"Eu não saí da Renamo (...) Porque não me pegam? Porque o objetivo é o mesmo. Nenhum soldado da Renamo me vai balear. Estamos juntos", referiu numa conferência de imprensa na zona de Piro, nas encostas da serra da Gorongosa, na estrada entre a vila da Gorongosa e Casa Banana.
"Ele [Momade] não vai chegar ao dia 10 [de julho]", prazo dado por Chissingue para o líder da Renamo se demitir, reafirmou hoje, ao apresentar-se juntamente com alguns guerrilheiros, tal como havia feito quando há uma semana pediu o afastamento do líder do principal partido opositor moçambicano.
"Estes comandantes é que vão eleger" o novo líder do partido, disse.
"Não queremos mais a ala política", disse, acrescentando: "Não tenho diálogo com Ossufo (...) O que ele quer mais connosco?", questionou.
Chissingue foi um dos estrategas da Renamo que dirigiu a resposta armada às emboscadas de que Afonso Dhlakama, antigo líder do partido, foi alvo, em Manica, antes do cessar-fogo em 2016.
"Eu não quero guerra, não temos nada com o Governo, estamos em trégua", disse hoje, classificando que se passa como "um problema interno" da Renamo.
E com o figurino atual diz que "não há acantonamento, não há desmobilização e não há entrega das armas", numa posição que diz ser comum a "todos os guerrilheiros da Renamo".
"Decidimos: não queremos ser vendidos", disse aos jornalistas, ao negar as propostas de desmobilização e reintegração negociadas por Ossufo Momade com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, com vista a um acordo de paz que ambos querem assinar até início de agosto.
Chissingue acusa Momade de entregar nomes de familiares e amigos sem ligação à Renamo para ocuparem cargos de chefia nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas em detrimento de oficiais que estão nas bases da guerrilha.
"Queremos uma pessoa segura para ser nosso presidente" e "negociar com o Governo a desmobilização e entrega das armas", porque o "destroçar dos quadros" como previsto pode criar "uma guerra", que pretende evitar, referiu.
O comandante considera Ossufo Momade um "traidor" que tem destruído as estruturas do partido e que terá ordenado a morte de três brigadeiros - desafiando a Renamo a indicar onde estão.
"As famílias querem falar com eles e nós também", referiu.
Questionado sobre as declarações de hoje de Chissingue, José Manteigas voltou a referir aos jornalistas que o comandante da guerrilha é um desertor, tal como os homens que o acompanham.
Classificou ainda como uma "grosseira mentira" que algum oficial tenha sido assassinado.
"Todos vão perceber que isto não passa de uma calúnia e um atentado à paz, à reconciliação nacional que todos os moçambicanos estão a tentar reconquistar", concluiu.
LUSA – 20.06.2019
Comments
1
Frank said in reply to Francisco Moises...
"E mais: porquê deve a Renamo entregar as suas armas a Frelimo que ela outrora derrotou? O exército ou seja as forças armadas e outros bandos armados como a chamada policia que hoje existem em Moçambique nao sao forças nacionais mais sim da Frelimo e servem os interesses dos dirigentes da Frelimo na repressao dos moçambicanos"
Esta é a grande verdade que o sr.Momade, como agente da SISE, recusa aceitar
2
Francisco Moises said in reply to Francisco Moises...
"O pacote que ele negociou e assinou com o irmao dele Felipe Nyusi sem o consenso prévio convosco foi uma mera traiçao talvez por troca de algumas trinta moedas de prata como Judas obteve da venda do seu mestre Jesus Cristo aos seus inimigos."
CLARIFICAÇAO
Nas minhas observaçoes anteriores acima dadas no comentario abaixo, disse que Ossufo Momade tinha negociado e assinado o tal Acordo de Entendimento com o irmao dele Felipe Nyusi. Tenho que dizer que usei a palavra NEGOCIOU sem ter pensado na implicaçao do termo visto que tudo indica with Ossufo Momade nao se debruçou com Nyusi sobre o que assinou. Estou mais do que convencido que Nyusi lhe trouxe o texto que a liderança da Frelimo preparara e foi dito para assinar sem mesmo ter lido e compreendido o que o texto dizia. Talvez depois da promessa dum X em moedas de traiçao.
Ossufo Momade cometeu a tal asneira visto que estava muito apresssado para se imprimir como o novo dirigente da Renamo e granjear admiraçao do mundo exterior, nao dos moçambicanos, sem se aperceber que comitia um acto altamente traiçoeiro e traidor.
E mais: porquê deve a Renamo entregar as suas armas a Frelimo que ela outrora derrotou? O exército ou seja as forças armadas e outros bandos armados como a chamada policia que hoje existem em Moçambique nao sao forças nacionais mais sim da Frelimo e servem os interesses dos dirigentes da Frelimo na repressao dos moçambicanos.
Nao queremos que haja uma nova guerra em Moçambique, mas isto nao deve ser alcançado através de actos de traiçao como Ossufo Momade cometeu e vai cometendo.
3
Francisco Moises said...
Avante, General Mariano Nhungue Chissingue e nunca vacilar perante a traiçao e ditadura do Ossufo Momade que ja demonstrou claramente que de democracia nada compreende, tem e entende. O pacote que ele negociou e assinou com o irmao dele Felipe Nyusi sem o consenso prévio convosco foi uma mera traiçao talvez por troca de algumas trinta moedas de prata como Judas obteve da venda do seu mestre Jesus Cristo aos seus inimigos.
Quando ele o fez, nao tinha o mandato para fazê-lo visto que era meramente o chefe interino antes do Congresso e tambem ele fê-lo contra os conselhos expressos de membros da Renamo no chamado parlamento da Frelimo em Maputo. Nao se debruçou com outros na Renamo sobre os pontos que ele assinou no chamado Acordo de Entendimento com o amigo dele Felipe Nyusi do SISE.
Momade tambem interferiu grosseiramente com as estruturas militares da Renamo e fez o uso dos seus amigos para impor os seus proprios homens em substituiçao daqueles que tinham sido eleitos pelas bases na Beira e em Nhamatanda.
Basta de ditadura. A Renamo nao lutou e fez sacrificios durante 16 pela democracia para ter um ditador assassino do tipo Ossufo Momade.
Avante com a vossa exigência de ver o ditador e tirano Ossufo Momade fora da chefia da Renamo, se nao Ossufo Momade vai destruir a Renamo por completo
