sábado, 2 de fevereiro de 2019

Guaidó apela às forças militares: “Soldado, capitão, tentente, está nas vossas mãos a entrada de ajuda humanitária”

VENEZUELA

Em direto/Guaidó apela às forças militares: “Soldado, capitão, tentente, está nas vossas mãos a entrada de ajuda humanitária”

Autoproclamado Presidente anuncia centros de ajuda humanitária perto da fronteira e pede a militares que deixem entrar medicamentos. Milhares estão hoje nas ruas da Venezuela.
Getty Images
Atualizações em direto
  • Maduro para a oposição: "Abandonem o caminho do intervencionismo yankee"

    Reflitam e tenham um pouco de consciência, chefes e líderes dos partidos da oposição. Dêem um passo à frente e abandonem o caminho do intervencionismo yankee, deixem de pedir uma guerra. Deixem de apoiar um golpe de Estado que já fracassou. O golpe d Estado que pretenderam fracassou e não se aperceberam! Aqui está a revolução e vamos conseguir a governar!”, disse Nicolás Maduro.
  • Maduro: "Presidente trabalhador, Presidente do povo, Presidente Maduro, Presidente chavista, sim! Podem dizer-me de qualquer maneira"

    “Por decisão soberana e constitucional, sou o Presidente da Republica Bolivariana da Venezuela e me devo a todos e a todas. Não há uma parcialidade, devo-me a toda a Venezuela. Presidente soberano, Presidente no exercício, Presidente trabalhador, Presidente do povo, Presidente Maduro, Presidente chavista, sim! Podem dizer-me de qualquer maneira”, disse Nicolás Maduro.
  • Maduro: "Na Venezuela não houve nem haverá ditadura"

    Nicolás Madurocomeçou por falar da entrevista que deu ao programa Salvados, do canal La Sexta, de Espanha. A entrevista vai para o ar amanhã e Nicolás Maduro aconselhou aos espanhóis e ao mundo que a vissem.
    “A televisão mundial mostra uma Venezuela que não existe. Para a televisão mundial, o povo que luta há 20 anos é invisível. Pois bem, aqui estamos, os invisíveis da Venezuela!”, disse.
    A referência aos 20 anos deve-se ao facto de hoje se assinalarem os 20 anos da tomada de posse de Hugo Chávez, a 2 de fevereiro de 1999. “Iniciava-se uma nova história para a Venezuela, uma nova história de reivindicação popular, uma nova história de transformações profundas que levariam a Venezuela a ser o centro, o epicentro, da primeira revolução socialista do século XXI em toda a Humanidade”, disse.
    “Na Venezuela não houve nem haverá ditadura, na haverá poder popular, democracia, democracia verdadeira, liberdade dos povos. É a liberdade que temem aqueles que os povos do mundo decidam ser livres”, acrescentou.
  • Maduro fala em entrevista sobre detenções de jornalistas e diz que há "uma campanha" para fazer "a Venezuela parecer um monstro"

    O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que houve “uma montagem” contra si com as notícias da detenção esta semana de três jornalistas da agência noticiosa espanhola EFE e salientou que no seu país há “liberdade de expressão”.
    Numa entrevista que será divulgada no domingo no canal de televisão espanhol La Sexta, Maduro afirma que tudo aquilo faz parte de uma “campanha” que “faz a Venezuela parecer um monstro ou uma ditadura”.
    “Qualquer evento que acontece é ampliado para se ir juntando à campanha permanente de desgaste” para “justificar” perante a opinião pública “qualquer coisa que possa acontecer”, sublinha.
    Pelo menos sete jornalistas de vários países, incluindo dois portugueses da SIC e três da EFE, foram detidos e posteriormente libertados esta semana na Venezuela.
    Maduro assegura que “não houve detenções de jornalistas”, apenas “uma situação de verificação” que foi transformada na notícia de que “o regime ditatorial de Maduro persegue jornalistas”.
    Questionado sobre se é normal uma verificação de 24 horas, o líder socialista respondeu que até pode ser de 48 horas “como em qualquer país do mundo”.
    “Na Venezuela há pleno exercício da liberdade de expressão”, reiterou Maduro, que se queixou do facto de usando esse direito “existir uma grande manipulação sobre a Venezuela de todas as agências de notícias internacionais, de todos os meios de comunicação internacionais”.
    (Agência Lusa)
  • Começou o discurso de Nicolás Maduro.
  • Nicolás Maduro já está no palco

  • No final de discurso, Guaidó faz juramento com apoiantes

    E terminou o discurso de Guaidó, não sem antes ser feito um juramento entre o autoproclamado Presidente e os seus apoiantes, que prometem “manter-se nas ruas até conseguir o fim da usurpação e o governo de transição e as eleições livres”. No final, cantou-se o hino nacional.
  • Guaidó insiste junto dos militares: "Soldado, está na hora"

    “Soldado, está na hora, está é o momento de se pronunciar pela Constituição, pela ajuda humanitária e pela mudança da tua família, do teu país e a honra das Forças Armadas da Venezuela.”
  • Guaidó: "Senhores do FAES, não intimidaram a minha família nem a Venezuela"

    Juan Guaidó continua investido em enviar uma mensagem para os miltiares e para a polícia.
    “Senhores do FAES, não intimidaram a minha família nem a Venezuela”, disse, em menção às forças especiais de polícia que entraram na sua casa, numa altura em que estava lá a sua sogra e a sua filha de 20 meses. “A nossa mão continua estendida a todos os funcionários”, disse, pedindo que virassem as costas a Maduro, como o general de divisão da Força Aérea.
    “Mas agora não esperamos só pronunciados das Forças Armadas, não esperamos só isso. Esperamos que, com contundência e força, pronunciamentos em bloco. Dizendo que respeitam a Constituição e dizendo que aceitarão a ajuda humanitária. Dizendo que estarão do lado do povo da venezuela, como aconteceu hoje em Lara”, disse, em alusão à polícia, que, naquele estado, em concreto na cidade de Barquisimeto, abriu caminho aos manifestantes.
    Um deles terá dito que não queria reprimir o seu “povo”, segundo o jornal El Pitazo. Juan Guaidó falou diretamente desse polícia, cuja identidade não se conhece nem foi confirmada, dizendo: “Provavelmente, esse funcionário terá hoje consequências, pelo que merece um grande reconhecimento da nossa gente. Você é um soldado digno, você é um polícia digno, que está do lado do seu povo, do sofrimento do nosso povo. Não tenha dúvidas de que esse gesto será repetido por muitos funcionários e muitos militares, muito em breve. Não só para que entre a ajuda [humanitária] mas para que acabe a usurpação de uma vez por todas e para dar valor à nossa Constituição”.
  • Guaidó anuncia três centros de ajuda humanitária perto das fronteiras da Venezuela e pede a militares que não bloqueiem a entrada de medicamentos

    Juan Guaidó anunciou ainda a criação de três centros de ajuda humanitária fora de fronteiras, que deverá depois ser escoada para a Venezuela. Um deles estará em Cúcuta, na Colômbia. Outro estará no Brasil e outro numa ilha do Caribe, com as localizações por especificar.
    Juan Guaidó adiantou ainda que será dada a prioridade os “250 a 300 mil venezuelanos em risco de vida por desnutrição, por falta de medicamentos, hemodiálise, insulina, entre outras coisas”. “Esta primeira etapa está destinada para esta população mais vulnerável que requer o nosso apoio”, disse.
    E, perante esse anúncio, fez um pedido às forças militares: “E você, soldado, capitão, tenente, coronel, capitão de navio, terá nas suas mãos a decisão de que entre e esteja a salvo essa ajuda humanitária”.
  • Guaidó comenta "suposto bloqueio" contra Venezuela: "Não ha já hoje na Venezuela?"

    “Disseram que há um suposto bloqueio, que isso pode gerar fome. disseram muitas coisas. Eu pergunto: não há já fome hoje na Venezuela? Não nos falta o gás em todos os cantos deste país? Não falta água em todos os sítios do país? O pior bloqueio é o que nos é imposto pelo homem de Miraflores”, disse, referindo-se a Nicolás Maduro.
    Juan Guaidó fez ainda referência às contas que o Governo da Venezuela tem no estrangeiro, ou as reservas de ouro no Banco de Inglaterra, que têm sido bloqueadas, apesar das tentativas de Caracas de ter aceso a estes. “O que fizemos foi proteger o dinheiro do povo da Venezuela para que seja investido em quê? Em medicamentos, para conter a emergência de saúde, para reativar o nosso tecido produtivo. Por isso não, não vão continuar a pôr as mãos no dinheiro da Venezuela”, disse.
  • Ministro dos Negócios Estrangeiros: "Vamos defender o nosso petróleo, o nosso gás, o nosso ouro"

    Jorge Arreaza, ministro dos Negócios Estrangeiros, está agora a discursar na marcha de apoio a Nicolás Maduro.
    “O povo está na rua para evitar uma guerra, para garantir a paz”, afirma. “Nada nem ninguém nos fará sair do caminho da paz. A pátria não se vende, a pátria defende-se.” Sobre o posicionamento da diplomacia internacional, Arreaza agradece “a outros governos” pelo apoio que demonstraram a Nicolás Maduro. “A democracia verdadeira é com a Constituição na mão”, sublinha.
    Em contraste, o ministro dos Negócios Estrangeiros critica “o senhor Pompeo e o senhor Trump”, referindo-se ao secretário de Estado dos EUA e ao Presidente norte-americano. “O que é que eles querem?”, pergunta à multidão. “O petróleo. Vamos defender a nossa riqueza, o nosso petróleo, o nosso gás, o nosso ouro. Vamos defender os nossos filhos.”
    Hasta la victoria, siempre“, termina.
  • Guaidó: "Vocês sabem bem que Maduro não protege nada nem ninguém"

    Já está a falar Juan Guaidó. Com uma voz claramente rouca — nos últimos dias, não lhe têm faltado sítios onde discursar e entrevistas a meios internacionais — disse: “Vocês sabem bem que Maduro não protege nada nem ninguém”.
    Referindo-se ao general de divisão da Forças Aérea que hoje declarou a sua lealdade a Juan Guaidó, o autoproclamado Presidente interino disse que qualquer outro que lhe seguisse os passos seria “bem-vindo” e voltou a dirigir-se aos militares, como tem feito.
    “Não devem apenas ficar do lado da Constituição, soldados da pátria. É o vosso papel na reconstrução do país, expulsar a ELN [guerrilha marxista-leninista que combate o Governo da Colômbia e terá abrigo e financiamento venezuelano] do território da Venezuela e gerar soberania. Só vos pedimos que respeitem a Constituição, só ordenamos a cada soldado, a cada agente de segurança que não disparem contra os venezuelanos”, disse Juan Guaidó.
  • Guaidó está quase a discursar

    “Presidente! Presidente! Presidente!”, grita-se, antes de Guaidó falar.
  • Vice-presidente da Assembleia Nacional, da oposição: "Estamos a ir bem, não nos desviemos!"

    No palco da oposição, acaba de falar o vice-presidente da Assembleia Nacional, Stalin González. Falou da necessidade de eleições presidenciais e deixou claras duas exigências para que essas eleições sejam legítimas e livres.
    “Essas eleições têm de estar abertas aos nossos irmãos que estão foram do país, para que eles possam exercer o direito de voto. Essas eleições têm de ter todas as garantias para que todos os partidos que queiram participar possam fazê-lo”, disse. “Vamos sair deste pesadelo através destas eleições. Estamos a ir bem, não nos desviemos!”
    Entretanto, Juan Guaidó não tarda a falar.
  • Avenida Simón Bolívar de Maduro, em memória de Chávez e em apoio a Maduro

    Assim está a Avenida Simón Bolívar, em Caracas, onde se concentram os manifestantes a favor de Maduro. Estão ali não só para defender o regime chavista como para assinalar os 20 anos da chegada de Hugo Chávez ao poder — foi eleito em 1998 e tomou posse há duas décadas, 2 de fevereiro de 1999.
  • Deputada luso-venezuelana para governo português: "Esta é a oportunidade para se porem do lado dos bons"

    Bibiana Lucas, deputada da Aliança Nacional e lusodescendente, acaba de discursar. Falando em português, deixou uma mensagem em português para o Governo de Portugal: “Ao nosso Governo de Portugal, sabemos que a imigração é um problema para vocês, mas para nós é uma tristeza. Esta é a oportunidade para se porem do lado dos bons”.
    Bibiana Lucas contou ainda, de forma breve, a história dos seus pais, portugueses que casaram na Madeira e depois partiram para a Venezuela. “O meu pai chegou a um país de oportunidades, não sabia o idioma, quase não sabia ler nem escrever, mas conseguiu criar uma família, porque a Venezuela não negava oportunidades a ninguém”, disse, em castelhano. “Manifestações como estas são para conseguir que a Venezuela volte a ser de oportunidades que era há 50 anos.”
    Ainda a respeito de Portugal, falou Manuel Teixeira, representante da comunidade lusa em Caracas. “Sem dúvida alguma vivemos um momento histórico neste país. O que o povo de Bolívar está a fazer é um processo inédito no mundo. O povo de Bolívar ama a vida, não quer violência, saiu às ruas em paz e em consciência e hoje enche as ruas para pedir liberdade. Liberdade! Liberdade!”, disse.
  • Juan Guaidó já está no recinto da concentração opositora

    Juan Guaidó já chegou à zona de Las Mercedes (Caracas) em que está montado um palco da oposição. Chegou enquanto continuam os discursos de representantes de comunidades estrangeiras e imigrantes na Venezuela. No momento em que o autoproclamado Presidente interino da Venezuela chegou, discursava um representante da comunidade holandesa — mas logo o seu discurso foi interrompido por gritos que avisavam: “Já chegou o Guaidó! Chegou o Guaidó!”.
  • E, noutra parte de Caracas, também já há vários defensores do governo de Nicolás Maduro a desfilar. Em declarações à TeleSUR, televisão co-financiada pelo regime venezuelano, uma mulher das Unidades de Batalha Hugo Chávez — organização paramilitar organizada pelo PSUV, partido de Nicolás Maduro — disse que está pronta para “defender a pátria até à morte”.
    “Estamos aqui na Avenida Simon Bolívar a apoiar o Presidente Nicolás Maduro, porque mais do que nunca a Venezuela tem de estar unida. Nós, os comuneros, as UBCH, os conselhos comunais, temos de estar todos unidos a defender a nossa pátria. Não queremos ingerência estrangeira aqui, muito menos a Trump. A Venezuela respeita-se e aqui estão os venezuelanos para defender a pátria até à morte”, disse.
  • Manifestantes pró-Guaidó agradecem aos países que o apoiam — e criticam aqueles que não o fazem

    Os manifestantes anti-Maduro já estão em Las Mercedes, onde está um palco onde se fazem discursos de apelo a diferentes países que apoiem Juan Guaidó. Enquanto passam bandeiras dos países que já o fizeram —neste momento aqui retirado, mostra-se a bandeira da Guatemala —, algumas pessoas discursam. Neste momento, fala-se contra a posição do governo de Itália, que adiantou que talvez não vá reconhecer Juan Guaidó como Presidente segunda-feira, ao contrário de vários países, Portugal incluído. “A Itália escolheu o lado errado da História”, disse uma das pessoas no palco, identificado como um líder da comunidade italo-venezuelana. “Não pode haver neutralidade, não pode haver ambiguidade!”, sublinhou.
  • Agentes da Polícia Nacional abriram caminho para os manifestantes em Lara

    No estado de Lara, a polícia abriu caminho para os manifestantes. De acordo com o El Pitazo, um dos polícias, presumivelmente com um cargo de chefia, terá dito a um dos manifestantes: “Prefiro retirar os meus homens a reprimir o povo”. Nestas imagens, é possível ver manifestantes a abraçar alguns polícias à medida que estes lhes permitem a passagem.
  • General de divisão da Força Aérea reconhece Guaidó

    Enquanto os venezuelanos se preparavam para ir para as ruas, a oposição teve uma notícia favorável: um general de divisão da Força Aérea declarou o seu apoio a Juan Guaidó e disse que 90% das Forças Armadas “não está com o ditador, está com o povo venezuelano”. Leia mais aqui:

Sem comentários: