Conhece o Eye Monitor? E seu ataque anti-patriota à “Operação Tronco”? Ou um dedo de Erdogan na nossa política doméstica....
Conhece o Eye Monitor? Pois, eis uma nova arma de propaganda apontada na nuca de Nyusi. Sim, na nuca e de olhos bem vendados. Pois o Eye não dá a cara. Circula nas redes sociais como o furacão do gossip pretensamente melhor informado sobre a política nacional. Faz-se passar por uma publicação normal mas não há registo disso. E usa o anonimato como sua identidade, o que lhe permite partilhar seus delírios sem reservas. Seu debut foi com um artigo em que ligava o jornal Estrela, dirigido por Gustavo Mavie, a uma a estratégia de Nyusi, em aliança com Ntumuke, para promover sua imagem de modo a assegurar uma recandidatura presidencial. E alegava que o jornal foi criado com fundos turcos. De quem? De empresários que Erdogan chama de terroristas.
O Eye Monitor começou suas investidas poucas semanas após o fracasso da visita de Erdogan a Maputo. Parece ser, portanto, qualquer coisa ligada a Turquia. Seu segundo texto é a volta de uma “pressão” sobre Nyusi, à propósito do caso da adjudicação direta de um negócio do Estado ao Ministro Carlos Mesquita, que a publicação sugere estar na calha para substituir Carlos Agostinho do Rosário como Primeiro Ministro. Mas o Eye não deixa de se referir a Turquia, afirmando que estes factos acontecem “após o escândalo das ligações terroristas”, uma menção velada às ligações do Ministro Salvador Ntumuke aos promotores da Willow International School, que Erdogan solicitou que o Governo encerrasse. Portanto, há claramente uma tendência pro-Erdogan neste Eye Monitor, que acaba de circular mais um número, agora atacando a “Operação Tronco”, sugerindo que ela não passa de uma jogada de promoção do Ministro Celso Correia, para garantir suas ambições chegar à Comissão Política no Congresso da Frelimo que se realiza em Setembro deste ano. Chega mesmo a racializar a “Tronco”, afirmando que é uma ação de Correia contra Generais na reserva, entre os quais Alberto Chipande , e contra cidadãos negros (uma espécie de desinpowerment). E mais: diz que é um ataque à China, que depois do Congresso vai perder influência. Bom, o Eye Monitor poder fazer suas elucubrações sobre as lutas de poder, no seu registo especulativo. Mas reduzir a luta contra a depredação florestal, ansiada e apoiada pelos moçambicanos, às ambições políticas de Celso Correia é um insulto à nossa vontade colectiva de moralizar a gestão florestal.
Já muito se escreveu sobre a utilidade da operação. É preciso, no entanto, que o Mitader garanta um trabalho isento e dentro da lei. Há registo de reservas sobre procedimentos e aplicação da lei, sobre disparidades no cálculo de multas e também o incumprimento de decisões judiciais arbitradas recentemente. É preciso que estas suspeições sejam dissipadas. Agora que se levantam dúvidas delirantes sobre a intenção da “Tronco”, o Ministro Celso Correia tem a responsabilidade particular de garantir que a operação não tenha nódoas. Sua equipa tem competência suficiente para fazer um trabalho isento. Mas, se tiver nódoas, elas serão da responsabilidade última de Celso Correia, e aí ele abrirá flancos para ataques de todo o lado.
Voltando ao Eye Monitor, quais são as reais intenções da corrente pro-Erdogan na política moçambicana?
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