O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, vai hoje anunciar o novo posicionamento do seu partido sobre a situação político-militar no país.
A posição será emitida numa conferência de imprensa convocada por Dhlakama, que vai falar por via telefónica, a partir do local onde se encontra, algures em Gorongosa.
Não foi avançado o assunto a ser abordado na conferência, contudo, adivinha-se que esteja relacionado com as tréguas no conflito entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e os homens armados da Renamo, cujo prazo de 60 dias de alargamento, anunciado no início do ano, terminou à meia-noite de ontem.
Ao que tudo indica, o líder da Renamo poderá anunciar um novo período para as tréguas em curso, as quais poderão ser estabelecidas para um período indeterminado, a avaliar pelo ambiente político e nível de confiança criado através dos contactos directos que vêm sendo mantidos entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Desde que iniciaram os contactos ao mais alto nível entre os dois maiores líderes políticos do país, a Afonso Dhlakama tem sido deixada a responsabilidade de anunciar tudo quanto tem a ver com as tréguas. Foi assim durante a semana do Natal, altura em que foi anunciado o primeiro período de tréguas (uma semana), e no dia 3 de Janeiro, quando foram prorrogadas por mais 60 dias.
Paz com caminho aberto
O novo período de tréguas que poderá ser hoje anunciado acontece numa altura em que os grupos de trabalho criados para discutir questões de descentralização e militares já estão a trabalhar. O primeiro encontro oficial do grupo, que integra personalidades indicadas pelo Presidente da República e pelo líder da Renamo, que inclui políticos, académicos e diplomatas estrangeiros, teve lugar última quarta-feira, na Presidência da República, no qual Filipe Nyusi transmitiu as tarefas que devem ter.
Na ocasião, Nyusi avisou que a missão do grupo não deve falhar, dando a entender que nele estão depositadas todas as esperanças e expectativas de uma paz efectiva no país. Refira-se que este é o terceiro grupo de trabalho que busca entendimentos para a paz no país, nos últimos cinco anos. O primeiro foi um grupo bilateral, com assistência de mediadores nacionais, que durante mais de um ano manteve encontros no Centro de Conferências Joaquim Chissano. No ano passado, um outro grupo, assistido por mediadores internacionais, trabalhou nas mesmas matérias.
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