A oposição não gosta de fazer política de facto. Limita-se a confiar nos ditos "bastiões", coisa que em política não deve se tomar por garantido.
Por exemplo:
Sofala foi por muito tempo tido como bastião da Renamo. A pouco e pouco, o próprio Afonso Dhlakama viu que Sofala estava a largá-lo. Fixou assim residência em Nampula e fez daquela província seu novo bastião. Hoje Sofala não é mais bastião da Renamo. O mesmo que se diga em relação a Manica e Tete. A Renamo perdeu hegemonia nessas províncias, antes tidas como "bastiões".
Analisando atentamente os resultados eleitorais, podemos também afirmar que Zambézia, Nampula são igualmente bastiões da Frelimo, tendo em conta o total número de membros da Assembleia da República que estas províncias enviam para o parlamento.
Aliás, por viverem mais pessoas e eleitores nessas províncias e, olhando para a produtividade do partido Frelimo, fica claro que até Gaza é nominalmente menor que Zambézia ou Nampula. A Frelimo consegue até metade do total dos deputados nas Províncias da Zambézia e Nampula, o que, comparando com Gaza, constitui pouco mais da totalidade do que Gaza envia para o Parlamento.
Neste recenseamento, a oposição foi apanhada em contra-pé. A Renamo principalmente, desdobrou-se em manobras fraudulentas, prontamente anuladas pelas autoridades de gestão eleitoral.
Como?
1. Movimentação de eleitores. A Renamo, com auxílio da Quinta coluna, também conhecida por organizações da sociedade civil e ONGs internacionais, tentou apostar em duas províncias. Zambézia e Nampula. A tática consistia em maximizar as chances de vencer nessas províncias e assim poderem fazer eleger pelo menos dois governadores. Assim sendo, era importante movimentar pessoas de províncias que eles julgavam menos favoráveis para Zambézia e Nampula. Isto foi descoberto a tempo e conseguiu-se evitar o máximo. Mesmo assim, alguns conseguiram.
2. Abuso de testemunhas. A lei fixa que para os que não tiverem documentação, bastava dois testemunhas. Acontece que em alguns distritos de Zambézia e Nampula, mesmas pessoas apareciam a testemunhar 20 a 30 eleitores, alegando serem do mesmo bairro. As autoridades reportaram a polícia que, depois de investigado, foram levados aos tribunais, acusados de falso testemunho.
3. Infiltração de estrangeiros. Em Tete, 4 zambianos foram condenados por ilegalmente tentarem recensear. Está implicado um delegado distrital da Renamo. Já reportei isso neste mural.
4. Contrabando da documentação. Crianças tentaram recensear com recurso a documentos dos mais velhos. Muitos foram apanhados, julgados e condenados. Falsa identidade.
As autoridades de gestão eleitoral fizeram uma depuração das listas para limpar a duplicação de registos e verificar a conformidade das listas. Trabalho feito com brio e profissionalismo. É provável que estas eleições sejam as primeiras com cadernos eleitorais livres de vício.
Quanto a Gaza, acho que todos assentos estão em aberto. Vão fazer campanha, convençam o eleitorado e daí, cada um colha os frutos do seu trabalho.
A sorte está ao alcance de todos.
1 comentário:
NUNCA QUIZ FALAR DO MEU AMIGO EGIDIO VAZ!
ESTA TORNANDO MALUCO, E NEM TEM IDEIAS A COMENTAR!
e COM MUITA MAGOA E COSTERNACAO QUE LAMENTO O FALECIMENTO LENTO DO EGIDIO VAZ, QUE ESTA MENTALMENTE PERTURBADO. A SUA ALMA DESANCE EM PAZ
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