Dinamarca:
22.05.2018 às 12h08
Ministra da Imigração dinamarquesa alega que jejum dos muçulmanos durante o dia coloca em causa a “segurança” dos cidadãos do país. Inger Støjberg já é conhecida pelas suas declarações polémicas
“Quero pedir aos muçulmanos que tirem férias durante o mês do Ramadão para evitar consequências negativas para a restante sociedade dinamarquesa.” Foi assim que a ministra da Imigração dinamarquesa, Inger Støjberg, se dirigiu à comunidade muçulmana no país, que começou a jejuar no passado dia 16 maio.
Num artigo publicado no jornal BT, Inger Støjberg defendeu que os trabalhadores que fazem jejum no Ramadão colocam em causa a “segurança” dos cidadãos, dando como exemplo os condutores de autocarros.
A governante questiona ainda se esta prática “que constitui um pilar do Islão há 1400 anos é compatível com o mercado laboral na Dinamarca”.
A presidente da União Muçulmana Finlandesa, Pia Jardi, não demorou a criticar a declaração da ministra, afirmando que “não há informação ou dados estatísticos que mostrem que os condutores de autocarros ou outros trabalhadores muçulmanos poderão ter algures um comportamento perigoso enquanto jejuam”.
Esta não é a primeira vez que Inger Støjberg profere declarações polémicas sobre imigrantes muçulmanos. Em 2013, a ministra da Imigração e membro do Venstre — Partido Liberal da Dinamarca — apelou aos cidadãos muçulmanos que não estão bem integrados e que não se identificam com o país para procurarem outro lugar para viver.
“A Dinamarca é a terra dos dinamarqueses e tu és mais do que bem vindo se te quiseres tornar num dinamarquês e fazer parte do trabalho e da comunidade. Mas aqueles muçulmanos que estão constantemente contra nós, que nos questionam e que se encontram insatisfeitos, que menosprezam os nossos valores, que enfraquecem o nosso modo de vida, a esses eu digo: Encontrem outro lugar para viver. Ninguém vos força a ficar”, escreveu, na altura, Inger Støjberg num artigo publicado num jornal.
Inger Støjberg é ministra da Imigração e da Integração do Executivo de Lars Løkke Rasmussen desde junho de 2015, tendo um ano mais tarde adotado a medida de confiscar os bens, incluindo jóias e relógios de refugiados, para pagar as despesas que a Dinamarca tem com estas pessoas.
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