pediram um milhão de dólares. O dinheiro foi levantado por Jojó sob comando de Bakhir Ayoob. A vítima seria liberta por volta das 22 horas, algures nas bombas de combustível de Xincanhanine, no bairro de Hulene. Remane disse que de Bakhir recebeu 57 mil dólares norte-americanos. Quanto ao arguido Momed Ahmed, o seu papel foi de conduzir a viatura da vítima depois que foi abandonada no bairro 25 de Junho. Por outro, o Magazine está na posse do auto de perguntas em que Abdul Remane confessou logo após a sua detenção o envolvimento de Bakhir Ayoob nos dois raptos. A confi ssão é datada de 31 de Janeiro de 2013 e Bakhir ainda se encontrava em Maputo. Ficou por mais uma semana, vindo a fugir depois para lugar incerto.M Crime organizado na Procuradoria Alguns agentes da PIC, ligados às investigações dos sequestros, ao Magazine, criticaram o último pronunciamento do Procurador-Geral da República. Augusto Paulino, na quinta-feira passada, disse que “os raptos não cessarão enquanto não houver uma profunda purifi cação de fi leiras dos infi ltrados no nosso seio, no seio do judiciário e na PRM”. Para aqueles, o crime organizado está instalado na Procuradoria, pois a PIC tem mostrado serviço. “Prendemos cerca de 25 pessoas ligadas aos raptos. Houve três julgamentos e na sua maioria foram condenados a penas pesadas e temos outros que ainda aguardam julgamento. Dizemos que o crime organizado está dentro da própria Procuradoria porque a mesma escolhe a cor da pele do réu e o seu bolso para o levar a julgamento”, esclareceram. Disseram que alguns indiví- duos presos amiúde citaram o nome de Bakhir Ayoob como mandante dos raptos, mas nada se fez. Deram como exemplo o facto de o procurador Marcelino Vilanculos ter deduzido uma acusação na qual omitiu, propositadamente, o nome de Bakhir, quando este nas investigações policiais já vinha envolvido. Aliás, em Setembro deste ano, durante o julgamento realizado na décima secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, o nome de Bakhir foi associado a cinco raptos. Quem o envolveu foi Bendene Arnaldo Chissano (Angolano) e disse que estava disponível, se o tribunal assim o entendesse, a provar que, efectivamente, Bakhir Ayoob era o mandante. Contudo, a magistrada do Ministério Público, Ana Sheila Marrengula, não moveu palha, o que leva a concluir que provavelmente o foragido tenha pago alguns valores para a sua protecção.M de dólares norte-americanos. Todavia, disse não saber, efectivamente, quanto dinheiro foi pago, mas sabe que o valor foi recebido algures na Rua da França, junto ao Campus Universitário da UEM. Foi deixado por Hugo Alves, o fi lho da vítima. Sendo que esta viria a ser solta três dias depois. zembro do ano passado, Bakhir Ayoob voltou a solicitar Abdul Remane para um encontro nas proximidades do Jardim Dona Berta, bem defronte da loja “Bakhir Cell Shop”. Na conversa que tiveram lhe teria dito que tinha muito dinheiro às mãos de Intiaz, cerca de um milhão de dó- lares, mas este se recusava a pagar, além de que estava já a residir na África do Sul. Sendo assim, a sugestão de Bakhir Ayoob foi de que se sequestrasse o pai daquele ligasse ao seu fi lho. Quem disse Abdul Remane, foi como forma de lhe forçar a pagar o que deve. Haveria de ser o mesmo Bakhir a indicar a Abdul Remane a residência da vítima, algures nas proximidades da maternidade do Hospital Central de Maputo. bro foi já Abdul Remane que mostrou a Jojó e JP a sua vítima. Tratava-se de Jainudin Norudini Dali, o proprietário da Padaria Lafões. No mesmo dia, estes dois estavam munidos de armas de fogo, uma de marca Vasta de calibre 7.65 milímetros e outra Macarov de calibre 9 milímetros. Pelas 22 horas do dia 18 do mesmo mês, a vítima conduzia uma viatura Land Cruiser Prado, com matrí- cula MMR 65-68. Quando entrou no seu quintal, logo sequestrasse o pai daquele - Acusam investigadores da PIC DESTAQUES destaques General Momade assume o posto de Dhlakama O tenente-general Ossufo Momade foi a opção da Comissão Política da Renamo para o posto ora ocupado por Afonso Dhlakama. De acordo com Alfredo Magumisse, da Comissão Política, Momade deverá segurar as pontas até a realização do Conselho Nacional, em data por anunciar. Energia poderá voltar a subir em breve Depois de dois reajustas em 2016 e 2017, o custo da energia eléctrica poderá voltar a subir antes do fim deste ano, pelo menos no que depender da Electricidade de Moçambique (EDM). De acordo com os administradores da empresa pública o ideal seria uma subida de cerca de 9%. O Administrador Executivo da Eletricidade de Moçambique (EDM), Carlos Yum, sem tomar uma posição disse tratar-se de uma questão bastante sensível e que não depende somente da vontade da empresa. De acordo com Yum, a mexida nas tarifas da electricidade colocam a empresa num paradoxo na medida em que a empresa tem o cunho social que precisa ser equilibrado com o comercial para encontrar o equilíbrio tarifário, até porque, garantir parâmetros de eficiência é uma condição para garantir o investimento que se precisa para continuar a melhorar a qualidade da energia e fornecê-la a cada vez mais moçambicanos. “Nós hoje estamos com uma tarifa de 8 cêntimos contra 10 cêntimos. Matematicamente, 8 não cobre 10. Para a sustentabilidade financeira de qualquer negócio é importante que o que se factura cubra os custos”, disse Noel Govene, outro Administrador Executivo da EDM. Acrescenta Govene que comparando Moçambique com outros países da região, o País continua a cobrar abaixo da média até porque ficou-se 5, 6 anos sem mexer na tarifa. Respondendo a uma pergunta de insistência sobre se a tarifa seria mexida ou não este ano, Yum preferiu simplesmente dizer tratar-se de uma questão muito sensível e que não depende da vontade única da EDM, reafirmando no entanto a necessidade da eficiência financeira. Abanês Ndanda Desaparecimento fisíco do líder da Renamo abre espaços para incógnitas no diálogo para paz A morte de Afonso Dhlakama, líder da Renamo, na serra da Gorongosa, aconteceu num momento em que o processo de descentralização decorre de forma lenta por falta entendimento no que diz respeito a eleição dos administradores. “Morreu cedo”, afirmou Raul Domingos, o político que esteve durante 20 anos ao lado de Dhlakama. Domingos reconhece que os moçambicanos não têm muitas opções: “ou se identificam com a Renamo ou com a Frelimo”. Nelson Mucandze S egundo o programa da presente sessão da Assembleia da República, os trabalhos parlamentares terminam já no dia 24 do mês em curso e não existe avanço quanto ao processo da proposta da descentralização. O ponto de divergência centra-se na eleição dos administradores das províncias, até a data da morte de Dhlakama os deputados da Renamo exigiam que esta figura fosse indicado pelo governador provincial, enquanto que a Frelimo quer que seja indicado pelo ministério responsável pela administração estatal. Apesar deste avanço ter contribuído para que o Presidente da República, Filipe Nyusi, ganhasse “reconhecimento” a nível internacional na luta pela paz, há quem entende que o diálogo a ní- vel mais alto, que terminou com a proposta da revisão constitucional (descentralização), peca por não ter sido testemunhado por outras forças da sociedade, já que foram as propostas apresentadas após ao diálogo pelo telefone, não existe nenhuma acta que ilustra os acordos entre os dois líderes. A este respeito, Raul Domingos, disse ao MAGAZINE Independente que eram negociações difí- ceis e delicadas e, por causa da “nossa expectativa podiam parecer lentas”. “Não é fácil, porque há pessoas contrárias a estas iniciativas e faziam corrente para travar os passos que estavam a ser dados a favor dessas negociações. Numa corrente de prós e contra, o que se conseguiu foi muito e hoje não falamos de negociações, falamos de resultados”, frisou Domingos, que foi negociador pela Renamo em Roma. Sobre as espectativas que se colocavam, entende Domingos que Dhlakama não morre com a Renamo, e mais: “a morte dele vai galvanizar os esforços de todos aqueles que em sua volta apoiavam esta luta. Só se pode esperar que seus seguidores, aqueles que são executivos da Renamo, continuem na mesma linha de diálogo tal como ele já seguia nos últimos anos”. Aliás, esse processo de negociação tem um histórico que continua no acordo geral de paz e, segundo o nosso interlocutor, passados 20 anos assiste-se um incumprimento. “Depois há um conflito e uma negociação com mais de 100 rondas sem resultados e depois seguem outros impasses, que incluem a mediação internacional até se chegar ao diálogo telefó- nico dos dois líderes”, disse Domingos., antigo número da dois na Renamo. Questionado sobre a forma exclusiva com que o diálogo decorreu, respondeu que o Presidente da República, que é também presidente da Frelimo, vai nessas negociações representando sua parte e a Renamo também entra exprimindo as preocupações do seu partido, e o povo, de uma forma ou outra, se identificará em um dos lados. “São essas duas agendas que incorporam todo o povo moçambicano, é verdade que temos muitos partidos. Mas não há muitas alternativas neste momento; ou estamos mais pertos da Frelimo, ou estamos mais pertos da Renamo. Numa situação de conflito ou de busca de paz, ou é uma coisa ou é outra”, disse Domingos, líder do PDD. Na sua observação, Domingos referiu que nos últimos momentos ficou claro que em nome da democracia, Dhlakama podia dar sua vida, afinal, vinha doente havia muito tempo, mas abdicou da sua própria saúda, da família e das liberdades até ao ultimo minuto da sua vida. “É um grande herói da luta pela democracia que se perde, homem de valores, de princípios e ele mostrou tudo isso. Pela idade que tinha e pelas condições que tinha podia ter pego um voo e ir para o estrangeiro se tratar. Mas seguro de que precisava terminar este processo privou-se para dar prioridade a estas questões de descentralização, que já estava a terminar para entrar com as questões militares”, afirmou o lí- der do Pangolim. “A Renamo deve se unir”, disse estendendo o conselho para outros partidos que nasceram da Renamo, a exemplo do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Sobre a gestão do exército da Renamo, referiu o nosso interlocutlor que líderes como Dhlakama não se fazem de um dia para outro. Aliás, este é dos legados da Renamo, “uma força que bem aproveitada nas Forças de Defesa Nacional so se ganha”, disse o antigo General do Estado Maior do exército da Renamo. “Perdemos um combatente e um pai” O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido com assento na Assembleia da Republica, Daviz Simango, disse que com a morte do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, o Pais perde um combatente e um pai e líder. Simango, citado pela Voz da América, disse ainda que Moçambique tem de se reconciliar consigo mesmo. Afirmou que o País perdeu um líder que sempre serviu à nação. “Perdemos um líder, perdemos um combatente, perdemos um pai, um homem que desde pequeno compreendeu de que tinha que servir a nação. É homem de grande sacrifício, um homem de virtudes. Entendeu que para ele não lhe importava nem uma regalia, nem conforto, mas sim, uma luta por uma causa de um povo moçambicano”, afirmou o líder do MDM, que já foi membro da Renamo. Para Simango, este espírito de sacrifício e de sentido de combatente levou o histórico dirigente da Renamo a “não se importar em dormir, em estar e em viver em condições extremamente”. 4 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 Raul Domingos Foto: António Nhangumbe Morte de Dhlakama deixa Nyusi numa ‘saia justa’ Mais do que a perda de um ícone da história democrática do País tal como considera Alice Mabota, a morte de Afonso Dhlakama, ocorrida no dia 3 de Maio corrente na serra da Gorongosa vitima de doença, sobretudo no actual momento político, deixa o Presidente da República numa situação “bastante complicada”, conforme explica o filósofo moçambicano Severino Ngoenha. Abanês Ndanda “O grande desafio com que estamos confrontados é que os membros da Renamo em primeiro lugar consigam organizar-se e consigam ter um homem ou um grupo de homens capaz de dar continuidade sob ponto de vista do diálogo político-democrático”, disse ao nosso jornal o filósofo Ngoenha. Afirmou que “o grande perigo que nós temos, é que o diálogo não continue ou não continuem nos mesmos moldes, mas ainda pior a nível militar”. Ngoenha desenha inclusive um cenário de aparecimento de vários centros de comando nos homens armados da Renamo, o que geraria uma situação de guerra mais grave e dificilmente controlá- vel. Ngoenha percebe que mais do que a fragilização do diálogo político, a morte de Dhlakama fragiliza o próprio Presidente dentro do próprio partido que nalgum momento remou até contra boa parte de seus partidários para dialogar pessoalmente com Dhlakama. “Aqueles que parecem não estar de acordo com o Presidente, alguns pautaram pela morte de Dhlakama pensando que com a morte dele desaparecia a Renamo, outro criticava pelo facto de dialogar com a Renamo. Neste momento, a pergunta que se pode fazer é: se na Renamo não se consegue criar uma homogeneidade, com quem é que o Presidente vai dialogar”, elaborou o filósofo continuando no sentido de que: “se isso fragiliza o debate e mete-nos em carreira de conflito político e até militar, também fragiliza o próprio Presidente que o único trunfo foi se apresentar como homem de paz, mas e agora, vai dialogar com quem”. Quanto à sucessão de Dhlakama na Renamo, Ngoenha considera que as dificuldades que se têm ao pensar quem poderá vir a ser, tem um pouco a ver com o défice democrático que se verifica dentro dos partidos políticos à excepção da Frelimo. Já a antiga Presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota entende que “é difícil dizer o que se pode esperar com a morte de Afonso Dhlakama”. Ela disse que “tudo esperava, menos isto, é verdade que nos últimos tempos ele não estava muito bem, e também pelas condições em que ele se encontrava”. “Algumas pessoas estão a chorar agora, outras felizes, mas amanha, vão sentir, tal como aconteceu com a morte de Machel”, lamentou Mabota denunciando um cinismo por parte de pessoas que aparecem a declarar ‘amores’ por Dhlakama quando na verdade desejavam a morte dele. Mabota refere-se ao facto de Afonso Dhlakama morrer numa altura em que já passava mais de 1 ano sem guerra para dizer que “não sei se quem vai suceder terá a mesma capacidade de sentir pelo povo e tolerar tal como Dhlakama o fazia”. Acrescentou que “não estou no movimento nem na guerrilha para saber se haverá uma pessoa com as qualidades de liderança e carisma demonstradas por ele”. Fazendo uma pequena comparação com o cenário que se verificou com a morte de Samora Machel, Mabota recorda que “na Frelimo já se podia pensar tanto em Marcelino dos Santos, assim como no próprio Joaquim Chissano”, mas “na Renamo não vejo essa pessoa”. “Moçambique teve dois lí- deres (políticos) carismáticos, Samora Machel e Afonso Dhlakama”, considerou Mabota para quem tais figuras deixarão um eterno vazio. Em contacto com o MAGAZINE Mabota endereçou uma mensagem aos membros da Renamo: “ muita coragem e que continuem firmes nos ideais reais da Renamo”. 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 5 Alice Mabota Alice Mabota Foto: Nilton Cumbe Foto: António Nhangumbe Terá lugar amanhã (09) na cidade da Beira o velório público e oficial de Afonso Dhlakama. A estipulação bíblica será concretizado na quinta-feira (10) quanto o ‘pó’ de Mangunde para Mangunde voltar no distrito de Chibabava, província central moçambicana de Sofala. O Governo moçambicano anunciou na sexta-feira transacta a realização de um funeral oficial para o falecido líder do maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama. A decisão, segundo deu a conhecer a porta-voz do Conselho de Ministros, Ana Comoana, após uma sessão extraordinária do órgão, enquadra-se no âmbito do cumprimento da lei que aprova o Estatuto Especial do líder do segundo partido com assento parlamentar. A porta-voz anunciou a nomeação por parte do Governo de uma comissão para apoiar a família de Afonso Dhlakama. O grupo que é composto pelos ministros da Justiça, Isaque Chande, e das Obras Públicas, Carlos Bonete, bem como a vice-ministra da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celmira Frederico Pena da Silva. O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, decidiu adiar uma visita de trabalho à Noruega na sequência da morte do líder da Renamo. Em contacto telefónico com a Televisão de Moçambique, Nyusi se mostrou consternado com a notícia da morte e disse que foram feitas tentativas para levar Afonso Dhlakama, por via aérea, para receber assistência médica no estrangeiro, mas sem sucesso. O Chefe de Estado moçambicano pediu para que a morte de Afonso Dhlakama “não seja usada para qualquer tipo de aproveitamento”. “Estávamos num alinhamento total para resolver os problemas do País. Fiz todo o esforço para transferir o meu irmão para fora do País, mas não consegui. Já era tarde. Estou muito deprimido, profundamente chocado, porque não me deram tempo para agir”, afirmou Nyusi, indicando que só ontem soube que Dhlakama estava doente há uma semana. 6 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 opinião Silêncio ensurdecedor de Guebuza Ao fim de três anos de sucessão geracional na liderança do Estado moçambicano, chama-nos à atenção a postura de Armando Guebuza, último estadista da geração libertadora, marcada por um silêncio que até certo ponto pode ser visto como uma virtude, face ao quadro em que o antigo estadista é retratado, sem o mínimo de gentileza até devido a um criminoso condenado em reclusão. A última alternância na chefia do Estado, que se concretizou com a investidura do Presidente Filipe Jacinto Nyusi, em Janeiro de 2015, pode ser como distinta na história de Moçambique independente, em virtude de ter marcado o fim da geração do 25 de Setembro na liderança do país e da Frelimo. Olhando para as condições do país não é uma transição de fácil gestão, pois qualquer posicionamento público sujeita-se às mais diversas leituras, sendo que por uma questão de conveniência a tendência dessas leituras é que sejam maliciosas. São mais três anos em que foi e está sendo notório o silêncio de Armando Guebuza, que se tem a virtude de maturidade e de prudência, nos privou de conhecer o seu pensamento, o que lhe vai na alma, face às sentenças condenatórias que se proferem e se multiplicam, sem direito a justo julgamento. O silêncio de Guebuza pode ter sido determinante para a firmeza da liderança de Filipe Nyusi, que não terá encontrado ruido algum que pudesse justificar qualquer perturbação na sua gestão. Tal como os anteriores estadistas, Nyusi lidera o país e a Frelimo no seu tempo e no seu contexto. Guebuza falou quando necessário, embora tivesse motivos para falar muito mais, limitando-se. na maioria das vezes, a responder a perguntas quando interpelado por jornalistas, sobretudo em eventos públicos. Mas não pode haver a mínima dúvida de que o silêncio do antigo Presidente fala bem alto e guarda-nos muitas surpresas que um dia as conheceremos, quando o antigo líder julgar oportuno, para dizer da sua justiça. Guebuza sabe perfeitamente que saber esperar é uma virtude e não é a ele que se deve ensinar o “Pai Nosso”. É um conhecimento por justa causa, adquirido e moldado ao longo de penosas décadas que começam em plena juventude, tal como a maioria dos nossos libertadores. Ao longo de muito tempo nos sentimos pequenos demais para aparecermos em público e emitir alguma opinião sobre o maldito debate em volta da figura do antigo estadista, mas lá está, às vezes o armazenar por longo tempo de angústias leva ao último suspiro precoce, e não gostaríamos de correr esse risco. Sem querermos o ilibar de eventuais percalços na sua governação, aliás nem nos pediu muito menos nos passou procuração para esta reflexão, recusa-se a calar o sentimento em nós, de que o antigo Presidente também executou obra, no seu tempo e no seu contexto, que ficará para sempre na história dos moçambicanos. Não queremos aqui e agora defender que não se fale disto e daquilo que possa envolver a figura do antigo estadista, mas tão-somente que havendo razões para julgamento, que lhe seja garantido julgamento justo e não seja usado para agendas obscuras, que buscam o fim único a neocolonização de Moçambique. Não se pode proferir sentenças convenientes absolutamente injustas, apenas em cumprimento de agendas obscuras, pois não há dinheiro que pague a imagem de um homem, edificada por mérito próprio. A quem de direito se determina hoje que venha à praça pública guilhotinar pessoas a qualquer preço, pontapeando-se as básicas normas de justiça, apenas para mostrar serviço aos patrões que vão investindo rios de dinheiro para alimentar os seus marionetes, que carregam a cruz do saudosismo de Moçambique antes de 25 de Junho de 1975. Esta meta, de difícil cumprimento face à nobreza dos moçambicanos, enquanto não for atingida, continuarão na forja bodes expiató- rios. E hoje que a Procuradora Geral da República veio a público denunciar falta de colaboração de Estados e Instituições internacionais no esclarecimento do processo das chamadas dívidas ocultas, o que dirão os mensageiros? Para eles até pode não ser matéria de notícia ou debate, pois tudo quanto fazem não o fazem por vontade genuína, mas sim para garantir um estômago sempre cheio. Beatriz Buchil foi mis longe ao revelar que entre os Estados e Instituições internacionais que não querem colaborar fornecendo informações solicitadas, até figura alguém que suspendeu financiamentos a Moçambique, a pretexto das chamadas dívidas ocultas que entretanto não colaborar no seu esclarecimento. E o pedido de informação dura há mais de dois anos, sendo que o Fundo Monetário Internacional tem conhecimento pleno da situação estranha, mas faz vista grossa para ajudar a cumprir o plano da asfixia económica para forçar a mudança do regime. E aqui exigem que o desfecho seja ainda hoje, e se não se publica os nomes dos supostos implicados é porque se está a esconder algo. Sobre as chamadas dívidas ocultas mau grado Afonso Dlhakama e a Renamo terem concretizado a ameaça de guerra, pois acabou legitimando a decisão oportuna e soberana de investimento nas Forças de Defesa e Segurança. Sem a concretização da ameaça de guerra não se sabe lá muito bem se hoje estaríamos a falar das malditas dívidas ocultas. A ameaça de guerra concretizada abriu portas para tudo o que se seguiu. Caricato é questionar a “marginalização” do Parlamento nesse processo, quando bem se sabe que a ameaça de guerra concretizada tem também adeptos com peso significativo nesse mesmo Parlamento, adeptos a quem se devia (?) ter solicitado autorização para o equipamento das Forças de Defesa e Segurança, para a defesa da integridade territorial e da soberania! São coisas que só podem acontecer em Moçambique! Partilhar com o inimigo a estratégia de enfrenta-lo! Vale lembrar que as Forças de Defesa de Moçambique foram “reformadas” num espírito de boa-fé que pesou no Governo depois do Acordo Geral de Paz, confiando na prometida desmilitarização plena d Renamo, que entretanto durante décadas logrou fazer o boi dormir, mantendo a sua máquina de guerra intacta com direito a rejuvenescimento permanente! Não negamos que nesse investimento não terá havido desvios de aplicação. O que defendemos são sentenças precoces, sem julgamento, em pleno Século XXI. E se houve desvios de aplicação não é líquido concluir que este e aquele foram os responsáveis sem o competente julgamento, porque o que parece pode não ser. Haverá que saber esperar e confiar nas instituições, porque como defendemos, saber esperar é uma virtude. As instituições não devem ser confiadas apenas quando ilibam companheiros de certos ilícitos cometidos n exercí- cio da liberdade de expressão e de imprensa. A verdade inevitável é que um dia Guebuza vai quebrar o longo silêncio ensurdecedor e saberemos de tudo o que lhe vai na alma, dizendo da sua justiça. Disso temos a certeza absoluta, pode-se escrever. In 1maomz.com Trimestral 1700,00MT 4000,00MT 2500,00MT 4.000,00MT 2500,00MT 5500,00MT Periodicidade Anual Semestral Cidade de Maputo Províncias Para mais informação, contacte 84 242 9024, 84 756 5575 ou 21 328 579 Informamos ao público em geral e aos nossos assinantes em particular que está aberto o processo de renovação e abertura de novas assinaturas do Jornal Magazine Independente para o ano de 2018. Queiram por favor consultar a tabela que se segue e efectuar as subscrições na Rua da Concórdia (Oliveira) n°38; 1° andar único, no bairro da Malhangalene “A”, na cidade de Maputo. TABELA DE ASSINATURAS 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 7 A Renamo e os desafios depois de Dhlakama! Os irmãos Nyusi e Dhlakama jossiasgira@gmail.com A morte por doença, do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na passada Quinta-feira, coloca desafios enormes à Renamo e a sociedade moçambicana no geral. Dhlakama foi o construtor vivo de uma organização de guerrilha que desde 1977 sempre esteve presente como actor político fundamental no contexto nacional. Foi Dhlakama, com estilo típico, que moldou uma máquina militar que se espalhou pelo Centro, Norte e Sul do País, fazendo pressão para mudanças políticas. Inicialmente, teve amparo do Apartheid na África do Sul e na Rodésia, mas anos mais tarde soube sobreviver e adaptar-se a várias fases da luta, angariando fortes apoios populares no interior do País. Com defeitos ou sem eles, foi Afonso Dhlakama que forçou o Governo a negociar um acordo de Paz em Roma e liderou a Renamo num longo e penoso processo de transformação de movimento de guerrilha para partido político. Esse processo ficou pelo caminho, assim como ficou pelo caminho a consolidação da paz e da reconciliação nacional entre os moçambicanos. A morte de Dhlakama, semana passada, coloca, pois desafios à Renamo que terá que continuar o caminho da paz iniciado por Dhlakama em Roma e o caminho da democratização do País que afinal não é um processo acabado. Afonso Dhlakama dirigiu à Renamo com mão de ferro, misturando disciplina política e militar. O seu estilo de líder centralizador, criou mazelas de fabrico ao movimento ou partido e depois das exéquias fúnebres do líder, irá começar a longa marcha pela estruturação e organização da Renamo, que quanto a nos e uma instituição muito forte, mas que tem fragilidades organizacionais visíveis mesmo a olho nu. Caberá à nova liderança da Renamo, sobretudo ao seu novo Presidente, continuar a agenda da Renamo iniciada por Dhlakama e essa agenda e clara e bem conhecida quer a nível nacional quer a nível internacional. O homem que irá carregar o fardo da direcção da Renamo terá pela frente a conclusão do famoso pacote de descentralização que foi bem iniciado, produziu consensos que agora jazem nos gabinetes da Assembleia da República a espera de homologação. O novo líder da Renamo não terá outro caminho que não concluir o dossier sobre a desmobilização e integração dos guerrilheiros armados da Renamo que se espalham por varias bases do território nacional. E terá como prioridade organizar a Renamo para as eleições autárquicas de 2018 e gerais do próximo ano. Portanto esta clara a missão do futuro homem forte da perdiz. E ele será obrigado a leva-la a bom porto, sob pena de trair os ideais e objectivos da luta de Afonso Dhlakama sobretudo dos últimos anos. Conhecemos as facções que se digladiam na Renamo. Conhecemos as fragilidades da organização que sobreviveu ate agora graças ao carisma do líder que carregou ate a morte o peso de uma maquina politica complexa, sem meios e sem bases materiais de apoio. Mas a Renamo terá que ter também o apoio e compreensão da sociedade moçambicana. O povo terá que continuar a entender os dilemas da Renamo, encorajando todos os passos que visam a paz e a estabilidade. A Renamo e um partido politico moçambicano, que enferma da dificuldade genética de ter surgido de uma guerrilha. Essa transformação ainda não e missão terminada e cabe a todos os moçambicanos encoraja-la e compreende-la. A Comunidade Internacional terá que dar a sua mão para que esta missão seja concluída com êxito. O Governo moçambicano, liderado pelo Presidente Nyusi, terá que se concentrar na nova Renamo pós-Dhlakama, estudando-lhe e seguindo-lhe as peugadas num contexto mesmo de reinvenção. A Renamo acaba de ficar órfão de pai e caberá ao Governo dar ombro solidário a este órfão, pois pode ficar desmandado e criar danos a paz e a agenda que era então seguida por Nyusi e por Dhlakama. O passado passou. O líder ja nos deixou. Nos últimos anos, ele estava comprometido com a paz e com a reconciliação nacional dos moçambicanos. Tinha uma agenda clara com o Presidente Nyusi. Que o seu sucessor siga essa agenda, mantendo a paz, concluindo o pacote da descentralização e desmobilizando e reintegrando os homens armados da Renamo. Caso se desvie destes objectivos, será certamente um traidor a causa da Renamo e do seu líder. Estaremos atentos ao futuro homem forte da Renamo, que não terá missão fácil nem facilitada, mas que herda um partido com agenda construída no sacrifício e na paciência, em nome da paz e da unicidade do território nacional. Desejamos que ao lado da campa da sua mãe, em Mangunde, a memória de Afonso Dhlakama repouse em paz. editorial O Presidente da República, Jacinto Filipe Nyusi, continua a surpreender pela positiva no seu relacionamento com o maior partido da oposição para a busca efectiva da paz e reconciliação. As intervenções e os silêncios de muitos dos seus camaradas à volta dos acordos alcançados com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, justificam a percepção de que alguma ala dura do seu partido estaria menos convencida e satisfeita com os acordos para o bem do seu partido. Na verdade, em tempos de crise nacional (política, financeira e económica), os interesses pessoais e partidários devem ser subalternizados a favor dos do povo e da nação se se pretender resolver, efectivamente, os seus problemas. Entende-se, mesmo assim, que não deixem de existir muitos membros que assumem o seu partido como país e povo e ali onde julguem que alguma medida satisfaça o adversário seja por eles considerada contra o seu partido, antipopular e antipatriótica. É a retoma deles do chavão de que quando o inimigo nos apoia é porque estamos a favorece-lo e estamos estrategicamente errados. Efectivamente, os resultados alcançados das conversações pessoais entre os dois líderes são de interesse nacional e do povo e nisso nãodeviam ser questionados em termos partidários por quem se julgue patriota e que coloque os interesses do povo e do país acima de tudo. A razão de admiração ao Presidente Nyusi é de reconhecer e afirmar directa e publicamente a contribuição do seu par, Afonso Dhlakama, para o alcance destes resultados. Mais ainda, com morte deste líder, o Presidente Nyusi, numa puxada de orelhas àqueles que ainda podem querer aproveitar o desaparecimento do Presidente Dhlakama para lhe retirar o mérito para a paz e democratização do país, interveio informalmente por via telefónica para o canal da TVE num momento em que se debatia o futuro após a morte de Dhlakama e em que um dos painelistas não conseguia conter a sua raiva contra o falecido líder e seu partido e projectava sinais de exclusão e violência, numa demonstração clara da existência e pertença a uma ala dura que vai reagir para sabotar os esforços do Presidente Nyusi. Nessa chamada telefónica para esta emissora televisiva pública(TVM), o Presidente da República e da Frelimo transmitiu todo o seu sentimento de mágoa, pesar, reconhecimento e admiração por Afonso Dhlakama como patriota e elemento chave para a democratização do nosso país. Ao chamar de “irmão” a Afonso Dhlakama, um termo que sempre foi utilizado pelo falecido e que nenhum outro líder da Frelimo o havia utilizado, é de se entender o seu esforço para reeducar muitos , aqueles que podem aceitar uma AVC do que uma amizade com aquele a quem continuam a chamar de bandido armado, assassino ecriação dos serviços secretos rodesianos e ao serviço do apartheid. O visível apoio popular que este partido granjeia de milhões de moçambicanas (a que aquele painelista considera de uma “franja de moçambicanos”) não os demove politicamente das suas convicções dos tempos passados. O Preside Nyusi, ao afirmar que a oposição não faz mal a ninguém e que é uma necessidade para o bem, aquele painelista e outros tantos não podem acolher satisfatoriamente essa mensagem pacificadora do seu Presidente do partido, o que foi testemunhado pelos contínuos disparos do mesmo painelista contra a oposição ao ponto de exigir uma prontidão combativa dos militares governamentais, numa atitude de autopromoção a comandante em chefe das forcas de defesa e segurança. Para quê uma a afirmação de uma imagem belicista num contexto de luto, de trégua e de acordos pacificadores assinados pelos dois líderes?O que se ilude que se possa estar a engendrar nesta ocasião? Quem afinal pode aproveitar este momento para sabotar os acordos alcançados? Tudo isto pressupõe a existência de muitos membros deste partido que podem reagir negativamente e sabotar os resultados alcançados, o que nos faz desejar que o Presidente Nyusi continue com o mesmo espirito e o mesmo punho sobre os seus para que não se aproveitem da morte do líder da Renamo para fazer recuar os grandes passos dados. Bem reafirmou na chamada telefónica o Presidente Nyusi de que o país não pode parar, citando as palavras do seu irmão Dhlakama. Neste ambiente, resta-nos desejar sucesso e sorte para que os esforços do Presidente Nyusi não sejam sabotados pelos seus e não pela Renamo, como o painelista e outros seus amigos pretendem sugerir pois estes acordos que beneficiam o país e o povo, beneficiam igualmente a Renamo. Também beneficiam a Frelimo para quem coloque os interesses do país acima de tudo, especialmente do povo, quando efectivamente, o povo é seu patrão. Moçambique ainda enfrenta mais crise e se compreende a voz embargada do Presente Nyusi pela morte do seu irmão Dhlakama pois este contribuiria positiva e pacificamente para a saída desta crise, mesmo das dividas ilícitas. Alberto Lote Tcheco 8 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 opinião Voz do Povo Olhar fotográfico Corrupção e baixo salário na actuação da PRM Maria Boca Não basta exigir boa actuação da Polícia com o salário magro e atrasado que os agentes auferem. Quando o polícia interpela um cidadão e este, durante a patrulha, não levar apresentar o seu BI, então o agente exige-lhe para falar como homem. Este comportamento deve-se ao baixo salário que aufere o polícia. Telia Manuel A actuação da Polícia é razoável, embora haver com urgência necessidade de capacitar os agentes da lei e ordem, de forma responder qualquer tipo de crime. A Polícia deve sofisticar os métodos para aferir a proveniência do armamento que os gatunos usam no momento do crime, embora saber-se que o polícia é que dá armamento ao criminoso. Mário Massingue É preciso que população colabore para que a Polícia actue bem. Há situações em que população faz uma denúncia sobre a criminalidade, mas a Polícia não aparece e se aparece apreende o criminoso e horas depois solta o. Há bairros que a partir das 20h00 é proibido circular sob pena de ser atacado ou morto pelos malfeitores. Ramos Casimiro A Polícia está trabalhar de forma a responder às necessidades da população, embora há falta de incentivo, progressões e baixo salário na Corporação. Vezes sem conta, somos confrontados com informações, segundo as quais a Polícia está a trabalhar para neutralizar criminosos, mas nunca esclarece. Para reverter este cenário. Nilton Cumbe Registado sob o n° 05/GABINFO-DE2007 Propriedade de MAGAZINE MULTIMEDIA,SA Conselho de Administração Constantino Bacela - presidente Lourenço Jossias Sheila Dundule Director: Lourenço Jossias (jossiasgira@gmail.com) (82 3093420) Editor: Nelo Cossa (nelocossa@yahoo.com.br) (82 6581770) Redacção: António Zacarias, Alfredo Langa, Aida Matsinhe, Elísio Muchanga, Nelson Mucandze, Abanês Ndanda e Adelina Pinto Fotografia: Nilton Cumbe e António Nhangumbe Correspondente: António Zacarias (Inhambane - 82 79 81 590), Directora Administrativa: Flora Nguenha (82 827 3130) (floraguenha@gmail.com) Impressão: Sociedade do Notícias S.A Direcção, Redacção, Grafismo e Administração: Rua da Concórdia (Oliveira) n°38; 1° andar único, Maputo, Tel/Fax: 21 328 579 Telemóvel: 82 01 52 830, 84 76 84 840 email: jornalmagazineinde@gmail.com www.magazineindependente.com FICHA TÉCNICA Assuntos administrativos e comercias Email: multimediacomercial18@gmail.com Telemóvel: 820152830/847684840 Grafismo: Jorge Neves (82 80 85 310) e Samuel Dias (84 75 65 575) Publicidade e Marketing: Acrísio Seixas (84 761 8156) (acrisioseixas@yahoo.com.br) Revisão: Paulo Jossias Colaboradores: Isaura Pinto e Simeão Cuamba 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 9 Dhlakama: “Quando isto der torto, eu vos levo comigo e vamos embora” Foto: Nelo Cossa Corria o ano de 1992 e era Agosto. Eu andava exausto com Roma, cidade que percorria de lés a lés nos intervalos muitas vezes sem resultados das conversações dos fratelis moçambicanos. A minha filha Iracema que iria nascer naquele mês de Agosto era uma grande pressão para eu regressar a Maputo. Roma me havia cansado e o Presidente Guebuza, meu amigo, me havia dito: espera pela cimeira. Lourenço Jossias Depois de uma cimeira para todos os efeitos louváveis entre o Presidente Joaquim Chissano e o líder da Renamo Afonso Dhlakama (a primeira), decido ir “cravar” uma entrevista ao chefe da guerrilha. Negociei directamente com ele a entrevista depois da assinatura da declaração conjunta na Vila Madamme e Dhlakama, sem hesitar, disse-me: “apareça amanhã no meu hotel”. Dia seguinte ao da cimeira, faço-me a recepção e anuncio-me. Vinte minutos depois, desce as escadas com os seus seguranças vestidos de fatos. Um protocolo italiano facilita-me a missão e fomos sentar numa mesa em volta de piscina. Fiz-lhe a primeira entrevista para o mediaFAX. Depois de quebra-gelo, ele me pergunta donde sou e respondo que sou de Massinga, Inhambane. “Conheço Massinga. Quando abri as frentes do Sul, passei por lá com minha gente”, respondeu-me. Pedi lhe a brincar que decretasse tré- guas por lá, pois meus pais estavam a sofrer da guerra enquanto nós bebíamos vinho italiano naqueles dias. Respondeu-me o comandante da guerrilha que não ia fazer isso, pois a guerra não “é jogo de futebol que tem intervalos”. “Ou acaba ou continua”, “Não podemos brincar com o povo”, até porque nem em Mangunde terra dos meus pais não decretei tréguas e nunca vou decretar”... Este era o meu primeiro contacto com Dhlakama, em pessoa, no exterior. Em Roma em paz e no País em guerra. Tremi muito nesse dia mas depois passou com anedotas de ambos que ainda mantenho. Em 1994, fiz parte do batalhão de jornalistas que lhe foi receber no Aeroporto quando se fez a cidade pela primeira vez, numa confusão danada que se saldou em montras do aeroporto partidas. Nas noites que se seguiram em negociações de difícil digestão com Joaquim Chissano no Clube Militar, nos cumprimentá- vamos e ele sempre respondia-me: “esta difícil mas vai dar”. Na campanha eleitoral de 1994, a primeira para um tipo novo de eleições, fui destacado para cobrir a sua campanha na Zambézia e em Nampula. Depois de uma seca em Mocuba, lá veio ele com uma frota de aviões da ONUMOZ a exibir o charme, atrasado uns 4 dias. Percebi então que o homem não era dado a disciplina em termos de horário. Era no entanto atento ao trabalho dos repórteres e aos detalhes da segurança. Era o tesoureiro em chefe, com dólares e meticais, rands a altura das suas numerosas necessidades. Foi na altura que se noticiou que havia uma bomba no quarto de Joaquim Chissano, foi numa altura em que infelizmente os dois candidatos se cruzaram numa mesma região, provocando tensão desnecessária, mas ele serenou-nos. “Calmem. São brincadeiras de política”. Em Nampula, num distrito creio Malema, depois de um comício de campanha, o helicóptero do líder foi apedrejado por apoiantes radicais da Frelimo. Partiram-lhe os vidros e houve alvoroço danado. Calmamente, na sala Vip do Aeroporto em Nampula, ao cair da noite, o líder nos dá “briefing”. Eu, que já era seu conhecido lhe abordo. “Aquilo não está a dar. Os meus colegas e eu próprio estamos com medo”. Dhlakama sorri e diz que aquilo “não era nada”. “É política”. “Quando a coisa der torto eu vou vos dizer e vou vos levar comigo. E por isso que ando com estes aviões todos”. Dhlakama nos serenou mas eu insisti que se continuar assim, “nós é que vamos embora”. Percebeu o medo e convidou-nos para uns drinks na sua casa onde chegamos perto das 21 horas exaustos. Ele pessoalmente a servir umas latas de cerveja quentes e refrescos. A minha malta a não beber e a querer ir embora. E mais um diálogo: “Jossias não estão a beber porque?”. “Presidente a cerveja está quente”, respondi-lhe eu. Atónito, o líder da guerrilha diz: “Ai é? Não bebem só por isso? Nós em Maringwe bebemos assim quente....e a nossa vem do Malawi...”. Num outro dia, numa outra altura, há a depressão que não me lembro do nome em Tumbine, Milange na Zambézia. Lá fui eu destacado para ir com ele distribuir uns mantimentos. Um Dhlakama comprovativamente inimigo do relógio chega ao aeroporto de Mavalane as 11 quando devíamos arrancar 8.30. A avioneta era de uns 24 lugares. Ele, eu, uns 8 seguras, creio o Uluku...Chegamos a Beira depois de uma viagem de grande cavaqueira. Ele calmo e sem pressas a conversar com as suas bases que lá foram o cumprimentar em transito. Os pilotos, uns jovens sul-africanos a pressionar que está a ficar tarde, que Milange é zona montanhosa e o tempo está mau... “Jossias, deixa esses brancos. Não sabem nada. Eu pago o avião e vão nos levar”... Falaram de taxas que não estavam previstas para Beira e ele responde que ele resolve tudo... A caminho de Milange, chuva com trovoadas e eu a pensar já na minha mãe. Ele nota e diz: “Jossias, estás com medo. Deixa lá. Eu conheço ali em baixo. Tem nossas bases a direita, nossas bases a esquerda. Eu também sei pilotar avião. Havemos de chegar bem....”. E chegamos cerca das 18 a Milange. Demos uma volta para ver Tumbine, distribuímos viveres e a luz de velas, com pilotos jovens nervosos, zarpamos para Beira. Não era previsto aqui dormirmos mas a voz do comando a chegada a Beira disse: Pilotos dormem no sitio x, Jossias vai para Embaixador, eu também e as 22 vamo-nos encontrar no 2+1 coisa parecida. Aquela foi a nossa noite eu e Dhlakama. Provou vinhos que devolvia logo a seguir porque não sabiam bem. Depois demos uma volta pela noite beirense eu no seu jeep. E ingénuo eu pergunto: “O Sr. em Maputo a queixar-se de ameaças a sua segurança, aqui nos copos numa boa?” Ele responde: “Jossias, deixa lá isso. E política. É para meu irmão Chissano não brincar comigo. Aqui é minha terra ninguém me faz nada”. Era altura que ao chegarmos a Maputo declarou que a Renamo boicota as autárquicas creio de 97... E quase 5 horas fomos a loung do Embaixador. Bater papo. Beber copos e relaxar. Querem mais? Paguem pela crónica... Esse Dhlakama que ameaçava paralisar isto em 24 horas, aparentava ser bom ser humano. Tinha o lado humano que as vezes escondia o lado belicista e militar. Esse lado dele eu nunca gostei e já lhe disse várias vezes. Também já lhe disse várias vezes que o facto de ele não permitir alternância na liderança da Renamo, lhe retirava o meu apoio político. Mas conversávamos bem. Em Outubro passado, quando perdi o meu irmão, em pessoa e a partir das matas me ligou a exprimir condolências. Ele acabava de perder a filha e comentou: “Jossias, a morte é sempre uma desgraça. Eu sei o que é isso porque acabo de perder a minha filha”. É esse Dhlakama, outro, que conheço. O general de quatro estrelas que as vezes foi aos copos comigo e mandava as fava os pilotos medrosos. Paz a sua alma. Pelo menos garantiu-nos a paz. Que o seu sucessor termine com a missão iniciada. 10 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 nacional Parlamento suspende plenária A Assembleia da República de Mocambique vai suspender esta semana os trabalhos da plenária de modo a permitir a participação dos deputados nas exéquias de Afonso Dhlakama, líder da Renamo, falecido na quinta-feira, na Serra da Gorongosa, província central de Sofala, vítima de doença. Maputo prepara legislação sobre circulação de pessoas e bens na CPLP A capital moçambicana, Maputo, acolhe nos dias 9 e 10 de Maio corrente, a primeira Conferência Económica do Mercado da Comunidade dos Paí- ses de Língua Portuguesa (CPLP). Este evento é organizado em parceria com a Confederação Empresarial da CPLP e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), e tem como objectivo principal preparar a legislação que permita maior liberdade de circulação de pessoas, bens, capitais e serviços, entre os países da CPLP. Estarão envolvidos nestes trabalhos as maiores Sociedades de Advogados destes países - para garantia de observação de todas as normas legais respeitantes aos nove (9) países membros. A proposta observará quatro acordos multilaterais a saber: dois de Facilitação de Investimento - Dupla Tributação e Protecção ao Investimento; constituição de Empresas de Capital estrangeiro dentro da CPLP (idênticas às nacionais); Acordo para Livre Circulação de Empresários, os chamados Vistos de Negócios; constituição de um Tribunal Arbitragem e de Mediação da CPLP de modo a evitar que se recorra aos tribunais internacionais - como se tem feito - para resolução dos conflitos; Serão ainda elaboradas normas para constituição de um Manual de Ética e «Compliance» das Empresas da CPLP. As resoluções desta Conferência irão ajudar os governos de cada país membro a elaborar legislação que permita a chegada a um mercado muito maior de todas as empresas que já têm tido um papel importante no desenvolvimento económico da comunidade lusófona População recusa reabilitação das casas pela Vale em Moatize A população de Chipanga reassentada no bairro 25 de Setembro, na vila de Moatize em Tete, recusou-se em reunião popular ocorrida quinta-feira, 3 de Maio corrente que a reabilitação das suas casas seja feita por empresas contratadas pela Vale Moçambique. Porque a mineradora Vale já havia iniciado com o projecto de reabilitação de 10 casas em 2017, as 290 famílias ali reassentadas rejeitaram a continuidade deste trabalho, gerando assim, um impasse entre as partes. António Zacarias Em reunião havida no Centro de apoio comunitário daquele bairro, Horácio Gervásio da Vale Moçambique, determinou para esta Quinta-feira, 10 de Maio, a data para mais uma ronda negocial na qual tenta-se estabelecer a modalidade de reabilitação das casas daquele bairro. A agenda negocial entre a Vale e a comunidade surge por haver sido forçada pela população a paralisação da reabilitação daquelas casas em 2017, devido a má qualidade detectada pelos proprietários. Aliás, a paralisação foi forçada quando já estava a terminar um lote de 10 casas, através de uma empresa que foi igualmente desclassificada pela população. Sobre a mesa de negociações estão dois pontos sendo a reabilitação directa pela Vale, que foi rejeitada e o pagamento de um valor em dinheiro para que sejam os proprietários a contratar de forma independente quem deve reabilitar as suas casas. A Vale, segundo Horário Gervásio reserva-se ao direito de proceder como a comunidade pretende, mas com rigor quanto ao tipo de casa e o estado de degradação. Na última reunião do dia 3 a comunidade estava muito agitada. De longe, não se busca consenso quanto a reabilitação das casas do bairro 25 de Setembro. No sei site na internet, a Vale dá a conhecer que é uma mineradora preocupada com o ambiente e com a sustentabilidade dos seus negócios. Além de investir em alta tecnologia nas operações como forma de causar o menor impacto ao ambiente, a mineração e a recuperação das áreas mineradas ocorrem de forma simultânea. Revela ainda que o programa de vegetação das áreas mineradas é reforçado com o plantio de mudas de árvores nativas como forma de devolver o terreno ao seu habitat original. Paralelamente, nessa fonte a Vale reaproveita cerca de 80 por cento da água utilizada na usina no processo de beneficiamento do carvão, para além de adoptar ainda a tecnologia de ponta para antecipar e controlar possíveis emissões atmosféricas de partículas respeitando integralmente os requisitos legais. Aliás, em Chipanga donde proveio a comunidade reassaentada pela Vale no bairro 25 de Setembro, foi experimentado globalmente, com grande êxito, o carvão, tendo sido considerado marca de carvão de classe mundial produzido pela Vale na maior mina a céu aberto em Moçambique, a mina de Moatize. A marca “Chipanga Premium HCC”, tem baixo valor de humidade total que resulta em ganhos significativos no processo de coqueificação. É usado como fonte de energia nas indústrias, para produzir ferro, aço e cimento. O carvão de Moatize está bem posicionado internacionalmente para abastecer, com custo competitivo, os mercados globais da Ásia, Europa e ainda o Brasil. Segundo este site, a mina de Moatize possui uma capacidade de 11 milhões de toneladas por ano, oque representa uma capacidade instalada actualmente de produção de carvão da mina de Moatize, na província de Tete. Para melhor responder à demanda de processamento de carvão, a Vale investiu na construção da maior central de enriquecimento de carvão do país. Rui Vasconcelos Caetano, director da Associação de Apoio e Assistência Jurídica às Comunidades, AAAJC, defende que a Vale deve salvaguardar o direito das comunidades. Não existe A descreve que AAAJC assessorou a comunidade de 25 de Setembro, em Moatize, que beneficiou-se do reassentamento urbano. Foi através da elaboração de uma petição dirigida a Ministra dos Recursos Minerais e Energia. Nessa petição denunciou irregularidades perpetradas pela Vale Moçambique no processo de reassentamento e indemnizações das famílias retiradas em Chipanga, zonas abrangidas pelo projecto de exploração de carvão mineral. Essa petição foi feita com o conhecimento da Assembleia da Republica, que prontamente respondeu através da carta ref.ª 015/ GPAR/2016, datada de 30 de Dezembro de 2016 e assinada pela Presidente da Assembleia da Republica, Veró- nica Macamo. Na sequência do seguimento das reivindicações apresentadas pela comunidade de 25 de Setembro, a empresa Vale Moçambique contratou a empresa “Pro Air Construções” para proceder a reabilitação de 10 casas que apresentam deficiências notáveis. Contudo, até ao momento foram reabilitadas apenas 7 casas e o processo ficou paralisado devido a má qualidade da reabilitação. Rui Caetano denuncia que em Moatize, entre 2009 e 2011, foram reassentadas cerca de 1365 famílias, cerca de 750 das quais foram integradas na comunidade de Cateme e outras, em número significativo, foram reassentadas na Unidade 6 do Bairro 25 de Setembro. O reassentamento das famílias afectadas pela exploração de carvão mineral pela empresa Vale Moçambique, sobretudo na comunidade de Cateme, é tido como a mais visível referência de um reassentamento injusto, inquinado de diversas ilegalidades e ofensivo dos direitos fundamentais das comunidades locais. Em tempos, a Vale Moçambique, nem aceitava dialogar com as comunidades afectadas. Mais tarde decidiu manter encontros com as comunidades de Ntchenga e Cancope, em consequência da pressão exercida por organizações da sociedade civil parceiras da AAAJC, com destaque especial para o “Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale”. Rui Vasconcelos Caetano, director executivo da AAAJC 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente SUPLEMENTO 11 SUPLEMENTO Savana 27-04-2018 1 SOCIEDADE Celebrando 15 anos da ponte para os profissionais de sucesso 12 SUPLEMENTO Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 2 Savana 27-04-2018 SUPLEMENTO Há 15 anos surgia no país, a Universidade que veio estabelecer “a ponte para os profissionais de sucesso”. Trata-se da Universidade Técnica de Moçambique (UDM), que emergiu para responder as necessidades do país na área formativa, num contexto em que poucas se “aventuravam” para lecionar cursos de engenharia. Introduziu a especialização nos cursos que lecciona como forma de atender as exigências do mercado, direcionando o estudante para o saber o fazer. Os números falam por si; a Universidade começou as suas actividades em 2003, com dos 62 estudantes distribuídos em cinco curso, ambos ao nível da licenA inovação foi preponderante ciatura. São eles, licenciatura em Engenharia de Gestão Ambiental, tendo sido a primeira instituição a oferecer este curso no país; Engenharia em Gestão Industrial. Na área das ciências sociais tinha a licenciatura em Administração e Gestão bem como a licenciatura em Ciências Jurídicas. Actualmente conta com 2935 estudantes dos quais são 48% mulheres, distribuídos em três faculdades, nomeadamente: Faculdade de Ciências Tecnológicas, Faculdade de Ciências Jurídicas e Faculdade de Ciências Económicas e Sociais. Do total de inscritos, 2.547 frequentam 13 cursos de licenciatura, 79 no pós graduação, 304 no mestrado e 23 no doutoramento. O administrador da UDM, Jorge Pondeca que faz um balanço positivo dos 15 anos de existência da instituição, explica que, para tornar o projecto em realidade, foi preponderante o papel exercido pelo primeiro reitor da instituição o Prof Doutor Fernando Ganhão que com a sua experiência, sabedoria e criatividade deu um valioJorge Pondeca Mensagem do magnífico Reitor da UDM, Prof Doutor Severino Ngoenha Fazer mais e melhor Este ano, nós celebramos os 15 anos da fundação da UDM. O estado moçambicano desde a independência apostou na massificação do ensino, dum lado, para dar sentido a independência que acabávamos de alcançar e doutro, porque confiamos no saber e na educação como bases para o desenvolvimento de Moçambique, como aliás fizeram todos países do continente desde as independências da década 1960. A massificação significou abrir escolas a todas crianças de Moçambique em todos os lugares onde se encontravam. Essa massificação do ensino primário foi depois seguida duma massificação a nível secundário. Esse processo foi um dos mais importantes que Moçambique realizou e foi duro, porque depois da independência os poucos professores formados que nós tínhamos, maior parte dos quais eram portugueses abandonaram Moçambique. Então, nós tínhamos que massificar sem ter o pessoal suficientemente formado para levar acabo essa missão. Era uma grande aporia e nós tínhamos que fazer um milagre e fizemo-lo o milagre. Para isso sacrificamos toda uma geração por uma causa superior. É toda a geração de 8 de março, na qual todos participamos. Fechamos as escolas do 6º e 7º anos levamos muitos moçambicanos a abandonar o que eram sonhos individuais deles para realizarmos um bem maior, um bem colectivo e um bem nacional. Mas estes 30 ou 40 anos de continua massificação do ensino primário e secundário tinha que desaguar necessariamente numa outra massificação que era do ensino superior. Dum lado para satisfazer os desejos individuas das pessoas, para realizar os sonhos das famílias, mas doutro, porque hoje é intrinsecamente e indispensável necessário uma educação sempre mais forte, sempre mais elevada para satisfazer os desafios nacionais de Moçambique no contexto interno, no contexto regional, mas também no contexto internacional. Como aconteceu em 1975 e 1976 Moçambique tinha a necessidade de massificar, mas não tinha condições sozinho como Estado para levar acabo esta missão e se justifica que tenham nascido instituições privadas, cujo objectivo não era concorrencial ao Estado. O objetivo era ajudar o Estado numa missão que o Estado não conseguia levar acabo sozinho. A imergência do ensino superior privado tem que ser visto como uma colaboração, uma iniciativa de privados que visava ajudar o Estado a cumprir a sua missão, satisfazer as vontades os anseios dos indivíduos, das famílias e preparar potenciais moçambicanos formados a fazer face ao estado actual do desenvolvimento em que Moçambique se encontra. É neste contexto e neste prospecto paradigmático que também nasceu a UDM, com uma particularidade, dado que o assento da nossa formação foi sempre metido nas humanidades e mais tarde com o nascimento da faculdade pedagógica, na formação pedagógica de professores. A UDM nasce com uma vocação técnica e ainda hoje mais de 50% dos nossos estudantes estão ligados ao ensino técnico e nós escolhemos como disciplinas para esse ensino técnico aquelas matérias que respondiam ao estado do desenvolvimento, da descoberta dos recursos, do desafio com que Moçambique estava confrontado. Por isso depois das engenharias diferentes, nós abrimos cursos ligados a questão de energia ou e ainda mais recentemente as questões de petróleo. Claro que dificuldades, temos dificuldades de professores formados nessas matérias, temos dificuldades de material didático, dificuldades de laboratório que são extremamente importantes, mas temos duas alternativas: Num momento de dificuldade abandonar o barco, nesse momento deixar famílias, deixar indivíduos ou pensarmos que não obstante as dificuldades vamos avançar. Os maiores desafios que nós temos são de sempre sermos os melhores, melhores na oferta que fazemos aos estudantes, na preparação que nós damos para que eles estejam em altura de responder aos desafios nacionais, regionais e internacionais. Por isso, os desafios principais são, acolher sempre os estudantes que chegam, tendo em conta as dificuldades que podem trazer na formação precedente, mas mete-los em condições de ultrapassar as dificuldades para poderem engrenar no sistema do ensino superior. Deste modo, o primeiro desafio é pedagógico, nós metemos como pedagogia de base em tudo aquilo que é nosso ensino, um ensino centrado sobre o estudante. Nós temos no processo de ensino professores que são bons, extraordinários os outros é que são meio bons, tem dificuldades, mas porquanto o professor possa ser bom se o estudante não se aplicar, se não for ele o protagonista, quer dizer que a transmissão do ensino não vai atingir o objectivo a que se propõe. Meter a pedagogia centrada no estudante significa que o professor torna-se uma espécie de sinaleiro que mostra o caminho no qual o condutor do autocarro tem que seguir, mas que quem conduz o carro é o pró- prio estudante. Esta é a primeira e grande revolução pedagógica que temos que introduzir, primeiro para que o professor saiba que a função dele é ser coach como dizem os anglo saxónicos ou sinaleiro, mas sobretudo que o estudante entenda que não pode limitar-se a críticas externas daquilo que o professor sabe e faz ou não sabe ou não faz, mas que ele é protagonista principal. Se você olhar para aquilo que aconteceu nos últimos 40 anos, nós como professores, até pedagogicamente com deficiências, fomos capazes de criar, de produzir, de fazer sair pessoas que quando saem de Moçambique e vão para fora são completamente competitivas e concorrenciais. Isso acontece exactamente porque o estudante assumiu que o protagonista principal do ensino era ele. E isto é o que fizemos na escola primária e secundária temos que produzir nas nossas escolas tendo em conta sempre as deficiências que nós temos, por isso mesmo ligado a pedagogia e ao estudante nós temos uma formação continua que nós fazemos ao nosso corpo professorado em duas maneiras: Primeiro, um pouco para responder as directivas da Comissão Nacional de Avaliação e Certificação do Ensino Superior (CNAC), nós obrigamos todo o nosso professor que só tinha uma licenciatura, tenha uma formação de mestrado, por isso abrimos cursos de formação. Fizemo-lo com ajuda de professores de instituições públicas e privadas e também com uma colaboração internacional. Em segundo lugar, nós fazemos cursos de reciclagem sistemática aos sá- bados para os nossos professores para estejam em altura e com metodologias modernas, com ensino autovisual, métodos renovados. Lutamos pata laboratórios trabalhando com laboratórios que existem ou tentando comprar até com ajuda de empréstimos externos aquilo que é material didático necessário para nossa formação. Apostamos na formação de professores na melhoria das condições dos estudantes. O objectivo da UDM nos próximos anos é de estar a altura de responder aos desafios pedagó- gicos internos da instituição na transmissão do conhecimento, é preparar os estudante para que estejam a altura de participar na luta para o desenvolvimento do país, na luta pela inserção de Moçambique nos mercados regionais e internacionais, mas ao mesmo tempo responder aos desafios que as famílias se fazem apostando na formação numa instituição como a nossa, para que as condições de vida delas como famílias e dos filhos que eles tem possam melhorar sistematicamente. Este é o desafio da nossa instituição, este é o objectivo que nos propormos para os próximos anos. A UDM está em pleno crescimento, está numa metamorfose constante, ela vai mudar sob ponto de vista pedagógico no incremento da qualidade da oferta, no incremento dos cursos que respondam as necessidades do desenvolvimento do país. Nos propomos a fazer sempre mais e sempre melhor. so contributo na implantação dos alicerces da Universidade. Destaca a introdução das licenciaturas orientadas ao mercado de emprego, que no seu entender constituíam a marca da Universidade. Segundo Pondeca, aquele tipo de licenciatura permite que o estudante conclua a formação com uma determinada especialização. Tomou como exemplo o curso de Ciencias Jurídicas, para esclarecer que o estudante que pretendesse seguir a carreira de advogado, a partir do quinto semestre era submetido a especialização denominada jurídico forense. Cada curso foi alvo de reflexão para estabelecimento da respectiva especialização. “Este modelo foi uma das grandes inovações e resolveu um problema que os graduados tinham. Evitámos formar generalistas que é o que existe em abundância no mercado”, observou. Assim, o mercado viu na UDM uma instituição que ia ao encontro das exigências do mercado para o preenchimento das suas necessidades formativas. Pondeca diz reconhecer que o processo de ensino e aprendizagem nunca é acabado, pelo contrário está em continua construção e a pergunta que não quer calar é: como é que podemos nos constituir numa permanente ponte dos profissionais de sucesso?. A resposta, de acordo com o administrador, tem sido encontrada adoptando estratégias, tácticas e todo um conjunto de mecanismos que concorram para o efeito. 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente SUPLEMENTO SUPLEMENTO 13 Savana 27-04-2018 3 Numa altura em que o país regista um boom de recursos naturais, o que não tem encontrado grandes respostas nas instituições de ensino, os cursos das engenharias ( faculdade das ciências tecnológicas) são os mais procurados na UDM, o que faz com que 55% dos 2.935 estudantes inscritos no presente ano académico estejam a frequenta-los. Confrontado com esta situação o director académico da UDM, Augusto da Silva Hunguana diz que a sua instituição tem estado na vanguarda e ocupa um espaço distinto, procurando sempre inovar os seus cursos de forma muito peculiar para responder os desafios do desenvolvimento do país. Refere que nesse processo a instituição procura sempre antever os problemas e gerar neles uma plataforma de oportunidades para ir respondendo a parte dos problemas gerados até pelo próprio desenvolvimento. Prova disso, aponta a implementação de cursos híbridos logo na sua abertura, destacando os cursos de engenharia ambiental e gestão de desastres que inicialmente as turmas não tinham mais de 10 estudantes ( eram cursos apoiados financeiramente por outros mais procurados como as da ciências jurídicas), engenharia e gestão industrial que de principio não eram percebidos como cursos de engenharia, mas que hoje se tornaram em bandeira e tem quadros no mercado a resolverem problemas que se julgava serem menos importantes. Hunguana adverte que o ensino não pode se resumir aos recursos naturais que tanto se fala, isto porque se não forem acompanhados ou apoiados por outras áreas podem não ter o merecido valor. Fala por exemplo, da necessidade de se reflectir em torno de um novo paradigma para os cursos das ciências jurídicas, ou seja, repensar num direito que possa também criar mais valias a exploração dos recursos naturais, a componente logística que pode estar associada a exploração dos recursos naturais, a componente social, quando se abordarem os processos de reassentamento da população que habita no local ou nos limites onde estão incorporados esses recursos naturais. Deste modo, aponta que a UDM está a refletir e desenhar novas formas de dar resposta por via dos curricula dos cursos, sejam eles por orientações que devam ser criados ou pelos planos temáticos e ou analíticos das disciplinas. Avançou que a UDM vai brevemente aprovar o seu portfólio de linhas de investigação e extensão, e grande parte dos desafios vão poder ter respostas nos vários projectos. No entanto, Hunguana que é também coordenador do Gabinete de Gestão de Qualidade Pedagógica na UDM, referiu que os cursos oferecidos pela instituição são transversais e bietápicos, pois no início há uma formação bá- sica e terminam com uma orientação. Isto visa responder ao repto governamental no sentido de providenciar cursos que visam alavancar o sector produtivo. Sublinhou o investimento que a instituição faz na parte final dos planos de estudos (currículos), ou seja procurando fazer com o estudante tenha ferramentas essenciais que lhe permitam ter uma flexibilidade no campo profissional. Exemplifica com o curso de licenciatura em engenharia ambiental e gestão de desastres que seguiu essa linha, e hoje colocou graduados a trabalharem no campo da agricultura com ferramentas municiadas no curso do ambiente. Entende Hunguana, que a abertura de novos cursos está sujeita ao estudo que no momento está sendo feito, cujo objectivo é identificar áreas que ainda não estão a ser respondidas mas cruciais para o desenvolvimento dos vá- rios sectores prioritários de Moçambique. Disse que o país tem sido ciclicamente assolado por desastres ou catástrofes de índole ambiental que vão criar outros tipos de problemas de âmbito socio cultural e demográfico. Nesses casos, prosseguiu, precisamos casar cursos híbridos que resultem de uma combinação dos cursos de engenharia com as da área económica social e até mesmo jurídica. Ao encontrarmos soluções a essas situações estaremos a dar respostas as preocupações governamentais e da sociedade no geral. Acasalar recursos naturais com outros cursos A conquista do espaço num mercado de ensino bastante renhido como o nosso leva o seu tempo, mas também, é preciso acima de tudo saber manter o nome, o que exige um permanente exercí- cio de auto avaliação. A UDM não foge a regra, com 1.200 graduados (57% mulheres) disponibilizados ao mercado, uns assumindo posições de chefia e de lideranças outros não, a Universidade tem se empenhado na avaliação permanente dos seus formados. Segundo o director académico, Augusto da Silva Hunguana, a avaliação consiste em duas vias. A Primeira reside na autoavaliação dos cursos internamente, onde se afere a qualidade por cada indicador base e estabelecido no Sistema de Gestão de Qualidade Pedagógica da UDM. O segundo é externo e passa por analisar os relatórios dos estágios dos nossos estudantes, e também o grau de inserção e performanPerfeição é uma constante em construção ce dos mesmos no mercado de emprego. Quando as instituições das quais acabam sendo nossas parceiras, procuram empregar os nossos graduados ou mesmo enviar seus colaboradores para se formarem na nossa Universidade, esta é também uma evidência que pode indicar a qualidade dos nossos serviços. Entende Hunguana que participação dos estudantes da UDM em concursos externos, onde alguns acabam ficando em posições de destaque, serve também como barómetro de avaliação, sem deixar de lado o facto de muitos deles se verem envolvidos em projectos inovadores e de empreendedorismo. Um terceiro elemento é que durante o processo de entrevistas para os novos ingressos, grande parte dos que entram, de acordo com director académico vem com indicação de um familiar próximo, colega ou mesmo pelo seu serviço. Este sinal pode estar a significar um reconhecimento e referência dos nossos serviços em termos de qualidade e aceitação. Outro indicador que referenciou são os acordos institucionais onde a instituição recebe o feedback do seu processo de ensino e aprendizagem. Não obstante este quadro bastante encorajador, Hunguana diz não pretender com isto dizer que é só um mar de rosas, reconhece que há ainda muitos desafios para continuarem a elevar a qualidade, tanto mais que este processo de preocupação com a qualidade é infinito. O Conselho Nacional de Avaliação da Qualidade do ensino Superior (CNAQ) tem sido a entidade governamental que tem dado um grande impulso na cultura da qualidade, procurando desenvolver e sistematizar todos barómetros de aferição da qualidade das instituições do ensino superior e no caso particular, a UDM. Assinalou Hunguana que de momento o Reitor, Professor Severino Ngoenha está a trabalhar num projecto que vai fazer com que os antigos estudantes da UDM se agrupem numa associação pertencente a instituição para materializar projectos científicos sociais e que beneficiem a sociedade moçambicana. Neste momento está em processo a elaboração dos estatutos e parte normativa para efeitos de legalização. Dez anos depois de ter introduzido cursos de licenciatura, a Universidade decidiu complementar a sua missão de ensino e aprendizagem promovendo a extensão e investigação. É neste quadro que em 2013, introduziu cursos de mestrado, em 2017 o curso de doutoramento como forma de promover a pesquisa para o desenvolvimento do país em diversas frentes. A área dos Direitos Humanos, Boa Governação e Desenvolvimento Economico foi eleita para estrear quer o mestrado e tem a sua continuação no doutoramento. Para Luca Bussotti, director dos cursos de pós graduação, tomando como base o tempo de existência da Universidade julga que a mesma já atingiu a maturidade suficiente para apostar em cursos de doutoramento. Aclarou que o curso conta com a colaboração de renomados professores como a britânica Teresa Smart e o norte americano Joseph Hanlon, para além de contar com um acordo especifico com a Universidade italiana de Tor Vergata. Afirma que esse acordo permitiu sessões de troca de experiência entre as duas instituições em 2017, faltando de momento o intercâmbio entre os estudantes e publicações conjuntas, factos para os quais já se está a trabalhar apesar da escassez dos recursos. Abordando o contributo da academia para o desenvolvimento do país na componente de investigação, destacou o programa Peri-Peri que originou algumas publicações em revistas científicas internacionais, cujo ponto mais alto foi a difusão da informação sobre o risco relacionado com os desastres naturais, principalmente nas províncias de Inhambane e Sofala, envolvendo vários actores sociais e políticos ao nível dos diferentes distritos. É que no âmbito da investigação a academia tem como objectivo contribuir para a criação de uma consciência crítica dos problemas e oportunidades do país e da região, pelo que dadas as condições climatéricas do nosso país que de forma cí- clica nos submetem a calamidades a Universidade entendeu que era pertinente Crescer ainda mais Luca Bussotti apostar nesta área de modo a elevar o nível de raciocínio que contribua para adopção de práticas ambientalmente saudáveis. Para os próximos tempos, a Universidade projecta a introdução de um curso de ciber segurança. Para Jorge Pondeca que avançou que os estudos nesse sentido estão numa fase bem avançada, justifica a pertinência do curso aos desafios com quais o mundo das tecnologias de informação e comunicação tem confrontado os cidadãos dia após dia. Ressalvar que recentemente a rede social facebook gerou muita polemica pelo facto de se ter violado a privacidade dos internautas para propaganda política. Precisou o administrador da UDM que estão a trabalhar neste sentido quer internamente quer com outras instituições para a construção deste curso de ciber segurança. Aponta que o curso vai também ao encontro da política governamental que tem se esforçado em criar legislação para promover segurança naquele mundo, porque a sua ausência pode gerar consequências cujas proporções são desconhecidas. 14 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 4 Savana 27-04-2018 SUPLEMENTO Coube a Faculdade das Engenharias da UDM organizar o ponta pé de saída das comemorações dos 15 anos da instituição, cujas actividades se espera que se prolonguem ao longo do ano. A instituição decidiu juntar o útil ao agradável, num dia em que para além das festividades foi aberto o ano académico, cuja oração de sapiência foi proferida pelo Professor Doutor Sérgio São Bernardo, com o tema: Desafios sociais das universidades: o caso da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), uma das maiores instituições públicas de ensino superior do Brasil. Experiências laboratoriais Num dia inesquecível foram promovidas ainda actividades desportivas, feira de saúde, de livro, gastronómica, teatro, declamação de poesia e música ao vivo proporcionada com Roberto Isaías que fez vibrar a plateia com o seu vasto e rico repertório. Um dos momentos mais aguardados foi o da apresentação pelos estudantes do curso de Gestão de Energias Renová- veis e Recursos Petrolíferos de experiencias laboratoriais como forma e evidenciar a formação que recebem no curso. Com recursos a laboratórios virtuais os estudantes mostraram como se desenrola o processo de extração de petróleo numa bacia sedimentar. Com recurso a tecnologia de ponta os estudantes exibiram as diferentes fases desde a sondagem a perfuração do poço, a extração do petróleo através do separador trifásico horizontal que isola o óleo, gás e água que surgem durante o processo de extração do petróleo até à sua transformação em derivados de crude. Outra amostra foi a de uma estação de tratamento de águas residuais e produção de energia a partir de um sistema fotovoltaico para o abastecimento doméstico com destaque para um projecto de criação de pintos ou para um sistema de irrigação de pequena escala. A construção de um campus universitário constitui o principal desafio de momento para a instituição que neste momento funciona em três edifícios arrendados. Enalteceu Jorge Pondeca a importância de um campus para melhoria dos serviços que a Universidade presta ao público, mas por se tratar de um assunto de longo prazo, optou por se concentrar nos desafios de médio e curto prazo. Falou da necessidade de melhorar cada vez mais a qualidade do ensino e aprendizagem que deve passar pela criação de meios que concorram para o efeito. Uma delas é a formação do corpo docente que segundo a nossa fonte é um desafio do país que UDM apanha por tabela. Disse que a sua instituição está envidado esforços nesse sentido, oferecendo cursos de formação para docentes universitários. Citou o mestrado em Docência e Gestao de Ensino Superior leccionado na UDM, cuja vocação é formar docentes universitários, que o considera como sendo de capital importância para alimentar as academias do país. “Ao longo dos 40 anos de independência do país houve um longo trabalho de formação de professores, só que estava dirigido para os níveis primário e secundário. O superior foi um pouco esquecido e não houve um grande trabalho. Espero que o que está fazendo a UDM seja uma das contribuições e o Estado irá de maneira clara e incisiva levar acabo um plano de formação mais abrangente”, disse. Enquanto olha com esperança a consolidação da formação do corpo docente que constitui um dos principais activos no processo de ensino e aprendizagem, apontou o desafio de aquisição de laboratórios que se mostram ser de capital importância. Mas, congratula-se com o nível de apetrechamento da UDM em laboratórios que também são uma componente imprescindí- vel na melhoria da qualidade do Sonhamos com um campus próprio ensino. Referiu que ano passado a Universidade adquiriu um laboratório para área das energias renováveis destinado aos cursos de engenharia e gestão de recursos renováveis e petróleos. Neste laboratório o estudante acompanha de forma virtual como é feita a exploração daqueles recursos de forma sustentável. Mencionou ainda a aquisição de um laboratório de simulação empresarial que permite que os estudantes tenham, ainda no decurso da sua formação, acesso ao ambiente virtual de criação e exploração de um negocio com todas suas componentes envolvidas. “O nosso objetivo é que a partir deste laboratório todo estudante tenha a oportunidade de incubar o seu negocio ainda na fase da formação académica. Trata-se de uma espécie de start up. A simulação empresarial atende primeiramente as necessidades dos cursos de gestão, mas também das engenharia e ciências jurídicas porque todos eles tem a componente gestão”, assinalou. Nos antecipamos a crise A crise económica e financeira que devasta o país desde 2015, também teve o seu impacto nas instituições de ensino, cuja sustentabilidade depende das propinas dos estudantes. A UDM diz que se antecipou a crise adoptando estratégias que facultassem os estudantes o cumprimento das suas obrigações. O administrador da UDM é de opinião que a escassez dos recursos sempre existiu, porque mesmo nos momentos designados de vacas gordas, estudantes houve que apresentavam dificuldades de honrar com o seus compromissos. Nesta linha de pensamento diz que se apostou num diálogo permanente e aberto com os estudantes e respectivas famílias para que em caso de dificuldades em saldar as propinas se aproximassem ao departamento de contabilidade para em conjunto desenharem as melhores propostas. “Cada estudante apresenta o seu plano de pagamento que resulta de uma reflexão sobre a vida dele ou da restruturação das suas despesas. Na contabilidade há um sector que se dedica a atender essas casos, e fazemos um jogo para encontrar o ponto de harmonia. A negociação é feita tomando em conta as necessidades da Universidade para que se mantenha em funcionamento plenamente”, explicou. Tendo de seguida apontado que casos há de estudantes que em situação normal não teriam concluído a formação. Este modelo ajudou em parte a manter estudantes durante os pico da crise, pois como se sabe ninguém ficou imune. Estudantes do curso de engenharia Feira de engenharia Experiência laboratorial SUPLEMENTO 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 15 english Cocaine intercepted en route to Beira According to reports in the South African media, members of the South African Police Service crime intelligence and South African Revenue Service on Monday intercepted a suspect at O.R. Tambo International Airport in Johannesburg. Minister bars media from inspections The Mozambican Minister of Industry and Trade, Ragendra de Sousa, has suspended key operations of the National Inspectorate of Economic Activities (INAE) because they were being accompanied by the media. Speaking to reporters on Wednesday, Sousa said “We should not take the press on our supervisory and inspection activities. This is routine government work which does not need the presence of the media, and so I have ordered the suspension of the operation because of the way it was being conducted”. He was referring to “Operation Kulaya”, which was specifically looking at whether products on sale to the public are appropriately labelled, and whether the instructions that key foodstuffs (such as grains, vegetable oil and salt) can only be sold if they are fortified with micro-nutrients are being obeyed. The operation was carried out not only by INAE, but also had the cooperation of the Ministry of Health, the National Institute of Norms and Quality (INNOQ), and municipal authorities. For many months INAE has been undertaking highly publicised inspections which have led to the temporary closure of many restaurants, bakeries, slaughterhouses and other commercial establishments because of gross violations of basic norms of hygiene. The presence of the media, and particularly of television crews, has dramatically shown the Mozambican public the filthy conditions under which food is handled in these places. Now Sousa wants to shut all this down, apparently because it violates the rules of his Ministry. “The operation was planned in the Ministry, where very specific guidelines were drawn up”, he said. “But everything we’re seen on television, for example, was not decided here”. He questioned the presence at INAE inspections, not only of the press, but also of the fire brigade – although inviting members of the body in charge of public safety to attend inspections seems entirely logical. AIM Mozambique slips down press freedom rankings Mozambique has slipped six places in the press freedom rankings drawn up every year by the international NGO, Reporters without Borders (RSF). Mozambique fell from 93rd position in the rankings in the 2017 RSF index, to 99th in the 2018 index, published this week. But Mozambique’s score, on which the rankings are based, is virtually unchanged – 31.05 in 2017 and 31.12 in 2018.05.04. RSF explains that the score is compiled from responses by experts (media professionals, lawyers and sociologists) to a questionnaire distributed online and translated into 20 languages, combined with quantitative data on abuses and violence against journalists. A team of specialists keeps a tally of all known abuses against media outlets and professionals, relying on a network of correspondents in 130 countries. Among the factors that go into calculating a country’s score, in addition to abuse and violence, are pluralism in the media, media independence, self-censorship, and the legislative framework for reporting. A perfect score would be zero, and a few countries in northern Europe approach this – Norway is top of the index with a score of 7.63, followed by Sweden with 8.31 and Holland, with 10.01. At the other end of the index are countries whose score approaches 100, and are regarded as hellholes for journalists. As usual, North Korea comes bottom of the 180 countries classified, with a score of 88.87. The roll-call of disgrace also includes Eritrea (84.24) and Turkmenistan (84.2). The African country with the best score is Ghana (18.41, putting it in 23rd position), followed by Namibia (20.24, 26th place), and South Africa (20.30, 28th). Mozambique’s near static score means that six countries that were below it in the 2017 index, improved enough to overtake it. They are Tunisia, East Timor, Liberia, Kenya, Panama and Lebanon. RSF comments on Mozambique that “At an event marking World Press Freedom Day in 2017, President Filipe Nyusi’s government recognized the importance of the role played by journalists in promoting democracy and promised to guarantee a favourable environment for the freedom to inform. The media nonetheless suffer from a lack of resources and training. Journalists and media who upset the authorities continue to be exposed to threats and intimidation, with the result that self-censorship is widespread, especially in rural zones”. But no Mozambican journalists or other media professionals were killed in 2017, the period covered by the latest index.AIM The Mozambican government has granted Afonso Dhlakama, leader of the main opposition party, the rebel movement Renamo, who died on Thursday, an official funeral. The decision emerg e d f r o m a n extraordinary meeting of the Council of Ministers (Cabinet) held on Friday night. The government spokesperson, the Deputy Minister of Culture and Tourism, Ana Comoana, gave no details of the plans for the funeral, but said that a government commission, headed by Justice Minister Isaque Chande, has been appointed to discuss all necessary support with the Dhlakama family and with Renamo. The official funeral is not a favour, but is covered by the 2014 law on the rights and duties of the leader of second most voted party (in other words, the leader of the opposition, although this term is not used). The law gives the leader of the second party the right to an official funeral, with state honours. Comoana also announced that, in order to deal with the consequences of Dhlakama will receive official funeral Dhlakama’s death, President Filipe Nyusi has postponed his state visits to Norway and Finland. According to a report in the online edition of the independent daily “O Pais”, the Dhlakama family has announced that the funeral will take place next Wednesday in Dhlakama’s birthplace, Mangunde, in Chibabava district, in the central province of Sofala. Dhlakama’s father is the regulo (traditional chief) of Mangunde. Renamo has so far said nothing about who will succeed Dhlakama as President of the party. The implications Dhlakama’s death might have for the peace talks that he was holding with Nyusi are also currently unclear. The Renamo Political Commission met in Beira on Friday and issued a call for “calm and courage” to Renamo members and to the public at large. Dhlakama’s body was transported over land from the military base in Gorongosa district, where the Renamo leader had been living since late 2015, and arrived in Beira before dawn on Friday morning. The body is currently in the morgue at Beira Central Hospital.AIM Foto: Nilton Cumbe Foto: Nilton Cumbe 16 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 economia PME beneficiam de fundo dos Emirados Árabes Unidos Cinco de um total de 18 Pequenas e Médias Empresas de Moçambique, que operam nos sectores agrí- cola e industrial, preenchem os requisitos para obter financiamento de um fundo dos Emirados Árabes Unidos de apoio ao desenvolvimento, anunciou a Confederação das Associações Económicas. FIDA atribui 120 milhões de dólares para pequenos produtores agrícolas O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) vai doar 120 milhões de dólares (100 milhões de euros) a Moçambique para apoio durante sete anos a pequenos produtores agrícolas, anunciou semana passada, em Maputo, aquela agência das Nações Unidas, citada pela Lusa. A verba será aplicada em todo o país, na sequência de uma primeira iniciativa lançada em 2012, o Projecto de Desenvolvimento de Cadeias de Valores (ProSul). O programa “está a ser executado muito bem e estamos a colocar um dinheiro adicional neste novo projecto, chamado Procava, que vai replicar todas as coisas boas do ProSul para o país inteiro”, referiu Robson Mutandi, representante e director do FIDA em Moçambique, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM). A FIDA pretende que os pequenos produtores agrí- colas tenham um aumento sustentável do rendimento a partir do incremento de volumes de produção e melhores ligações ao mercado. O Procava vai intervir em três cadeias de valor: hortícola, mandioca e carnes vermelhas. O responsável do FIDA anunciou uma outra doação no valor de 50 milhões de dólares direccionada para o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, a partir de Junho de 2019. Ragendra de Sousa quer empresas da China em Moçambique Inspecção do Trabalho suspende 6 tanzanianos ilegais da Nagi Investimentos Um total de seis cidadãos estrangeiros acabam de ser suspensos pela Inspecção-Geral do Trabalho, Delegação da Cidade de Maputo, após terem sido encontrados a exercer as suas actividades sem a observância das regras estabelecidas legalmente em Moçambique sobre essa matéria. Trata-se de cidadãos de nacionalidade tanzaniana que tinham sido recrutados ilegalmente pela empresa transportadora rodoviária Nagí Investimentos, para virem trabalhar em Moçambique, mas sem nenhum documento autorizando nesse sentido, pelas autoridades competentes, mais concretamente da Administração do Trabalho. Face à flagrante situação, ou seja, a violação da Lei nº 23/2007, de 1 de Agosto (Lei do Trabalho), mais concretamente ao respectivo Regulamento aprovado pelo Decreto 37/2016, de 31 de Dezembro, sobre os mecanismos para a contratação de mão-de-obra estrangeira em Moçambique, a empresa Nagí Investimentos será multada, nos termos da legislação laboral em vigor, para além da suspensão imediata de todos os trabalhadores estrangeiros ora surpreendidos em situação ilegal a exercerem as suas actividades. A descoberta destes trabalhadores ilegais aconteceu durante uma acção inspectiva levada a cabo em finais de Abril passado àquela empresa que actua no ramo dos transportes rodoviários em Moçambique, com carreiras inter-provinciais e regionais norte-centro e vice-versa. O recrutamento de trabalhadores sem a base legal, por parte de algumas empresas, tem vindo a preocupar tanto o Governo da Cidade de Maputo, como central, através do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, razão pela qual tem estado a promover palestras e outras acções de assessoria, visando a consciencialização das empresas sobre a necessidade de observância desta obrigatoriedade legal, na perspectiva de uma melhor organização do mercado laboral, inclusive pelo facto de algumas dessas contratações não se apresentarem incontornáveis para a sua efectivação, por se enquadrarem fora das balizas estabelecidas pelo mecanismo acima referenciado, inclusive pela própria Lei do Trabalho. Moçambique tem boa localização geográfica, terreno, população jovem e recursos naturais, nomeadamente minerais, que são excelentes vantagens para as empresas da China se estabelecerem no país, disse à revista Macao o ministro da Indústria e Comércio Ragendra de Sousa. Na entrevista à Macao, o ministro lembrou ainda que há muito espaço para novos investidores em Moçambique em sectores produtivos destinados ao mercado interno e à exportação, mas reafirmou quer a agricultura é uma das mais importantes áreas de desenvolvimento do país e que não pode ser esquecida. Ragendra de Sousa frisou que Moçambique está preparado para receber parques industriais da China que se queiram estabelecer no país, mas lembrou que as empresas que vierem para Moçambique “têm de produzir para o mercado doméstico sem esquecerem o da exportação.” O ministro recordou que a China está num processo de transformação e deslocação de indústrias e Moçambique pode beneficiar dessa estratégia. “A nossa localização é uma mais-valia porque faz de Moçambique uma ponte entre a Ásia, o resto da África e o mundo”, frisou o ministro Ragendra de Sousa. Sousa defendeu esta sua posição ao afirmar que da Ásia para a Europa quem não utilizar o Canal de Suez tem de passar por Moçambique. O ministro da Indústria e do Comércio lembrou que a exploração de gás e de carvão pode fazer com que o rendimento per capita da população aumente de 400 para 3000 dólares. “O facto de existirem reservas de minério de ferro com possibilidades de exploração nos próximos 150 anos poderá permitir que se criem indústrias pesadas em Moçambique porque teremos energia e gás, além do minério”, disse. Referindo-se à próxima presença de Moçambique na Feira Internacional de Macau em Outubro deste ano, Ragendra de Sousa disse que o objectivo “é mostrar o que temos e internacionalizar cada vez mais a nossa economia de modo a que os empresários moçambicanos possam fazer parcerias e negócios.” Macauhub Foto: Nilton Cumbe 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 17 Cotur premiada melhor agência de viagens pela Turkish Airlines PUBLICIDADE A Empresa Nacional moçambicana de Hidrocarbonetos (ENH) contratou terça-feira as companhias Lazard Frères SAS e Lion’s Head Global Partners para angariar dois mil milhões de dólares que serão aplicados em dois projectos de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, norte de Moçambique. Em entrevista à agência financeira Bloomberg, o presidente do Conselho de Administração da ENH, Omar Mithá, adiantou que a empresa vai iniciar neste mês os contactos com os potenciais investidores ao abrigo de várias reuniões a serem realizadas na Ásia, Médio Oriente e África do Sul, tendo acrescentado que este capital é “extremamente urgente”. A Lazard Frères SAS vai prestar aconselhamento no que se refere ao projecto Área 4, que está a ser desenvolvido pela italiana ENI; a Lion’s Head Global Partners no projecto Área 1, operado pelo grupo norte-americano Anadarko Petroleum; e a ENH irá ainda contratar o banco francês Société Générale para este último projecto. A companhia petrolífera moçambicana tem uma participação de 10 por cento no projecto operado pelo grupo ENI e de 15 por cento no projecto da Anadarko Petroleum. ENH prevê angariar dois mil milhões de dólares para projectos de gás A Cotur, maioria agência de viagens moçambicana, foi, há dias, distinguida como a melhor em solo pátrio pela Turkish Airlines. A premiação aconteceu em Maputo, numa cerimónia organizada para o efeito. Oreconhecimento da Cotur resulta do desempenho referente ao ano de 2017, essencialmente medido pelo número de viagens tratadas. A ligação de Moçambique com o Mundo, através da companhia turca, que acontece desde 2015, torna a Turkish Airlines na segunda companhia aérea europeia a assegurar as viagens. Até 2015, a portuguesa TAP era a única companhia com ligações directas entre Moçambique e a Europa, uma vez que as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) permaneciam na lista negra das companhias impedidas por Bruxelas de sobrevoar o espaço europeu. “Este prémio é sem dúvidas um reconhecimento à nossa dedicação, esforço e trabalho árdua da equipa e dos diferentes departamentos da Cotur”, frisou Muhammad Abdullah, director executivo da COTUR. Abdullah salientou ainda que “os prémios nos deixam satisfeitos, mas também motivados para servir cada vez melhor os nossos clientes”. A COTUR foi recentemente galardoada pela Transportadora Aérea de Portugal (TAP), companhia portuguesa de bandeira, cujo prémio surge no âmbito da primeira edição dos “TAP Awards” que decorreu nas caves da Real Companhia Velha, em Vila Nova de Gaia, Portugal. Depois de ter sido reconhecida pela South Africa Airways como melhor agência para África Austral, desta vez, a COTUR elevou o nome de Moçambique no ramo do turismo, ao ser distinguido como maior agência da TAP para o continente africano, tendo o prémio sido entregue a Muhammad Abdullah. A COTUR expressa o compromisso de continuar o processo de melhoria de prestação de serviços, tendo o Noor-Momade, Presidente do Conselho de Administração da Cotur, referido que a instituição já venceu vários prémios, mas que ser reconhecido à nível continental é um orgulho para Moçambique. Foto: António Nhangumbe 18 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 Magazinadas Texto: Alfredo Langa Fotos: António Nhangumbe Ganhamos no campo e no convívio... Os trabalhadores da Malala Holding, mesmo com a crise económica que resiste pertencer ao passado, confraternizaram pela passagem do Dia Internacional do Trabalhador, o 1° de Maio. A data, que também é de reflexão sobre os direitos dos trabalhadores, mereceu uma celebração especial, embora uma parte dos colegas da Malala Holding, proprietária do jornal MAGAZINE Independente, não esteve presente porque a empresa não pode parar. Naquele dia, a equipa de futebol da Malala Holdings, logo pela manha, deu o gosto no pé, com uma grande partida de futebol. Por motivos de excesso de peso e lesões, a equipa esteve desfalcada. Não equiparam, o PCA, Director e o Editor do MAGAZINE Independente. Mas em futebol só dá falta quem não está. A Malala FC ganhou por 5-3 a uma formação mista de residentes próximos ao Estádio da Machava, município da Matola. Já pela tarde, com a chuvinha a baptizar o dia, também ganhou-se no tacho da boa gastronomia moçambicana, e não só. A dupla Nilton Cumbe e António Nhangumbe registou os bons momentos de alegria dos trabalhadores da Malala Holding... 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 19 Aniversariantes Envie a tua foto e mensagem até às 12 horas de cada quarta-feira, ou contacte Adelina Pinto pelos telemóveis 827870008, 820152830 e 847684840 ou ainda pelos e-mails: adelinap33@gmail.com ou jornalmagazineinde@gmail.com Hoje, queremos transmitir com alegria a pura e sincera amizade, manifestando a gratidão que temos pelas coisas boas que fizeste durante anos. Sem dúvida, és a pessoa que sempre compartilhamos contigo na comunicação social, coisas boas por isso, queremos agradecerte e mostrar-te o como é bom participar no teu aniversário. Parabéns. De colegas. O tempo voa quando somos felizes, pois hoje estás completando mais um aniversário. Mas o que importa mesmo é que continues essa pessoa que não ti cansas de enfrentar dificuldades. Por esta ocasião nada melhor dizer para que desfrutes o teu dia, dos abraços que todos que ti rodeia e que o teu coração se encha de alegria e ilusão. Para que essa data fique na memória de todos. Hoje, é dia de grande festa e de recordação de todas as e m o ç õ e s q u e se viveu por todo esse tempo. Uma nova história, está preste a ser contada e completar a tua felicidade, numa amizade infinita que surgiu. O aniversário, na vida de alguém, é sempre um marco importante. Parabéns. Um ciclo está se fechando, espero que tenhas alegria, aprendizagem e lindos episó- dios para guardar na galeria das recordações. Desejo que hoje comeces, da melhor forma, mais um ano de vida. Comemorar um aniversário é motivo para muita alegria e gratidão, não só para quem aniversaria, mas também para todos que a amam. Sandra Goncalves Sandra, podermos comemorar o teu aniversário, o teu sorriso é tudo o que precisamos para sermos felizes e sabemos que enquanto tivermos isso, somos capazes de enfrentar qualquer tempestade, porque a nossa relação como colegas nos cria forças para tudo. O teu bem-estar e a tua felicidade são os nossos objectivos principais na vida, porque queremos ver-te bem. Feliz aniversário. Vim aqui para “curtir” o teu dia! E Desejo diversos “likes” em todos os momentos da tua vida! Muita saúde, muito amor, muitas alegrias, risos, momentos de tristezas com muito apoio de pessoas amadas e sucesso em tudo o que tu colocares as tuas energias. Feliz Aniversário! De António. Tass sitoe Ana A cada hora que passar não a conte pelos ponteiros de relógio, mas sim, pelo pulsar do teu coração. Aprecie o teu jardim pelas flores, nunca pelas folhas caídas. Viva cada minuto da tua vida como se fosse o viver eternamente. Ao longo da tua existência conte a tua idade pelos amigos que conquistas e nunca pelos anos que vives. Sei que estou longe, mas neste verso tu vais receber meus parab é n s . N ã o importa a distância, o meu carrinho por ti vai navegar pela rede só para te dizer Feliz Aniversário! Es- tou aqui e tu aí, mas eu não me esqueci deste dia maravilhoso. Viva de forma profunda o que a vida tem de bom para te oferecer. Felicidades! De António. Lurdes Amaral Manuel Amiro 20 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 cultura Marcelo Panguana publica “Os Peregrinos da Palavra” Será publicado nesta terça-feira, na 82ª Feira do livro Minerva, em Maputo, o livro denominado “Os Peregrinos da Palavra” do autor Marcelo Panguana, Os escritores, nas longas conversas que desfilam neste livro, partilham as suas ideias, inquietações, debitam propostas, sonham uma sociedade cultural e socialmente mais justa. Bento Sitoe lança Dicionário Português - Changana Será lançado, amanhã no Centro Cultural Português, o Dicionário Português – Changana, da autoria do Professor Bento Sitoe, sob a chancela da Texto Editores. A apresentação da obra será feita pelo Professor Armindo Ngunga, vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano. Depois do Dicionário Changana-Português, publicado em 1996, este é o primeiro Dicionário Português-Changana produzido por um falante nativo de Changana. O Dicionário Português-Changana, resultado da pesquisa na área de Lexicografia bilingue, levou quase duas décadas a compilar, num trabalho que envolveu 4 pesquisadores dirigidos pelo seu autor e 36 falantes nativos de Changana espalhados pelo território nacional onde a língua é maioritariamente falada, nomeadamente as províncias de Maputo e Gaza. O Dicionário Português-Changana tenta conciliar diversos objectivos, nomeadamente ao fornecer o falante de Português os meios necessários para exprimir em Changana, oralmente ou por escrito, algo que tenha formulado em Português, e vice-versa e fornecer ao falante de Changana os meios necessários para compreender o que ouve ou lê em Português e vice-versa. Deste modo, para ajudar os falantes nativos de Changana no sentido de produzirem textos em Português, o dicionário integra frases ilustrativas com a respectiva tradução. Como o dicionário visa também os não falantes de Changana na compreensão e produção de textos em Changana, para além dos significados e/ou definições, faz uso combinado de glosas, rótulos e frases ilustrativas do emprego das palavras em estudo. Estudantes e professores da Educação Bilingue e da Formação de Professores, jornalistas e escritores, tradutores e outros profissionais de língua, investigadores que lidam com textos nestas línguas, bem como o público em geral, reclamam este tipo de Dicionário. Xiquitsi celebra cinco anos de existência com cinco concertos PUBLICIDADE A Associação para o Desenvolvimento Cultural Kulungwana inicia, a partir de amanhã com o término agendado para o final de semana, a temporada de Música clássica Xiquitsi 2018, como forma de abrilhantar. O concerto contará com artistas de outros países. Adelina Pinto Adirectora artística, Kika Materula disse que os cinco anos do Xiquitsi transformaram a vida musical do País à medida em que o projecto foi contribuindo fortemente para formação de compositores e realização de concertos inéditos com músicos tradicionais com orquestra clássica. “Formamos uma orquestra juvenil e temos hoje, inclusive, uma orquestra infantil experimental e um coro”. Foram vários os concertos organizados neste país, não só no âmbito da Temporada de Música Clássica como a convite de várias empresas e instituições. Os cinco anos do Xiquitsi é um sinal de muito crescimento, aprendizado e vitórias. Foi um sonho, tomar a música clássica nacional em realidade e que hoje tornou se uma realidade”, defendeu Materula. “Sem esse apoio, não poderíamos estar a trazer os músicos que têm estado a performar os nossos alunos e não conseguiríamos sequer apoiar os alunos com as aulas e não teríamos os espaços e instrumentos para as lições”, disse a artista. Um momentos que marcaram a história do Xiquitsi e do País nos últimos anos foi a criação da orquestração da música nacional. Nisso, o projecto fez música com vários autores da praça, como os irmãos Willy e Aní- bal, Banda Kakana, Gabriel Chiau, Hortêncio Langa e sem descartar a linda voz da Xixel. No mesmo espírito criativo, Xiquitsi orquestrou músicas de grandes escritores moçambicanos e de língua portuguesa: Paulina Chiziane e Mia Couto, e usou a voz de Calane da Silva para cantar poesia. O Xiquitsi tem, neste momento, cerca de 200 alunos, distribuídos entre os naipes (grupos) de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, obué, clarinete e percussão. Tem também uma classe que abriu este ano, em parceria com a banda Timbila Muzimba, que está a leccionar os alunos, com um professor moçambicano radicado em Portugal, Aldovino Munguambe. Materula garante que pelo projecto tem passado vários alunos de diferentes bairros e tem alcançado toda a cidade de Maputo. A série de Maio, para além de celebrar os cinco anos do projecto, vai dedicar momento musical ao Maestro José António Abreu, por ser fundador do projecto que inspira o Xiquitsi em Moçambique. Como forma de celebrar os cinco anos, Xiquitsi promete realizar cinco concertos. Foto: Nilton Cumbe 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 21 COMPRA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS A BOLSA DE MERCADORIAS DE MOÇAMBIQUE (BMM) informa a todas entidades públicas e privadas, camponeses e comerciantes individuais, associações de camponeses e o público em geral que possui uma lista de parceiros interessados em adquirir os seguintes produtos agrícolas: 1. MILHO 2. SOJA 3. GERGELIM 4. FEIJÃO MANTEIGA 5. FEIJÃO CATARINA 6. FEIJÃO BOER Neste contexto, todos aqueles que tiverem os produtos acima descritos em quantidades iguais ou superiores a 50 TONELADAS, que pretendam vender, poderão entrar em contacto com a BMM através dos seguintes contactos: Telefone: +258 84 4405665 ou pelo +258 84 6174249 - Direcção de Negó- cios, Estudos e Estatística. Email geral: nmanjate@bmm.co.mz cmassingue@bmm.co.mz bmmcompras@gmail.com PUBLICIDADE 22 Magazine independente Terça-feira | 08 de Maio 2018 Abdul Omar afastado do Têxtil do Púnguè Abdul Omar escolhido ainda este ano para treinar o Têxtil do Púnguè, na presente época e com o objectivo conduzir a equipa ao Moçambola 2019, foi afastado do comando técnico por alegada indisciplina e agitação dos jogadores para uma greve. desporto Mambas a caminho da COSAFA-2019 A África do Sul acolhe, de 27 de Maio a 6 Junho, o torneio regional COSAFA-2018 e a seleção de Moçambique (Mambas) ficou inserida no grupo “A”, juntamente com Madagáscar, Seychelles e Comores. O primeiro adversário dos Mambas, treinados por Abel Xavier, é a selecção do Madagáscar, a 27 de Maio, para dois dias depois medir forças com as Comores, terminando a primeira fase defrontando as Seychelles, no dia 31. Com este torneio os Mambas vão se preparando para os jogos de qualificações que se avizinham. Entretanto, os Mambas, que deveriam receber a Guiné-Bissau e a Namíbia em Março, na dupla jornada, só vão defrontar os guineenses em Setembro, nomeadamente entre 3 a 11, em Maputo, a contar para a segunda jornada. A terceira e a quarta jornada serão disputados no mês de Outubro, sendo que a terceira será entre os 8 a 11 de Outubro e a quarta jornada de 12 a 16 do mesmo mês. Nesta jornada os Mambas terão pela frente a Namíbia, nomeadamente, em Maputo e Windhoek. O ano de 2018 termina com a quinta jornada, marcada para a semana de 12 a 20 de Novembro, na qual o combinado nacional vai disputar a partida diante da Zâmbia, em Maputo. São alterações que de uma ou de outra forma vão implicar a alteração do calendário das selecções nacionais, relativamente aos seus compromissos, oficiais como particulares, inicialmente agendados para 2018, uma vez que os jogos das selecções para este ano já terminaram. Recorde-se que a esta altura, após a disputa da primeira jornada, Moçambique e Guiné-Bissau lideram o grupo K de qualificação ao CAN2019, após vitórias diante da Zâmbia e Namíbia, respectivamente. Ferroviário de Maputo cada vez mais líder no Moçambola Desporto motorizado atrai munícipes na Matola A equipa do Ferroviário de Maputo é líder isolado do Moçambola, com dezoito pontos, fruto de uma grande vitória diante do Costa do Sol, por uma bola a zero. A presente jornada não contou com a partida da UDS e Liga Desportiva de Maputo, uma vez que a primeira encontra-se a disputar a taça CAF. Alfredo Langa O Moçambola está cada vez mais ao rubro com resultados a cada jornada surpreendentes e electrizantes. No arranque da 8ª jornada o Ferroviário de Maputo venceu o Costa do Sol, por uma bola sem resposta, assumindo por completo a liderança da prova com 18 pontos. Na presente jornada não tivemos a partida entre a UDS e Liga Desportiva de Maputo. A UDS encontra-se a disputar a Taça CAF. Nas partidas de Domingo, tivemos um grande resultado. O Desportivo de Nacala bateu o Ferroviário de Nacala, por 4-1, tornando-se o resultado mais gordo do certame. O 1° de Maio de Quelimane recebeu e perdeu com Decorreu no pretérito sá- bado, no espaço do Estádio da Machava, no Município da Matola, a primeira edição do desporto motorizado, cujo objectivo visa incentivar os jovens a abraçar a referida modalidade. Um público estimado em cerca de 1000 espectadores entre crianças e adultos foi testemunhar o roncar dos motores. O evento evolveu 40 pilotos dentre eles estavam os nomes sonantes da praça desportiva. Na classificação final, Zein Hussen esteve em primeiro lugar, seguindo Zenil Satar e Farid Cassamo como terceiro classificado. Segundo Vance Massinga, sócio da Associação Matola Motor Clube, a ideia visa incentivar o desporto motorizada no País. Os desafios foram vários, primeiro a questão da logística, preparação das bancadas, acesso a viaturas para dar os pilotos. O vencedor da prova Zein Hussen mostrou-se satisfeito pelo primeiro lugar, prometendo mais trabalho. Por seu turno, o presidente do Município da Matola, Calisto Cossa, enalteceu o evento tendo dito que “ é uma boa iniciativa do desporto motorizado”. António Nhangumbe o Chibuto FC, por 0-1, enquanto que o Maxaquene teve um bom resultado na fuga a despromoção, tendo recebido e vencido a ENH de Vilankulos, por 2-0.O Sporting de Nampula empatou com o Ferroviário da Beira a uma bola. A equipa candidata a sensação da prova a UP de Manica ganhou o Ferroviário de Nampula, por 3-2. Assim ficou a classificação: Ferroviário de Maputo (18 pontos). Clube do Chibuto (15); UD Songo (menos um jogo) 13 pontos; Textáfrica do Chimoio (13); Ferroviário de Nampula (12); Ferroviário da Beira (12); Liga Desportiva de Maputo (menos um jogo) 11 pontos; UP Manica( 11). Maxaquene (9); Costa do Sol (9); Desportivo de Nacala (8); Ferroviário de Nacala (8); ENH de Vilankulo (8); Incomá- ti de Xinavane (8); 1º de Maio de Quelimane (7) e Sporting de Nampula(6) pontos. Zein Hussen, vencedor Foto: António Nhangumbe Foto: António Nhangumbe 08 de Maio 2018 | Terça-feira Magazine independente 23 antonio.marques17@hotmail.com ``Longo Alcance`` na R.M. Desporto, 93.1 Maputo, 98.1FM Inhambane, 99.2FM Beira, 88.5 Manica e Tete, 93.6FM Nampula, Domingo das 18.00horas às 19.00horas e em todo o mundo no site: www.radiosonline.sapo.mz Xi! Como é bom estar convosco A condução distraída ultrapassa o risco da condução em estado de embriaguês, como a principal preocupação de segurança dos utentes na estrada. Isso deixa governos, seguradoras e pais em busca de uma cura! Uma pesquisa recente nos EUA, envolvendo mais de 700 motoristas, revela que 63% dos entrevistados tem mais medo de motoristas distraídos na estrada do que dos motoristas intoxicados (37%). Além disso, apesar da preocupação com o aumento da condução distraída, as descobertas mostram que as leis e os procedimentos na actualidade, não estão motivando os consumidores a conter esse comportamento de risco e enfrentar a crise com alguma solução preventiva eficaz. Esta pesquisa também descobriu que 75% dos motoristas vêem outros motoristas usando seus telefones enquanto dirigiam todos os dias. Enquanto 45% vêem distracções de telefone na estrada várias vezes por dia. “Estes números ilustram a gravidade da epidemia de condução distraída e destacam a necessidade urgente de uma nova abordagem. Importa combater a condução distraída através da tecnologia e dos incentivos ao consumidor para motivar a modificação do comportamento “, ...diz Sam Madden, co-fundador e cientistachefe da Cambridge Mobile Telematics. Quando perguntado sobre como reduzir o uso do telefone durante a condução, os entrevistados dizem que as leis contra o uso de celulares dão menos incentivo (39%). Há também uma maior motivação porque os motoristas recebem descontos de fornecedores de seguros (79%). Alternativamente, recebem recompensas como cartões-presente ou promoções (59%). As tecnologias de telemática de smartphone podem permitir monitorar e relatar o comportamento de condução de risco, incluindo o uso de telefones durante a condução. Assim, enquanto os smartphones podem realmente fazer parte do problema de condução distraído, eles também são parte da solução. Destaca-se a necessidade urgente de novas abordagens para combater a condução distraída através da tecnologia e incentivos ao consumidor para motivar a modificação do comportamento. Outros principais achados da pesquisa incluem: Compartilhar hábitos de condução e desempenho com familiares e amigos é uma motivação maior para melhorar os hábitos de condução seguros para 60% dos motoristas. Chamadas telefónicas (32%), mensagens de texto (30%) e navegação (27%) são algumas das principais distrações de drivers na pesquisa. Supera apenas a distracção de outros passageiros (44%). Em nossa opinião técnica, por ora, e salvo melhores indicadores sempre em estudo, o recurso a uma intensa e regular Formação Avançada Preventiva, Defensiva e Especializada, ajuda a minimizar estes críticos comportamentos dos Condutores, enquanto somos consumidores exagerados em abuso dos dispositivos electrónicos de comunicação durante a condução! Da autoria do Sr. Eng. Carlos Sousa Leia se faz favor: Realizou-se no passado dia 06 de Maio de 2018, a 1ª Prova do Campeonato de Drag Racing ATCM 2018, no Autódromo do ATCM, que contou com a seguinte classificação: DISTRAIDOS VS. CONDUTORES ALCOOLIZADOS Afonso Dhlakama tinha paixão pelo desporto Na semana passada, caiu como bomba a notícia da morte de Afonso Dhlakama, histórico líder da Renamo. Tinha 65 anos. Informações que circulam indicam que o líder da Renamo terá morrido na serra da Gorongosa, na província de Sofala, em Moçambique, vítima de uma “crise de diabetes” . A secção desportiva do MAGAZINE Independente recorda o lado desportivo de Afonso Dhlakama, que marcou o País e a nata desportiva. Ora vejamos: em 2015 o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, ofereceu 10 mil meticais ao histórico clube de Moçambique, o Desportivo de Maputo, na cidade de Quelimane, depois da vitó- ria conquistada diante do Ferroviário local por 1-0. Foi um gesto que marcou a muitos adeptos desportivos do País, em particular a raça alvi negra. Naquele exacto momento, o Desportivo de Maputo, atravessava uma crise financeira. O valor oferecido pelo líder da Renamo, foi bem acolhido, uma vez que na altura o técnico principal, Dário Monteiro, disse que os jogadores estavam a alguns meses sem ver a cor dos seus ordenados. Coube ao médio Carlitos, agora a jogar no Ferroviário de Nacala, na altura era o mais velho do plantel, receber o valor das mãos do líder do maior partido da oposição. Descanse em paz líder! Alfredo Langa Afonso Dhlakama oferecendo dinheiro aos jogadores do desportivo O presidente da Federação Moçambicana de xadrez, FMX, Domingos Langa, foi convidado para compor a Comissão de Apelo no campeonato Africano de xadrez a ter lugar na Zâmbia, em Livingston, de 12 a 22 de Maio do presente ano. A delegação moçambicana será chefiada pelo vice-presidente para as finanças, Adilson Ferrão. No grande evento de xadrez africano, Moçambique far-se-á, representar com os dois melhores xadrezistas da actualidade, Donaldo Paiva e Vânia Vilhete. Ambos, campeões nacionais de 2017. Domingos Langa na Comissão de Apelo na Zâmbia Legenda: Domingos Langa, presidente da FMX PUBLICIDADE Aluga-se mini-buses para transporte de passageiros, casamentos, viagens, excursões, etc. Contactos; 843700783/ 847618156 Aluga-se Para assuntos Administrativos e Comercias Email: Multimediacomercial18@gmail.com Telemóvel: 820152830/847684840 Barulho entre sócios no Benfica de Nampula chega ao Tribunal Rua da Concórdia (Oliveira) n°38; 1° andar único, no bairro da Malhangalene “A”, na cidade de Maputo. A direcção do Benfica de Nampula remeteu uma providência cautelar ao Tribunal Judicial da Cidade de Nampula, contra um grupo de só- cios que querem Abdul Hanane fora do clube, pelo que, num prazo de oito dias, deverá provar em tribunal, se, de facto, tem legitimidade e são sócios para convocar uma assembleia geral. Alfredo Langa Ainda não há paz no Benfica de Nampula. A massa associativa e simpatizantes do clube exigem a realização da Assembleia Ordinária para eleição do novo corpo directivo da colectividade. Um grupo que se identificou como sócios do clube, encabeçado por João Baptista, diz querer ver o clube a voltar aos tempos de glória e acusam o presidente Abdul Hanane de ter transformado o clube em propriedade pessoal. Os mesmos que se identificam como sócios e simpatizantes do Benfica de Nampula reuniram-se recentemente mais uma vez para concertar posições a volta das suas reivindicações. Dizem se insatisfeitos com a prestação do clube e defendem a realização de uma assembleia para eleição do novo corpo directivo da colectividade. O actual presidente do Benfica de Nampula, Abdul Hanane, em curta entrevista com o MAGAZINE Independente, em Nampula, reagiu afirmando que “ esse grupo liderado, por João Baptista, não é sócio do Benfica de Nampula, não pagam cotas à 12 anos. Acrescentou que “ neste momento, o Benfica de Nampula remeteu uma providência cautelar no Tribunal Judicial da Cidade de Nampula, onde esses ditos sócios, deverão provar se de facto tem legitimidade para convocar assembleia. O que eu sei é quem deve fazer é o nosso presidente da mesa. Na secretária do clube não entrou nenhum documento a solicitar AG”. O presidente Abdul Hanane avança que “estou disponível a deixar o cargo. Mas de forma legal e esses não sócios que estão a fazer confusão, pelo que vão nos indemnizar por difamação, insultos. Até nos chamarem de ladrões. Eles tentaram enviaram cartas para o Governador de Nampula e à Direcção da Juventude e Desportos de Nampula, mas estes dois organismos reme - teram a esses não sócios para resolver no espaço geográfico do clube. Agora, eles não tem meio legal, apostam em criar barulho e desestabilização. Nós aguardamos o posicionamento do tribunal”. Entretanto, o Benfica de Nampula é um dos mais antigos e representativos clubes, não só de Nampula, mas da região Norte do País. E este ano cedeu alguns jogadores para reforçar o Sporting de Nampula, que está a disputar o Moçambola da presente época. Abdul Hanane, o contestado presidente do Benfica de Nampula PUBLICIDADE Importação & Exportação, Especializado em Material Informático, Escritório e Didáctico Av. Ahmed Sekou- Touré n° 1078 D R/C Telefax: 21-313615 / 82-3450322/ 843102870 Email: svs.lda@gmail.com/ sitoesamuelvasco@hotmail.com NUIT: 400126240, Maputo - Moçambique S.V.S de Moçambique, Lda S.V.S de Moçambique. Importação‌│Participações │Holding

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