É impressionante o debate em torno das visitas que o Presidente Filipe Jacinto
Nyusi realizou, por enquanto, a cinco ministérios do seu Governo.
Existe uma corrente que defende que a meia dezena de ministérios já visitada é bastante para o estadista delas tirar ilações do panorama dos restantes.
Outra é aquela que acha que as mesmas não passam de uma cábula de um “filme antigo” que teve como figura-de-cartaz o primeiro incumbente-mor de Moçambique pós-independência: Samora Moisés Malengane Machel.
Vou reter-me nesta última, que apenas difere da primeira por um detalhe que pode parecer insignificante, mas determinante para os resultados da iniciativa do Presidente Nyusi.
Escalpelizada pelo escritor Adelino Timóteo, num semanário de referência da praça nacional, este vai mais longe e diz que Nyusi está a imitar mal a “Ofensiva política e organizacional” desencadeada por Samora Machel, na década de 80 do século passado.
Importa referir que o esforço de Samora Machel foi tão rocambolesco quanto contundente que chegou a ser rotulada por alguns analistas como tendo sido “um marco, um evento crucial na evolução do sistema” e, principalmente, no pensamento político e económico do autor da mesma “em termos da dialéctica do conflito interno da Frelimo de então e do Presidente moçambicano no que concerne ao futuro”.
Timóteo parece ter alguma ponta de razão.
Se mesmo as visitas-relâmpago efectuadas por Samora Machel tiveram os resultados que tiveram, que dizer das do Presidente Nyusi, com pré-avisos e prolongados preparativos?
É que mesmo as primeiras cinco já efectuadas, antecedidas de avisos e minuciosamente “preparadas”, nos exibiram os resultados por todos testemunhados.
Tudo indica que os defensores da descontinuidade das visitas do Presidente Nyusi aos ministérios vão ter de se render ao teatro oneroso para o bolso dos contribuintes – a avaliar pelo aparato que as rodeia –, porque elas vão prosseguir.
Um passarinho amigo pousou no ombro do autor de TIKU 15 para segredar que há semanas que se regista um frenesim em alguns ministérios que serão alvo de visita do Chefe de Estado logo que regressar da visita ao Japão, caracterizado por “limpezas cosméticas” ordenadas pelas lideranças dos pelouros a serem visados...
Atendendo a este quadro, dá mesmo para questionar: bem mesmo, o que pretende atingir, com a continuação deste esforço, o Presidente Filipe Jacinto Nyusi?
refinaldo chilengue
CORREIO DA MANHÃ – 17.03.2017
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