François Hollande
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A França, dilacerada por suas próprias contradições, incapaz de manobrar entre os imperativos atlânticos, as demandas de bancos internacionais e as exigências da população muçulmana local, aproxima-se de um colapso financeiro e social.
O país liderado por François Hollande torna-se cada vez menos parecido com a França da qual se falava até hoje com respeito. “Deslizando sem respirar por cima do abismo…”, é assim que se pode descrever o estado em que se encontra a república de Hollande. É complicado falar da falência de Hollande sem olhar para o passado, não explicando as razões pelas quais a França se viu em situação tão medíocre.
Costuma-se dizer com razão que as desgraças da França começaram com a morte do general Charles de Gaulle, cuja política era voltada firme e consequentemente para o reforço do estatuto soberano do país. No fundo, Charles de Gaulle expulsou a OTAN do território da França e enviou um navio cheio de dólares para a América, exigindo em troca o ouro equivalente às notas verdes. A França recuperou a sua soberania, afastando-se da influência ideológica alheia.
Mas Charle de Gaulle foi substituído por Georges Pompidou, que optou por um curso político e econômico que acabou por lançar a França para um profundo precipício. À primeira vista, a culminação do processo, que se tornou evidente nos tempos de François Mitterrand, deveria coincidir com o período de presidência de Jacques Chirac ou, em último caso, de Nicolas Sarkozy, presidente que desiludiu todo o mundo. Mas não aconteceu assim. O socialista Hollande conseguiu superar todos eles.
Trata-se, em primeiro lugar, de um impasse financeiro. O imposto de 75% para quem ganhe mais de um milhão de euros por ano confirma mais uma vez a extrema superficialidade das medidas tomadas. Em vez de tentar livrar-se da influência dos bancos, ou seja, sair com perdas mínimas da eurozona e voltar ao “gaullismo”, a França sobe os impostos, apoia tais países problemáticos como a Grécia e faz as vontades aos especuladores bancários.
Não é menos evidente também o impasse cultural e social em que a França se encontra, aproximando-se de um desenlace catastrófico. O afluxo de imigrantes teve uma influência negativa nos salários, causando aos franceses cada vez maiores problemas na manutenção de suas famílias. Na realidade, Hollande obriga-os a sustentar a parte parasitária da população. As camadas pobres empobrecem cada vez mais, as camadas médias trabalham mais para conseguir manter-se em pé. Aos problemas sociais adicionam-se os ideológicos, apoiados pela política de servilismo de Hollande em relação às comunidades muçulmanas locais.
Claro que não se deve atribuir todos os “pecados” a Hollande, que simplesmente não teria forças para cometê-los sozinho. É importante entender que ele é apenas um peão que se tornou presidente não por sua própria vontade, mas sim por vontade de uma certa elite de oligarcas, que o escolheu em vez de Dominique Strauss-Kahn, comprometido por um escândalo sexual na América
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