segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Estados Unidos da América quer combater grupos armados em Cabo Delgado


Página Inicial Nacional
O Governo norte-americano manifestou hoje a sua disponibilidade para ajudar Moçambique a combater grupos desconhecidos que têm protagonizado ataques em aldeias recônditas da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
“Estamos disponíveis e gostaríamos de ajudar Moçambique neste processo [no combate a grupos desconhecidos no norte do país], desde que isso seja útil ao país”, disse à Lusa o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique, Bryan Hunt.
Aquele responsável falava à margem de um seminário coorganizado com o Centro Africano de Estudos Estratégicos em Maputo, no âmbito do exercício militar apoiado pelos Estados Unidos que decorre em Pemba, no norte de Moçambique.
Para Bryan Hunt, com o desenvolvimento dos projetos de exploração de gás natural naquela região, torna-se cada vez mais importante reforçar a segurança no local, lembrando o “histórico de cooperação que existe entre Moçambique e EUA no domínio da defesa”.
“Nós já temos vários programas no domínio marítimo e gostaríamos de aumentar o nível de cooperação entre os dois países”, frisou o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Maputo.
O exercício militar apoiado pelos Estados Unidos em Moçambique conta com cerca de 100 militares norte-americanos, além das Forças Armadas moçambicanas e de 15 outros Estados.
É naquela região que petrolíferas norte-americanas (Anadarko e Exxon Mobil) lideram investimentos em curso para extrair gás natural dentro de quatro a cinco anos, a partir daqueles que são considerados das maiores reservas do mundo.
Desde outubro de 2017, aldeias recônditas da província de Cabo Delgado têm sido alvo de ataques armados de grupos desconhecidos, tendo sido registados perto de 150 óbitos, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança.
A onda de violência em Cabo Delgado (2.000 quilómetros a norte de Maputo, no extremo norte de Moçambique, junto à Tanzânia) eclodiu após um ataque armado a postos de polícia de Mocímboa da Praia por um grupo com origem numa mesquita local que pregava a insurgência contra o Estado e cujos hábitos motivavam atritos com os residentes desde há dois anos.
Depois de Mocímboa da Praia, têm ocorrido vários ataques que se suspeita estarem relacionados com o mesmo tipo de grupo, quase sempre longe do asfalto e fora da zona de implantação das fábricas e outras infraestruturas das empresas petrolíferas que vão explorar gás natural.
No entanto, a proximidade dos mais recentes ataques tem feito com que as obras estejam a decorrer com “segurança reforçada”, disse à Lusa a petrolífera Anadarko, que coordena os trabalhos na península de Afungi, distrito de Palma, Cabo Delgado.

Sem comentários: