De uns meses a esta parte, o nome de
Mahamudo Amurane está na boca
de todos quantos se interessam pelas
dinâmicas da nossa política interna.
Tudo porque ele, Amurane, decidiu
trazer a público as divergências que
tem (estratégicas ou ideológicas)
com a direcção do seu partido, mais
concretamente com o seu líder Daviz
Simango.
Nadatemos contra as divergências
em se, elas acontecem em todas as
organizações e devem ser geridas. Os
integrantes de uma organizaçãonão
têm necessariamente que serem
amigos. Cada um tem os seus amigos
fora e na organização imperam
regras. Haverá, necessariamente
divergências entre seres humanos,
desde que haja duas pessoas. Uma
poderá pensar diferente da outra.
Esse é o facto.
O que torna estadivergência peculiar
são as razões invocadas. Em resumo,
segundo Amurane, se bem entendemos
aqui: Daviz Simango, na sua
qualidade de Presidente do MDM,
permitiu que numa reunião de um
órgão partidário, Amurane fosse
criticado ao que parece duramente
por membros do “Galo”.
Na opinião de Amurane, as críticas
dos seus colegas cheiram a difama-
ção e humilhação e Daviz Simango
deveria ter proibido ou limitado que
os seus colegas usassem da palavra
em críticas contra o edil de Nampula.
Daí a zanga sem precedentes. E para
acabar a zanga, Daviz Simango deve
pedir desculpas em público.
Ora bolas! Se bem entendemos,
há aqui um grande equívoco por
parte de Amurane. O equívoco
nasce quando ele pensa que os seus
colegas não o podem criticar (não
sabemos aqui a forma ou a intensidade
da crítica). O equívoco dele
tem a ver mesmo com a essência da
democracia e a necessidade de os
dirigentes estarem disponíveispara
serem criticados. Nós aqui temos
sido criticados e aceitamos a crítica,
mesmo aquela que carrega consigo
uma dose de injustiça ou de má-fé.
Mas este equívoco não termina
por esta recusa de Amurane de
ouvir a crítica de colegas em fórum
apropriado, isto é em reunião de
membros, devidamente dirigida
pelo Presidente. O grande equívoco
estende-se a sua exigência de
Simango ou seja o Presidente vir a
público pedir-lhe desculpas, “tipo
peço desculpas ao edil de Nampula
por, no dia X, eu ter permitido que
os nossos colegas o criticassem”.
Só isso. O resto passa depois. Ah...
Parecem crianças!
Sinceramente. Salvo melhor entendimento
sobre este dóssier, salvo
melhor resumo, não vemos necessidade
nenhuma de o Presidente de
um partido, devidamente eleito em
Congresso pedir desculpas sempre
que um membro se considera lesado,
sobretudo em razão de críticas
que lhe são dirigidas em reunião de
trabalho por colegas.
A ser assim, a procissão pode
ainda estar no adro. Qualquer
um vai,também, ser criticado em
reunião e depois sentir-se ofendido
ou atingido na honra e exigir
pedidos de desculpas. Ora,nãoé
assim que funciona a democracia.
A democracia tem espaço para
críticas e auto-críticas, desde que
tudo seja feito em fóruns apropriados
e por gente com legitimidade
para o fazer.
Em nosso entender, as críticas a
Amurane foram feitas em reunião
apropriada e por colegas dele. E
não foi Daviz quem veio a público
publicita-las, foi ele próprio
Amurane que citou as matérias
tratadas nela.
Ora bem, não faz sentido Amurane
exigir desculpas públicas a Daviz
sobre assunto que este não publicitou
ou seja não causou. Aqui a
causa e efeito têm ruídosinsaná-
veis e nãohá como legitimar essa
exigência de Amurane.
Resta ele se conformar com as
críticas ou não aceitando-asaté as
últimas consequências, retirar-se
da organização porque nela, ao
que julgamos saber, haverá sempre
espaço para críticas. Seria mau
precedente, Simango aceitar essa
exigência. Ao que parece, Amurane
não aceita críticas e podemos imaginar
então o seu elenco governativo
no Município: nem vereador, nem
chefe de departamento, nem funcionário
podem criticar o Presidente.
É”deserto”, afinal, este Amurane. “Deserto”
que só produz poeira. Não tem
árvores de sombra, não tem vegetação
para a pastagem de gado. É,só seca e
poeira. Pode ter sido erro de casting?
Pode ter sido uma ilusão. Amurane:
nome de “deserto”., conseguiu produzir
em nós, essa triste conclusão.
Director: Lourenço Jossias | Editor: Nelo Cossa | Maputo, 21 de Março de 2017 | SAI ÀS TERÇAS |Ano X | Nº 514
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Máximo Dias
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Nini Satar aponta o dedo acusador ao
MP sobre morosidade processual
50,00MT
“Antes do dinheiro
não há trabalho”
2 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
destaques
Cerca de 900 milhões de Meticais
é quanto vai custar a realização
das eleições autárquicas de
2018 e as gerais de 2019, valor
que, de acordo com Paulo Cuinica,
porta-voz da Comissão Nacional
das Eleições (CNE), deverá
provir do Orçamento do Estado.
De acordo o porta-voz da Comissão
Nacional de Eleições, o
valor em causa inclui a realiza-
ção das eleições autárquicas bem
como a realização das eleições gerais
de 2019 que incluem a eleição
das assembleias provinciais.
Recorde-se que o valor poderá
ser revisto caso o governo e a Renamo
alcancem consensos sobre
o pacote de descentralização que
deverá, em princípio, ditar a elei-
ção de governadores provinciais.
De acordo com Cuinica, que falava
à margem da realização da
primeira sessão plenária da CNE,
o órgão aprovou o plano de actividades
da CNE para o ano de
2017 que irá incidir formalmente
sobre a formação dos membros da
Comissão Nacional de Eleições,
das comissões provinciais e distritais
e de cidade.
O órgão, igualmente, submeteu
uma proposta ao Conselho de
Ministro sobre a data e mês da
realização das próximas eleições
autárquicas em 2018.
Sem, no entanto, dizer a data,
Cuinica fez saber que é da competência
do Conselho de Ministros
propor e anunciar a data da realização
das eleições. O anúncio da
data da realização das eleições deverá
acontecer 18 meses antes das
eleições.
As eleições Autárquicas de 2018
deverão ser as mais renhidas pelo
facto de quase todos os maiores
partidos da oposição estarem a dar
indicações de concorrer nos 53
Municípios. Isto é, a Renamo vai
ser a grande concorrente contra a
Frelimo e o MDM que nas eleições
anteriores disputaram juntas as
53 autarquias existentes tendo o
MDM conquistado 4 municípios.
A Comissão Nacional de Elei-
ções, reunida na sua primeira sessão
plenária, decidiu propor a data
da realização das 5ª eleições autárquicas,
que será oportunamente
anunciada pelo Conselho de Ministros.
Elísio Muchanga
Processos eleitorais vão
custar 900 milhões de
meticais
“É cedo para se pensar na
descentralização”
O advogado e antigo
deputado da Assembleia
da República, pela bancada
Renamo-União Eleitoral,
Máximo Dias, defendeu, semana
finda, em Maputo, ser
muito cedo para o governo
e a Renamo embarcarem
para o processo de descentralização
do Estado,
processo que vem sendo
exigido pela Renamo e por
outros partidos políticos
da oposição.
Elísio Muchanga
Falando ao MAGAZINE
Independente,
momento
depois da sua homenagem
pelos
seus pares da Ordem dos Advogados
de Moçambique, Má-
ximo Dias disse ser fácil resolver
a actual crise política que
o País enfrenta, bastando para
tal as duas partes se sentarem
e encontrarem o melhor caminho.
O advogado referiu, na ocasião,
que não deveria se correr
para a descentralização total
do País, primeiro tem que se
passar pela municipalização
de todos os distritos, porque
a descentralização a ponto de
um município ter a grandeza
da província torna o País num
Estado federal, pelo que, neste
momento, é ainda é muito
cedo para pensar-se nessa autonomia
provincial”, de.
O jurista e antigo deputado
da Assembleia da República
defende que também é muito
cedo para Moçambique pensar
em eleger nas urnas governadores
por cada província, pois
tanto a eleição dos governadores
e a descentralização
pode desunir os moçambicanos,
criar problemas étnicos
e regionais graves, pelo que,
agora, o governo deve primar
pela coesão de todos, uma verdadeira
coesão, e unificação do
País.
Quanto a dívida pública, Má-
ximo Dias defende que após
os trabalhos da auditoria que
está a ser levada a cabo pela
Kroll, os responsáveis pela
dívida devem ser responsabilizados,
mas não devem ir a
cadeia.
“A penalização não significa
que tenhamos que pôr na
cadeia ilustres homens que
defenderam Moçambique, podemos
condena-los, mas com
pena suspensa, há que respeitar
que erraram por razões vá-
rias que não conhecemos, pois
é preciso condenar o acto e
não a pessoa”, afirmou.
Máximo Dias é um dos advogados
mais antigos e mais influentes
de Moçambique, mentor
da criação da Ordem dos
Advogados de Moçambique e
antigo político.
Jurista desafia classe dos
advogados a lutar pelo
acesso à justiça
O advogado e antigo secretá-
rio-geral do partido Monamo,
Máximo Dias, desafia a nova
geração dos advogados a continuar
a lutar por maior acesso
à justiça, bem como participar
no combate aos raptos e
usurpação e desvio dos fundos.
Dias Proferiu estas palavras
durante uma singela cerimónia
de homenagem realizada pela
ordem dos advogados de Mo-
çambique com o objectivo de
homenagear Máximo Dias, um
dos membros fundadores da
Ordem.
Na sigela cerimónia de homenagem
em reconhecimento
aos seus feitos na justiça mo-
çambicana e, sobretudo, pelo
seu engajamento na criação
da Ordem, Máximo Dias disse
aos mais novos advogados
que para ser um bom advogado
há três qualidades que são
a honestidade, deontologia ou
ética profissional e respeito
pela parte contrária. “Sabendo
respeitar o adversário nos fazemos
respeitar nós próprios”.
Segundo Máximo Dias, não
se deve ir a barra do tribunal
sem estudar profundamente o
caso, pois muitos colegas não
sabem dizer quais são os factos
que estão em causa, para
ser julgados e durante a sessão
no tribunal apresentar-se da
melhor maneira possível para
os magistrados judiciais e do
Ministério Público se sentirem
que estão em pé de igualdade
com os advogados, o que muitas
vezes não acontece.
O homenageado defende que
a Ordem dos Advogados tem
que fazer quase tudo para defender
a justiça, deve lutar
para que a vida social melhore,
acabando com as guerras,
os raptos, usurpação e desvio
dos fundos, estes são uns dos
papéis da ordem dos advogados.
“Precisamos de lutar
para acabarmos com a guerra,
acabarmos com os raptos e
acabarmos com a usurpação e
desvio de fundos”, reiterou.
Dias é também da opinião de
que a Ordem dos Advogados
deveria no futuro criar um
fundo de aposentadoria para
os advogados.
Por seu turno, Flávio Menete,
bastonário da Ordem dos
Advogados disse que “fizemos
esta homenagem porque sentimos
que era um dever nosso,
reconhecer aqueles que iniciaram
esta actividade e que estiveram
na origem desta organização,
que hoje tem a pujança
e reconhecimento na sociedade
de que é, de facto, uma organização
interventiva”
“Obrigado por ter sabido servir
como advogado durante as
cinco décadas, queremos continuar
a aprender de se e de todos
os outros, a classe tem que
ter mais oportunidades para
troca de experiências ” disse
Flávio Menete.
Por seu turno, o advogado
Simeão Cuamba contou, na
ocasião, que Máximo Dias não
só limitou a sua acção no domínio
forense como também
entrou no Parlamento, por caminhos
que lhe pareceram tortuosos,
onde se fez ouvir a sua
voz em defesa do Direito e da
justiça.
“Há poucos dias estive em
casa do Dr. Máximo Dias em
visita de cortesia e em pouco
tempo saí dali com mais lições
aprendidas, faço votos para
que continue a dá-las a todos
nós, motivo pelo qual desejo-
-lhe rápidas melhoras na sua
saúde e votos de longa vida”,
disse Cuamba.
Cuamba ofereceu, na ocasião,
o seu livro denominado “O regresso
às origens” lançado em
1999 no Centro Camões da
Embaixada de Portugal.
Carlos Cauio, primeiro bastonário
da Ordem dos Advogados,
destacou a integridade e
idoneidade de Dias, recordando
as primeiras eleições para a
votação de um bastonário, nas
quais eram adversários. “Depois
das eleições, ele veio abra-
çar-me e desejar os parabéns.
e eu senti que era um abraço
verdadeiro”, contou.
Emocionado, Máximo Dias
agradeceu o gesto e deixou
ficar os princípios que devem
reger um advogado, tendo sublinhado
a honestidade, ética
profissional e respeito pela
parte contrária.
Embora tenha anunciado o
fim da carreira, Máximo Dias
vai continuar inscrito na Ordem
dos Advogados de Mo-
çambique e na Ordem dos
Advogados de Lisboa, de que
também é membro.
Máximo Dias
Desconhecidos invadem sede do MDM em Nampula
A sede provincial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), em Nampula, foi vandalizada por
desconhecidos que reviraram documentos e apoderaram-se de cerca de trinta e sete cadeiras plásticas.
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 3
“Antes do dinheiro não há trabalho”
Os Trabalhadores da Empresa
Municipal dos Transportes
Públicos de Maputo
(EMTPM) voltaram, esta
segunda-feira, a paralisar
as actividades em reivindicação
de salários em
atraso, cortes de subsí-
dios, suspensão de bónus
e despedimentos massivos,
motivados por uma
perseguição movida pelos
dirigentes da empresa.
Reginaldo Tchambule
Depois de terem
paralisado as actividades,
nos
dias três e quatro
de Fevereiro último,
reivindicando contra aquilo
que chamam de desmandos
da nova direcção da empresa,
e consideram que tem arrastado
aquela transportadora municipal
à banca rota a ponto
de não conseguir pagar salá-
rios e garantir a manutenção
da frota, os trabalhadores da
EMTPM decidiram parquearam
os autocarros e amotinaram-se
defronte à empresa
para exigirem os seus direitos.
Em contacto com o MAGAZINE
Independente, os trabalhadores
ameaçaram paralisar as
actividades por um período indeterminado
até que sejam resolvidos
na totalidade as suas
inquietações.
De resto, a paralisação de actividades
está criar um grande
prejuízo à empresa e a criar
grandes embaraços à mobilidade
das pessoas, aguçando os
graves e crónicos problemas de
transportes.
Segundo eles, só voltam a trabalhar
com uma nova direc-
ção, porque a actual, liderada
pela Presidente do Conselho
de Administração (PCA) Maria
Yolanda, a empresa está a
ser gerida de forma danosa e
tem defraudado as suas expectativas
de forma constante, na
medida em que tem demonstrado
um grande desrespeito
pela classe laboral.
“Antes do dinheiro não há
trabalho” é a principal arma
de guerra dos trabalhadores
que dizem-se injustiçados pela
nova direcção daquela empresa.
Para além de atrasos salariais,
queixam-se, igualmente,
de falta de pagamento do 13º
salário referente ao ano 2016,
ou seja, os 50 porcento prometidos
pelo Governo.
“Não sei se o ministro das Finanças
estava a nos enganar
quando disse que o Estado iria
pagar 50 porcento do 13º salário
para todos trabalhadores,
porque nós aqui na EMTPM
não tivemos esse valor. Temos
filhos, temos famílias e não sabemos
o que dar as nossas famílias”,
destacou um dos 500
trabalhadores da área operativa
que nesta segunda-feira
amotinou-se defronte da empresa.
Segundo aquele grupo de trabalhadores,
desde que foi nomeada
a actual Presidente do
Conselho de Administração,
nunca reuniu-se com os trabalhadores
para saber quais são
as suas inquietações e para
inteirar-se da real situação da
empresa. Esta, segundo eles,
só fica sabendo dos seus problemas
através da empresa
sempre que há greve.
“É estranho quando empresas
que servem ao público ficam
entregues a mercê de um
grupo de pessoas que levam
as mesmas a um colapso, nos
olhos dos que fazem de conta
que não vêem o grito dos
trabalhadores”, referem os
trabalhadores numa carta
denominada “O Colapso da
EMTPM”.
Os trabalhadores exigem a reposição
dos descontos no salá-
rio de Janeiro e querem uma
explicação clara sobre o não
pagamento do 13° salário referente
ao ano passado, bem
como a fixação de uma data
para o pagamento de salário,
uma vez que, actualmente,
regista-se um recorrente atraso
no pagamento dos salários.
Outra preocupação tem que
ver com os cortes dos subsídio.
De acordo com os trabalhadores,
a gestão da empresa suspendeu
o bónus de antiguidade,
subsídio nocturno, subsídio
de feriado e pagamento de horas
extras, o que afecta de certa
forma a sua produtividade.
Como se os cortes nos subsí-
dios não fossem suficientes,
mensalmente os trabalhadores
vêem seus salários cortados,
vezes sem conta, sem nenhuma
justificação plausível. O
grupo reclama também a retirada
de transporte de pessoal,
o que afectou, sobretudo, os
funcionários que trabalham
até às 00h00 e os que entram
às 04h00 da manhã.
Contactada pelo MAGAZINE
Independente, o director
da área operativa da Empresa
Municipal de Transportes
Públicos de Maputo, Nelson
Massango escusou-se de todas
as acusações levantadas
pelos trabalhadores grevistas.
Contudo, Massango reconhece
que as razões que levaram
a esta greve são as mesmas
que originaram a primeira
após a suspensão de bónus
como uma das medidas de
contenção face às decisões do
governo.
“A empresa está a fazer o
pagamento em função daquilo
que é o plano estabelecido
com base nos fundos que a
empresa dispõe. E não parou
de pagar salários, pelo que
não está a dever nenhum colaborador
“, disse Massango
referindo que o sistema efectuou
cortes nos salários dos
trabalhadores que estiveram
em greve.
Perante a nossa reportagem,
Massango começou por negar
que houvesse trabalhadores
desvinculados, mas
perante a insistência acabou
confirmando que há alguns
trabalhadores que foram
afastados e justifica que é no
âmbito da gestão do quadro
pessoal.
“A empresa tem o seu direito
de revogar contratos
quando achar oportuno. Não
é despedimento”, referiu a
nossa fonte, afastando a possibilidade
de perseguição.
Sobre o não pagamento do
13º salário, a fonte confirmou
que não houve pagamento
e justifica que esta
medida não é da empresa,
mas sim do estado que decretou
para todas empresas
públicas o pagamento de 50
porcento em função da disponibilidade
das empresas.
“Nós como empresa não recebemos
do Estado o subsídio
para o pagamento do
13º e não tendo recebido,
a empresa não tinha como
pagar, razão pela qual nenhum
colaborador recebeu.
O 13º não é uma obriga-
ção”, respondeu.
Segundo ele, o que está em
causa é o facto dos trabalhadores
terem perdido espaço
de manobras devido a
introdução de medidas de
automatização dos processos
de gestão que abrangem
a área de gestão da
frota e visa minimizar as
ineficiências no funcionamento
da empresa, como é
o caso dos desvios de combustível,
incumprimento
dos horários, assim como o
tempo de serviço de cada
trabalhador.
“Este conjunto de medidas
criou um aperto nos trabalhadores
que já estavam
habituados a uma situação
de anarquia. Para a empresa,
a automatização trouxe
ganhos, mas não para os
trabalhadores que já estavam
habituados a lesar a
empresa”, acusou.
Direcção da EMTPM nega as acusações
e atira culpa aos trabalhadores
Perseguições e expulsões arbitrárias
O grupo de trabalhadores grevistas
da EMTPM queixa-se
de despedimentos massivos
que tem origem naquilo que
chamaram de perseguição movida
pelos dirigentes da empresa
que querem calar a voz
de quem discorda com os desmandos.
A título de exemplo, segundo
os trabalhadores, na última
sexta-feira mais de 10 trabalhadores
daquela empresa
foram despedidos sem justa
causa e sem direito à indemnização,
alegadamente porque
foram os que encabeçaram as
manifestações havidas em Fevereiro.
“Nos despediram dizendo que
nós é que estamos a criar greve,
mas nós estamos fora e os
colegas estão em greve, o que
significa que quem cria greve é
a própria empresa”, referem os
trabalhadores.
A empresa demora meter o salário
dos trabalhadores, comprometendo
os compromissos
que os trabalhadores têm com
a banca, tais como pagamentos
de crédito. Por conta disso
são cobrados taxas de juros
demora, o que agrava a sua situação
financeira.
“Nós somos funcionários do
Estado, mas o nosso salário
entra todos meses com atraso,
por isso vivemos de dívidas.
Entramos as 13 horas e saímos
a uma hora, ou seja, fazemos
mais de oito horas de trabalho,
contrariando, desse modo,
o estatuído na lei do trabalho”,
destacaram.
Acrescentaram que a EMTPM
introduziu, recentemente, um
sistema biométrico de gestão
de recursos humanos que controla
as presenças electronicamente,
mas os trabalhadores
denunciam que aquela máquina
está a trazer uma confusão,
na medida em que há dias que
coloca faltas quando na verdade
os trabalhadores estiveram
a trabalhar.
“No mês passado, há alguns
colegas que tiveram mais de
30 faltas, quando na verdade o
mês nem sequer teve 30 dias.
Aquele sistema só serve para
nos prejudicar. A máquina não
nos beneficia, só beneficia a
empresa”, disse um dos trabalhadores.
Trabalhadores concentrados nos arredores da empresa
Nelson Massango
4 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
Nini Satar aponta o dedo acusador ao
MP sobre morosidade processual
O estágio actual da
justiça moçambicana
No dia 01 de Março de 2017,
procedeu-se a abertura do Ano
Judicial no Centro Internacional
de Conferência Joaquim Chissano.
Participaram deste evento, membros
do corpo diplomático acreditados
em Moçambique, membros
do Governo, juízes de alta magistratura,
deputados, empresários
entre outros.
Constitui praxe que, todos os
anos, o bastonário da ordem dos
advogados, o presidente do Tribunal
Supremo e Procuradora Geral
da República se dirijam à nação
através dos seus discursos actualizando
ao povo sobre o estado da
justiça.
Do discurso do bastonário da Ordem
dos Advogados de Moçambique
não tenho muito a comentar,
quando muito apenas elogiar porque
reflecte a realidade do que se
vive em Moçambique.
Quanto ao discurso do juiz-presidente
do Tribunal Supremo, não
tenho muito a opinar apenas verifiquei
a sua reclamação, porque
os valores das cauções são deveras
exorbitantes. Não concebo se ele
estava a queixar ou a informar
que os juízes fixam valores exorbitantes,
ao estabelecerem valores
de caução para garantirem a
liberdade provisória, porque ele é,
também, presidente do Conselho
Superior da Magistratura Judicial,
que é o órgão que disciplina os juí-
zes no âmbito da sua actuação.
Mas também quanto a este aspecto,
não existe muito que se fazer
porque os juízes são independentes,
isto quer dizer que devem obediência
a lei, mas também à sua
consciência e não devem sofrer
influências no âmbito das decisões
que tomam.
Entenda-se que não devem sofrer
nem influências da hierarquia ou
qualquer outra influência externa
ou de quem quer que seja.
O papel dos juízes conselheiros do
Tribunal Supremo é apenas de
apreciar matérias de direito e não
de facto, matérias estas que lhes
são submetidas no âmbito de um
recurso.
Os juízes do Tribunal Superior de
Recurso apreciam recursos em matéria
de facto e direito que lhes são
submetidos no âmbito do recurso
de decisões tomadas por tribunais
de província.
No que tange ao discurso da Procuradora-
Geral da República, importa,
antes de mais, trazer alguns
excertos do discurso para uma
análise mais cuidada.
A PGR recordou a Polícia da República
de Moçambique e a alguns
meios de comunicação social que a
apresentação pública de indivíduos
indiciados da prática de infracção
é “uma violação de um direito humano
fundamental, alicerçado no
Princípio da Presunção de Inocência”.
A PGR revelou que em 2016
“o número total da população
internada nos estabelecimentos
penitenciários atingiu o topo dos
últimos 3 anos”.
De acordo com Beatriz Buchili
esta superlotação contribui para
“situações de tratamento desumano
de indivíduos suspeitos de
prática de infracções, seja nas celas
das esquadras e comandos distritais,
acontecendo o mesmo nos
estabelecimentos penitenciários
e, por vezes, nas Procuradorias e
Tribunais”.
A solução, disse a Magistrada,
passa não só pela construção de
novos estabelecimentos penitenciários
mas “pode ser minimizada
com o incremento da celeridade
processual, a eliminação das detenções
ilegais e a aplicação das
medidas e penas alternativas à
prisão”.
Beatriz Buchili terminou voltando
a apelar, tal como no acto solene
de 2016, ao envolvimento e cometimento
de todos no “esclarecimento
dos crimes e podemos levar
os infractores ao julgamento e, por
conseguinte, combatermos à criminalidade
organizada”.
1º A PGR falou de violação do de
um direito humano fundamental
alicerçado ao princípio da presun-
ção de inocência ao se publicar as
imagens de indivíduos indiciados
da prática de crime – mas a questão
que se coloca é, que medidas é
que a Procuradoria já tomou para
corrigir este cenário, porque definitivamente
isto põe em causa o
bom nome dessas pessoas, que por
vezes até são ilibadas, mas já com
o seu nome na lama, pelo que foi
veiculado anteriormente pelos órgãos
de comunicação social e pela
Polícia, sendo que estes não aparecem
posteriormente para rectificar
o mal que fizeram às pessoas.
2º Falou que em 2016 o número
total da população penitenciária
atingiu o topo dos últimos três
anos – Importa antes esclarecer a
opinião pública que as nossas cadeias
foram feitas para suportar
8000 prisioneiros, mas actualmente
temos 18000 pessoas presas. Isto
é desumano, um atropelo grave
aos direitos humanos. Pensei que
com a aprovação do actual Código
Penal que vem estabelecer penas
alternativas os cenários iriam mudar,
que o número de pessoas presas
iria reduzir, mas pelo contrário
recrudesceu.
3º Como soluções para mitigar
a super-povoação nas cadeias, a
mais alta magistrada do Ministé-
rio Público sugeriu a construção
de novos estabelecimentos penitenciários,
aplicação de penas alternativas
e falou do incremento
da celeridade processual – esta última
medida tocou-me na medida
em que quem promove o processo-
-crime são os procuradores que podem
ser coadjuvados por agentes
da PIC, mas a responsabilidade
de promoção do processo pertence
aos procuradores. Importa antes
de divagarmos sobre este aspecto
frisar que diferentemente do Juiz
que é independente no âmbito da
sua tomada de decisões, deve obediência
também a sua consciência,
o procurador no âmbito da instru-
ção do processo deve estrita obedi-
ência a legalidade, sendo que este
sempre é obrigado a acatar ordens
superiores.
Os Procuradores sempre consultam
aos seus superiores hierárquicos
para estes os instruir sobre
como devem acusar. Nos últimos
15 anos, 99% dos processos que
param na Procuradoria, sempre
existe acusação havendo ou não
matéria de culpabilidade por parte
do réu. Nos últimos 15 anos o
único processo que me recordo
que houve abstenção da parte do
Ministério Público foi o caso Siba
Siba, onde houve indiciação de
Octávio Muthemba, Álvaro Massingue,
Nyimpine Chissano e outros.
Indo ao cerne da questão que nos
interessa, celeridade processual,
importa frisar que quanto a este
aspecto a Procuradoria ainda está
viver no passado, existem muitos
processos com pessoas detidas
tendo-se[JG1] extrapolado todos
os prazos de instrução preparató-
ria. Isto deve-se ao facto de os procuradores
quererem acusar a todo
o custo, mesmo sem existência de
provas, o MP está preocupado em
apresentar resultados ao seu superior
hierárquico, não interessa
a que custo, nem que para tal tenham
de passar por cima das pessoas
que nem um Bulldozer, sendo
que os prazos só se cumprem
quando se trata de casos de famí-
lias influentes, nestes casos o MP é
forçado a cumprir com os prazos.
Eu falo desta questão com propriedade
porque sou um exemplo claro
dessas injustiças, fiquei 13 anos e
meio na cadeia por um crime que
eu não cometi, mas porque havia
conveniência política fui acusado
em 23 dias, sendo que este foi
um autêntico recorde. O meu caso
foi por muitos conhecidos. Mas a
questão que se deve colocar é, devido
a morosidade processual do
MP, quantos Ninis desconhecidos
temos na cadeia injustamente,
quantas pessoas estão na cadeia
por ter roubado galinha, ou por
ter cometido pequenos delitos e o
MP acusou, outros até depois de
terminar a instrução preparatória
já cumpriram a pena a que deviam
estar sujeitos ?
Não sou jurista, mas durante o período
que despendi na cadeia, deu
para estudar e conhecer o sistema
judicial, e posso afirmar categoricamente
que a Procuradoria tem
estado a funcionar de forma desgovernada,
não exerce o seu papel
de defensor da legalidade, preocupa-se
mais com pilha-galinhas,
quando se devia preocupar com
os crimes perpetrados por peixes
graúdos.
Quantos assassinatos a figuras de
destaque aconteceram em 2015 e
2016? Quantos foram resolvidos?
Há dias atrás em conversa com
um amigo, ele disse que no distrito
de Inhamssunge, na província da
Zambézia, alguns funcionários da
Direcção Distrital da Educação foram
presos, alegadamente por um
desvio de uma quantia inferior a
100 mil meticais.
A questão que coloco é, as pessoas
que desfalcaram o país e o deixaram
de rastos, hipotecaram o futuro
das gerações vindouras onde
estão, o que lhes aconteceu?
Digníssima PGR: como vamos eliminar
a detenção ilegal se a mesma
é fomentada pela vossa classe,
quando extravasam os limites no
âmbito da promoção da acção penal?
Acho que as ideias avançadas pela
PGR na abertura do Ano Judicial
para mitigar os problemas gravosos
do judiciário são boas, mas
para se atingir a eficácia é preciso
primeiro trabalhar internamente,
para fazer face a implementação
das medidas propostas é preciso
libertar os procuradores deixar que
estes trabalhem sem influências.
Venho apenas lembrar que o papel
do procurador não é só de acusar,
quando muito, o seu papel primordial
é de defender a legalidade.
4º Habeas Corpus – Parece que o
actual presidente do Tribunal Supremo
e os novos juízes conselheiros
são pessoas que não pactuam
com ilegalidades.
Tenho informação vinda de vários
juristas que semanal ou mensalmente
entram vários pedidos de
habeas corpus e o Tribunal Supremo
tem reposto a legalidade, soltando
os que estão ilegalmente presos
nas cadeias, e esta posição, não
agrada nada a cúpula da Procuradoria,
sendo que é por este motivo
que os processos são arrancados da
PIC e são acusados de uma forma
precipitada e a consequência disso
é que quando o processo chega ao
Tribunal o juiz não tem como começar,
porque a acusação está prenhe
de erros e contradições.
O MP tem tratado assuntos processuais
de forma monstruosa, que
até sugere que tem interesses particulares.
O MP acusa e quando o
processo vai para o julgamento, o
juiz iliba. O MP volta a recorrer
da decisão do juiz, mesmo sabendo
que o Tribunal do Recurso pode
vir a dar razão ao juiz. A prova
concreta foi o julgamento do badalado
“Caso Castel-Branco”- o MP
acusou. O juiz ilibou. O MP recorreu
da decisão do juiz mesmo sem
ferramentas adicionais.
Nini Satar
Nini Satar, desta feita, fala sobre o que julga morosidade ou actividade mal elaborada do Ministério Público (MP), quando acusa determinados processos. De
facto a superlotação das cadeias moçambicanas tem sido um problema grave, cuja solução parece não estar para breve. Houve intervenções ricas de algumas personalidades
ligadas à justiça moçambicana, aquando da abertura do Ano Judicial. E Nini Satar faz alguma “emendas”. É por isso, e outras razões, que julgamos
o texto de interesse do nosso leitor. Ei-lo na íntegra:
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente
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6 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
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TABELA DE ASSINATURAS
opinião
Já tinha lido matérias escritas
por Noé Nhantumbo.
Quis o acaso que nos cruzássemos
na Cidade do Chiveve
e verificamos que fomos quase
contemporâneos nesta mesma
cidade e ambos pertencemos à
Geração 8 de Março. Pedi-lhe
a estória dele. Vamos ouvi-la
na primeira pessoa: “Chamo-
-me Noé Nascimento Nhantumbo.
Nasci na então Lourenço
Marques, actual Maputo em
25 de Março de 1959. O meu
pai era técnico de farmácia e
como nas províncias se ganhava
mais, ele decidiu pedir transferência
para a Beira, tinha eu 7
anos de idade. Outra razão foi
de que o meu padrinho e amigo
pessoal do meu pai Aurélio Manave
assim como outros amigos
decidiram fugir e juntar-se à
Frelimo e com medo da PIDE
ele achou melhor afastar-se da
capital. Na Beira estudei até
terminar a escola secundária.
Eu vim de barco, no Principe
Perfeito, de Maputo para a Beira.
O que me chamou mais a
atenção foram os coqueiros. Foi
paixão à primeira vista, Beira
é a minha cidade, Maputo não
me diz nada. O tempo mais
feliz da minha vida foi o perí-
odo entre a escola primária da
Manga até ao Liceu da Beira.
Além da escola, pratiquei montanhismo,
karate, futebol, o que
fazia os meus dias mais felizes.
Em 1976 quando estou a terminar
o 5º ano a altura, uma das
minhas professoras me convida
para ir com ela para Portugal
porque eu era muito bom aluno
e era colega do filho. Ela dizia
que mais um filho não era problema.
O meu pai não aceitou,
disse que Moçambique ia ficar
maning nice e em 1977 ruiu o
sonho dele de eu ser médico
um dia. Depois surgiram outras
oportunidades. Voluntariamente
dei alfabetização a adultos.
Depois fui para Chimoio para
o Instituto Médio Agrário para
dar continuidade aos meus estudos,
dentro do espírito da Gera-
ção 8 de Março. Apesar de no
início não ter sido o meu sonho,
eu acabei gostando. Eramos 45
de início e no fim acabamos 35.
Comíamos bem, e havia muita
camaradagem. Também foi a
primeira vez que fiquei fora dos
meus pais e soube bem. Assim
terminei o curso de Técnico
Agrário. Depois fui colocado em
Mocuba na zona de influência
de algodão da Zambézia. Foi o
meu primeiro trabalho. Valeu-
-nos a boa formação profissional
que tivemos, pois o Secretário
de Estado do Algodão na altura,
João Ferreira, mais conhecido
por “John Cotton”, disse-me
que eu seria o técnico responsá-
vel de uma equipe de cerca de
3.500 trabalhadores (abrangia
Namagoa, Mocuba Sisal, Moaciua,
porque era sisal e algodão,
11.000 hectares de sisal
em corte, sisal adulto e cerca de
2.500 hectares de algodão). Era
a fusão de duas ex-companhias
grandes, a Boror Comercial e a
Namagoa Plantations, que formaram
a Empresa de Algodão,
que era estatal. Até Novembro
de 1976 eu fui militante da Frelimo.
A partir de 1977, deixei de
ser militante. Em 1980 quando
me cruzei com o Secretário de
Estado João Ferreira, houve um
incidente com ele e nos desentendemos
sobre o cultivo do sisal,
e eu disse-lhe que ele era o
Chefe, mas eu era o técnico e se
ele não concordasse, eu punha o
meu lugar a disposição. Depois
disso eu fui transferido para o
Gurué e assim dentro da minha
área e em diversas províncias
de Moçambique e sob tutela do
Ministério da Agricultura durante
10 anos eu trabalhei um
pouco com chá, batata, milho,
algodão, sisal, trigo, cebola, etc
(culturas alimentares e culturas
industriais). Quando a guerra
dos 16 anos intensifica em 1987
apanhou-me em Nampula. Eu
fico doente e regresso a Beira e
saio completamente do mundo
agrário. Peço emprego à SOGERE
e sou admitido como técnico
de produção de cerveja. Na
escola agrícola nós estudamos
os produtos e sub-produtos.
A cevada é um sub-produto e
antigamente os técnicos das fá-
bricas de cerveja eram técnicos
agrícolas por causa desta forma-
ção. Trabalhei cerca de 3 anos e
fui tirar uma especialização na
Checoslováquia por um período
de 6 meses e cheguei a ser o
Chefe de Produção da Cerveja
Manica. Depois tudo isto, por
uma desavença relacionado com
questões salariais, com a Chefe
dos Recursos Humanos e com
o Director Geral, ficaram sem
um técnico especializado. Até
o Director Geral, na altura Dr.
Benjamim Alfredo, não me recebeu.
Fiquei uma semana no
Rovuma e voltei para a Beira
sem ter sido recebido. A nossa
formação na altura foi tão sólida
que qualquer coisa que nós
fizéssemos nós fazíamos bem.
Depois disso fui bancário e fazia
análise de crédito relacionada
com a área agrícola no BPD
na altura do Dr. Gamito. Para
a operação com o exterior vieram
portugueses e um alemão
para dar formação e montar o
balcão. Foi prometido ao que
ficasse em primeiro lugar ir à
Alemanhã. Eu fui o que fiquei
em primeiro lugar, mas quem
acabou por ir foi um de Maputo
que nem sequer em segundo
lugar tinha ficado. A partir daí
ficamos de costas voltadas. Entre
a agricultura e banco, na altura
dura da fome, nos anos 80,
saí para o Zimbabwe por seis
meses mas não consegui a residência,
e regressei. Serviu para
melhorar o meu inglês. Depois
do Acordo de Paz, na reintegra-
ção dos desmobilizados, trabalhei
com a ONG GTZ. Tenho
orgulho de dizer que trabalhei
num programa de Emergência
nas cheias de 2000 no Búzi e de
coordenador adjunto, eu passei a
ser o primeiro coordenador nacional
duma Organização governamental.
Antes de 2000 vivi e
trabalhei nos EUA durante 4
anos. Lá estudei inglês técnico
para engenheiros, estudei informática
na óptica do utilizador.
Vivi em Seattle, tirei a carta de
condução digital, aprendi Microsoft,
trabalhei para a Amazon,
no principal armazém deles
em Seattle, trabalhei duramente
em Novembro e Dezembro (tipo
quase escravo do Jeff Bezos),
sendo obrigatórias as horas extras,
pagas claro…. Mas como
voluntário recebi o Dr. Oldemiro
Baloi e outros moçambicanos
para a reunião Mundial do Comércio.
Eu era tipo guia deles.
Sou pai solteiro de 3 filhos. Actualmente
trabalho no ISCTAC
(Instituto Superior da Academia
Alberto Chipande). Por gostar
de ler, o meu pai também gostava
de ler, falava português, francês
e inglês e tinha uma pequena
biblioteca em casa e daí para o
jornalismo foi um passo. Não tenho
nenhuma formação formal
em jornalismo. O Canal de Mo-
çambique convidou-me e passei
a escrever regularmente para o
Canal. Sou mais colunista e cronista.
Agora sou sócio de uma
empresa de informação. Esta é a
minha estória.”
Obrigada Noé Nhantumbo pela
sua linda estória.
Estórias
Isaura Macedo Pinto
estorias.da.isaura@gmail.com
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 7
Um deserto chamado Amurane!
Queimar a madeira:
O luxo que não nos devemos dar
ljossias@magazineindependente.com
De uns meses a esta parte, o nome de
Mahamudo Amurane está na boca
de todos quantos se interessam pelas
dinâmicas da nossa política interna.
Tudo porque ele, Amurane, decidiu
trazer a público as divergências que
tem (estratégicas ou ideológicas)
com a direcção do seu partido, mais
concretamente com o seu líder Daviz
Simango.
Nadatemos contra as divergências
em se, elas acontecem em todas as
organizações e devem ser geridas. Os
integrantes de uma organizaçãonão
têm necessariamente que serem
amigos. Cada um tem os seus amigos
fora e na organização imperam
regras. Haverá, necessariamente
divergências entre seres humanos,
desde que haja duas pessoas. Uma
poderá pensar diferente da outra.
Esse é o facto.
O que torna estadivergência peculiar
são as razões invocadas. Em resumo,
segundo Amurane, se bem entendemos
aqui: Daviz Simango, na sua
qualidade de Presidente do MDM,
permitiu que numa reunião de um
órgão partidário, Amurane fosse
criticado ao que parece duramente
por membros do “Galo”.
Na opinião de Amurane, as críticas
dos seus colegas cheiram a difama-
ção e humilhação e Daviz Simango
deveria ter proibido ou limitado que
os seus colegas usassem da palavra
em críticas contra o edil de Nampula.
Daí a zanga sem precedentes. E para
acabar a zanga, Daviz Simango deve
pedir desculpas em público.
Ora bolas! Se bem entendemos,
há aqui um grande equívoco por
parte de Amurane. O equívoco
nasce quando ele pensa que os seus
colegas não o podem criticar (não
sabemos aqui a forma ou a intensidade
da crítica). O equívoco dele
tem a ver mesmo com a essência da
democracia e a necessidade de os
dirigentes estarem disponíveispara
serem criticados. Nós aqui temos
sido criticados e aceitamos a crítica,
mesmo aquela que carrega consigo
uma dose de injustiça ou de má-fé.
Mas este equívoco não termina
por esta recusa de Amurane de
ouvir a crítica de colegas em fórum
apropriado, isto é em reunião de
membros, devidamente dirigida
pelo Presidente. O grande equívoco
estende-se a sua exigência de
Simango ou seja o Presidente vir a
público pedir-lhe desculpas, “tipo
peço desculpas ao edil de Nampula
por, no dia X, eu ter permitido que
os nossos colegas o criticassem”.
Só isso. O resto passa depois. Ah...
Parecem crianças!
Sinceramente. Salvo melhor entendimento
sobre este dóssier, salvo
melhor resumo, não vemos necessidade
nenhuma de o Presidente de
um partido, devidamente eleito em
Congresso pedir desculpas sempre
que um membro se considera lesado,
sobretudo em razão de críticas
que lhe são dirigidas em reunião de
trabalho por colegas.
A ser assim, a procissão pode
ainda estar no adro. Qualquer
um vai,também, ser criticado em
reunião e depois sentir-se ofendido
ou atingido na honra e exigir
pedidos de desculpas. Ora,nãoé
assim que funciona a democracia.
A democracia tem espaço para
críticas e auto-críticas, desde que
tudo seja feito em fóruns apropriados
e por gente com legitimidade
para o fazer.
Em nosso entender, as críticas a
Amurane foram feitas em reunião
apropriada e por colegas dele. E
não foi Daviz quem veio a público
publicita-las, foi ele próprio
Amurane que citou as matérias
tratadas nela.
Ora bem, não faz sentido Amurane
exigir desculpas públicas a Daviz
sobre assunto que este não publicitou
ou seja não causou. Aqui a
causa e efeito têm ruídosinsaná-
veis e nãohá como legitimar essa
exigência de Amurane.
Resta ele se conformar com as
críticas ou não aceitando-asaté as
últimas consequências, retirar-se
da organização porque nela, ao
que julgamos saber, haverá sempre
espaço para críticas. Seria mau
precedente, Simango aceitar essa
exigência. Ao que parece, Amurane
não aceita críticas e podemos imaginar
então o seu elenco governativo
no Município: nem vereador, nem
chefe de departamento, nem funcionário
podem criticar o Presidente.
É”deserto”, afinal, este Amurane. “Deserto”
que só produz poeira. Não tem
árvores de sombra, não tem vegetação
para a pastagem de gado. É,só seca e
poeira. Pode ter sido erro de casting?
Pode ter sido uma ilusão. Amurane:
nome de “deserto”., conseguiu produzir
em nós, essa triste conclusão.
editorial
É verdade que ficamos chocados
quando vemos uma árvore derrubada
para dar lugar a negócios obscuros
entre os Mambas e o Dragão. O mais
agravante nessas verdades é que não
há plantio de novas árvores e as florestas
a cada dia estão se tornando
desertas.
Não é menos verdade que nos entristece
ver a floresta moçambicana
cada vez mais desprotegida, o que em
parte abre espaço para que haja confronto
directo entre homem animal,
uma vez que a floresta fica cada vez
mais aberta. Tudo em nome da venda
da madeira. Mais ainda, sentimo-nos
chocados quando vemos que as nossas
relações com os nossos vizinhos
nomeadamente Tanzania, Malawi
Zimbabwe ficam minadas quando
jovens destes países levam bala por
conta da madeira. O episódio da
queima de “troféus” que assistimos
no ano passado chocou-nos muito
e não gostaríamos de assistir de
novo mais um cenário idêntico. Ou
Seja, não queremos ouvir sobre a
queima da madeira que a Associação
dos Madeireiros (AMOMA) tanto
defende em nome do moralismo
internacional e sem pernas para
andar. Honra-nos bastante diante
de gente que, tendo satisfeito as
suas necessidades básicas, não mais
precisa se preocupar com o pão e o
peixe do dia seguinte, mas sim, com
as coisas que fazem da natureza, um
espaço completo. Pela forma como
os MADEIREIROS associados defendem
as suas convicções parece
que MADEIRA chega a ter mais
importância que uma criança que
estuda em Bunhiça, ao relento. A
“OPERAÇÕS TRONCO” deve ser
realizada dentro dos moldes locais.
Não precisamos de dar exemplo
ao mundo para tratar um assunto
localizado quanto este. Tenhamos
muito cuidado. Problemas locais,
recomenda-se soluções locais.
Portanto, não é para menos, é que
um país do terceiro mundo pretende
colocar no “fogo” bons Milhões
de Dólares em nome do combate
a um mal que enferma as nossas
florestas. Parece mais fácil colocar
muitos “milhões” no fogo em nome da
exemplaridade simbólica e tentando
disciplinar pessoas que já não existem,
afinal foram abatidas pelos “Rangers”
no meio da jornada de tráfico da madeira.
Parece ainda mais fácil chamar
atenção ao mundo com actos de glória
quando mais da metade da população
consome água imprópria devido a
falta de fontes melhoradas de abastecimento
daquele líquido precioso. Ao
executar este “acto glorioso” iremos
perder a oportunidade de mostrar ao
mundo como se combate um mal sem
ter em conta as especificidades locais.
Esta prática nociva não é combatida
através da tentativa desenfreada de
buscar protagonismo “junto das
organizações nem associações” que
lidam com questões ambientais e
florestais, mas de forma responsável,
colocando os interesses do estado em
primeiro. O combate a esta prática
faz-se com a polícia e guardas florestais
bem treinados, equipados e
super nutridos. O combate ao crime
não é feito através da “queima” dos
produtos roubados, mas da detenção
dos que semeiam a tal desordem. O
que é roubado ao Estado deve ser
devolvido ao Estado para que este coloque
no devido lugar. E por que não
vender a “madeira” e com o dinheiro
comprar sementes e adubos para
termos mais eucaliptos? É esta polícia
e guardas prisionais famintos e estas
associações em conexão que “volta e
meia” está nos armazéns a “subtrair”
a madeira apreendida para vende-la
mais uma vez no mercado negro. Por
quê? Simplesmente porque faz um
trabalho de honra e ganha misérias.
Parece-me que neste momento, com
toda a sinceridade, não é interesse
nobre da AMOMA e muito menos
de MITADER acabar com a mão
criminosa que dizima floresta mo-
çambicana. Quando um traficante de
madeira, lesa o Estado deve ir as celas.
Não é o estado que, ao recuperar o seu
bem, devia destruir o bem roubado.
Nesta lógica estaríamos a dizer que
as vítimas de roubo, ao recuperar os
seus bens, devem destruí-los. Se assim
fosse melhor seria deixar nas mãos
do “ladrão” do que recuperá-lo para
depois destruí-lo. Com esta situação,
colocamos duas questões que julgamos
serem importantes:
- Se podemos queimar boa quantidade
da madeira porque são frutos
do tráfico ilegal da madeira, por que
não podemos queimar as bebidas contrabandeadas
nas nossas fronteiras?
- As bebidas e cigarros contrabandeados
que semanalmente são
apreendidas nas fronteiras moçambicanas.
Esses sim, deviam mesmo
ser incineradas, afinal elas têm um
peso destruidor diante das pessoas
que, enganadas pela propaganda, os
consomem. Por que não incineramos
estes causadores de tanta desgraça
familiar? Queimar a madeira num
momento em que temos dívidas da
EMATUM, numa altura em que o
Dólar estremece a economia mo-
çambicana, a nossa dívida externa
esta acima de 40%? Esse é o tipo de
luxo que Moçambique não se deve
dar. A pergunta seria porque não
ofereceram aos necessitados? Para
nós este tipo de medidas representa
um orgulho vazio, pois hoje
queimamos o produto de um crime
que vale milhões e deixamos o criminoso
a passear de fatos e gravata,
num Mercedez Benz. Somos muitos
frágeis para “procurar protagonismo
internacional”, colocando dinheiro
no fogo. Hoje queimamos uns bons
milhões de Dólares, mas amanhã estaremos
com a “mão estendida” para
aqueles que nos aplaudiram quando
queimávamos o nosso dinheiro. Do
mesmo jeito que se faz negócio de
madeira no mercado formal, não nos
custaria levar esta madeira ao mercado
formal após a sua purificação
pelo Estado. Aliás os nossos régulos
podem desempenhar muito bem essa
função de purificação uma vez que
estão ligados ao estado e podemos os
ter como nossos “Swikiros”.
-Quantas carteiras podemos comprar
com o dinheiro do produto que
nos fizemos crescer?
Quantos empregos podemos fomentar?
-Quantas escolas, postos médicos,
fontenárias poderiam advir daquele
negócio se formos colocar tudo na
mão do Estado para a venda. Soberania
não significa ser arrogante
quando se trata de eventos do interesse
exclusivo de um grupo, mas
sim defender princípios e actos que
exaltem aos mais nobres interesses da
nação – saúde para todos, educação
para todos, alimentação para todos
e habitação para todos.
¹Jornalista e Historiador
Euclides Flavio¹
8 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
opinião Voz do Povo
Olhar fotográfico
Nilton Cumbe
O destino da madeira apreendida
Elina Gomes
Esta madeira é necessária para
o País; pode resolver grande parte
do problema ligado a falta de mobiliário
escolar nas zonas onde foi
ilegalmente explorada. Queimar é
um desperdício, infelizmente temos
pessoas a darem soluções que
de nada ajudam a sociedade mo-
çambicana.
Maria Joaquim
Acompanhei com muita má-
goa esta comunicação feita pela
associação dos madeireiros que
apontam como destino da madeira
apreendida a incineração.
Pode ser vendida e revertida
a favor das comunidades onde
esta madeira foi ilegalmente explorada.
Delfino de Deus
Penso que para o aproveitamento
da madeira aprendida pode se fazer
mobiliário escolar, porque a madeira
para além de fabrico de carteiras
escolar pode ser usada para fabrico
de mobiliário para algumas institui-
ções do Estado. Agora, incinerar só
pessoas sem sensibilidade podem tomar
essa posição num País em que
as crianças são obrigadas a sentar
no chão por falta de carteiras.
Milton Suleiman
Não concordo com esta oposi-
ção tomada pelos madeireiros. É
caricato queimar madeira num
País onde as crianças não têm
carteiras. A solução sábia seria
reverter a madeira a favor das
escolas do País para produção de
carteiras ou para outros fins.
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 9
Vítimas do Dineo ganham casas, mas
continuam sem acesso a serviços básicos
Dependência de doações
e serviços básicos improvisados
são rastros que
continuam a denunciar, nos
arredores de Inhambane, a
passagem do ciclone Dineo
que destruiu o pouco que
resistiu das chuvas de Janeiro.
Nas cerca de oito mil
famílias que foram seriamente
afectadas por este
fenómeno, 118 famílias, que
se encontram numa situação
de extrema vulnerabilidade,
mereceram por
parte do Instituto Nacional
de Gestão de Calamidades
(INGC) uma atenção
especial, que consiste na
construção de igual número
de casas.
Nelson Mucandze
S
ão famílias que perderam
casas, mas salvaram
a vida e hoje
lutam pela sobrevivência,
porém para
reparação de emergência e devolver
a vida normal às cerca
de oito mil família, as autoridades
afirmam que está em
curso a mobilização de fundos.
Enquanto o melhor não chega,
algumas famílias encontram-se
em tendas a espera da morada
definitiva, depois que foram
evacuadas das zonas de risco
pelas autoridades.
Só em Maxixe, distrito com
cerca de 129. 955 habitantes,
mais de 90 porcento destes habitantes
foram atingidas pelo
fenómeno e tiveram coberturas
das suas casas destruídas e das
41 escolas só uma que conheceu
o milagre de ficar salvo e
os oito centros de saúde existentes
nenhum se salvou. Sem
falar das machambas e fontes
de água que foram devastadas.
Não foi só o ciclone
que re -
trocedeu a vida
de milhares de
habitantes de
Inhambane.
Biatriz Capitine,
mãe de uma
filha, que vivia no bairro de
Mandje viu sua casa assolada
pelas chuvas que inundaram
centenas de casas no mês de
Janeiro passado e teve a sorte
de ser reassentada no bairro
de Maúeúe, que acolhe hoje
15 famílias, mas no dia 15 de
Fevereiro, o ciclone Dineo destruiu
sua tenda e o pouco que
tinha e para sua sobrevivência
depende doações.
“Depois de chuvas, quando sofremos
de ciclone tivemos nossas
tendas destruídas e fomos
nos refugiar na escola”, disse
Capitine para, depois, apelar
que “estamos a pedir casas minimizadas
e com portas para
podermos conservar em segurança
o pouco que temos, porque
aqui roubam muito”.
Outras intervenções juntaram-
-se à Capitine e agradecem
a atenção do INGC por este
identifica-se com as vítimas
que sofreram duas vezes consecutivas
por desastres. Mas
não deixaram de apelar a instalação
de serviços básicos,
principalmente água, que até
aqui continuam promessa do
Município de Maxixe, no caso
de Maúeúe.
O apoio irá devolver dignidade
O Governo, através do INGC,
selecionou 118 famílias vítimas
do ciclone Dineo que estão em
condições de extrema pobreza
para se beneficiarem do apoio
de cerca de 100 mil dólares
(equivalente a 730 milhões de
Mt ao cambio do dia) doado
pelo governo da Turquia.
O apoio prestado pelo povo
turco destina-
-se à construção
do mesmo nú-
mero de casas,
incluindo a mão
de obra. As casas
para aquelas
famílias serão
construídas por técnicos do
INGC e vão obedecer o mesmo
tipo de projecto arquitectónico.
“O objectivo é prevenir ou mitigar
as perdas fiscais, econó-
micas, sociais e ambientais e
os danos causados por desastres,
bem como criar um novo
ambiente de vida que seja seguro,
bem preparado, sustentável
e que resista desastre”,
disse a embaixadora da Turquia
em Moçambique, Zeynep
Kiziltan, quem fez entrega
do material de construção ao
governador da província de
Inhambane, Daniel Chapo, na
presença do director geral do
INGC, quem testemunhou o
processo de construção das referidas
casas.
No entanto, Kiziltan reconheceu
que o apoio humanitário
do seu País não é suficiente
para reparar na totalidade os
danos causados pelo ciclone,
mas acredita que poderá reduzir
as necessidades dos afectados
em material de constru-
ção.
Chapo agradeceu o gesto da
Turquia prometendo que os
bens serão canalizados aos necessitados
e disse que este vai
aliviar a dor das populações
da província que foram devastada
pelo ciclone.
“Para nós, é um apoio que vai
aliviar o sofrimento destas famílias
na cidade de Maxixe.
Queríamos aproveitar esta
oportunidade para agradecer
não só ao governo, mas ao
povo turco por esta relação
de amizade que existe entre
os dois povos, em especial esta
atenção que o povo e o governo
turco tiveram com a população
da província de Inhambane”,
disse Daniel Chapo.
Na intervenção de Machatine,
este acto simbólico, mas que
tem um significado muito importante,
significa que o apelo
que o Governo fez através do
INGC, juntos dos parceiros,
para se responder os efeitos do
ciclone dineo está surtir efeito.
“Temos estado receber vá-
rios apoios, não só da Turquia
mas de vários parceiros nossos.
Mas este é extremamente importante
porque nós estamos
a falar de um grupo que está
numa situação de extrema pobreza”,
disse, clarificando que
“se estavam em condições lamentáveis,
com o ciclone a
condição das mesmas agravou-
-se e, portanto, este apoio consiste
em prover casas a estas
populações, e assim conferir
alguma dignidade desta gente
extremamente vulnerável. É
um apoio que vem num momento
oportuno e que vai ter
resultado daquilo que é como
impacto”.
Carlos Canibane, um idoso
que vive com o seu neto de 15
anos, é um dos beneficiários do
fundo e diz estar alegre porque
terá a sua casa. “Tudo come-
çou de madrugada e meu Neto
me chamou para que fossemos
dormir na outra barraca (casa)
mais pequena, mas quando
chegamos já estava destruído”,
conta, afirmando que foi um
“inferno” ver a casa desabar e
sem saber onde se “esconder”.
Para se beneficiarem de casas,
o governo da província
de Inhambane apresentou ao
INGC os distritos de Maxixe,
Massinga e Morrumbene como
os que tem famílias afectadas
e em condições extremamente
vulneráveis.
“Ainda estamos muito além,
daquilo que é importante,
mas, neste momento, conseguimos
abrigar outras famílias em
tendas, uma solução transitó-
ria enquanto vão se mobilizando
mais recursos que é para
gradualmente sair das tendas
para construções consistentes”,
disse Machatine, director
geral do INGC quem de perto
acompanhou, na última sexta-
-feira, o drama vivido pelas ví-
timas do desastre, aquelas que
se encontram em condições
vulneráveis.
Ora, as autoridades não estão
apenas refém dos donativos, é
preciso lembrar que o governo
aprovou um plano de contingência
no inicio da época
chuvosa, que foi orçado para
cobrir os efeitos destes fenómenos.
“São valores que estão a
ser mobilizados a nível do governo,
mas os apoios dos parceiros
são também bem vindos”,
disse Machatine,
Adiante, afirmou que a INGC
elegeu como prioridades as infra-estruturas
sociais, escolas,
hospitais, sistemas de abastecimento
de água e agricultura,
nestes sector está a decorrer
o processo de mobilização
de recursos para reparação de
emergência.
Segundo Machatine, nesta
questão das reparações, existe
estágios que devem ser seguidos,
há intervenção de imergência
que ocorre logo após ao
acontecimento do fenómeno
para o funcionamento normal
das instituições desde escola e
hospitais, depois passa para o
estágio de reparação e reabilitação
de emergência onde os
processos estão em curso.
“Ainda estamos
muito além daquilo
que é importante...”
Embaixadora da Turquia entregando material de construção, acto testemunhado pelo director do INGC
10 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
nacional
Inhambane expande infra-estruturas
As autoridades sanitárias de
Nampula advertem que o surto
da cólera que afecta as províncias
do norte de Moçambique poderá
alastrar-se para outros distritos se
a população continuar a ignorar as
regras básicas de higiene colectiva
e individual.
Na província de Nampula, sobretudo
nos distritos de Monapo
e Meconta, onde desde o início do
corrente mês foram registados até
semana passada um total de 465
casos de cólera confirmados nos
centros de tratamentos de doenças
diarreicas e cólera.
Segundo o chefe do departamento
de saúde pública na Direcção
Provincial de Saúde de Nampula,
Américo Barata, regista-se actualmente
um elevado número de
casos de doenças diarreicas, sobretudo
em adultos em Lalaua, Malema,
Mogincual, Ribàué, Murrupula
e Nacarôa, um indicador de
que se não forem accionados mecanismos
para reverter a situação
aquele surto pode eclodir naqueles
distritos.
Barata aponta que nos referidos
distritos o número de casos de
diarreias subiu 30 por cento em
adultos e este facto obriga o sector
da saúde a redobrar esforços
no sentido de sensibilizar a popula-
ção a observar as regras básicas de
saúde e higiene.
Na última semana epidemiológica,
houve registo de um total de
1.781 casos de diarreias ao nível da
província, destes 423 foram registados
em adultos com maior destaque
nas regiões consideradas de
alto risco.
Entretanto, a fonte explicou que,
felizmente, o surto da cólera que
está assolar a região ainda não fez
óbitos, e a situação pelo menos nos
últimos dias tende a abrandar.
Continuamos a trabalhar no sentido
de sensibilizar a população
sobre a prevenção das diarreias e
cólera. Estamos a oferecer Certeza
(um desinfectante) às comunidades
para o tratamento da água.
Sensibilizamos as populações para
a mudança de comportamento face
a higiene individual e colectiva e
ao saneamento do meio e o abandono
da prática do fecalismo a céu
aberto, disse a fonte.
(AIM)
Surto de cólera
ameaça seis distritos
Brasil doa livros às escolas moçambicanas
O Governo brasileiro doou 1.200 livros de autores e conteúdo diversos a Moçambique, um acervo destinado
a bibliotecas de escolas primárias e secundárias. Conceita Sortane, ministra da Educação disse que
a doação tem significado para as crianças moçambicanas e demostra as boas relações existentes entre
os dois países..
O Conselho Municipal de
Inhambane continua a
envidar esforços com vista
a melhoria das condições
de vida dos munícipes e do
seu bom funcionamento a
todos os níveis. O presidente
do Conselho Municipal
de Inhambane, Benedito
Guimino, em entrevista
ao nosso jornal, traçou, em
entrevista ao nosso jornal,
aquilo que foram as actividades
do município do ano
passado e perspectivas
para o presente ano.
Alfredo Langa
S
enhor presidente, em
poucas palavras quais
foram as actividades
realizadas o ano passado?
São várias as actividades, onde
podemos destacar dentre elas
as visitas aos diferentes bairros.
Auscultadas e resolvidas parte das
preocupações dos Munícipes dos
Bairros Josina Machel, Guitambatuno,
Muelé 2 e 3; Chamane; Siquiriva,
Liberdade-2 e 3, Chalambe
1 e 2, Mucucune e Malembuane,
tendo interagido com cerca de
20.913 munícipes.
Efectuamos visitas a personalidades
influentes como os líderes
dos bairros Josina Machel, Nhamua,
Machavenga, Liberdade-3,
Muele-1, Conguiana, tendo interagido
com cerca de 103 munícipes.
Dirigimos sessões ordinárias do
Conselho Municipal onde discutimos
vários assuntos inerentes
à melhoria da qualidade da vida
dos munícipes e o grau de cumprimento
do plano anual e quinquenal.
Concedemos no ano passado
audiências aos munícipes e a
diversas individualidades influentes.
Inauguramos um Posto Administrativo
municipal no Bairro
Josina Machel que irá beneficiar
os munícipes dos bairros Josina
Machel, Mahila, Conguiana e Siquiriva.
Foram consignadas cinco
obras de construção de estradas,
1 de ponte, 2 de escolas e 2 de
construção de sedes dos bairros.
Essas são algumas das realizações.
No campo de gemelagem o que
foi feito?
Visitamos à Câmara Municipal
de Oeiras-Portugal, no âmbito
de estreitamento das relações de
amizade e cooperação entre os dois
Municípios. A deslocação àquele
Município foram, igualmente,
visitados alguns estudantes de
Inhambane que se beneficiaram
de bolsa de estudos. Recebemos
uma delegação de Câmara Municipal
de Estarreja-Portugal com
vista a criação de condições para
o estreitamento das relações de
amizade e cooperação. Recebemos
uma delegação de 17 empresários
portugueses de diversos ramos
empresariais visando a criação de
condições para o estreitamento
das relações de amizade e cooperação
empresarial com empresas
locais e electrificação da Ilha de
Inhambane.
O CMI participou em grandes
eventos fora do País no ano pasBenedito
Guimino, presidente do Conselho Municipal da cidade de Inhambane
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 11
sado. Que liçõestrouxeram para
a realidade de Inhambane?
Efectuamos duas visitas, sendo
uma à República de Coreia
Gwangju, para participar no Fórum
Mundial sobre urbanismo das
Cidades e Direitos Humanos e
outra na República Popular da
China, Município de Xiamen,
para participar no Fórum Mundial
de Investimento, negócio e
gemelagem. Preparamos o memorando
de entendimento com o
Município de Xiamen nas áreas de
formação, água, energia, televisão
e transporte, processo iniciado em
2015 com apoio da embaixada de
Moçambique na China.
... E localmente?
Participamos no I Simpósio Nacional
da Empresa Municipal de
Transporte Público de Passageiros
e no I Fórum Nacional Urbano.
Foi feita a troca de experiência
e adquirido conhecimento e capacidade
de liderança em matéria
de novo paradigma no sistema de
transporte público de passageiros
e melhoramento de gestão das
Empresas de Transporte Público de
passageiros a nível urbano.
Que actividades foram desevolvidas
na Vereação deAdministração,
Finanças, Indústria e
Comercio?
São tantas acções que levamos
a cabo. Foram adquiridas e distribuídas
pelas vereações cinco
viaturas. Reabilitados os mercados
de Conguiana, Benjamim e Giló.
Adquirimos 24 motorizadas. As
mesmas vão impulsionar o trabalho
ao nível dos secretários dos
bairros e do Conselho Municipal
de Inhambane.
No que diz respeito a receitas
no ano passado, ou por outra,
em 2016 estava planificado arrecadar
163.604.980.00MT e só
conseguimos 146.308.514,67MT.
Verifica-se um crescimento de
20.788.161.16MT correspondente
a 2 ,83%.
Qual é o ponto de situação
do meio ambiênte, sobretudo
o acesso a água potával em
Inhambane?
- Estanos a desenvolver acções
que visam fazer a ligação entre os
bairros Muele-1 e 3 Chamane e os
Bairro Chalamne-1 e 2 e Balane
1- 2 e 3, beneficiando directamente
cerca de 13,000 munícipes.
Pretendemos fazer a ligação entre
os Bairros Balane 3 Chalambe2
Liberdade -1,2, e 3, beneficiando
directamente cerca de 8000 muní-
cipes; abertura de 7km da estrada
Salela-Mahila para beneficiar os
bairros de Salela e Mahila; ensaibramento
no bairro Machavenga
do mercado até à escola EPC1
para beneficiar os bairros de Machavenga
e a entrada para praia da
Rocha; ensaibramento de 900m x
6m de mercado de Conguiana até
à Escola Secundária de Conguiana.
Está em curso a aplicação de solos
soltos no troço pantanoso para o
alcance da cota do projecto num
troço de 1100 metros.
Igualmente, foi concluída a colocação
de pavê, incluindo a construção
de passeios e drenos na rua
do Bairro Muelé 1, permitindo a
circulação de pessoas e bens beneficiando
directamente a cerca
de 1300 munícipes e reduzidos os
efeitos de erosão no Bairro. Está
em curso o processo de parcelamento
de 22 hectares no bairro
Malembuane, trabalhos inseridos
no plano de pormenor, bem como
parcelar terrenos para atribuição de
talhões nos bairros de expansão.
O que está sendo feito no que
diz respeito ao Turismo e Agricultura
?
Temos vindo a realizar encontros
com operadores turísticos e
agentes económicos no âmbito de
Diálogo-Público-Privado.
Foram identificadas cinco áreas,
nomeadamente: melhoramento
dos espaços públicos; divulgação
de informação sobre taxas e impostos
de Instituições; Separação
de Lixo; melhoramento dos locais
históricos; persuadir vendedores
de mariscos para aquisição de boas
balanças; persuadir ASTROI para
fixação de preços dos destinos
dos passageiro. Enquanto que na
Agricultura estamos a monitorar o
efeito dos cajueiros pulverizados
e aconselhados os provedores a
manter o ritmo de tratamento quí-
mico de cajueiros. Há indicações
de está a ser melhorada a produção
de castanha de caju na Cidade de
Inhambane. Foram adquiridas 30
kg de sementes de hortícolas e
distribuída a 19 associações de
produtores agrícolas e de um
tractor com a charrua.
Fala-nos um pouco da Educação
e Saúde na cidade de Inhambane?
Temos vindo a efectuar visitas
no âmbito do Programa Frísio de
Saneamento Urbano às EPC’s de
Marrambone, Chihenguene, 1° de
Maio, Nhampossa, 25 de Setembro,
Chamane, Salela, Nhamua,
Josina Machel, Nhaguiua, Manhanza,
Siquiriva, Mahila, Jogó e
Conguiana. Observação da extrema
necessidade de conservação
das infra-estruturas escolares. Foi
concluído o Centro de Saúde de
Josina Machel, que irá beneficiar
cerca de 12.000 munícipes, concretamente
Conguina, Nhamua,
Siquiriva, Salela e turistas que
frenquentam as praias de Tofo,
Tofinho, Rocha e Barra.
Inhambane depara-se com problemas
de sinalização nas vias
públicas. Qual é o ponto de
situação agora?
O Conselho Municipal de Inhambane
realizou a manutenção da
sinalização horizontal ao longo
da Avenida Eduardo Mondlane,
Acordos de Lusaka, 3 de Fevereiro,
Avenida da Independência, como
forma de garantir a segurança
rodoviária nas principais ruas e
avenidas.
Quais foram os momentos marcantes
do ano passado para o
Municipio?
São tantos e não podemos descurar
a realização de casamentos colectivos
dos munícipes da Cidade de
Inhambane como forma de ajudar
na construção da harmonia e coesão
familiar no seio dos munícipes
da cidade de Inhambane. A entrega
do campo de Muelé à populaçao
desportista de Inhambane e não só.
Qual é o ponto de situação do
PERPU?
-Estamos a desevolver um trabalho
de fiscalizar fundos em todos
bairros, excepto o bairro de Ilha
de Inhambane. Avaliamos positivamente
o nível de implantação
dos projectos e financiar projectos
no âmbito do PERPU. Foram
criados 735 postos de emprego
que beneficiam mais de 2534
pessoas. Financiado o valor de
12.173.962,25Mt e reembolsado
cerca de 3.339.432,86Mt.
Quais são os maiores constragimentos
que o CMI se depara?
Fraco pagamento do Imposto
Predial Autárquico e da Taxa por
actividade económica; fraco conhecimento
das matérias relacionados
com a gestão de pequenos negócios e
a subida de preços em mais de 100%
no mercado dificultando a execução
das obras e o funcionamento do
Município.
Quais são as prespectivas para o
presente ano de 2017?
Expandir as redes viárias, abastecimento
de água e energia para os bairros.
Continuar a sensibilizar e formar
os mutuários sobre a importância dos
reembolsos e boas práticas. Continuaremos
a promover campanhas
de fiscalização e sensibilização dos
munícipes para a massificação de
pagamento de impostos e taxas.
Apesar dos constrangimentos, o
Conselho Municipal continua a
envidar maior esforço com vista a
melhoria das condições de vida dos
munícipes e do bom funcionamento
a todos os níveis e o PESOM/2016
foi cumprido na ordem de 95.4%.
Quanto ao cumprimento do manifesto
eleitoral situa-se na ordem
de 81.9%. Munícipe recebendo financiamento do Conselho Municipal de Inhambane
Melhoramento das vias de acesso nos bairros da cidade Inhambane
12 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
Four die from contaminated drink
At least four people have died in the northern Mozambican province of Niassa, after consuming a home-brewed alcoholic drink known as “catcholima”, according to a report on the independent tele- vision station STV. english
The Mozambican Minister of
Transport, Carlos Mesquita, has
appeared before the Central Public
Ethics Commission (CCEP),
set up under the Law on Public
Probity, to answer concerns
about an alleged conflict of interest
involving a company he partly
owns.
The case involved a contract
granted by the country’s relief
agency, the National Disaster
Management Institute (INGC),
without a public tender, to the
company “Transportes Carlos
Mesquita Ltd” (TCM). The
Minister is one of the owners of
the Mesquita Group, which is
the main shareholder in TCM.
The TCM contract is worth 20
million meticais (about 296,000
US dollars, at current exchange
rates).
The award of this contract was
denounced by, among others, the
Mozambique Bar Association
(OAM). At the ceremony on 1
March, marking the opening of
the 2017 judicial year, the OAM
chairperson, Flavio Menete, said
that this case was “a gross violation”
of the Law on Public Probity.
“These situations must be
halted”, he declared.
The chairperson of the CCEP,
Alfredo Gamito, a former Minister
of State Administration, cited
in Friday’s issue of the independent
weekly “Savana”, said that,
after speaking with Mesquita, the
Commission drew up an opinion,
which it subsequently sent both
to the Minister, and to the Ethics
Commission in the Ministry of
Transport and Communications.
Gamito said that Mesquita has
responded to the CCEP opinion,
and the CCEP is now waiting for
a response from the Ministry’s
Commission. He hoped that the
CCEP would be able to take a
definitive position on the matter
by next Tuesday.
Gamito declined to reveal what
Mesquita had said, since the case
is not yet closed. But “Savana”
says it knows that Mesquita claims
he had done nothing wrong,
and can see no irregularity in the
award of the contract.
(AIM)
Minister appears before
ethics commission
Control stamps obligatory for tobacco
In an attempt to stamp
out contraband, the Mozambican
Tax Authority
(AT) has banned the production,
import and sale of
tobacco products that do
not carry an official control
stamp.
This measure has
been in force since
Friday, and
was announced
by AT chairperson,
Amelia Nakhare, when
she visited the Maputo factory
of British American Tobacco
(BAT), where she witnessed
the production of packets of
cigarettes bearing the stamp.
The obligatory use of stamps
will also be extended to alcoholic
drinks.
According to Nakhare, a study
undertaken in 2012, by
exports of the Southern African
Development Community
(SADC), indicated that smuggling
and contraband account
for about 60 per cent of the
alcoholic drinks consumed in
Mozambique. (It was not clear
how much of the tobacco
smoked in Mozambique was
contraband).
An earlier study, in 2009, showed
that contraband alcohol cost
the state about 2.8 million US
dollars in lost revenue a year. 66
per cent of the drinks sold on the
market came from illicit sources.
Nakhare said that no tobacco
products without the stamp may
be sold legally. She expected this
move “to have a significant impact,
not only on revenue, but
also on the country’s fiscal organization”.
This, she added, was the culmination
of a project that had begun
in 2009. In the succeeding
years, obstacles had been overcome,
said Nakhare, and the conditions
created to allow the use of
official stamps.
It was in 2009 that a new Code
on the “Specific Consumption
Tax” (the tax on luxury or superfluous
goods) was approved, followed
by improvements in the organization
of tax offices. “Thanks
to this process”, said Nakhare,
“today it can be said that we
have a tax administration capable
of carrying out challenges
such as placing official stamps on
drinks and tobacco throughout
the country”.
BAT Maputo manager, Alexandre
Carpenter, said that implementing
the control stamp was
a measure that will stimulate the
Mozambican tobacco industry,
since it would combat contraband
and the competition from
tobacco goods that have not paid
taxes.
“We would like to ensure retailers
that, as from Wednesday, all
the tobacco goods we produce
bear the control stamp”, he said.
(AIM)
The extraordinary summit of
the Southern African Development
Community (SADC)
held in Swaziland on Saturday
decided to set up a regional
fund to deal with natural
disasters, such as droughts,
cyclones, floods and insect
pests, which frequently affect
SADC members.
Speaking to reporters in Mbabane,
after the summit, where
he represented President Filipe
Nyusi, Mozambican Prime
Minister Carlos Agostinho do
Rosario said “we have decided
to work together to set up a
regional fund to be used in
the event of natural disasters.
Mozambique, as one of the
countries that has repeatedly
suffered from such natural adversities,
will do all in its power
to ensure that this fund is
created in the coming year”.
During the year, he added,
SADC would clarify how the
fund will raise contributions,
and how affected countries
may gain access to it. “For
now, the most important thing
is the decision we have taken”,
said Rosario, “because in
many situations the region has
faced difficulties in responding
to natural disasters”.
Rosario’s words were in line
with the opening remarks
made by the summit host,
Swazi King Mswati III, who
had noted that, on 26 July
last year, in Gaborone, SADC
had launched an appeal to
raise resources to aid about
41 million people affected by
drought in the region.
Since then SADC member states
and the international community
had contributed about
979 million US dollars, which is
only 34 per cent of the amount
required (about 2.9 billion
dollars). Mswati had said “member
states are encouraged to contribute
financially, since there is
still an enormous deficit”.
“The region needs to implement
an efficient mechanism for responding
to disasters as quickly
as possible”, he said. “We need
to improve coordination and
collaboration to promote harmonized
approaches in disaster management”.
Rosario said the summit stressed
the pertinence of regional
industrialization, taking into
account that SADC members
possess enormous natural resources
which need industry to add
value. He added that SADC has
now created a directorate with
the specific mission of working
on industrialization.
Rosario also attended the meeting
of the SADC “double troika”
dealing with questions of
peace and stability in the region,
particularly the situations in Lesotho
and the Democratic Republic
of Congo (DRC).
It was worrying that Lesotho
was holding elections almost
every two years (and the next
elections are set for 3 June).
“Elections cost money which is
in short supply in Lesotho and
in the region”, he said. “So the
summit stressed the need for Lesotho
to comply with the recommendations
of SADC and other
partners, so that solutions may
be lasting”.
The final communiqué from the
summit said the leaders “noted
with concern the changed political
dynamics that have necessitated
the holding of snap elections”,
and urged Lesotho “to
address the fundamental challenges
and bring about political
stability”.
The summit called for a “multi-
-stakeholder national dialogue”
before the elections “with the
aim of building consensus and
trust among all stakeholders and
charting the way forward for the
implementation of SADC Decisions”.
Shortly after the elections there
will be a further meeting of
the Double Troika “to engage
the new Government of Lesotho
on the need to implement the
SADC Decisions and the recommendations
of the SADC Commission
of Inquiry through a roadmap
with clear timelines”.
(AIM)
SADC to set up fund for natural disasters
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 13
Supreme court proposes to cut judges’ holidays
In a major shake-up of the
Mozambican legal system,
the country’s judges will
now find their annual holiday
entitlement cut from
two months to one.
Announcing the
proposal, the
spokesperson
for the Supreme
Court, Pedro
Nhatitima, cited in Friday’s
issue of the Maputo daily “Noticias”,
said that from now
on judges should take their
holidays like any other state
employee, and will be free to
enjoy a month’s paid leave at
any time in the year.
The current system of collective
“judicial holidays” covers
the entire first two months of
the year. In January and February
only trials that began
the previous year can continue,
and no new trials may be
started. So during those two
months, Nhatitima noted, “the
courts were stopped, interrupting
the operations of a public
service”.
Adding to the absurdity, one
study has found that, although
their holidays are supposed
to take place in January and
February, about 40 per cent
of Mozambican judges take
their holidays outside of that
period, thus reducing still further
the productivity of the
judicial system.
The “judicial holidays”, Nhatitima
accused, were partly
responsible for overcrowding
in the prisons, “particularly
in the months of March and
April, when the judges are
returning from leave, and the
courts are working at half speed”.
Detentions made by the police
in January and February
are not properly accompanied
by magistrates (who should
validate a detention within 48
hours), because they are all at
home, he continued.
“We want to transmit the
idea of continuity of service”,
said Nhatitima. “Judges will
take their holidays in the same
way as anyone else. Reducing
the holiday period will allow
us to reduce the problem of
prison overcrowding, and the
excessive work load on the
courts, and will guarantee a
certain continuity in managing
cases”.
Another reform proposed by
the Supreme Court is to allow
district courts to decide on the
granting of provisional freedom
to prisoners, instead of
passing all such cases up to
the provincial courts. AIM
Despite a recent increase in
the level of water stored in
the Pequenos Libombos dam,
the water supply for the Greater
Maputo Metropolitan
Area remains critical, warned
Mozambique’s Minister of
Public works, Carlos Bonete
on Thursday, cited by the
independent television station
STV.
The water supply for Maputo,
the neighbouring city of Matola
and Boane district depends
on the pumping and treatment
station on the Umbeluzi river.
The Umbeluzi rises in Swaziland,
and then flows towards
Maputo via the Pequenos Libombos
reservoir.
Bonete said there had been
some rain in the Umbeluzi basin,
but not enough to raise
the reservoir to healthy levels.
According to the National
Hydrological Bulletin published
by the National Diretorate
of Water Resources, on
Thursday the reservoir was
26.06 per cent full. While this
is an improvement on the situation
in early January, when
it was only 13 per cent full, it
is not enough to lift the current
water restrictions in force
in Maputo, Matola and Boane.
The Maputo Regional Water
Company (AdeM) is pumping
water to each neighbourhood
on alternate days. This is not
a major problem for people
who have tanks on the roofs
of their houses which can store
water for a couple of days, but
people who rely on standpipes
may find themselves seriously
short of water.
For the first few days in March,
the authorities closed the
floodgates on the Pequenos Libombos
dam completely, in order
to increase the amount of
water stored in the reservoir.
This was possible, because there
was still water downstream,
at Movene, which could supply
the Umbeluzi pumping station.
That water is now exhausted,
and as from Monday the
Pequenos Libombos reservoir
was releasing 1.5 cubic metres
of water a second into the Umbeluzi.
The current rainy season (October
to March) is drawing
to a close, and not much rain
can be expected in the April to
September period. Even when
the next rainy season begins in
October “there is no guarantee
of rainfall that will supply the
Pequenos Libombos reservoir”,
warned Bonete.
The Zambezi basin is also causing
some concern. Low levels
of water at the Cahora Bassa
dam could compromise its capacity
to generate electricity.
However, the level of the Cahora
Bassa lake has been steadily
rising, and on Thursday it was
66.4 per cent full.
The country’s other river basins
“are normal”, said Bonete.
The threat of severe flooding
on the Limpopo river, in the
southern province of Gaza has
receded, and the level of the river
is currently dropping.
(AIM)
Maputo water supply remains critical
Mozambican Prime Minister
Carlos Agostinho do Rosario
on Friday urged Mozambicans
living in Swaziland to register
with the Mozambican authorities.
It is estimated that there are
some 40,000 Mozambicans living
in Swaziland, but only
about half of them are registered
with the Mozambican
High Commission.
Speaking to a meeting of dozens
of Mozambicans in the
Swazi city of Manzini, Rosario
said that a registration campaign
will begin within two
weeks and will last for nine
months. Mozambican civil
registration brigades will attempt
to register all Mozambicans
living in Swaziland, and
Rosario called on the Mozambican
migrants to cooperate.
“President Filipe Nyusi has
spoken with King Mswati III,
and the work will go well, if
we all cooperate”, he stressed.
Mozambicans living in Swaziland
without any official
registration have frequently
complained that they cannot
enroll their children in secondary
schools, and are unable
to obtain residence or work
permits. When Mozambican
migrants who lack identification
die in Swaziland, they are
buried in common graves.
Some of the Mozambicans in
this situation fled into Swaziland
during the war of destabilization
that ended in 1992,
and never returned. With the
return of Mozambique to peace,
they lost the refugee status
they once enjoyed. Other Mozambicans
simply crossed the
border into Swaziland in search
of better living conditions.
Joaquim Bule, an advisor to
Mozambican Interior Minister
Basilio Monteiro, said “the
next step is to find each and
every Mozambican living here
and provide them with documents
such as identity cards
and passports”.
But he noted that the last registration
attempt was a failure.
“We were frustrated when
the possibility for registration
was opened in the past”, said
Bule. “We stayed here for
about a month, but very few
people registered”.
“This time, anybody who does
not register will have to deal
with the Swazi authorities”, he
warned.
The main purpose of Rosario’s
visit to Swaziland is to represent
President Nyusi at an extraordinary
summit of heads of
state and government of SADC
(Southern African Development
Community). AIM
Mozambicans in Swaziland urged to register
Pedro Nhatitima
14 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
nacional
Combatentes chamados a ter um
papel activo na produção alimentar
Três pessoas da mesma família
morreram na madrugada da última
quinta-feira, na sequência
do fogo posto que destruiu uma
habitação de construção convencional,
na Vila sede do distrito
de Molumbo, na província central
moçambicana da Zambézia,
Centro do país, onde autoridades
locais desconhecem ainda o
móbil do macabro crime.
A ocorrência foi confirmada,
semana passada, pela Administradora
do distrito de Molumbo,
Maria Massina.
Não está confirmado ainda
se autor do crime tenha sido o
próprio marido. Na altura aparentava
vestígios de ter sido banhada
de combustível e com a
porta amarada com arames por
lado de fora, explicou Massina.
Segundo a administradora, o
indivíduo, ainda desconhecido,
deslocou-se àquela residência,
a meia-noite da mesma quinta-
-feira, e amarrou a porta por
fora, regando depois a casa com
combustível, antes de atear fogo
e fugir.
Os vizinhos que acorreram ao
local, pela madrugada, não conseguiram
resgatar às vitimas,
ainda com vida.
Massina garantiu que os peritos
da Polícia de Investigação
Criminal naquele ponto do país
acharam no local do crime algumas
provas suficientes para trabalho
operativo, do que resultou
na detenção de um cidadão, por
sinal colega de profissão de uma
das vítimas, numa das empresas
que se dedicam ao fomento
de produção de tabaco naquele
distrito.
A administradora assegurou
ainda que diligências continuam
com vista a neutralização de
outros criminosos indiciados nos
autos e levá-los as autoridades
judiciais para sua responsabilização.
Massina não revelou a identidade
do suspeito nem das três
vítimas mortais.
A administradora do distrito
de Molumbo condena o sucedido
e exorta a população no sentido
de não recorrer a violência
para resolução de quaisquer que
sejam tipos de conflitos sociais.
(AIM)
Fogo posto faz três
mortos no distrito de
Molumbo
Falta de informações sobre processos eleitorais gera conflitos
Os membros da SADC entendem que a falta de informação sobre como, quando e o que está envolvido no
processo eleitoral é a causa que provoca conflitos que culminam em convulsões sociais..
A melhoria das condições
de vida do combatente
não deve constituir apenas
preocupação do governo,
mas sim de toda a sociedade
incluindo o próprio
combatente que deverá
ser capaz de transformar a
crise financeira que, actualmente,
o País enfrenta em
oportunidade para elevar
os níveis de produção de
comida e prestação de
serviços nos diversos sectores
de actividade.
Esta foi a tónica
principal do discurso
do ministro
dos Combatentes,
Eusébio Lambo
Gondiwa, que visitou na manhã
do passado sábado, 18 de
Março, a Associação dos Combatentes
da Defesa da Soberania
de Moçambique (ACDSM)
sedeada na Machava, província
de Maputo.
O titular do Pelouro dos combatentes
precisou que foi reconhecendo
a exiguidade do valor
das pensões atribuídas aos
combatentes que o governo
criou, através do Decreto nº
72/2014, de 5 de Dezembro, o
Fundo da Paz e Reconciliação
Nacional (FPRN), instituição
que tem como atribuição financiar
projectos de geração
de renda a todos aqueles que
consagraram as suas vidas à
luta pela independência nacional
e defesa da soberania e da
democracia.
Segundo o governante, embora
a economia nacional esteja a
ressentir-se da crise financeira
acentuada pela desvalorização
do metical face às principais
moedas, facto que ditou a redução
do orçamento atribuí-
do ao FPRN, dos 350.000.000
Mt em 2015 para 25.000.000
Mt em 2017, os combatentes
deverão elevar os níveis de
produção da comida e reembolsar,
de acordo com o plano
de amortizações, o valor atribuído
por aquela entidade por
forma a abranger outros compatriotas
que neste momento
aguardam pelo financiamento
dos seus projectos.
No entanto, Lambo sublinhou
que, actualmente, o FPRN
está empenhado na busca de
parcerias junto do empresariado
nacional e estrangeiro com
o objectivo de conferir maior
robustez financeira ao seu or-
çamento e elevar a capacidade
de financiamento de projectos
a serem submetidos pelos combatentes.
Num outro desenvolvimento,
o chefe do pelouro dos Combatentes
reafirmou o encerramento
do processo de registo
dos combatentes, em Dezembro
de 2015, tendo acrescentado
que já não havia espaço
para novos registos porquanto
a campanha visando materializar
este desafio do Governo
para o presente quinquénio, foi
amplamente difundida pelos
órgãos de comunicação social.
Mais adiante, Lambo explicou
que, neste momento, o ministério
está a trabalhar afincadamente
em coordenação com
o Tribunal Administrativo e
com o Ministério da Economia
e Finanças para a rápida triagem
dos processos e posterior
fixação das pensões.
Nisso, prosseguiu Lambo, os
combatentes devem se manter
vigilantes na medida em que
têm sido constatados casos de
cidadãos que se infiltram no
processo fazendo-se passar por
combatentes, usufruindo indevidamente
dos direitos que assistem
a esta classe.
Para colmatar este problema
a nossa fonte revelou que
o governo apostou na submissão
de todos os pensionistas do
Estado á prova de vida como
forma de consolidar o controlo
do sistema de fixa cação de
pensões em todo o país.
Intervindo na ocasião, António
Ambia, presidente da associa-
ção traçou o percurso histórico
da agremiação dando a conhecer
que a sua fundação ocorreu
no dia 14 de Outubro de
2014 e que numa primeira fase
funcionou no bairro da Matola
Gare. Disse que a sua criação
foi motivada pela necessidade
de juntar num único grupo,
combatentes da defesa da soberania
e da democracia como
forma de melhor promover os
direitos destes e servir de plataforma
para interação com as
autoridades com vista a resolução
dos seus problemas.
Ambia referiu que ACDSM
conta com 450 combatentes
associados, entre combatentes,
filhos e viúvos, adicionando-
-se a este número cerca de 117
combatentes que constituem a
delegação sediada na vizinha
África do Sul e, outra, na província
de Gaza. Precisou que
um dos maiores problemas que
afligem a associação relaciona-
-se com o facto de esta funcionar
em instalações arrendadas
e sem meios de trabalho, contudo
apesar das dificuldades
os seus associados tem estado
a trabalhar com vista a ultrapassa-los.
Combatentes preocupa- dos com reduzido núme- ro de bolsas de estudo
Falando na reunião, António
Maculuve, membro da associação,
mostrou-se preocupado
pelo reduzido número de
bolsas de estudo concedidas
pelo Ministério afirmando que
muitos combatentes e/ou filhos
com vontade de continuar
os seus estudos tem ficado
de fora do processo. Solicitou,
de igual modo, intervenção do
MICO na assistência médica e
medicamentosa, uma vez que
muitos combatentes sempre
que se apresentam as unidades
sanitárias com os respectivos
cartões de identificação, têm
sido discriminados pelos técnicos
de saúde e não conseguem
ter acesso aos medicamentos
contrariando o estatuído pela
lei do combatente.
Por seu turno, Pedro Pitane,
pediu financiamento do Ministério
para a construção de
habitação para os combatentes,
uma vez que a pensão que
estes auferem é muito reduzida
facto que condiciona a concessão
de crédito por parte do
FPRN para este fim.
Enquanto isso, Martins da
Costa solicitou a concessão de
uniforme para os Desmobilizados
para que estes se possam
apresentar devidamente nas
cerimónias que tomam parte.
Ele apelou a intervenção do
ministro dos Combatentes
para a redução do tempo de
espera pela fixação da pensão
na medida que o processo é
moroso.
Respondendo a estas inquietações,
o ministro dos Combatentes
referiu que a má actuação
de alguns funcionários
públicos em relação aos assuntos
dos combatentes tem
sido motivada pelo desconhecimento
da lei, afirmando que
constitui papel do combatente
reclamar os seus direitos as
estruturas internas das repartições
públicas e caso não
tenha sucesso encaminhar o
assunto a Direcção Provincial
dos Combatentes. Sublinhou
que a lei prevê assistência médica
e medicamentosa gratuita ao
combatente nos hospitais públicos.
Relativamente a concessão de
bolsas de estudo nas instituições
de ensino superior, esclareceu
que a mesma está condicionada
ao número de vagas disponibilizadas
pelas universidades
públicas, sendo que para a seleção
dos candidatos são usados
como critérios a idade (para os
filhos e outros dependentes), a
nota de conclusão da 12ª classe.
Contudo, reconheceu que os nú-
meros estão abaixo do desejado
sendo por isso que o Ministério
está a trabalhar junto das instituições
de ensino superior com
as quais tem memorandos assinados,
para o incremento do
número de vagas.
Eusébio Lambo, ministro dos Combatentes, durante o encontro com os combatentes
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 15
Comissão Liquidatária
Convite para submissão de propostas para aquisição de viaturas do Nosso
Banco, SA – Sociedade em Liquidação
Na sequência do Despacho do Governador do Banco de Moçambique de 11 de
Novembro de 2016, e publicado no Boletim da República (I Série – Número 149) em
14 de Dezembro de 2016, que revoga a autorização para o exercício da actividade
conferida ao Nosso Banco, SA e ordena a sua dissolução e liquidação, a Comissão
Liquidatária vem, por este meio, convidar todos os interessados a submeterem
propostas para aquisição de viaturas abaixo indicadas:
Ordem Marca Modelo Ano Cor Combustível Kilometragem Localização
1 Ford Everest 2015 Cinzento Gasóleo 7 934 KM Av.24 de Julho n°3549 R/C (Edifício - sede do INSS)
2 Nissan Patrol 2014 Castanho Gasolina 40 400 KM Av.24 de Julho n°3549 R/C (Edifício - sede do INSS)
3 Nissan Micra 2014 Cinzento Gasolina 22 856 KM Av.24 de Julho n°3549 R/C (Edifício - sede do INSS)
4 Toyota Hilux 2008 Azul Gasóleo 165 266 KM Av.24 de Julho n°3549 R/C (Edifício - sede do INSS)
5 Toyota Hilux 2014 Verde Gasóleo 40 963 KM Av.24 de Julho n°3549 R/C (Edifício - sede do INSS)
6 Ford Ranger T6 2016 Branco Gasóleo 1 500 KM Cidade de Nampula
7 Ford Ranger T6 2016 Vermelho Gasóleo 2 800 KM Cidade de Pemba
As propostas deverão ser submetidas, em carta fechada, à Comissão Liquidatária do
Nosso Banco, SA - Sociedade em Liquidação, na Av. 24 Julho, no 3549, Edifício -
Sede do INSS, 4º Andar, até às 17:00 horas do dia 31 de Março de 2017, em
Maputo.
Mais informações poderão ser obtidas no mesmo endereço, das 8:00 às 17:00
horas, ou pelo contacto 21407979/80.
Maputo, 15 Março 2017
Sociedade em Liquidação
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16 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
nacional
Sociedade Civil denuncia irregularidades no projecto de aterro sanitário
O ministro da Ciência e Tecnologia,
Ensino Superior e Técnico
Profissional, Jorge Nhambiu,
encoraja o Conselho Nacional de
Avaliação de Qualidade (CNAQ)
a continuar a promover a avaliação
externa e acreditação de
cursos superior credível e fiável,
de modo a que a sua declaração
de acreditação seja reconhecida
por todos tanto ao nível nacional,
como na região e no mundo.
Pretende- se com a iniciativa,
que o CNAQ, através da sua rede
de avaliadores, prossiga com os
processos de avaliação externa e
de acreditação com isenção, transparência,
mediante critérios de rigor
e de objectividade, respeitando
a autonomia das Instituições
de Ensino Superior (IES).
Intervindo a margem da reunião
dos dirigentes de IES sobre
o SINAQES, havida hoje, em
Maputo, o Ministro explicou que
a avaliação é um mecanismo que
ajuda cada vez mais aos estudantes,
encarregados de educação, as
associações profissionais e aos empregadores
a saberem com maior
acuidade sobre a qualidade dos
programas oferecidos e, dos graduados
que as IES colocam no
mercado e na sociedade.
Subordinada ao lema “Promovendo
a Cultura da Qualidade
através da Governação e Gestão
do Ensino Superior”, o evento
pretende igualmente proporcionar
ao público informações que
permitam um critério de escolha
de uma IES, contribuir para a
identificação de estratégias partilhadas
por todos os intervenientes
na vida da instituição, e oferecer
uma base de critérios de apoio estatal
ou privado às IES e/ou cursos
e programas.
Segundo Jorge Nhambiu, a problemática
da governação e regula-
ção do Ensino Superior num contexto
de massificação, continua a
representar um desafio para o desenvolvimento
do sistema e para
a produção de um capital humano
à altura de transformar os recursos
de que o país dispõe em prosperidade,
produzir conhecimento
para a consolidação da soberania,
promover continuamente a paz
e criar o bem-estar-social para o
nosso povo.
Nhambiu defende a
promoção da avaliação
externa e acreditação
credível
Acaba de ser apresentado
em Maputo, o estudo de
impacto ambiental do projecto
de aterro sanitário
para as cidades de Maputo
e Matola, localizado no
bairro de Matlemele, na
cidade da Matota, entretanto,
o mesmo não colhe
consensos no seio das
comunidades locais e da
sociedade civil pelo facto
de ser omisso em relação a
vários aspectos, dentre os
quais a falta de clarificação
dos impactos ambientais
que vão influenciar directamente
a vida das comunidades.
Reginaldo Tchambule e
António Nhangumbe
O aterro sanitário é
um espaço destinado
à deposição
final controlada
de resíduos sólidos,
assente num projecto de
engenharia baseada em normas
operacionais específicas,
que permitem a confinação
segura de resíduos urbanos no
solo, através de deposição em
camadas cobertas com material
inerte, geralmente solo de
modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança,
minimizando os impactos ambientais.
A construção de aterro sanitario
de Matlemele é orçado em
70 milhões de meticais e tem
como objectivo minimizar todos
os efeitos negativos causados
pelo mau tratamento de
lixo.
Segundo a coordenadora do
estudo, Inês Guerra que limitou-se
apenas a trazer aspectos
que caracterizam o tipo
de empreendimento e alguns
dados quantitativos a cerca do
mesmo, este emprendimento
pretende ser o sistema de tratamento
de lixo eficaz, na medida
em que vai minimizar os
riscos associados ao lixo.
Guerra considera que actualmente
os municípios de Maputo
e Matola têm problemas
graves na forma como tratam
o lixo, sendo, por isso, que
um dos impactos positivos do
aterro é promover rigorozidade
em todo o processo de tratamento
do lixo.
Os impactos negativos, segundo
ela, têm a ver com a sua
instalação na comunidade, que
pode trazer alguns problemas,
mas não deixou claro quais
são os impactos directos que
podem influírem sobre a vida
das pessoas que vivem nas comunidades
circunvizinhas.
Foi nesse âmbito que durante
a apresentação daquele estudo
várias vozes da sociedade civil
e da comunidade local mostraram-se
insatisfeitas com o
mesmo, devido a omissão dos
vários aspectos por eles considerados
importantes.
A Livaningo, uma organiza-
ção moçambicana que luta
pelos direitos das comunidades
e meio ambiente, considera
que não ficou claro, durante
a apresentação daquele
estudo, quantas pessoas serão
afectadas no local onde vai
se implantar o projecto, bem
como quais são os impactos
ambientais que poderão afectar
directa ou indirectamente
a comunidade e o seu nível de
significância na vida das pessoas.
“O estudo não apresenta qual
é o nível dos impactos negativos.
Nós precisamos saber se
são altos, baixos ou médios,
durante a construção, processamento
e funcionamento do
aterro, mas o estudo não deixa
claro qual é o impacto negativo
do aterro no que diz respeito
a questão da poluição do
ar, a questão do ruído devido
ao barrulho das máquinas, entre
outros aspectos que não foram
apresentados. Isso tudo é medido
e devia estar previsto”, referiu
Hortênsio Lopes, Director Executivo
da Livaningo.
O estudo de impacto ambiental
apresentado, é muito rico em
detalhes técnicos mas aborda as
questões ambientais de forma leviana.
Sobre a qualidade do ar,
por exemplo, o estudo limita-se
apenas a referir que vai ser genericamente
boa, podendo ocorrer
situações episódicas de concentra-
ção de poluentes no ar, mas não
especifica qual vai ser o impacto
disso sobre as comunidades.
Aquele estudo também ignora a
questão do impacto do ruído que
será causado pelos camiões que
irão carregar lixo para o aterro
e das máquinas que irão fazer o
assolamento do lixo, limitando-
-se apenas a caracterizar o valor
actual do ruído situado em cerca
de 63 a 68 dB’s, tendo em conta
a actual movimentação pouco expressiva
de camiões.
Sobre a biodiversidade, o estudo
refere, apenas, que na área de
implementação do aterro a diversidade
faunística está limitada
pela presença de apenas três habitats,
como tal o número de espécies
confirmadas em campo foi
diminuto: uma espécie de réptil
e seis espécies de aves, para além
de uma flora constituída por uma
floresta aberta e savana com um
habitat de 74 espécies em degradação
devido a agricultura.
Essas omissões, segundo Hortênsio
Lopes, podem ter como impacto a
falta de capacidade de monitoria
dos impactos negativos, ou seja,
nem o governo, muito menos a
sociedade civil vão conseguir monitorar
o processo e prever como
corrigir, uma vez que o estudo
não é claro em relação a situação
actual e qual é a previsão para depois
do aterro.
“O aterro pode ter consequências
sobre as comunidades que vivem
no local, tais como o incómodo
devido ao ruído, problemas de ar
devido a poluição, porque apesar
de ser uma prática limpa, é preciso
que se saiba qual vai ser a qualidade
do ar, tendo em conta que
haverá movimentação constante
de camiões de grande tonelagem
e o lixo geralmente produz algum
tipo de gás”, referiu.
Ainda segundo ele, o estudo não
deixa claro como será a selecção
dos resíduos sólidos na fonte, uma
vez que o estudo explica como
será a separação no aterro, mas
não clarifica se o conselho municipal
vai criar condições para que
possa haver vários recipientes
para se poder proceder a separa-
ção do lixo.
“Tendo em conta que não há há-
bitos de separar o lixo, era importante
que o estudo explicasse
se haverá vários recipientes
para separar as garrafas do lixo
orgânico ou não orgânico, assim
como do lixo reciclável. Nós
pensamos que devia estar claro
como vai ser o tratamento do
lixo porque noutros cantos do
mundo há um tratamento ainda
na fonte. Penso que vai ser necessário
um grande trabalho de
sensibilização dos munícipes das
duas cidades sobre como tratar o
lixo”, disse Lopes.
Está instalado um braço de ferro
entre o proponente do projecto
do aterro sanitário e as comunidades
locais. Em causa está a
falta de clarificação sobre o local
e as condições em que serão reComunidades
querem informações sobre o
reassentamento e o real impacto sobre suas vidas
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 17
Sociedade Civil denuncia irregularidades no projecto de aterro sanitário
Proponente garante que serão
respeitados direitos das comunidades
assentadas as mais de 200 famí-
lias que vivem no interior do local
onde será implantado o aterro sanitário
de Matlemele e das áreas
circunvizinhas.
As comunidades exigem, para
além da clarificação dos mecanismos
de reassentamentos e
compensação, um esclarecimento
sobre o nível de impacto que
vai trazer o aterro de Matlemele,
uma vez que o estudo apresentado
não é conclusivo e é omisso em
relação a vários aspectos.
Para o Régulo de Matlemele, Ernesto
Monteiro, aquele estudo
peca por não deixar claro o que
vai acontecer com as comunidades
que vivem perto ou no interior
da área onde vai ser implantado
o aterro.
“Estávamos a espera que este estudo
fosse conclusivo para que a
população não seja apanhada de
surpresa, mas deixou-nos com algumas
dúvidas. Primeiro temos
que saber qual é o nível de polui-
ção e o que isso representa para
a saúde pública”, disse o régulo,
referindo que a única satisfação
da comunidade é o facto de o empreendimento
criar postos de empregos
para a população.
Zélio Macuacua, morador de Matlemele,
centra-se na questão do
reassentamento, exigindo que sejam
indicadas as áreas onde os
moradores afectados por aquele
empreendimento devem ser colocados.
“O aterro passa da minha obra
por isso quero saber qual será o
tratamento, uma vez que eu não
estou contemplado dentro daquela
área onde o município foi fazer
avaliação. Acho um absurdo
começar-se com processo de construção
da obra antes de identificar
onde vão reassentar as populações.
Queremos saber o que
será feito de nós que não estamos
contemplados nos primeiros 600
metros”, questionou Zélio.
“O projecto apresentado é muito
bonito, só que ainda temos
questões que devem ser respondidas
pelo mesmo projecto. Os que
apresentaram o estudo do impacto
ambiental não conseguiram
explicar exactamente o que vai
acontecer com as nossas vidas,
tanto a nível social, assim como
a nível ambiental. Limitaram-se
a dizer que o aterro vai mudar
a vida de muitas famílias porque
vai trazer mais emprego”, denunciou
uma moradora.
Em nome das mulheres, aquela
moradora, que preferiu não identificar-se,
disse que as mulheres
de Matlemele vivem da agricultura,
por isso estão preocupadas
com o local e as dimensões dos
espaços que serão atribuídos nas
zonas onde serão reassentados.
Segundo ela, os novos espaços devem
garantir que continuem a ter
os seus meios de produção que tinham
na sua zona de origem.
Respondendo as inquietações da
comunidade, Inês Guerra afirmou
que o estudo de impacto ambiental
está na fase final e garante
que o proponente vai ter soluções
O vereador de Salubridade,
Ambiente Parque e Jardins
da cidade da Matola, Laitone
Melo disse que a aprovação do
estudo é um passo importante
para se arrancar com a construção
do Aterro sanitário das
cidades da Matola e Maputo,
por isso garante que os direitos
das comunidades serão respeitados
porque é uma questão
fundamental da parte do proponente.
“O aterro vai trazer uma série
de ganhos para a própria zona.
Durante a fase de construção
o projecto vai absorver muita
mão-de-obra o que vai contribuir
para o desenvolvimento
local das pessoas que vão ser
empregues e das suas famí-
lias”, referiu Melo, considerando
que o objectivo do aterro
sanitário é eliminar doenças de
origem hídricas ou ambiental.
Segundo ele, há espaço para
que as inquietações das comunidades
sejam resolvidas
porque o cronograma das actividades
estabelece que depois
da sessão de consulta pública
os envolvidos devem fazer os
seus comentários até dia 23
de Março, que vão ser colocados
no relatório do consultó-
rio público junto com o estudo
de impacto ambiental.
De acordo com o estudo, os
impactos associados a fase de
construção serão decorrentes
da vedação de toda a área de
intervenção (50 ha) e instala-
ção de estaleiros, criação de
acessos, preparação de terreno
com decapagem, escavações e
deposito de materias, constru-
ção de edifícios e instalação
de equipamentos, pavimenta-
ção de acessos, sendo que em
parte, estas actividades são
temporárias embora os efeitos
possam perdurar na fase
de operações e pós operação.
Com a entrada em funcionamento
do aterro sanitário
irão desencadear-se dois diferentes
conjuntos de impactos
sociais opostos, embora de
magnitude também distintas.
Para a comunidade dos
bairros de Mathlemele e de
Muhalazi, onde será implementado
o aterro sanitário,
são expectáveis impactos negativos
sentidos nas imedia-
ções das instalações decorrentes
do aumento de circulação
com eventuais emissões de
gases.
para as pessoas que vivem
naquela área antes de iniciar
a obra. Segundo ela, os problemas
serão resolvidos caso
a caso, uma vez que, segundo
ela, houve uma ocupação do
espaço da reserva municipal
por pessoas de má fê.
“Este local estava reservado.
Temos um DUAT aprovado
para este fim, mas houve uma
ocupação progressiva de espa-
ço por partes das pessoas, por
tanto, há aqui um conflito de
interesse entre a instalação
deste projecto e a vontade do
município”, destacou Guerra.
Entretanto, a Livaningo sai
em defesa das comunidades
reiterando que aqueles problemas
derivam da falta de uma
estratégia de comunicação
acertada dos dois municípios
para com as comunidades.
Segundo o director Executivo
da Livaningo, aquele estudo
não explica quando e para
onde é que as comunidades
locais irão. E essas omissões,
segundo ele, estão por detrás
dos mal entendidos que levaram
população a vandalizar as
cercanias do aterro e a inviabilizar
o trabalho de vedação de
espaço.
“Nos próximos meses vamos
trabalhar com o conselho municipal
no sentido de nos incluir
na comissão técnica de
reassentamento. Estamos neste
momento a advogar para
vermos se cria-se esta comissão
e que possamos fazer parte
para acompanhar todo o
processo e consciencializar as
comunidades sobre os seus direitos
e deveres”, propõe a Livaningo.
18 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
Estudo propõe uso de sementes resistentes à seca
Apostar mais na agricultura de pequena escala e em sementes resistentes à seca e às
pragas, constituem algumas das medidas propostas por um estudo sobre a adaptação às
mudanças climáticas. nacional
Moçambique aborda reforço da
cooperação com Singapura
Diversas iniciativas económicas,
bem como novos projectos
que entraram em implementação,
durante o mês de Fevereiro
passado, proporcionaram
empregos a muitos candidatos
da Província da Zambézia, em
diversos sectores de actividade,
desde as especialidades altamente
qualificadas até aos
serviços terciários da economia,
principalmente nestas últimas.
As 727 vagas abertas em diferentes
empresas daquela província
central do país foram
disponibilizadas, no período em
alusão, por diversas empresas,
tendo 695 candidatos sido admitidos
directamente nas empresas
contratantes, enquanto
por via do Centro de Emprego
do Instituto de Formação Profissional
e Estudos Laborais
Alberto Cassimo (IFPELAC),
ex-Instituto Nacional de Emprego
e Formação Profissional
de Quelimane (INEFP), a
capital provincial, 32 pessoas
conseguiram vagas, através de
colocações feitas por este, após
receber oferta de vagas de diferentes
empresas.
Nas demissões directas, 319
candidatos foram para postos
permanentes, enquanto 376
ocuparam vagas temporárias,
nomeadamente nos ramos de
construção civil (com 187 candidatos
absorvidos), 106 na
agricultura, 212 no comércio,
turismo (94), prestação de serviços
(93) e pescas (3). Em termos
acumulativos, a Província
da Zambézia já empregou, de
Janeiro a Fevereiro do ano em
curso, um total de 1.280 candidatos,
ou seja, 5% em relação
à meta anual estipulada, que é
de colocar 25.984 candidatos no
mercado laboral, até Dezembro
próximo. Quanto aos estágios
pré-profissionais, foram beneficiados
35 candidatos, dos quais
14 mulheres.
O IFPELAC, sobretudo através
dos seus centros de emprego,
tem recebido, das empresas,
um certo número de vagas de
emprego, com vista à selecção
e respectivo recrutamento de
candidatos, tendo em conta
a competência e os exames de
orientação profissional a que estes
são sujeitos no processo de
selecção para o emprego.
Mercado de emprego absorveu
mais de 700 candidatos
em Fevereiro
O ministro dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação,
Oldemiro Baloi,
recebeu em audiência,
esta segunda-feira, dia
20 de Março corrente em
Maputo, a ministra Sénior
de Estado no Gabinete do
Primeiro-Ministro, no Ministério
dos Negócios Estrangeiros
e dos Transportes
da Singapura, Josephine
Teo.
No encontro, Baloi
e Teo abordaram
o refor-
ço dos laços de
amizade e co -
operação bilateral, nos domínios
da formação técnica
e profissional, agricultura,
infra-estruturas e segurança
marítima. Os governantes
trocaram também impressões
sobre a situação polí-
tica e económica dos dois
países.
Na ocasião, o ministro dos
Negócios Estrangeiros e Cooperação
convidou o empresariado
de Singapura a investir
no País.
A audiência decorreu no
quadro da visita de trabalho
que a ministra singapuriana
Sénior de Estado no Gabinete
do Primeiro-Ministro
efectua a Moçambique, de 20
a 22 de Março do ano em curso,
com o objectivo de aprofundar
as relações de amizade
e cooperação.
Durante a sua estadia em Maputo,
Teo vai manter encontros
de trabalho com o Primeiro-Ministro,
Carlos Agostinho
do Rosário, o ministro da Indústria
e Comércio, Max Tonela
e o ministro dos Transportes
e Comunicação, Carlos
Mesquita.
Millennium distinguido pela 8ª vez consecutiva pela “Global Finance”
O Millennium bim voltou a
ser reconhecido pelo seu desempenho
no sector bancário
moçambicano como “Melhor
Banco de Moçambique 2017”.
Foi a 8ª vez consecutiva que a
prestigiada revista “Global Finance”,
uma referência internacional
na informação sobre
mercados financeiros e sector
bancário, atribuiu o galardão
ao Banco.
A lista das melhores institui-
ções bancárias em África, foi
anunciada a semana passada
em Nova Iorque, tendo os
vencedores sido seleccionados
pelos editores da “Global Finance”,
após extensas consultas
com executivos do sector
financeiro, banqueiros, consultores
bancários e analistas de
todo o mundo.
A atribuição dos prémios teve
por base uma análise criteriosa,
que destacou indicadores
de solidez, desempenho e
gestão, como o crescimento
dos activos, a solvabilidade e
liquidez, a rendibilidade dos
capitais próprios, a qualidade
do serviço de apoio
ao Cliente e a estratégia de
gestão focada na inovação
constante de produtos e serviços.
A cerimónia de entrega dos
prémios terá lugar no National
Press Club em Washington
durante o mês de
Outubro. Para o Director
Editorial da “Global Finance”,
“os vencedores deste
ano foram aqueles bancos
que atenderam cuidadosamente
às necessidades de
seus clientes em mercados
muitas vezes difíceis e ainda
assim conseguiram apresentar
bons resultados que
estabelecem as bases para o
sucesso futuro”.´
Este reconhecimento vem
juntar-se aos vários prémios
nacionais e internacionais que
o Bancotem conquistado ao
longo dos últimos anos e que
fazem do Millennium bim a
instituição bancária mais premiada
de Moçambique.
Oldemiro Baloi e Josephine Teo
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 19
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Comissão Liquidatária
Convite para submissão de propostas para aquisição de Agências do
Nosso Banco, SA – Sociedade em Liquidação
Na sequência do Despacho do Governador do Banco de Moçambique de 11 de
Novembro de 2016, e publicado no Boletim da República (I Série – Número
149) em 14 de Dezembro de 2016, que revoga a autorização para o exercício
da actividade conferida ao Nosso Banco, SA e ordena a sua dissolução e
liquidação, a Comissão Liquidatária vem, por este meio, convidar todos os
interessados a submeterem propostas para aquisição da posição contratual e
ou compra dos seguintes Balcões:
1. Balcão Julius Nyerere – Avenida Julius Nyerere, Cidade de Maputo
2. Balcão Limpopo – Avenida Limpopo, junto do edifício do INSS, Cidade
de Maputo
3. Balcão Eduardo Mondlane – Av. Eduardo Mondlane, Cidade de Maputo
4. Balcão Joe Slovo – Rua Joe Slovo (Ex Rua Joaquim Lapa), Cidade de
Maputo
5. Balcão de Pemba – Cidade de Pemba, Província de Cabo Delgado
6. Balcão de Nangade – Sede do Distrito de Nangade, Província de Cabo
Delgado
7. Balcão de Nampula – Cidade de Nampula, Província de Nampula
8. Balcão de Mecubúri – Sede do Distrito de Mecubúri, Província de
Nampula
As propostas deverão ser submetidas, em carta fechada, à Comissão
Liquidatária do Nosso Banco, SA - Sociedade em Liquidação, na Av. 24 Julho,
no 3549, Edifício - Sede do INSS, 4º Andar, até às 17:00 horas do dia 31 de
Março de 2017, em Maputo.
Mais informações poderão ser obtidas no mesmo endereço, das 8:00 às
17:00 horas, ou pelo contacto 21407979/80.
Maputo, 15 Março 2017
Sociedade em Liquidação
20 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
A justiça do Egipto autorizou
a libertação do ex-Presidente
de Hosni Mubarak,
afirmou o advogado citado
pela agência France Presse.
A principal corte de apelações
do país o considerou inocente
no caso do assassinato de manifestantes
durante a revolta
de 2011, que o tirou do poder
após 30 anos, segundo a Reuters.
Mubarak, de 88 anos, havia
sido condenado à prisão perpétua
em 2012 por conspirar
para assassinar 239 manifestantes,
semeando o caos e
criando um vácuo de seguran-
ça durante uma revolta de 18
dias iniciada em Janeiro de
2011.
As vítimas morreram num
confronto das forças de segurança
semanas antes de Mubarak
ser forçado a deixar o
poder. Um tribunal de apela-
ção ordenou a organização de
um novo julgamento, mas a
procuradoria apelou da decisão
e decidiu mais uma revisão
na maior corte de apela-
ção do país.
No julgamento do início de
março, Mubarak e o seu ministro
do Interior foram acusados
de providenciar veículos
e armas usados para atacar
os activistas e de não adoptar
acções para evitar mortes.
Numa cadeira de rodas dentro
da jaula dos réus e sem
seus óculos escuros característicos,
ele respondeu: “Isso não
aconteceu”.
O tribunal também rejeitou
as demandas dos advogados
das vítimas para reabrir ac-
ções civis, não deixando nenhuma
opção para apelação
ou novo julgamento.
Muitos egípcios que viveram
durante o Governo Mubarak
o vêem como um período
de autocracia e capitalismo
de compadrio, de acordo com
a Reuters.
A sua queda propiciou a
primeira eleição livre do Egipto,
mas o Presidente islâmico
Mohamed Mursi foi deposto
depois de um ano pelo então
comandante do Exército, Abdel
Fattah al-Sisi, que posteriormente
venceu a eleição
presidencial em 2014.
Justiça egípcia liberta
Hosni Mubarak
ONU pede esforços para combater “maior crise humanitária desde 1945”
O mundo vive actualmente a maior crise humanitária desde 1945. O alerta foi lançado pelo coordenador dos
serviços humanitários das Nações Unidas. “Estamos num momento crítico da história. Enfrentamos a maior
crise humanitária desde a criação das Nações Unidas”, disse ao Conselho de Segurança Stephen O’Brien. internacional
Juíz do Hawai suspende
novo decreto migratório de Trump
Um juiz federal do Hawai
suspendeu a segunda
versão do decreto anti-imigração
de Donald Trump.
O bloqueio do texto, que
proibia a entrada nos Estados
Unidos de refugiados e
de cidadãos de seis países
de maioria muçulmana,
com efeito para todo o
país, foi decidido poucas
horas antes da sua entrada
em vigor.
O procurador-geral
Doug Chin explicou
que “a grande
razão pela qual o
Hawai avançou
com este caso é que se trata de
uma questão que lhe é particularmente
relevante. Se há uma
ordem que vai entrar em vigor e
que transporta o país para meio
século atrás, para uma época em
que havia discriminação entre na-
ções de origem ou religião, é algo
que precisamos de combater”.
Poucos minutos depois de saber
que o seu decreto tinha sido bloqueado,
o presidente dos Estados
Unidos prometeu combater a decisão,
que classificou de um “excesso
judicial sem precedentes”.
Trump afirmou que “esta decisão
faz com que [os Estados Unidos]
pareçam fracos, o que já não são.
Basta olhar para as fronteiras”. O
presidente prometeu “combater
esta decisão terrível e levar o caso
até onde for preciso, incluindo até
ao Supremo Tribunal”.
A Casa Branca tinha desistido
de levar até à máxima instância
o combate pela primeira versão
do polémico decreto migratório,
suspenso pela Justiça no início de
Fevereiro.
O novo texto pretendia impedir
a entrada de cidadãos do Irão,
Somália, Sudão, Síria, Iémen e
Líbia.
Isso acontece numa altura em que
Trump acaba de apresentar o seu
projecto de orçamento que prevê
um aumento de dez por cento nas
verbas para a Defesa, equivalente
a 54 biliões de dólares,
acompanhado de um corte de 28
por cento nos recursos do departamento
de Estado, fundamentalmente
em planos de ajuda internacional.
Os cortes no departamento de Estado
deverão ter efeitos imediatos
nas contribuições para as agências
das Nações Unidas, com potencial
para um efeito de alcance global.
A princípio, o projecto de orçamento
poderá destinar cerca de
quatro biliões de dólares à iniciativa
de construção do muro na
fronteira com o México, mas tal
decisão não está clara. Desde a
campanha eleitoral do ano passado,
Trump afirmou que o México
pagaria pela construção do polé-
mico muro, algo que as autoridades
mexicanas descartam.
A Casa Branca enviará formalmente
ao Congresso seu projecto
de orçamento nesta quinta-feira,
e o documento será objecto de
furiosas negociações por cada parágrafo.
Antes de ser um produto acabado,
o projecto de Orçamento de
Trump deve ser visto fundamentalmente
como uma declaração de
prioridades.
Para o chefe do gabinete de Or-
çamento da Casa Branca, Mick
Mulvaney, trata-se de um “orçamento
‘hard power’, e não de um
soft power’”.
O funcionário admitiu que para
fazer o orçamento sua equipa
revisou dezenas de discursos de
Trump, para enviar um sinal claro
aos seus eleitores de que o presidente
é um “homem e de acção”
e não um “político tradicional”.
O projecto também servirá como
uma sinalização ao mundo dos
efeitos reais da decisão de Trump
de colocar a “América em primeiro
lugar”. Numa recente carta
aberta, cerca de 120 generais
e almirantes recordaram à Casa
Branca uma frase do agora secretário
de Defesa, Jim Mattis: “se
não houver orçamento suficiente
para o departamento de Estado,
é melhor comprar mais munição”.
Oito dos 37 cidadãos acusados
de crime golpe de Estado contra
o Presidente da República, José
Eduardo dos Santos, em forma
frustrada, e associação de malfeitores,
foram condenados pelo
Tribunal Provincial de Luanda.
O caso remonta a 30 de janeiro
de 2016, quando 37 cidadãos
angolanos, na sua maioria militares
desmobilizados das Forças
Armadas de Libertação de Angola
(FALA), braço militar da
União Nacional para a Independência
Total de Angola (UNITA),
durante a guerra civil, que
terminou em 2002, foram detidos
pela Polícia Nacional, por
alegada tentativa de assalto ao
Palácio Presidencial, na madrugada
seguinte.
Mais de um ano depois, na noite
desta quarta-feira (15.3), o juiz
João António Eduardo ditou a
sentença: condenou oito reús
com penas que vão dos quatro
aos dez anos de prisão por associação
de malfeitores, posse
ilegal de armas, atentado contra
o Presidente da República,
e coação contra o Presidente da
República.
A pena maior, de dez anos de
prisão, foi aplicada a Celestino
Leonardo, considerado o líder
dos 37 antigos militares. 28 arguidos
foram condenados a um
ano de prisão, mas, por terem
passado um ano em prisão preventiva,
foram absolvidos. Terão
de pagar uma multa de cem
mil kwanzas (cerca de 563 euros).
Outro réu foi classificado pelo tribunal
como em situação de “alienação
mental” e não foi julgado. “Está
tido como um demente. É um caso
à parte. O tribunal encontrou forma
de não ser julgado, aliás, nem
podia ser julgado com os demais
porque não está em condições para
ser ouvido em tribunal”, explica
Salvador Freire, um dos advogados
de defesa.
A primeira sessão do julgamento
arrancou quase 12 meses depois das
detenções. Os reús eram, inicialmente,
suspeitos apenas de crimes
de associação de malfeitores e tentativa
de golpe de Estado. Durante
as investigações e auscultações, a
justiça concluiu que alguns arguidos
incorriam igualmente em crimes de
falsificação de documentos, posse
ilegal de armas e falsas declarações
diante das autoridades.
Apesar de se mostrar satisfeita com
o acórdão que iliba alguns dos seus
constituintes dos crimes de que
eram acusados, a defesa vai recorrer
da decisão do juiz da causa ao
Tribunal Supremo para ver os oito
condenados em liberdade. A contar
da data da sentença, os advogados
têm cinco dias para interpor o recurso
e impedir que o caso transite
em julgado.
“Estamos parcialmente satisfeitos
com a decisão saída deste tribunal.
Mas vamos recorrer porque há algumas
questões que carecem do
nosso recurso. Há uma questão tida
como associação de malfeitores e
nós não estamos de acordo com esse
termo”, afirma Salvador Freire.
Desde o início que a defesa refuta
as acusações, afirmando que a única
mobilização dos 37 cidadãos agora
condenados tinha em vista uma
manifestação pacífica para reclamar
a não-inserção na Caixa Social das
Forças Armadas Angolanas, “e não
atentar contra o Presidente da República”.
O Ministério Público considera que
o grupo de acusados “era bastante
organizado militarmente e que recrutavam
os ex-militares” da UNITA
“com o objetivo de atentarem
contra o Presidente da República,
José Eduardo dos Santos, e tomarem
o poder pela força, com recurso
a armas de fogo, catanas e ainda de
métodos feiticistas”.
Quatro a dez anos de prisão para acusados de tentativa de golpe de Estado em Angola
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 21
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22 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
nacional
Trinta estabelecimentos encerados em menos de um mês
Maria Rita Freitas, inspectora-geral disse que a Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE), no âmbito
da campanha inspectiva que esta a levar a cabo ordenou o encerramento de mais 30 estabelecimentos comerciais
de um total de 382, inspeccionados nos últimos 15 dias.
Os governos de Moçambique e
do Japão assinaram semana finda,
em Tóquio, dois instrumentos
de cooperação bilateral nos
domínios de desenvolvimento de
infra-estruturas de extrema importância
para o crescimento socioeconómico
do país.
Os dois documentos foram assinados
no âmbito da visita oficial
que o Presidente da República,
Filipe Nyusi, está a efectuar ao
país asiático.
Trata-se do Acordo de Troca
de Notas para a construção de
estradas e pontes na província de
Cabo, norte do país, rubricado
pelo embaixador de Moçambique
acreditado no Japão, José Vieira
de Morais, e o homólogo nipónico,
Akira Mizutani, que também
está no seu país no âmbito da visita.
Ao abrigo do acordo, o gigante
da economia asiática e do mundo
financiará a construção de três
pontes sobre a bacia de Messalo,
em regiões denominadas Messalo
Um, Messalo Dois e Maduede, ao
longo da Estrada Nacional 380,
que liga a cidade de Pemba ao
distrito de Palma, pese-embora
o valor para o efeito não tenha
sido revelado.
O segundo acordo, foi um memorando
de entendimento e cooperação
para o desenvolvimento
do transporte urbano na cidade
de Maputo.
Este memorando envolve o Ministério
moçambicano dos Transportes
e Comunicação (MTC), o
Conselho Municipal de Maputo
juntamente com o Ministério da
Economia, Comércio e Indústria
do Japão e o Ministério da Terra,
Infra-estrutura e Transporte.
O memorando foi rubricado
pela vice-Ministra dos Transportes
e Comunicações, Manuel Rebelo,
e o Vice- Ministro japonês
para Assuntos Internacionais no
Ministério de Economia, Comércio
e Indústria, Hirofumi Katase.
A identificação de uma alternativa
para a crise de transporte
metropolitano com que se debate
a cidade de Maputo constitui
assunto que Filipe Nyusi levava
no seu bornal na partida ao Japão
e, na terça-feira, visitou a
estação central da Yurikamome,
empresa vocacionada ao serviço
urbano de transporte nas ruas de
Tóquio.
Moçambique e Japão
assinam acordos de
cooperação
BCI incrementa apoio ao programa de reforço nutricional
O Banco Comercial e de Investimentos
(BCI) incrementou,
no primeiro trimestre
deste ano,o seu apoio ao Programa
de Reforço Nutricional
às crianças de Mocuba,
na província da Zambézia. O
Banco aumentou o apoio de
um milhão para um milhão e
quinhentos mil meticais.Esta
acção insere-se no âmbito da
sua política de Responsabilidade
Social, através do fundo
gerado pelo Cartão Daki.
O BCI trabalha nesta iniciativa
em parceria com a Winnua,
uma empresa de direito
moçambicano que desenvolve
as suas actividades nos ramos
florestal, agrícola e comercial
na Zambézia, desde o terceiro
trimestre de 2015, e que assegura
a gestão do projecto.
O Programa de Reforço Nutricional
é dirigido a crianças
em idade escolar e consiste no
fornecimento diário de leite de
soja nas Escolas, para enriquecimento
da sua dieta alimentar,
com o intuito de combater
a malnutrição.Após o sucesso,
em 2015, do projecto-piloto,
que abrangeu as Escolas primárias
de Lóbué, no ano lectivo
de 2016 o mesmo passou
de 263 crianças a 506 crianças
beneficiárias, incluindo alunos
da Escola do Reassentamento,
criada na sequência do reassentamento
das populações
afectadas pelas cheias de 2015.
O Relatório de avaliação
do Projecto, publicado pela
Winnua,indica que o programa
de distribuição de leite
de soja passou a fazer parte
da vida da escola e da comunidade,
operando mudanças a
vários níveis, desde o crescimento
saudável e o combate
à malnutrição,até à educação,
melhorando a manutenção,
a destreza, a capacidade de
concentração e as condições
de ensino-aprendizagem das
crianças na escola.
Segundo o documento, o Projecto
gerou postos de trabalho
e permitiu o aumento
da produção agrícola.Refere
ainda que em 2017 a Winnua
e o BCI têm como meta fornecer
diariamente leite a mil
crianças.
A migração da radiodifusão
analógica para digital deve
permitir a expansão da
televisão para os distritos,
postos administrativos
e localidades do País,
desafiou o ministro dos
Transportes e Comunica-
ções, Carlos Mesquita que
falava domingo passado,
19 de Março, na cidade de
Maputo, no lançamento
do Projecto de Migração
Digital em Moçambique.
Para Mesquita, a
migração digital
não deve configurar-se
como uma
mera mudança
de infra-estruturas de rede
de transmissão, sem qualquer
valor acrescentado para os cidadãos:
“Tudo está a ser feito
para que toda a população
continue a ter acesso à televisão,
devendo a migração garantir
a expansão e a melhoria
da qualidade do sinal e conte-
údos transmitidos”, disse.
Ainda no seu discurso, Carlos
Mesquita garantiu que o
Governo está a trabalhar na
criação de mecanismos que
estimulem uma maior disponibilidade
e acessibilidade
de conversores de sinal, por
forma a que a população tenha
acesso à televisão digital.
Todavia, tranquilizou o povo
moçambicano ao anunciar que
“o lançamento do projecto de
Migração Digital não deve ser
entendido como o fim automá-
tico das transmissões analógicas”.
O lançamento do Projecto
de Migração Digital, conforme
explicou Carlos Mesquita
durante a sua intervenção, é
o culminar de várias acções,
entre as quais a adopção, em
Dezembro de 2010, do padrão
tecnológico da migração digital
DVB-T2, a criação da
Comissão para a Implementa-
ção da Migração Digital (COMID),
bem como a elaboração
da Estratégia de Migração da
Radiodifusão Analógica para
Digital.
“Compreendeu, ainda, a cria-
ção da empresa de Transporte,
Multiplexação e Transmissão
(TMT SA); a implementação
do projecto piloto de televisão
digital terrestre que permitiu
a montagem de 18 emissores
digitais em todas as capitais
provinciais e zonas fronteiri-
ças, bem como o lançamento
de um concurso internacional
para a implementação do
projecto de migração digital ”,
acrescentou o ministro.
Intervindo também na cerimónia,
o embaixador da República
Popular da China em
Moçambique, Su Jian, definiu
este Projecto de Migração Digital
como o programa de cooperação
mais importante existente
nas relações bilaterais
entre Moçambique e China.
Referiu que “a concretização
deste projecto melhorará as
condições de acessibilidade da
população moçambicana às
informações e culturas muito
mais diversificadas, o que, de
certo modo, contribuirá para o
desenvolvimento sócio-econó-
mico de Moçambique”.
Para além da implementa-
ção do Projecto da Migração
Digital, Su Jian lembrou que
a parte chinesa doou a Mo-
çambique, em Agosto do ano
passado, um conjunto de equipamentos
modernos de produ-
ção e transmissão televisiva,
nomeadamente 10 canais de
câmaras; equipamento para
infografismo; duas unidades de
replay; uma mesa de mistura
de áudio com 98 vias; um estúdio
de informação equipado
com duas câmaras áudio-digital
e sistema de transmissão
via satélite integrado.
“A parte chinesa realizará,
ainda, o projecto de acesso aos
programas de televisão por satélite
em centenas de aldeias
moçambicanas”, garantiu o
embaixador chinês.
Importa referir que o Grupo
StarTimes é a companhia seleccionada,
em concurso pú-
blico internacional, para a
implementação do Projecto de
Migração Digital em Moçambique,
um processo que conta
com o apoio e financiamento
do Governo da República Popular
da China e financiamento
de mais USD 150 milhões
a serem desembolsados pelo
Exim Bank, uma instituição financeira
daquele país asiático.
Televisão digital vai chegar a
todas as localidades moçambicanas
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 23
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24 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
Os investimentos no sector do
turismo em Moçambique ascenderam
a 107,8 Milhões de dólares
em 2016.
A informação foi avançada
nesta segunda-feira, em Maputo,
pelo ministro da Cultura e Turismo,
Silva Dunduro.
Falando durante uma conferência
para anunciar a campanha de
Boas Vindas para a Páscoa aos
turistas, grande parte dos quais
idos da África do Sul, Dunduro
disse que deram entrada, durante
este período, um total de
1.715.360 turistas internacionais
no país, o que significou um incremento
de 5 por cento de entradas
comparativamente a 2015.
Em 2015, o número de turistas
internacionais foi de 1.633.935”,
explicou o ministro.
Por outro lado, o governante
avançou que em 2015 este sector
teve investimentos no valor de
193 Milhões dólares americanos.
Esta dinâmica, descrita como
pujante pelo ministro, “vem mostrando
que este subsector tem for-
ça suficiente para se firmar como
uma área estratégica no desenvolvimento
económico do país”.
Estudos realizados pelo sector
privado têm vindo a questionar os
dados relacionados a números de
turistas que visitam Moçambique.
Há turistas que vêm à Moçambique
mas não se hospedam em
hotéis. A estes não podemos incluir
ainda na lista de visitantes”,
explicou Dunduro.
O ministro disse que o governo
aprovou, recentemente, a redução
de algumas barreiras visando a
facilitação de entrada de turistas
em Moçambique, como a abertura
de mais 18 postos fronteiriços
habilitados a emitir o visto de
fronteira.
Apontou como exemplos a permissão
de visto do turismo com
duas entradas por um período de
30 dias, a extensão do horário de
funcionamento de determinados
postos fronteiriços, a flexibilização
dos procedimentos de concessão
de vistos de fronteira, entre outros.
Segundo a fonte, com a implementação
destas medidas, espera-
-se no final do presente ano assistir
a um incremento do número
de chegadas internacionais acima
das actuais 1.715.360 do ano passado.
(AIM)
Investimento no turismo
atingiu 100 milhões de
dólares
Lalaua vai retomar exploração do ferro
A Damodar Ferro Limitada, firma do ramo mineiro de capitais indianos, vai retomar a extracção de minério de ferro
no jazigo localizado no distrito de Lalaua, província de Nampula, norte de Moçambique, facto estimulado pela melhoria
dos preços do produto no mercado internacional. economia
Mais–valias não devem ser usadas
para aumentar despesa pública
O economista e assessor
económico da CTA (Confederação
das Associações
Económicas de Moçambique),
Eduardo Sengo,
defende que o Estado não
deve usar o valor a arrecadar
pelas mais-valias, a
serem pagas na transação
da venda de uma participação
de 25 por cento na
área 4 da Bacia do Rovuma
pela Eni a exxon Mobil, para
o aumento da despesa
pública.
Elisio Muchanga
O economista defende
que o valor
a ser arrecadado
pelas mais-valias
deve ser usado
para fortalecer as reservas internacionais
do País, o que poderá
aumentar o desempenho
de Moçambique ao nível externo,
daí a necessidade de as
mais-valias não serem a razão
para se fazer um orçamento
rectificativo em alta do orçamento
do Estado.
Falando à margem de uma
conferência de negócios, Sengo
referiu que o aspecto principal
neste negócio entre a Eni e a
Exxon Mobil é trazer uma expectativa
positiva para o País
de que a situação financeira
está a resolver-se, e isto tem
muito impacto a nível interno
no desempenho cambial, bem
como ao nível externo no que
diz respeito ao rating de Mo-
çambique e isto pode servir de
contrapeso e o exemplo disso
é que o Banco Federal Americano
aumentou as taxas de
juros, o que pode fortalecer o
dólar nos próximos tempos.
“Com este negócio anunciado
pela Eni e a Exxon Mobil
a cobrança destas mais-valias,
cria um equilíbrio no mercado
sobre as expectativas
e isso pode influenciar o nosso
desempenho cambial e por
via disso a inflação pode baixar.
Mas, também, nas nossas
transações com o exterior, com
a entrada de moeda estrangeira
para as nossas reservas
nesses volumes significa que
as nossas reservas tornam-se
fortes e a nossa avaliação relactivamente
a nossa capacidade
de pagamento aos compromisso
exteriores vai melhorar
e isto é um aspecto positivo”,
frisou.
O economista adverte para a
necessidade de se saber que,
a utilização destas mais-valias
não vai ser tão fácil como foram
usadas as mais-valias no
passado que praticamente fizeram
aumentar a despesa publica.
“Neste momento, as mais-
-valias chegam em contramão,
no sentido de que estamos em
consolidação fiscal traduzida
na redução da despesa pública
e num trabalho conjunto com
o FMI. Por isso não vai ser fá-
cil incorporar isto na despesa
pública porque está a se controlar
a despesa pública”.
Sengo refere que o governo
não deve fazer a ratificação
do orçamento, apenas porque
há dinheiro das mais-valias no
sentido da expansão da despesa,
porém caso seja necessário
esta deverá ser na perspectiva
de suprir um défice que já
existe no orçamento aprovado.
“ As mais-valias não devem
ser uma base para a revisão
orçamental em alta, mas se for
para financiar um défice que já
existe devido ao desempenho
da economia que não está a
cobrar receitas suficientes para
cobrir as despesas, estas podem
ser usadas”, disse
Contrariando algumas correntes
de opinião que defendem a
criação de um fundo soberano
com a obtenção das mais-valias,
Sengo apoia a necessidade
de se criar o fundo, porém
não salienta que não serão estas
mais-valias que vão criar o
fundo soberano porque precisa
deste dinheiro para usar.
“Dada a situação do País, estas
mais-valias devem estar
disponíveis para serem usadas,
mas não para aumentar a despesa
pública. Estas mais-valias
podem ser alocadas a reservas
internacionais para melhorar a
nossa avaliação externa. Este
valor tem que estar disponível
para ser usado em questões
que se mostrarem inadiáveis
para a nação, isto é, o valor
pode financiar as eleições, mas
não deve ser usado para pagar
salários”.
A possibilidade do encaixe das
mais-valias por Moçambique
surge na sequência do anúncio
feito pela empresa italiana de
energia Eni de assinatura de
um acordo de compra e venda
com a norte-americana Exxon
Mobil, sob o qual esta última
pagará 2,8 biliões de dólares
por uma participação de 25
por cento na área 4 da Bacia
do Rovuma, região rica em gás
natural.
A aquisição será concluída
após a satisfação de uma série
de condições, incluindo a autorização
do Governo de Mo-
çambique e outras autoridades
reguladoras, e caso o negócio
se concretize, o Estado mo-
çambicano deverá ganhar vá-
rios milhões em mais-valias.
A Eni controla uma participa-
ção indireta de 50% na Área
Offshore Quatro, de propriedade
da Eni-East África, que
detém 70% da concessão. Os
20% restantes mantidos, através
da Eni-East África pertencem
a empresa chinesa CNPC.
Os outros três parceiros, com
dez por cento cada, são a Galp
Energia de Portugal, a Kogas
e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos
de Moçambique
(ENH).
Estão previstos planos para a
instalação de uma unidade flutuante
de produção de gás natural
liquefeito na Área Quatro
acima do campo de gás de
Coral Sul. Até agora, o consórcio
investiu cerca de USD
2,8 biliões na Área Quatro, e
estima-se que o projeto custará
mais oito biliões de dólares.
A produção de GNL deverá
ter início em 2022. No entanto,
a decisão Final de investimento
não pode ocorrer até
que a empresa chinesa CNPC
se comprometa com o investimento,
sendo que todos os
outros parceiros já aprovaram
a sua participação no investimento.
Eduardo Sengo, economista e assessor económico da CTA
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 25
Vias de acesso um entrave à
comercialização agrícola
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Para quem faz o triângulo
Montepuez, Namuno, Balama,
zonas consideradas
celeiro da província, reconhecidas
que são as suas
potencialidades agrícolas,
no norte de Moçambique
irá deparar-se com o “problema
milenar” que é do
domínio das autoridades
do país.
A distância entre
M o n t e p u e z e
Namuno, que é
de aproximadamente
60 quiló-
metros, que com uma estrada
“razoável” tornaria o escoamento
da produção agrícola
dos vários intervenientes mais
efectiva é feita, de carro, em
cerca de três horas e meia.
Razões: a estrada está em péssimas
condições de transitabilidade.
O mesmo cenário acontece
entre Namuno e Balama, no
outro extremo do chamado
triângulo produtivo de Cabo
Delgado.
Um agente interveniente na
cadeia da comercialização agrí-
cola dizia que se o Governo
pretende resolver o problema
de escoamento tem que colocar
nas suas várias prioridades
a questão da transitabilidade
das estradas.
“Produz-se e temos dificuldades
de escoar a produção porque
os proprietários dos carros
dizem que não querem danificá-los”,
disse um interveniente
na comercialização agrícola.
“Ou o Governo resolve o problema
das vias de acesso ou
continuaremos a queixar nos
de produtos nos armazéns mal
conservados correndo o rsico
de se deterioram”, disse em
Namuno um agente económico.
O agente económico pede-nos
para o acompanharmos ao seu
armazém onde nos mostra 20
toneladas de amendoim.
“Tenho esta produção da época
passada mas o preço em
Pemba não está lá grande coisa,
comprei por 60 e dizem que
em Pemba o preço também
está a 60 meticais”, lamenta
Albino Muacorica.
Respondendo ao convite formulado
visitamos vários armazéns
com alguma produção
cujos donos dizem que não
tem como levar a Pemba por
causa dos efeitos combinados,
precariedade das vias de acesso
e baixo valor da oferta do
mercado.
“As vias de acesso são a causa
principal, estas nossas estradas
terceárias não nos garantem
a nós pequenos comerciantes
para evacuação do nosso produto”,
dizia uma agente económico
num encontro havido
semana passada em Namuno
com o director geral do Instituto
de Cereais de Moçambique.
Se por um lado as vias de
acesso constituem um estrangulamento
a comercialização
agrícola, por outro lado os
agentes confrontam-se com a
questão de “melhor oportunidade”
para colocar a sua produção
no mercado.
Casos há em que os produtores
guardam a produção nos
armazéns com o intuito de
dele se desfazer quando a demanda
for alta, o que significa
que eles colocarão o produto a
um “bom preço”, como disse
um interveniente.
O problema das vias de aceso
no país, sobretudo quando tem
que ver com a comercialização
agrícola não é novo.
O antigo presidente da República,
Armado Guebuza,
afirmara em Junho de 2011,
exactamente em Namuno, que
as vias de acesso e a falta de
infra-estruturas constituíam
um grande entrave para o escoamento
e comercialização da
produção agrária em Moçambique.
A administradora de Balama
fez referência às vias de acesso
numa reunião com o director
geral do Instituto de Cereais
de Moçambique apontando
que se está a trabalhar no sentido
de permitir a integração
do distrito no mapa da comercialização
agrícola.
Reconhecendo a vastidão do
território do distrito de Balama,
ela assegura que periodicamente
as entidades competentes
tem feito um trabalho
de rotina de modo a garantir
transitabilidade.
“Estamos a trabalhar de modo
a ultrapassar esse problema e
a maior parte das vias de acesso
tem merecido a nossa aten-
ção”, disse a administradora
de Balama, distrito que prevê
produzir 58 mil toneladas de
diversos produtos com destaque
para cereais.
26 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
nacional
AT introduz selo para diminuir contrabando
e combater o mercado ilícito do tabaco
A Anadarko e seus parceiros juntaram-se
à iniciativa de produção
de livros em diversas línguas locais
como forma de contribuir para o
aprimoramento do processo de leitura
em quatro províncias do país,
nomeadamente, Cabo Delgado,
Niassa, Tete e Maputo.
A iniciativa, segundo um comunicado
daquela multinacional
norte-americana, está a ser implementada
pelo Ministério da Educação
e Desenvolvimento Humano
(MINEDH), a Associação Progresso
e a Organização Não-Governamental
CODE do Canada, que em
conjunto deverão, também, empregar
uma variedade de estratégias
para a melhoria da qualidade da
formação de professores nas províncias
abrangidas.
Durante o acto do lançamento
dos livros, a representante da
Anadarko, Eva Pinto, reafirmou
o compromisso da empresa em desenvolver
e apoiar iniciativas que
criem benefícios a longo prazo para
os moçambicanos. O evento teve
lugar nas instalações do Instituto
de Formação de Professores, situado
em Pemba, província de Cabo
Delgado.
A medida que avançamos com o
projecto de Gás Natural Liquefeito,
empenhamo-nos em desenvolver
iniciativas que criem benefícios
a longo prazo para o país e também
nos comprometemos a fazer a
nossa parte de modo a operar com
segurança, proteger o ambiente e
promover as oportunidades para
a promoção da cultura, de modo a
estimular a actividade económica
do país e contribuir para o crescimento
nacional sustentável, disse.
Com esta iniciativa foram produzidos
11 títulos para cada uma das
seis línguas nacionais, incluindo
português.
Acreditamos todos que só podemos
melhorar a educação se tivermos
melhores professores que
consigam transformar a sua acção
em resultados com alunos competentes,
explicou a Presidente da
Direcção da Associação Progresso,
Elisabeth Sequeira.
O evento foi marcado por um
concurso de leitura para alunos
da 1ª a 7ªa classes e os formandos
a professores do 1º ao 3º ano.
(AIM)
ANADARKO junta-se a
parceiros na produção de
livros
TS defende maior divulgação das medidas alternativas à prisão
O Tribunal Supremo (TS) defende a divulgação das medidas alternativas a prisão, pois, acredita que alguns segmentos
da sociedade ainda não compreendem os mecanismos de aplicação das destas medidas.
Em 2009, com aprova-
ção do novo Código
de Imposto sobre o
Consumo Específico
através da Lei 17, de
10 de Setembro, a República de
Moçambique dava início ao projecto
que viria a resultar na selagem
de bebidas alcoólicas e tabaco
manufacturado.
A cerimónia de lançamento oficial
do projecto teve lugar nas instala-
ções da fábrica de processamento
de tabaco, British American Tobaco
e foi dirigida pela Presidente
da Autoridade tributária, Amélia
Nakhare.
Falando na ocasião, Nakhare referiu
que a selagem decorre do facto
de se ter identificado ao longo do
tempo que o nível de contrabando
era maior e o seu impacto na economia
do país é muito elevado e
esta medida surge da necessidade
de reduzir as taxas de contrabando,
uma vez que estudos indicam que
cerca de 60 a 66 por cento dos produtos
comercializados no mercado
nacional são produtos provenientes
do mercado ilícito, sobretudo no
que diz respeito a bebidas.
Aliás, um estudo apresentado
em 2012 organizado pela SADC
apontou que o descaminho e contrabando
de bebidas representam
cerca de 60% de todas as bebidas
consumidas em Moçambique. Em
2009 um outro estudo demonstrou
que acerca de receita de 2.8
milhões de dólares e 66% das bebidas
transaccionadas no mercado
tinham proveniência ilícita e 43%
era contrabandeada.
“A selagem é obrigatória, o que
quer dizer que a partir de hoje a
importação de tabaco vai exigir que
esta tenha sido aposta a selagem, a
produção de tabaco vai exigir que
esta tarefa seja aposta uma selagem
nos termos das exigências legais.
Nesta perspectiva esperamos que
como resultado tenhamos um impacto
significativo não apenas na
receita mas sobretudo na organização
fiscal do nosso território em
termos de controlo de contrabando,
do descaminho e de outras formas
que ferem o sistema tributário
Nacional.
A presidente da Autoridade Tributária
garantiu que os produtos fabricados
antes do início da selagem
vão entrar de forma monitorada no
mercado, para garantir que haja
produtos infiltrados durante o período
de transição. A selagem vai
contribuir não apenas para redução
de contrabando mas sobretudo
na arrecadação de receitas indispensáveis
para gestão dos nossos
processos de desenvolvimento.
“Nós queremos que haja sensibilidade
dos consumidores para
garantir que os produtos que
adquirem a partir de hoje, sejam
selados”, disse Nakhare, referindo
que a AT espera começar dentro do
próximo mês a fazer uma fiscalização
rigorosa do cumprimento da
medida, mas vai dar um período de
graça para permitir que as fábricas
comercializem as mercadorias fabricadas
antes da entrada em vigor
da medida de selagem obrigatória.
Depois do período de graça vai
começar a fiscalização no mercado
e na fábrica. Nesta fase o produto
que for encontrado no mercado
sem selo, será considerado contrabandeado.
Questionado sobre uma possível
influência dos selos no aumento
do preço dos produtos, Nakhare
referiu que naturalmente os selos
são adquiridos e existe uma margem
legal que nós acreditamos que
não vai inflacionar os preços dos
produtos no mercado.
“Selo vai estimular a
indústria nacional”
O Director da British American Tobaco,
um dos principais produtores
e processadores de tabaco a nível
nacional, disse que a introdução
do selo de controlo é uma medida
de estímulo para o crescimento da
indústria nacional, na medida em
que o seu objectivo é combater o
contrabando de produtos ilícitos
no país e a proliferação de produtos
manufacturados sem pagar
impostos.
Segundo ele, os custos anuais do
processo de selagem de cigarros
vai ser de 100 milhões de meticais
que é um custo adicional ao de produção
anterior, entretanto, refere
que caso haja rigor na fiscalização,
haverá ganhos de ambos os lados
porque vai se eliminar o mercado
ilícito de cigarros, o que pode não
ditar de imediato o aumento do
preço dos produtos.
“Se todos os fabricantes implementarem
o selo com rigor e seriedade
vai ser positivo, pois, vamos eliminar
no mercado o produto ilegal,
que não paga impostos, o que vai
permitir que todos ganhem com
isso. Caso essa implementação não
for acompanhada de um rigor na
fiscalização passa a ser um custo
adicional que pode agravar o preço
ao consumidor”, disse, reiterando
que a chave do sucesso deste projecto
é a fiscalização, sobretudo
nas indústrias.
Por seu turno o representante do
Grupo Obsec Security Mozambique
empresa concessionária
que está a seu cargo a produção
dos selos, garantiu que o selo de
controlo possui características
de segurança bastante aguçados,
incluindo Dispositivos Ópticos de
Segurança dos mais sofisticados
que existem actualmente no mundo,
bem como um dispositivo de
localização e rastreio.
“A formação de equipas devidamente
motivadas e aptas a usar os
objectivos de verificação constitui
a parte fundamental deste processo
de implementação. Reiteramos a
nossa disponibilidade para continuarmos
a trabalhar com a AT para
o combate ao mercado ilícito e ao
contrabando”, referiu, explicando
que são ao todo 35 características
visíveis a qualquer um e cerca de
20 visíveis apenas com recurso a
equipamento especializado.
Importadores temem um
agravamento do preço
ao consumidor
O presidente da Associação
dos importadores Informais,
MUKHERU, Sudecar Novela
considera a introdução do selo
de controlo uma medida acertada
na medida em que vai trazer mais
receitas ao Estado, uma vez que
vai controlar o contrabando, mas
em contrapartida vai aumentar as
taxas a pagar pelos direitos aduaneiros
na importação de bebidas,
o que pode ter impacto no preço
final dos produtos.
“O imposto sobre o consumo
especifico é uma taxa muito alta
e quase que proibitiva. Hoje
adicionar-se-á o pagamento do
imposto do selo. Isto vai naturalmente
aumentar o custo em termos
dos impostos a pagar pela bebida e
o que vai acontecer é que o custo
para o consumidor final vai ser
muito elevado, todavia, esperemos
para ver, porque a AT garante que
a diferença vai ser mínima”,
Sobre as vantagens, Novela acredita
que vai haver mais controlo
sobre a qualidade dos produtos
que entram no país, uma vez que
neste momento da maneira como
os produtos entram não há certeza
sobre as condições em que os
mesmos são produzidos.
Entrou em vigor, na semana
passada, a medida de
proibição de importação e
produção de tabaco sem
selo. Com efeito, desde a
última Sexta-feira, a importação
e produção de tabaco
vai exigir que seja posto
um selo sobre o produto. A
introdução de selos sobre
o consumo específico
de bebidas alcoólicas vai
arrancar a partir de Maio
próximo.
Reginaldo Tchambule
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 27
Aniversariantes
Envie a tua foto e mensagem até às 12 horas de cada quarta-feira, ou contacte Adelina Pinto pelos
telemóveis 827870008, 820152830 e 847684840 ou ainda pelos e-mails: adelinap33@gmail.com e jornalmagazineinde@gmail.com
Luan
Marcela
Yassmin
Igor
Parabéns, o nosso coração
está em festa, pois hoje é teu
aniversário e nada é mais importante
para nós do que comemorar
mais um ano de tua
vida. Sabe, não é fácil encarar
as dificuldades do mundo, o
mal infelizmente nos persegue,
mas graças ao amor tão
profundo que temos por Deus,
nossos dias são abençoados
com muita paz e harmonia.
Votos de Xiluva.
Querida Marcela, tu hoje estas
colhendo mais um ano de
vida, a vida é um dom supremo
do Criador do universo. E
tu foste presenteada com esse
dom precioso, que é viver,
neste instante de muitos presentes
e de muitos sorrisos,
receba de todos nós os votos
de muitas felicidades. Que tu
possas crescer com dignidade
e com a sabedoria para caminhar
diante do mundo, e for-
ças para remover os obstáculos.
Votos de Xiluva.
Parabéns, boa sorte nesta
nova fase de tua vida. Saiba
que sempre que precisares de
alguém, para conversar, rir
e até chorar, eu estarei aqui.
Obrigada por ser essa pessoa
linda e sempre disposta a fazer
o bem. E, nesta data querida,
sinta-se abraçado por todos
aqueles que tu ama, sinta o
amor de todos, pois só assim
será um dia ainda mais especial.
Xiluva deseja te votos de
muitos anos de vida e felicidades.
Shantel
Minha querida irmãzinha
e nossa caçulinha, hoje tu
completas mais um ano de
vida. Já não és mais um
bebe, mas vais continuar
sendo sempre o nosso chaveirinho.
Quando tu chegaste
a nossa família foste
uma alegre surpresa, tu
trouxeste mais felicidades e
leveza para as nossas vidas.
Tenho orgulho de ti e admiro
muito a pessoa que tu és.
Votos de muitas felicidades,
saúde, paz e amor.
Hoje é um dia especial, por ser
a data do teu aniversário. Um
dia em que tu dás mais um passo
para novos caminhos e conquistas
marcantes em teu cora-
ção. Na alegria tu me ajudaste
a sorrir e, hoje te desejo muitas
felicidades. É com todo carinho
e sinceridade que eu junto-me a
todos os colegas da Svs de Mo-
çambique Lda para te desejamos
parabéns colega.
Virginia
Parabéns! Que teu aniversário
seja doce como o brigadeiro mais
gostoso que tem gosto de chocolate
e felicidade! Que esta data
seja colorido e lindo como o mais
enfeitado dos bolos! Espero que
passe teu dia ao lado daqueles
que ti adora. Que os melhores
presentes do dia sejam abraços
demorados, olhares verdadeiros
e os melhores sentimentos compartilhados.
Votos de Xiluva
Marvin
Hoje acordei com a ansiedade
atacada, pois esse dia que amanheceu
tão belo marca a chegada
de uma pessoa mais que
querido, e desejo do fundo de
meu coração toda a felicidade
que existe nesse mundo para ti!
E que realmente, tu encontres
tudo que buscas e o teu brilho
jamais se apague mesmo com
as dificuldades que a vida possa
apresentar. Feliz aniversário.
Votos de Xiluva.
Kyara
Feliz aniversário, Kyara. Temos
muito que agradecer ao
Xiluva, por termos uma amiguinha
tão maravilhosa. As
nossas vidas são iluminadas
porque tu estás sempre do
nosso lado e apesar de saber
que criamos amizades por
demais, e que cedo ou tarde
iremos nos afastar, sabemos
que os nossos lugares estão
guardados em nossos corações.
Parabéns, que o teu dia seja
repleto de alegria, pois tu mereces.
28 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
No âmbito da dança contemporâ-
nea, o Centro Cultural Português,
em Maputo e o Centro Cultural
Franco- Moçambicano, irão acolher
a performance sobre a “Dança da
Crise” e o espetáculo “Autointitulado”
nos dias 23 a 31 de Março, dos
bailarinos e coreógrafos João dos
Santos Martins (Portugal) e Cyriaque
Villemaux (França).
Os bailarinos e coreógrafos, João
Martins e Cyriaque Villemaux estarão,
na capital de Maputo, para entrepretar
a performance chamada
“Dança da Crise” que se debruça
sobre a ligação entre dança, crise e
finanças. Com evento, Martins pretende,
assim, discutir as barreiras
que são constantemente colocadas
entre dança e a performance, o instinto
compulsivo pelos rótulos e as
definições hegemónicas ocidentais
do que é dança ou não é dança.
A partir de uma série de exercícios
onde se materializa uma ideia de
cópia por aproximação, procurarão
analisar em conjunto as semelhan-
ças e diferenças entre várias acções
e movimentos e, por suas vez, traduzi-las
noutros suportes de performance.
No ultimo dia, irá decorrer no Centro
Cultural Franco- Moçambicano
o espetáculo “Autointitulado” de
Martins e Villemaux com vista a
oferecer uma viagem por certos fantasmas
da história da dança, pessoal
e paradigmática, sem se prender
a uma dança em particular, mas
uma série de danças, ou melhor, a
uma série de memórias e ideias de
dança.
Construída a partir de improvisa-
ções gravadas e, em seguida, analisadas
em função do que elas sugerem
à memória dos bailarinos,
a coreografia foi sendo concebida
como uma repetição em ambos os
sentidos da palavra: a repetição
dos ensaios durante o período de
concepção da peça e a repetição na
apropriação de frases ou movimentos
(re)conhecidos, posteriormente
editados através de métodos de
collage.
Autointitulado é, então, como um
álbum que percorre imagens marcantes,
reminiscências da memó-
ria colectiva ou de certos clichés e
inconscientes da dança. A partir
desses fragmentos, tanto familiares
como monstruosos, os bailarinos
convidam o público a completar a
parte que falta, para construir as
suas próprias ficções.
Martins e Villemaux irão
vibrar com a “dança da
crise” em Maputo
Chonguiça e Dibango lançam primeiro álbum discográfico conjunto
Os saxofonistas Moreira Chonguiça (Moçambicano) e Manu Dibanga (Camarões) lançam o seu primeiro álbum
discográfico conjunto intitulado “M e M”, que começou a ser concebido há cinco anos. Com dez músicas o
disco será lançado a 31 de Março, durante a 18 ª edição do Festival Internacional de Jazz da cidade de Cabo cultura (Cape Town Internacional Jazz Festival), na vizinha África do Sul
João Bia desvenda parte do
olhar através da “Egofonia (s)”
No âmbito da Francofonia 2017, o
Centro Cultural Franco-Moçambicano
(CCFM) inaugurou, na semana
finda, a Exposição “Egofonia (s) ”
através das telas do artista plástico
João Paulo Bias, que desvenda
parte do seu olhar através da necessidade
artística de ser original,
por trazer alguma coisa singular.
Adelina Pinto
S
egundo o artista plástico
João Paulo Bias, as obras
expostas representam todas
as vozes que traduzem o discurso
interior do artista. A
diversidade das técnicas pictóricas e dos
motivos utilizados em oposição à imutabilidade
dos materiais usados, permitem
ver a polifonia do ser, através da complexidade
do eu, exposta em cor, maté-
ria, sombra e luz.
Para Bias o tema egofonia é mais
para fazer alusão a essa necessidade artística
de ser original, por trazer alguma
coisa singular. E, também, é o som do
eu e, neste caso, a obra é singular no
sentido em que usa materiais específicos
como calças de ganga que transforma
em tela.
“ A exposição retrata várias reflexões
com o título “como mudando” é um tí-
tulo meio político, social e económico e
que na minha abordagem, estou a abrir
espaço para pensar sobre o que tem que
ser mudado, seja individualmente assim
como colectivamente”, disse Bias.
“A exposição conta com mais de 29 telas,
algumas roupas para serem usadas
e um vídeo que descreve o nosso trabalho”,
acrescentou Bias.
A curadora da exposição, Flore Chabernaud,
disse que as telas expostas
mostram que as suas paisagens abstractas
são modeladas pela matéria e espontaneidade.
A criação é para o artista ter
“um momento de liberdade de expressão”,
das artes. Sem o filtro da consci-
ência psíquica, o artista procura equilí-
brio na cor, na composição.
Chabernaud disse que é através da exploração
da textura que o artista descobre
a sua forma de ver. As suas experiências
pictóricas são, assim, uma das
identidades de João Paulo Bias e, quando
se impõe a forma iminente de pintar
é, na maioria das vezes, sob esta forma
de expressão artística.
Chabernaud acrescentou que “no trabalho
do artista as suas paisagens urbanas
nascem de uma reflexão que ilustram
uma ideologia política romântica
da cidade, uma visão socialista do habitat.
“Era bom ter uma cidade assim,
onde as pessoas falam umas com as outras,
onde a natureza se impõe, onde as
religiões se misturam, onde o que deve
ser transformado é o de facto: mutatis
mutandis. Moçambique é um dos raros
países do mundo onde há um sincretismo
religioso. É frequente que na mesma
família coabitam religiões diferentes”.
Por outro lado, Chabernaud disse que
o artista com as suas obras, que estilisticamente
homenageiam Malangatana e
Pancho Guedes. Bias com a exposição deseja
fazer reviver a ideia de uma cidade como sendo
um laboratório de arquitectura. Pois, os
retratos são uma alusão à tradição da máscara
africana, uma expressão pessoal da consci-
ência colectiva africana.
“Através da diversidade dos seus motivos,
passando do abstracto ao figurativo, as técnicas
utilizadas, como a técnica de raspagem
ou os traços precisos, João Bias põe em evidência,
a pluralidade, a mestiçagem interior
que nós conhecemos. Através da constância
dos materiais utilizados, tecidos em ganga,
pintura acrílica e a verdadeira paisagem interior,
o artista explora, ora a constância do ser
a própria pluralidade”, frisou Chabernaud.
Sobre o artista
João Paulo Bias nasceu a 20 de Outubro de
1982, na Província da Zambézia. Iniciou a
sua actividade artística como autodidacta em
2002 quando se tornou membro do Núcleo
de Arte e, desde então, participou em vários
workshops e exposições. Formou-se em Ciências
de Comunicação pela Universidade Politécnica.
Trabalhou em vários eventos culturais
e participou em inúmeras palestras sobre
a cultura, professou a oração de sapiência de
Malangatana no seu Doutoramento Honoris
Causa. Bias trabalha permanentemente no
Núcleo de Arte onde realiza a sua produção
artística. Com a exposição pretende, também,
expor esta parte do seu olhar
João Paulo Bias, artista autodidacta há
mais de 15 anos, deseja apresentar o seu trabalho
por ocasião das celebrações da Francofonia.
Gota de água
À Leminski...
Se ao menos ficasse suspensa
Por alguns segundos
Eu lia
Seus traços
Redondos
Lamacentos
Circunflexos
Limbo.
Se ao menos caísse
Em câmara lenta
Assim caprichosamente
Eu via
Suas ondulações
Nimbo de linho.
No fundo no fundo
Mas bem mesmo lá no fundo
Eu
Gostaria de ter
Um palmo de terra
Onde tu repousas
Firme
Sem inundação.
SenganeWaNhampindane
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 29
Durante a palestra decorrido
na Associação dos
Escritores Moçambicanos
(AEMO) sobre “Abordagens
literárias Brasil-Moçambique:
entre o Índico e o
Atlântico”, a professora
da Universidade Federal da
Paraíba (Brasil), Vanessa
Pinheiro, disse que o que
se estuda no Brasil repercute
o que é produzido em
Moçambique e nos noutros
países.
Adelina Pinto
Aprofessora em Literatura
de Língua
Portuguesa
da Universidade
Federal de Para-
íba (Brasil) disse que sempre
teve uma paixão pela literatura
angolana, mas os caminhos
da vida foram trazendo-a gradualmente
para a literatura
moçambicana, daí surgiu uma
paixão pela literatura moçambicana
ao ler os autores conhecidos
no Brasil.
Pinheiro disse que o seu percurso
começou por autores conhecidos
no mercado internacional,
no caso do Mia Couto,
Paulina Chiziane, Ungulane e
José Craveirinha.
Para tal, Pinheiro avança que
”comecei a me questionar sobre
os eventos literários em que
participava no Brasil, relacionados
com a literatura africana
de expressão portuguesa, daí
percebi que essa literatura da
qual se falava, não necessariamente,
é a literatura que seria
representativa desse país. Afinal,
o que se estuda no Brasil
repercute o que é produzido em
Moçambique ou nos outros pa-
íses. E quem são os estudiosos
que estão falando sobre África?
Será que, necessariamente,
tem essa condição para falar de
África”.
Segundo a autora, os grandes
estudiosos que se propõem a
falar da literatura, conhecem a
África, sabem o que se estuda
em África e quais são os autores
que são divulgados externamente.
E, também, dos critérios
usados para a promoção
desses autores, porque alguns
autores são mais conhecidos do
que outros.
“ No Brasil houve um grande
momento de estudos da literatura
africano nos anos oitenta
do século passado, o que está a
acontecer actualmente, é o declínio
desses estudos, que quase
não há mais estudantes da
disciplina de estudos africanos,
só existem em Lisboa”, frisou
Pinheiro.
“O que deve acontecer na literatura
é que os estudiosos
do Brasil consigam olhar Mo-
çambique com um olhar mais
cuidadoso e procurar ver de
dentro para fora de forma mais
endógena, de modo a perceber
o que acontece aqui, o que está
sendo produzido e conhecer os
novos autores”, apelou Pinheiro.
Acrescentou que “em que medida
esses temas estão a ser
importados de forma a representar
o tipo de Moçambique
que não é necessariamente o
país real, porque este país é
completamente cultural. Na
verdade, o que nós temos no
Brasil é a representação de um
olhar de certa forma estereotipado
e veiculado ao sul, da
capital, que ao ser visto transparece,
há uma necessidade de
procurar compreender esses
processos”.
Em relação ao tema sobre “Relações
entre Brasil e Moçambique
na literatura, a literatura
está consolidando os maiores
escritores, mas à medida que
trabalho esses factores, penso
que interferem para a constru-
ção do chamado cano”, disse
Pinheiro.
Adiante disse que no Brasil a
literatura moçambicana ganhou
força de 20 a 30 anos
para cá, pois é um fenómeno
inverso com o que aconteceu
em Moçambique. Ao entrar em
contacto com a literatura brasileira,
no modernismo ficam
influenciados, com a literatura
Brasileira.
No início do século XX, no
Brasil ninguém falava de poetas
modernistas, muito menos
sobre a literatura moçambicana
assim como angolana.
Os autores moçambicanos promovidos,
segundo Pinheiro, são
conhecidos e estudados externamente,
na sua maior parte.
“Moçambique tem particularidades
que não podemos
esquecer, isso deve-se ao afastamento
de países de língua
portuguesa, que torna o aspecto
cultural muito mais rico,
isso por conta das proximidades
com o Zimbabwe e a África
do Sul, do que Portugal, Angola
ou Brasil, que de alguma
maneira influenciam-se culturalmente.
Como entender esses
fenómenos sem levar em conta
todas as variáveis”, indagou a
fonte.
Vanessa Riambau Pinheiro é
doutora em Literatura de Língua
Portuguesa pelo programa
de Pós-Graduação em Letras
da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Tem
quatro livros publicados pela
Editora da UFPB nas áreas de
literatura brasileira, portuguesa,
africana e participou em outros
quatro, também na área de literatura
e crítica literária.
“O que se estuda no Brasil repercute
o que é produzido em Moçambique”
Sebastião Matsinhe celebra 20 anos de carreiro com “Mistérios da Noite”
O artista plástico e antropólogo
de arte celebrou, na semana
finda, o seu 20º aniversário artístico,
o evento que teve lugar no
Museu Nacional de Arte (MUSART)
culminou com a inauguração
da exposição individual
“Mistérios da Noite”, com mais
de 50 telas. A cerimónia juntou
várias personalidades que testemunharem
o percurso do artista.
Segundo o secretário permanente
do Ministério da Cultura e
Turismo Celso Laice na base de
diferentes técnicas cores e formas
e sobre pretexto do Ministério
da Noite, sebastião Matsinhe
apresenta cerca de 50 obras de
pintura em acrílico sobre tela de
qualidade invejável que, são parte
da vasta colecção individual.
Para, Laice a exposição patente
no MUSARTE é concedida ao
público a possibilidade de admirar
a paixão, o gosto e o talento
nato do artista moçambicano,
evidenciado ao longo do tempo
e que por opção os “ministérios
da noite”, o autor sintetiza a sua
versa actividade em estílico artístico
nos últimos seis anos.
“Neste percurso que iremos
transcorrer ao longo da exposi-
ção o abstrato que se confunde
nas obras é sustentado pela sensação
natural e inovadora expressado
pelo autor através de
contraste e cores pura que mais
uma vez podem ser lidas, em
sons intermináveis entre o tradicional
e o moderno entre o pobre
e o rico, rural e urbano, entre as
mulheres e os homens e outros.
O ministério da noite também
expressa a magia artística da sua
transmissão de legado e de raiz
moçambicana”, frisou Laice.
Laice avanca que “Hoje num
contexto cultural em que a valorização
das nossas matrizes
culturais vem sendo uma das
nossas maiores preocupações colectivas.
a pintura de Sebastião
Matsinhe que reflecte de cores
significados tem sido de grande
valia para a grande descoberta e
fortalecimento da nossa moçambicanidade”.
Laice disse que a exposição é
inédita e educativa que desperta
sentimentos e emoções adormecidos
dentro de cada indivíduo.
E também nos elucida sobre as
dimensões humanas muitas vezes
poucas partilhadas.
“Neste exposição Matsinhe deixa
patente a sua veia de pintor,
exime com um longo percurso
espacial, um artista que ultrapassa
o seu próprio tempo e
época, do qual merece destaque
das obras realizadas tanto em
Moçambique assim como nos diversos
países da Africa, Europa
e Asia, materializando o designo
de internalização das arte e
culturas do país, como factor de
identidade”, salientou Laice.
Por seu turno, o director substituto
do MUSARTE Dionísio
Mula disse que as telas expostas
no MUSARTE do artista plástico
Sebastião Matsinhe consistem
em 50 obras de dimensões variá-
veis de pintura em acrílico produzida
ao logo dos cinco anos,
as amostras retratam diferentes
temas, cores e formas.
Nas obras expostas foram encontradas
as cores puras e vividas
são muitas vezes justapostas,
e ainda elas são habitualmente
mediadas com limites erráticas
atenuadas com texturas variadas.
Mas atracção visual das
obras serve meramente para
convidar a explorar a sua inspiração
e significados subjacentes.
Apesar de todas as suas obras
evidenciarem o seu estilo único,
elas não são formulaícas nem
repetitivas. Cada peça procura
comunicar uma visão específica
das suas, experiências passadas
e presentes. Pois cada peça
tenta partilhar um sentimento
particular, para realçar um relacionamento
para contar uma
história.
Sebastião Matsinhe é admirado
no mundo pela sua criatividade
habilidade na forma de pintar
em todas as exposições apresentadas,
o seu trabalho artístico
tem sido a razão pela qual as
pessoas de diversões níveis se
predispõem á a testemunhar e
adquirir as suas pinturas. Assim,
os seus admiradores e ilustres
reconhecidos esperam que
ele continue a deixar arder esta
chama no mundo de arte.
Matsinhe, é moçambicano, nasceu
em Cambine, província de
Inhambane e veio a crescer na
cidade de Maputo. O desporto
foi o primeiro amor de Matsinhe.
Praticou ginástica, basquetebol
e atletismo, infelizmente
em janeiro de 1985, a sua prometedora
carreira teve um fim
prematuro quando lhe foi diagnosticado
uma condição medica
grave que forcou a abandonar o
atletismo. Matsinhe com apoio
do seu clube, Costa do Sol e do
Sport de Lisboa e Benfica, mudou
se para africa do sul e depois
para Portugal para receber tratamentos
médicos. Adelina Pinto
Vanessa Pinheiro
30 Magazine independente Terça-feira | 21 de Março 2017
Moçambique apurado para o Africano de vólei de praia
As seleções moçambicanas de vólei de praia de seniores e sub-21, em masculinos e femininos, qualificaram-se
para o Campeonato Africano de Vólei de Praia. Assim, o Campeonato Africano de seniores disputa-se de 28 de
abril a 2 de Maio. .
desporto
A Assembleia da República
reprovou, na semana passada
em Maputo, o pedido de revogação
do regime jurídico das
Sociedades Anónimas Desportivas,
SAD’s.
O pedido de revogação é de
autoria da bancada da Renamo,
o maior partido da oposi-
ção parlamentar, incidindo no
Decreto-lei nr 1/2015 que prevê
a participação das autarquias
locais no capital social
das SAD’s , sedeadas na sua
área de jurisdição.
Segundo a Renamo, a disposição
colide com o princípio de
igualdade de tratamento das
instituições desportivas, uma
vez que “ as que tiverem apoio
da autarquia terão mais possibilidades
de obter sucessos no
seu objecto social, em relação
as instituições desportivas que
não tiverem apoio autárquico”.
Na fundamentação da Renamo,
“esta e outras disposições
colidem com o princípio de
igualdade de tratamento das
instituições desportivas”.
O deputado Edson Macuá-
cua, Presidente da Comissão
dos Assuntos Constitucionais,
Direitos Humanos e de Legalidade,
disse que o proponente
pecou, ainda, por não ter
indicado taxativamente quais
são essas outras disposições.
“Numa argumentação que pretenda
refutar algo, importa
que se apresente concretamente
e claramente os aspectos
que são questionados ou postos
em causa”.
Como questão prévia, a Comissão
dos Assuntos Constitucionais,
Direitos Humanos
e de Legalidade indica que
não “há lugar a revogação do
Decreto-lei, pois o mesmo é
considerado revogado quando
haja recusa da sua ratificação,
nos termos do regimento parlamentar”.
RM-AR
Parlamento chumba
Sociedades Anónimas
Desportivas
“Quero ser um bom
cozinheiro profissional”
Dário Khan arrumou
as chuteiras.
O que tem feito
actualmente?
A idade já chegou.
Nós como jogadores temos uma
idade de validade que é dos 20 a
36 anos de idade, apesar de não ter
chegado aos 36 anos, mas enfim,
acabou. Já não me sentia em condições
de jogar futebol.
Porquê que o Dário não está
ligado a um projecto desportivo?
Não foi isso que planejei quando
era jogador. Gosto de ver outras
pessoas a jogar neste momento. Fiz
outros planos. Lamento bastante
por não ter dado a continuidade,
porque há muitos jovens que gostariam
de apreender comigo, por que
tenho alguma coisa para mostrar,
mas infelizmente não foram os
planos que tive quando jogador.
A tua saída do Clube Costa do
Sol não foi Saudável?
Acredito que foi saudável, porque
tinha um contrato com eles,
ninguém falhou. Trabalhei de
acordo com o contrato e acabou.
Eles não renovaram, então, assim
rompemos. Vou dar um exemplo
concreto, tu tens a tua namorada,
ela já não te quer e não diz que o
relacionamento acabou só desaparece,
o que podes fazer?
Dário Khan ao longo da sua
carreira sente-se orgulhoso de
ter jogado o futebol. Memórias
negativas e positiva?
Sim. Sinto-me orgulhoso de ter
jogado futebol. Tem muitas coisas
positivas e negativas. As negativas
foram quando marquei dois
golos na nossa própria baliza no
CAN de 2010,então coisas boas
são enormes, que podemos ficar
uma eternidade a enumerar, mas
resumindo tive muitas etapas no
processo de formação, que me
suportaram e ajudaram-me a fugir
de muitas coisas para poder jogar
o futebol a sério.
Qual é o jogador que deu dores
de cabeça ao Dário?
É um pouco complicado, porque
já joguei com muitos jogadores de
vários países. Assim, foram muitas
batalhas com pessoas diferentes.
Será difícil responder a tua pergunta.
Dário jogou no Sudão, Qatar e
Egipto ganhou muito dinheiro?
Acredito que consegui investir
bem. Investi naquilo que é coisa
mais viável em Moçambique na
parte da imobiliária, dá para conseguir
pagar a escola dos meus filhos
e viver a minha própria vida.
Guarda mágoa ao nosso futebol?
Nem tão pouco. Tu não podes viver
guardando as coisas, porque vai
esquecer das coisas boas do nosso
futebol e do que o Moçambola
produziu. É graças ao nosso futebol
que hoje sou o que sou. Não guardo
mágoas com o nosso futebol, foi um
período escaldante na minha vida.
O que está a falhar para que nosso
futebol se desenvolve?
Temos fraquezas nas próprias
infra-estruturas dos clubes e o
desinteresse pelo futebol. Vou dar
um exemplo da época de Chiquinho
Conde, Tico Tico e Nelinho.
Nessa altura, os campos ficavam
superlotados. Hoje, isso não se vê
agora. Deve mudar muita coisa; as
políticas desportivas e a gestão do
futebol. Devemos nos globalizar
para seremos aceites no contexto
internacional.
Muitos jogadores quando terminam
de jogar enveredam pela
carreira de treinador. Qual é a
tua opinião?
Tu vais se associar ao que tu sabes
fazer na vida e se veres que tens
capacidade para ser treinador, não
é problema. É preciso ter paciência
para se dar bem como treinador.
Exemplo, não podes ter filho enquanto
não consegues sustentar,
porque vais dar prejuízo a pessoa
que engravidaste.
Qual é o sonho de Dário?
O meu sonho é de ver os meus filhos
a crescerem. Se o meu filho querer
jogar futebol a ideia deve ser dele.
Não estudei tanto, porque tive que
parar para ir ao mundo fora. Podia
ter continuado, mas não é mesma
coisa. Apostei no futebol e quis
terminal nesta modalidade.
Quais são as perspectiva para
este ano?
Quero ser um cozinheiro profissional,
porque tive aquela vocação de
cozinhar. Então, a única coisa que
quero fazer, é terminar o meu curso
de culinária.
O ex-jogador de futebol,
Dário Khan, disse, recentemente,
em entrevista ao
MAGAZINE Independente,
que não passa da sua
cabeça dar continuidade a
vida futebolística, alegando
que os seus planos de
vida estão fora da “orbita”
desportiva. Porém, neste
momento, dedica-se ao
curso de culinária.
António Nhangumbe
Dário Khan quer ser cozinheiro profissional
21 de Março 2017 | Terça-feira Magazine independente 31
antonio.marques17@hotmail.com
``Longo Alcance`` na R.M. Desporto, 93.1 Maputo, 98.1FM
Inhambane, 99.2FM Beira, 88.5 Manica e Tete, 93.6FM
Nampula, Domingo das 18.00horas às 19.00horas e em todo
o mundo no site: www.radiosonline.sapo.mz
Xi! Como é bom estar convosco
PODEMOS SONHAR
Leia se faz favor: Finalmente vamos ser recebidos pelo Exmo. Senhor Eng.
Victor Fonseca, Vereador do Conselho Municipal da Cidade de Maputo.
Vamos ver se pr’o ano não vamos ter a Pista alagada como este ano, para que
não atrasemos o início da época desportiva.
Obrigado Conselho Municipal da Cidade de Maputo e obrigado Eng. Victor
Fonseca.
Até lá!
A prestação do nosso piloto moçambicano Karl Pitzer, na Prova em Delmas
em Formula Ford foi excelente.
Nos 3 primeiros da classificação, nos treinos de qualificação ficou em 2º lugar.
Na 1ª manga também, e na 2ª idem. Ou seja, ficou no pódio em 2º lugar entre
18 concorrentes.
Parabéns Karl.
Nini Satar, desta feita, fala sobre o que julga morosidade ou actividade mal
elaborada do Ministério Público (MP), quando acusa determinados processos.
De facto a superlotação das cadeias moçambicanas tem sido um problema
grave, cuja solução parece não estar para breve. Houve intervenções ricas de
algumas personalidades ligadas à justiça moçambicana, aquando da abertura
do Ano Judicial. E Nini Satar faz alguma “emendas”. É por isso, e outras
razões, que julgamos o texto de interesse do nosso leitor. Ei-lo na íntegra:
Governo está de olho nas
trafulhices eleitorais da FMB
O Inspector-geral do
Ministério de Juventude
e Desporto, José Dimitri,
adverte às direcções das
federações desportivas
que quem estiver fora de
mandado, dirigir ilegalmente
para que, atraves das
entidades competentes
regularizem a situação. Ele
exortou aos presidentes
das mesas de Assembleias
Gerais a serem céleres na
marcação de eleições para
a renovação de mandatos
dos corpos gerentes.
Alfredo Langa
O Inspector-Geral
do Ministério
de Juventude e
Desportos, José
Dimitri, garantiu
ao MAGAZINE Indepedente
que o governo está atento
a todos os processos eleitorias
federativas e explica que
“quem convoca a Assembleia-
-Geral é o presidente da mesa
da assembleia-geral, quer para
a eleição de novos corpos gerentes
federativos, quer para
prestação anual de contas e de
actividades, em suma, para todos
os efeitos”.
Caso se verifique atraso, conforme
a nossa fonte, as associações
provinciais podem,
de acordo com os estatutos,
solicitar ao presidente da
mesa para a convocação da
Assembleia-geral ordinária ou
extraordinária para qualquer
discussão inerente ao bom funcionamento
da instituição.
O dirigente sustenta que “uma
direcção fora de mandato pode
prosseguir mediante voto de
confiança dos associados, manifestado
em Assembleia-geral,
tal como aconteceu recentemente
com a Federação Mo-
çambicana de Atletismo”.
Questionado sobre o processo
confuso na Federação Mo-
çambicana de Boxe, Dimitro
retorquiu que “estamos atentos.
Quando chegar a hora de
o governo intervir faremos. O
processo ainda está numa fase
em que a própria federação e
os associados podem resolver
interinamente”.
Entretanto, Hélder Mangujo,
presidente da Mesa de Assembleia-geral,
convocou para 24
de Março de 2017 a realização
de uma assembleia para a elei-
ção de novos corpos gerentes
da FMBoxe, cujo elenco directivo
está fora de mandato.
O governo pode, com base na
Lei do Desporto, criar uma comissão
administrativa para a
continuação da movimentação
da modalidade até que se reponha
a legalidade desportiva,
como já aconteceu com o atletismo
e a natação.”
A direcção fora do mandato
dirigida por Big Ben levanta
uma série de irregularidades
no processo eleitoral marcado
para 24 do mês em curso e,
por via disso, sugere o adiamento
da data do escrutínio
para que os vícios (de forma)
possam ser sanados.
Em conferência de imprensa,
convocada na semana passada,
o vice-presidente da FMBoxe,
César Mufanequiço, apontou
a violação dos estatutos da
federação e da Associação Internacional
de Boxe Amador
(AIBA) como principais vícios
que enfermam o processo.
“A nossa inquietação é a realização
das eleições no dia 24
deste mês. À luz dos estatutos
da FMBoxe, mais concretamente
artigo 18, as eleições
são convocadas com um mês de
antecedência. Recebemos a carta
no dia 1, o que viola as normas”,
disse, acrescentando que
tentativas de contactar o presidente
da Mesa da Assembleia-
-Geral, Hélder Mangujo para o
saneamento desta irregularidade
não têm sido frutíferas.
Depois deste pronunciamento, o
presidente da mesa da Assembleia-geral
da FMBox, reagiu
afirmando que “ não violei nenhuma
irregularidade, e que a
AG foi marcada para o dia 24
legalmente.
É de salientar que as eleições da
FMBoxe têm três candidatos,
nomeadamente o presidente em
exercício, Benjamim Uamusse
(Big-Ben), Gabriel Júnior,
apresentador de televisão e político,
e Nicks Esculudes, actual
presidente da Associação de
Boxe da Cidade de Maputo.
Gabril Júnior já apresentou a
sua candidatura oficialmente,
o mesmo acontecendo com Nicks
Esculudes, entretanto, neste
momento, de acordo com o
pronuncuiamento de Big Ben,
este manifesta interesse em
apresentar a sua recandidatura
ao cargo de presidente da
FMB.
José Dimitri, inspector da Junventude e Desportos
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Joel Libombo e Anibal Manave
disputam liderança no COM
O Comité Olímpico de
Moçambique vai organizar
no próximo dia 13 de
Abri eleições de novos
corpos directivos daquela
entidade olímpica. Neste
momento, duas figuras do
panorama desportivo mo-
çambicano já mostraram
interesse em se candidatar,
nomeadamente Joel
Libombo, ex-ministro da
Juventude e Desportos,
e Aníbal Manave, que é o
actual Secretário-Geral da
COM.
Alfredo Langa
Este é um ano atí-
pico para as elei-
ções federativas
do país. Enquanto
os amantes do
boxe esperam quem os vai
dirigir, brevemente o Comité
Olímpico de Moçambique
também vai a eleições,
concretamente no dia 13 de
Abril do presente ano.
Na semana passada, dois nomes
sonantes apareceram
como candidatos oficiais para
o respectivo cargo. Quem
apareceu publicamente a manifestar
esse desejo foi o antigo
ministro da Juventude
e Desportos de Moçambique,
Joel Libombo. O seu aparecimento
como candidato é defendida,
ou por outra, se fala
que é suportada por 11 Federações
Nacionais
Actualmente, o Comité Olímpico
de Moçambique é presidido
por Marcolino Macome.
As federações moçambicanas
que apoiam Libombo pretendem
mudar a imagem do
Comité Olímpico de Moçambique,
caracterizada, na sua
óptica, por exclusão de algumas
federações no benefício
das bolsas da Solidariedade
Olímpica e de outros apoios
para os seus atletas.
Por seu turno, Joel Libombo,
frisou que “aceita o repto, na
perspectiva de, como desportista,
ajudar a desenvolver o
próprio desporto moçambicano,
para além de ser um convite
ao patriotismo”.
O Comité Olímpico de Mo-
çambique esteve reunido na
semana passada em Assembleia-geral
Ordinária, para,
entre outros assuntos, marcar
a data das eleições daquele
organismo. A mesma foi marcada
para o dia 13 de Abril
do presente ano. Também foram
apreciados o relatório de
actividades e contas de 2013
à 2015.
Por seu turno, o secretário-
-geral do Comité Olímpico
de Moçambique, Aníbal Manave,
garantiu que foranm
ouvidas opiniões dos demais
dirigentes das federações
olímpicas nacionais, para
acertar uma data que venha
a favorecer a todos
Agora, o mesmo SecretárioGeral
do COM apareceu publicamente
a manifestar a sua
intensão de se candidatar à
presidente daquele organismo.
Com esta candidatura é
apontado como a renovação
na continuidade.
Segundo apuranos Marcelino
Macome não irá candidatar-
-se para um novo mandato
na presidência do Comité
Olímpico de Moçambique.
Assim, teremos um grande
duelo eleitoral entre Aníbal
Manave e Joel Libombo. O
mesmo tem usado a tactica
de falar pouco e trabalhar
muito na campanaha eleitoral
juntos dos seus associados.
O Comité Olímpico NacioO
Ferroviário da Beira qualificou-se
de forma inédita
para a fase de grupos da Liga
dos Campeões africanos de
futebol. A equipa de Aleixo
Fumo venceu nas penalidades
o Barack Controles da
Libéria, por 4-1. No primeiro
jogo em casa o Ferroviário da
Beira ganhou por duas bolas
a zero, e foi pelo mesmo resultado
que obteve no jogo da
segunda mão fora de portas.O
Ferroviário é deste modo a
terceira equipa moçambicana
a transitar para a fase de grupos
depois do Ferroviário de
Maputo e Costa do Sol.
Festa no “Chiveve...!
nal de Moçambique é um
membro do Comité Olímpico
Internacional e como Comité
Olímpico Nacional organiza
os eventos de carácter
olímpico em Moçambique e
fiscaliza e organiza os desportos
que terão representação
do país nos Jogos Olímpicos.
Criado em 1978, o COM faz
parte da Associação dos Comités
Olímpicos Nacionais de
África e é membro fundador
da Associação dos Comités
Olímpicos de Língua Oficial
Portuguesa.
Joel Libombo Anibal Manave
Ferroviário da Beira
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